Capítulo 3.

País de Meg na Mídia.

Esse capítulos contém gatilhos.

Mais ou menos um ano depois que terminou com Nathan Meg estava em um estado crítico, andava pilhada, chorava toda noite antes de dormir e na maioria dos dias fazia isso bêbada ou chapada, todas  as manhãs ela se levantava parecendo um zumbi, andava estressada e sem ânimo, o período dos estágios estava se aproximando e enquanto seus colegas estavam felizes e ansiosos ela estava nervosa e triste.

Cada dia que passava, cada matéria que aprendia mostrava a ela que aquela não era a vida que ela desejava para si, não queria ser um daqueles médicos que não amam a profissão. Se sentia presa, impotente e covarde.

Tudo piorou com a morte de seu tio, o único irmão de sua mãe, a morte do irmão deixou Rosemary arrasada e fez Meg desistir de abandonar a faculdade por não querer provocar outro desgosto em sua mãe. Ela estava sendo consumida por remorso, luto e estresse, não sabia o que fazer da vida.

- Minha filha você está horrível. – Eva falava sentada a sua frente em uma mesa no seu restaurante meses depois. 

- Obrigada vó, sempre tão gentil. – Respondeu em um tom ácido.

- Eu falo para o seu bem meu anjo e não por ser maldosa. – A senhora falou com paciência. – Você anda com os nervos à flor da pele, tem bebido bastante que eu sei e usado sabe Deus mais o que. – Meg olhou para baixo envergonhada. – Você não pode continuar assim, tem que tomar as rédeas da sua vida, tem que ser feliz.

- Eu não sei se tenho coragem, minha mãe ainda está abalada.

- Ela supera. – Eva falou seca. – Olha é  a sua vida, o seu futuro, eles não vão viver a sua vida então não tem o direito de escolher o que você vai fazer.

- Mas...

- Olha Margareth – disse lhe cortando – eu quero ver você feliz e realizada, ser médica não vai trazer isso para você,  você sabe tanto quanto eu. Veja só o seu tio, meu doce Matthew, ele tinha o sonho de ser arqueólogo, de viajar pelo mundo, mas quando Adam ficou doente ele ficou em casa pra me ajudar com o restaurante e acabou não indo fazer arqueologia.  – Ela tinha os olhos cheios de lágrimas. – Depois ele foi ficando e ficando para me ajudar, mesmo eu mandando ele ir embora e agora ele se foi, um maldito acidente levou o meu menino embora sem nunca ter realizado seus sonhos.

- Eu sinto tanta saudade dele vó.

- Eu também, olha minha neta é tarde para ele e eu sinto demais por isso. Me sinto culpada por ter permitido que ele ficasse por que era cômodo pra mim. – As duas choravam nesse momento. – Mas, não é tarde para você, você tem a vida toda pela frente, siga seu sonho por mim, por ele que não pode fazer isso, mas principalmente por você que merece ser feliz e realizada. 

- Aí vó eu vou tentar ter coragem.

- Tenha e saiba que eu vou te apoiar seja o que for. – Disse lhe apertando a mão sobre a mesa e sorrindo em confirmação.

**

Meg remoeu a conversa com a avó por dias e finalmente tomou a decisão, falaria que ia desistir de medicina, não suportava mais, aproveitaria o almoço de domingo e o fato de que estavam todos reunidos a mesa. Se olhava no espelho piscando várias vezes e tentando criar coragem.

- Você consegui mana eu estou com você. – Carol falou sentada em sua cama.

- Obrigada.

- Vai ser feio, mas você consegue , você é forte como sua irmã aqui.

- Eu sou mesmo. – Disse se virando para a irmã. – Eu te amo chata.

- Eu também te amo. – Elas se abraçaram e desceram as escadas.

O almoço correu razoavelmente bem, obviamente seu pai não deixou de fazer um comentário sobre Nathan e o fato de que nas palavras dele ela tinha jogado a sua sorte grande no lixo. Depois falou da empresa e ela ficou feliz por mudar de assunto um pouco. Quando estavam na sobremesa ela resolveu falar.

- Tenho uma coisa pra dizer. – Todos lhe olharam.

- Você é lésbica também por isso não deu certo com o Nathan? – Seu pai falou, provavelmente já buscando mulheres para lhe apresentar pois, foi isso que ele fez com Carol.

- Não, o que eu quero falar tem haver com a faculdade. – Todos a encararam e Carol sorriu lhe encorajando. – Eu vou largar. – Mal terminou de falar e uma zona se instalou, Rosemary, Albert e Lisa falavam ao mesmo tempo indignados.

