Capítulo 38.
Henry...
- Então Meg você quer ter filhos? – Minha mãe pergunta calmamente enquanto estamos comendo a sobremesa, Marianne estivera quieta demais por muito tempo e isso não é bom sinal, sua pergunta prova isso.
- Mãe! – Eu e Grace a repreendemos, mas eu queria muito rir da cara que Meg estava fazendo, de olhos esbugalhados quase se engasgado com tiramisù.
- O que? Eu não sou mais uma mulher jovem só quero saber se posso esperar netinhos correndo pela minha casa. – Minha mãe fala fingindo inocência e sorri. – Então minha filha? – Volta a insistir e eu vejo a ruiva ao meu lado perder a cor.
- Se... Marianne não é algo que eu pense no momento. – Falou depois de um tempo tentando se recompor. – Eu e o Henry estamos juntos a menos de um mês, é muito cedo demais pra pensar em filhos. – Ela falou se esquivando da pergunta.
- Eu sei disso minha querida, não estou esperando que você fique grávida amanhã. - Ela sorriu. - Mas, então você sonha em ser mãe? – Dona Mariane insiste.
- Eu quero filhos um dia. – É tudo o que Meg fala. Eu posso sentir o seu desconforto.
- Meg, vem eu vou lhe mostrar a casa. – Falei antes que mamãe pudesse falar mais alguma coisa, eu sei bem como ela pode ficar obcecada com essas coisas, afinal de contas ouço ela falando sobre eu tomar jeito na vida arrumar uma mulher e ter filhos a tempos.
Me levanto e Meg pega a mão que eu estendo pra ela com agradecimento em seus olhos, sai levando ela para da sala de jantar deixando Grace para aguentar as perguntas indiscretas de dona Marianne, ela ainda me deve pelo outro dia.
Mostrei a biblioteca para Meg que ficou muito tempo entretida nos livros que tem ali, literatura sempre foi a paixão dos meus pais, foi o que os uniu quando eles eram jovens, eles sempre nos encorajaram na leitura. É até poético que anos depois eu me apaixone por uma escritora.
- Você não quer ser mãe? – Eu não puder conter a pergunta, pelo jeito que Meg agiu na sala parecia que ela não tinha desejo de ser mãe, sei que estamos muito no início pra esse tipo de pergunta, mas eu não me contive.
- Por que a pergunta? - Se virou para me encarar.
- O jeito que você agiu quando minha mãe perguntou.
- Eu... é, eu quero, mas, não é o sonho da minha vida, eu tenho outros sonhos. – Me falou sincera. – Mas, eu sempre tive vontade de ter uma criança em algum ponto entre os 30 e os 37.
- Mas...
- Eu não sei se seria uma boa mãe. – Ela falou com os olhos distante. – Tenho medo de decepcionar a criança.
- Meu anjo, eu vi o jeito que você defendeu sua amiga naquela boate. – Falei me referindo a vez que eu a vi na minha boate antes de saber quem ela era. – Você é carinhosa, inteligente e protetora, claro que será uma boa mãe.
- Obrigada meu amor. – Ela falou me abraçando e eu senti que tinha mais alguma coisa que ela não estava me contando, seria alguma insegurança fruto da sua relação com seus pais?
- Você não vai repetir os erros do seus pais. – Falei lhe abraçando mais forte e ela nada disse, apenas afundou o rosto no meu peito, quando ela estiver pronta vai falar comigo, temos muito tempo até lá, eu bem sei como é guardar as coisas pra mim, fiz isso desde a morte do meu pai.
- E você quer ser pai?
- Na verdade eu nunca tinha pensado nisso. – Falei pra ela com muita sinceridade. – Não até me apaixonar por você e começar a imaginar como nossos filhos seriam lindos, como uma menininha parecida com você me daria trabalho, já posso imaginar meus cabelos brancos e os processos por agressão. – Falei e ela rio, o mais belo sorriso que eu já tinha visto. “Meu Deus onde esteve essa mulher a minha vida inteira?” “Talvez você fosse idiota demais pra perceber ela antes.” Que bom até minha consciência me insulta, não que ela esteja errada.
