Capítulo 28.



Meg...


- Então você conhece o baile anual da Glamour? – Henry me perguntou enquanto passava queijo cremoso em uma torrada na manhã seguinte.

- Já ouvi muito falar. – Respondi dando uma mordida na minha torrada com geleia de amora. – Natalie não para de falar dele, ela está toda animada por que vai vestir algumas pessoas famosas. – Completei depois de engolir. – Inclusive ela já aprontou meu vestido para me impedir de arrumar alguma desculpa e não ir.

- Então você vai? – Balancei a cabeça afirmativamente por estar de boca cheia. – Ótimo, eu ia lhe chamar pra ir comigo.

- Está me convidado pro baile? – Perguntei me divertindo.

- E você vai aceitar?

- Sim, senhor. – Falei sorrindo.

- Ótimo. – Falou sorrindo e tomando um gole de café em seguida. – Eu pego você aqui então.

- Tudo bem, rola de darmos uma carona pra Natalie e o Iam?

- Claro. – Ele falou sem esboçar descontentamento.

- Agradeço. - Toquei seu braço.

- Não por isso. - Ele acariciou minha mão.

Depois do café da manhã ele insistiu em me levar para a emissora, conversamos sobre trivialidades durante o caminho, em um momento ele perguntou se o Nathan ainda estava na cidade e eu percebi seu sorriso quando eu disse que ele já tinha voltado.

- Bom trabalho. – Falou assim que paramos no meu destino.

- Bom trabalho. – Falei me aproximando para beija-lo, nossas bocas se encontram em um beijo suave e lento. – Até depois.  – Falei antes de sair do carro em direção a empresa.

**

Meg...

Essa semana está sendo corrida demais, entre as revisões que eu tenho que fazer e os últimos preparativos da pré produção do filme que iniciava as gravações na próxima segunda. Ainda de quebra Natalie está à beira da loucura com o volume de trabalhos no ateliê. Iam também andava ocupado demais com a nova conta que assumiu.

Por causa da correria tenho andado atrasada com a escrita do meu novo livro, cujo primeiro volume começa a ganhar forma, hoje vou na editora para aprovar os detalhes da capa do livro. Passei mais tempo que o necessário escolhendo uma roupa, por fim acabei optando por um vestido azul escuro florido longo com uma fenda até o meio da coxa e um decote discreto. Calcei uma rasteirinha rosa, peguei bolsa e as chaves e sai.

A reunião para a escolha da capa foi relativamente rápida, durante ela conheci a equipe que estava responsável pela publicação, definimos a capa, o estilo de letras, quais informações estariam na capa, epígrafe, dedicatória, orelha, todas as informações pré textuais cabíveis. Cerca de duas horas de reunião depois eu me levantei e caminhei para a porta junto aos outros, mas Henry me segurou pelo braço.

- Você ia mesmo sair sem me dá um beijinho? – Ele perguntou colando nossos corpos.

- Estávamos em uma reunião de negócios.

- Disse bem estávamos.

Ele sorriu de lado e se inclinou para me beijar, senti meu estômago revirar levemente quando estávamos próximos, a sensação deu lugar ao arrepio que eu sentia sempre que sua pele tocava a minha. Ele me beijou com urgência e desejo, nos devoramos, como se precisássemos um do outro como precisamos de ar para respirar. Nossas línguas se acariciavam e suas mãos passeavam pelo meu corpo amassando o tecido do meu vestido, ele me suspendeu do chão e me pôs sobre a mesa de reuniões, intensificando nosso beijo me puxando mais para ele e se colocando no meio das minhas pernas. Quando sua mão entrou pela fenda do meu vestido e alcançou minha calcinha pareceu que eu enfim despertei do transe no qual eu entrava sempre que nos tocávamos dessa maneira.

- Henry para. – Disse o empurrando para longe de mim e recebendo um olhar confuso em resposta. – Eu não vou transar com você dentro da sua empresa.

- Por que não? – Ele perguntou tocando o meu pescoço. – Você me quer.

- Querer não é poder. – Falei parecendo uma avó e ele riu. – Não vai rolar. – Falei tirando sua mão do meu pescoço e saindo de cima da mesa ouvindo ele resmungar. – Pelo amor de Deus esse é um ambiente de trabalho. – Ele veio para mim. – Eu disse não. – Falei me afastando.