- NÃO VOCE NÃO VAI. – Ele gritou.
- Sim eu vou.

- VOCÊ É LOUCA QUER ABANDONAR A OPORTUNIDADE DA SUA VIDA? – Sua mãe disse com a voz embargada.

- Mãe eu não vou viver o seu sonho, eu mereço viver o meu, fazer o que me faz bem e ser médica não vai fazer isso.

- Mas irmãzinha o seu sonho não tem futuro. – Lisa debocha.

- Pelo menos eu tenho um sonho próprio.  – Jogou na direção dela.

- Você não pode desistir da faculdade. O que pretende? – Seu pai se pronunciou novamente.

- Começar outra.

- Está muito enganada se pensa que eu vou pagar pra você destruir a sua vida.

- Por que eu estou muito melhor agora bebendo quase todos os dias, ficando chapada e com pensamentos negativos. – Despejou algo que só a avó sabia. - E vocês nem percebem o quanto eu estou no limite, ou não se importam com isso.

- Ei Meg por que você não falou comigo? – Carol disse lhe tocando a perna.

- Não queria lhe preocupar...

- Vá se tratar então,  mas largar a faculdade você não vai. – Sua mãe disse.

- Eu vou sim e vocês não vão me impedir.

- Se você fizer isso não obterá nenhuma ajuda minha. – Albert falou entre dentes.

- Tudo bem então, vocês nunca me apoiaram mesmo. – Disse se levantando. – Me apoiaram uma única vez e só, depois nada só me guiaram para o futuro que vocês queriam para mim, e eu deixei, fiz o curso que vocês escolheram, namorei o que cara que vocês escolheram, mas chega eu vou fazer minhas próprias escolhas. - Ela falou se alterando. - EU NÃO SOU UM FANTOCHE.

- Cuidado para quebrar seu lindo rosto. – Lisa falou.

- Se eu quebrar, farei com gosto, por que eu saberei que foi escolha minha. MINHA. – Dizendo isso ela se encaminhou para fora da sala de jantar.

- Margareth Smith Brown volta aqui. – Sua mãe falou.

- Eu já sei, sou uma decepção para você, novidade não é, uma pena que nasci, mas, já que estou aqui, vou seguir meus sonhos e vocês não vão me impedir. – Lágrimas escorriam pelo seu rosto. – Eu queria muito o apoio de vocês, eu os amo vocês são minha família, mas eu não tenho esse apoio, então paciência só me resta seguir.

- Você tem o meu apoio mana, sempre terá. – Carol corre para abraçar a irmã.

- Eu sei. – Depois se virou para o resto da família. – Por muito tempo eu quis agradar vocês, ser aceita e isso me destruiu, eu vou seguir meu coração agora, espero que um dia possamos nos acertar. – Lisa estava de boca aberta, Rosemary chorava e Albert bufava de raiva.

- Então você está decidida, vai largar medicina pra brincar de escritora? – Ele perguntou.

- Sim, eu estou e não vou brincar de escritora, vou trabalhar com isso. – Disse erguendo o queixo orgulhosa.

- Siga seu caminho então, mas faça isso fora daqui.

- Está me mandando embora de casa? – Ele apenas olhou para ela.

-  Albert. – Sua mãe começou, mas Meg não a deixou concluir.

- Tudo bem, farei minhas malas e sairei em seguida e não se preocupe vou deixar o carro.

Seguiu para o quarto com as lágrimas escorrendo grossas pelo rosto, Carol estava ao seu lado ajudou ela a arrumar as malas e ofereceu para ela ficar no seu apartamento, mas, ela se recusou pois o apartamento de Carol foi comprado pelo pai, dessa maneira no meio da tarde de domingo ela bateu na porta de Eva para pedir que ela a acolhesse enquanto decidia o que faria a seguir.

A avó a aceitou prontamente puxando a neta para dentro com um abraço e lhe dizendo o quanto estava orgulhosa por ela.

Naquela noite contou o que tinha acontecido para Ellen que gritava e batia palmas do outro lado da linha, depois de se acalmar ela perguntou animada quando Meg ia finalmente morar em Londres com ela, por que estava cansada de ficar sozinha no apartamento que seus pais lhe deram, disse que ela ia adora a vizinha Natalie, era a única amiga que Ellen tinha feito em Londres.

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Meg finalmente criou coragem para seguir seus sonho e parar de deixar que outros decidam sua vida.

A menina está crescendo.

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