- Se tivermos um menino igual você vai dá muito trabalho também, com uma fila de mulheres brigando na nossa porta.
- Eu não vejo uma fila assim na minha porta.
- Como é seu idiota? Tá querendo uma filha de mulheres? – Ela perguntou batendo no meu peito e que mulher de mão forte, não me canso de me admirar.
- Claro que não, só uma ruiva linda me interessa. – Eu a abraço e lhe beijo.
Não sei o que Grace conversou com minha mãe, mas funcionou, porque ela não tocou mais no assunto filhos ou em nada delicado ou confrangedor, conversamos sobre trabalho e não sei como terminamos discutindo política, o que foi muito engraçado ver Meg falando parece que estava discursando, ela defendia com ferocidade seus ideais .
Quando saímos da casa da minha mãe já passava das 16 horas, Grace aproveitou nossa deixa e saiu junto de nós. O caminho de volta diferente da ida foi bem mais leve Meg estava relaxada e me disse que tinha gostado muito de passar um tempo com minha mãe e que adoraria ter conhecido meu pai, eu também adoraria que ela o conhecesse. Ele sempre me disse que quando eu achasse a mulher certa eu não sequer ver o que me atingiu.
**
Meg...
- Eu gostei da sua mãe. - Repeti enquanto falávamos sobre o dia.
- Fico feliz com isso, ela também gostou de você. – Falou assim que paramos na garagem do meu prédio.
- Espero que sim. – Desci e vi ele pegar uma bolsa e uma capa de roupa na mala do carro. – O que é isso?
- As coisas que eu vou precisar para amanhã.
- Você trouxe isso desde que saiu de casa?
- Claro é mais fácil do que passar em casa antes de ir pra editora, já que você diferente de mim não me oferece uma gaveta.
- Devagar com o andor meu amor, devagar com o andor, eu já disse. – Eu disse pegando sua mão e lhe puxando para o elevador.
Assim que entramos ele soltou as coisas no chão e me prensou contra a parede me beijando e apertando meu quadril, levou uma mão até meus cabelos e a outra levantou minha perna deslizando por dentro da saia, sua língua dança com a minha, minhas mãos puxavam seus cabelos lhe fazendo gemer. Ele levantou minha saia e eu o empurrei.
- Tem câmeras aqui Henry. – Ele só sorriu de canto de boca e pegou as coisas no chão.
- Quando chegarmos em casa término o que começamos.
E sendo um homem de palavra como é, mal entramos casa e ele estava me prendendo contra a porta e rasgando minha calcinha para se enterrar dentro de mim ainda vestidos. É a segunda calcinha que ele rasga já, e sim eu estou contando, tenho uma coleção e ele está estragando.
- Se você continuar rasgando minhas calcinhas eu vou findar tendo que andar sem por aí. – Falei me apoiando no cotovelo pra olhar pra ele.
- É uma ideia excitante pensar em você andando por aí sem calcinha.
- É um safado mesmo.
- Seu safado. – Nossa que homem romântico.
Passamos muito tempo na cama namorando gostoso, cada minuto que eu passava com o Henry eu sentia que ficava mais apaixonada. “Meu Deus eu sou muito burra apaixonada.”
Depois de um belo banho, fomos para a cozinha e eu o coloquei pra cozinhar alegando que ele tinha tirado minhas forças e tava com vontade de uma comidinha caseira, a verdade é que eu queria ficar sentada no balcão observando-o só de calça de moletom cozinhando pra mim, era uma visão muito sexy. Estava sentada escorada na bancada quando o celular dele tocou na bancada ao meu lado.
- Quem é? - Ele perguntou sem olhar pra trás enquanto mexia o macarrão com queijo.
- John. – Falo olhando pra tela.
- O que esse idiota quer? – Ele falou olhando pra trás. – Atende aí é põe na viva voz, por favor. – Ele disse e eu me surpreendi com isso, mas fiz o que ele pediu.
Ligação on*
- E aí idiota. – A voz de John ecoou pela cozinha.
- O que você quer John? – Henry falou, desligando o fogo.
- A gente se preocupa com o amigo e é retribuído assim. – Falou dramático e eu não pude deixar de rir. – Essa é a Meg?
- Eu mesma. – Respondi me servindo de vinho.
- Você me colocou no viva voz cara, com a mulher do lado, que vacilo e se eu falo algo comprometedor?
- Você ia passar vergonha. – Henry fala rindo, colocando o macarrão em uma travessa e colocando as almôndegas por cima.
- Se fosse ao seu respeito seria pra você.
- Engraçadinho.
- Então existem coisas comprometedoras? – Perguntei depois de beber um gole de vinho. - Interessante.
- Você nem imagina ruiva.
- Não escuta ele meu anjo, é tudo mentira. – Henry falou rápido e eu caí na gargalhada.
- Soldado abatido. Repito, soldado abatido. – John falou do outro lado da linha.
- Idiota. – Falamos ao mesmo tempo.
- Eles até falam ao mesmo tempo, que fofinhos. - Ele zombou.
- Vai se foder John, o que você quer? - Henry perguntou sério.
- Então o barman da Luxis, o Pietro deu problema de novo. – Seu tom era sério. Eu não estendia, eles eram donos da maior boate da cidade? Nossa.
- O que ele fez dessa vez? – Henry tinha assumido o papel de homem de negócios não tinha mais humor em sua postura. – Pelo seu tom de voz não foi um simples roubo.
- Não, o infeliz está importunado a garota nova. – Quando John falou isso eu não pude deixar de lembrar de quando era eu a garota nova a ouvir piadinhas e cantadas, travei meu maxilar.
- Ele tocou nela? - Henry falou em um tom duro.
- Pelo que o Bob sabe não, mas ele não tem certeza, ela disse que não, mas, ele me falou que ela tinha até mesmo falado em sair, ela não sairia por algo simples. – Henry bufou.
- Diga para o Pietro nos encontrar amanhã antes do expediente na Luxis.
- Já fiz isso, só liguei pra lhe avisar.
- É dia de trabalho deles hoje?
- Sim, mas eu mandei subir ela para a área vip e deixar ele embaixo e mandei um segurança ficar de olho. - John falou. - Ele não vai chegar perto da garota.
- Certo, amanhã a gente se resolve com ele.
- Até amanhã.
- Até.
- Tchau ruiva, desculpa por atrapalhar.
- Tudo bem. Tchau John.
Ligação off*
- O que foi? – Henry perguntou me olhando.
- Eu já fui a garota nova que o barman se acha no direito de dar em cima por trabalhar a mais tempo.
- Algum colega de trabalho abusou de você? – Henry perguntou serrando as mãos em punhos, no momento me perguntei o que ele faria se soubesse de Patrick, provavelmente nada bom.
- Não fisicamente, mas alguns tentaram me convencer a sair com eles, como se já não bastasse os clientes idiotas. – Suspirei. – Sai da primeira boate onde trabalhei por isso.
- Eu sinto muito meu anjo. – Ele veio até mim e se colocou no meio das minhas pernas. – Coisas assim não deviam acontecer.
- É bom que você como chefe se preocupe com isso. - Passei minhas mãos pela sua cintura.
- Claro, eu jamais deixaria que algo assim acontecesse se eu puder evitar. – Ele tocou minha testa com a sua. – Eu já tentei muito com o Pietro, coloquei ele pra dirigir pra empresa ele bateu o carro, coloquei pra trabalhar na boate ele roubou o estoque e agora isso. – Suspirou.
- Você o conhece faz tempo?
- Ele é sobrinho do Franck, sempre foi um menino complicado ainda mais depois de que o pai casou de novo, a mãe morreu no parto do irmão dele. Franck sempre ajudou e eu fiz o que pude, tenho muita consideração por Franck, mas assédio é demais.
- Talvez isso seja o que ele precisa pra acordar pra vida. – Falei sincera.
Fiquei por um tempo abraçada a ele acariciando suas costas, era uma atitude muito bonita ajudar o sobrinho do motorista, mostrava como Henry é um homem bom e o fato de ele se preocupar com uma garota que mal tinha começado a trabalhar pra ele era também muito importante.
- Então você é o dono da boate mais famosa de toda Londres? - Perguntei depois de um tempo.
- Sim sou sócio dela com o John.
- Nossa um homem de negócios. Mais o que você é dono? Vai já dizer que é dono de metade de Londres? – Brinquei.
- Não a corporação já me dá trabalho o suficiente. – Ele falou voltando para o fogão colocando queijo sobre o macarrão e o levando ao forno. – Além da Luxis, tenho três hotéis e o restaurante Salt que sou dono com o Tyler.
- Você é dono do Salt? – Perguntei arregalando os olhos e ele confirmou com a cabeça. – Adoro esse restaurante, leva meses pra conseguir uma reserva, por isso você conseguiu me levar lá naquele dia.
- Sim, por ser o chefe você sempre tem uma mesa. – Ele rio.
- Algum dos hotéis é... – Eu não terminei.
- Aquele hotel é do John. – Ele falou já sabendo que eu ia perguntar sobre o nosso mal fadado primeiro encontro, que mesmo depois de esclarecido ainda mexe comigo. – Ele faz quase todos os eventos da agência lá.
Não perguntei mais nada, embora eu tivesse curiosidade a parte ciumenta de mim preferia não saber quantas mulheres ele levava naquele lugar, já que não levava pra casa, mas a pergunta ficou martelando na minha cabeça.
- É lá seu abatedouro? – A pergunta escapou pelos meus lábios, maldita língua.
- Eu não tinha um abatedouro, é mesmo se tivesse ele teria deixado de existir no momento em que você entrou na minha vida. – Ele veio até mim e pegou meu rosto em suas mãos. – John mantém aquele quarto, assim como mantém um quarto nos outros hotéis dele pelo país, eu o usava muito raramente.
- E pra onde você levava as mulheres?
- Para o hotel mais próximo. – Ele falou com uma sinceridade que doeu. – Mas não pense que eu saía todo dia por aí com uma mulher diferente.
- Com que frequência você usou um quarto em um dos seus hotéis? – Ele me olhou antes de falar.
- Poucas vezes, apenas um deles é na cidade, mantenho quartos nos outros pra quando viajo pra averiguação, mas nunca usei um deles para levar uma mulher.
- Por que?
- Por que eu acho algo pessoal como a minha casa e não iria levar alguém que não quero na minha vida pra lá.
- Então quando você me levou pra sua casa...
- Sim, eu sabia que a queria na minha vida.
- E antes quando você sugeriu irmos pra lá?
- Eu ainda não sabia o que queria com você, mas você já não saia da minha mente. – Ele falou com sinceridade e naquele momento eu sentir meu coração apertar dentro do peito, mas dessa vez não era de dor. - Uma parte de mim sempre soube que você faria parte de minha vida, embora eu não quisesse enxergar. - Enterrei a cabeça em seu peito com o coração quente, acelerado e lágrimas nos olhos. "Estou chorona demais".
====================
Dona Marianne discreta como um coice de jumento. A pobre é doida por um netinho.
O que será que faz Meg ficar assustada com a ideia de ter um filho?
Obrigada por acompanharem minha história até aqui, espero que sigam assim.
Até sexta.
Vote e comente.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top