- Tudo bem, eu sei, já entendi. – Ele parou de avançar e me observou. – Olha, desculpa eu não estava pensando direito, quando eu te toco só quero sentir mais de você. – Levantei uma sobrancelha.  – Eu sei que é um ambiente de trabalho e eu agi errado, desculpa.

- Tudo bem. – Falei me aproximando dele. – É bom que você tenha entendido. – Eu disse o abraçando e ele me abraçou de volta pousando a cabeça na minha. – Me diz uma coisa, quantas mulheres você já pegou aqui? – Perguntei me afastando e sentindo um gosto amargo na boca. Por que eu tenho uma boca tão grande?

- Pegou? Sério? – Ele sorriu e eu dei de ombro esperando sua resposta. –  Na empresa ou nessa sala? – Ele perguntou. 

- Em ambos.

- Nenhuma. – Ergui uma sobrancelha. – Estou falando sério, você foi a mulher que eu andei mais perto de fazer algo aqui dentro. Eu não misturo sexo com trabalho isso traz complicação.

- Sério? Você tem muito cara do chefe clichê que transa com as assistentes. – Falei me soltando dele rindo, mas, o desconforto ainda se fazia presente.

- Você me respeita mulher. – Ele falou de maneira divertida.

- Vai dizer que nunca aconteceu?

- E como você acha que eu sei que não funciona? – Nós dois rimos, mas a ideia de ele com outra mulher deixou um amargor em minha boca. “Agora pronto, ele é livre filha te orienta.” – E você já dormiu com algum chefe?

- Eu não, isso não presta, sempre acaba ruim.

- Sempre?

- Me fala depois que você dormiu com sua assistente e não deu certo quem ficou sem emprego? – Perguntei com as mãos na cintura.

- Touché.

- A conversa está boa, mas eu tenho trabalho, não tenho o luxo de ser meu próprio chefe. - Uma parte minha queria continuar ali.

- Vou dizer pra Grace que está reclamando dela. – Bati em seu braço.

- Te aquieta. – Peguei minha bolsa que estava no chão. – Tchau. – Ele me puxou para um beijo rápido.

- Tchau. – Falou depois que me soltou beijou minha testa antes de eu me virar e ir embora da sala.

**

Henry...

Fiquei olhando-a desaparecer pela porta da sala de reunião rebolando me deixando seu cheiro, seu toque, seu gosto e em um caso sério de bolas roxas. Me encostei na mesa para relaxar e ficar em um estado que desse pra sair pela empresa. Sorri ao lembrar dela ali comigo, tão cheia de pudor e do jeito que sua boca entortou quando ela falou sobre as mulheres com as quais eu dormi. “Chega, pode parar de frescura.” Me forçei a afastar ela dos meus pensamentos.

Tentei me concentrar o resto do dia no trabalho, mas não foi fácil, aquela ruiva vira e mexe aparecia em minha mente para desestabilizar, seu cheiro estava em mim, tive que me controlar para não chamar ela pra sair, preciso parar de querer vê-la sempre, a sensação que fica em meu estômago quando a vejo é anúncio de algo nada bom.

Ao fim do expediente, coloquei meu terno e rumei para fora do escritório e fui em direção ao estacionamento, comecei a dirigir, adoro dirigir para esfriar a cabeça, por fim decidi ir a minha boate com o John, tudo que eu preciso agora é sair com alguém, estou a tempo demais dormindo com uma mulher só, por isso tenho andado pensando tanto nela. Logo eu que sempre disse que figurinha repetida não completa álbum. Cheguei na boate e subi direto para a área vip, sentei em um sofá com uma mesa pequena a frente e pedi um whisky.

Depois de um tempo eu vi um uma mulher no bar olhando para mim, pelo visto não ser difícil encontrar alguém,  ela é muito bonita, cabelos loiros ondulados, pele bronzeada, lábios carnudos, um vestido dourado colado ao corpo, que quando ela se levantou eu percebi ser bem curto e ter um decote considerável no busto. Ela caminhou até mim quando eu lhe sorri, mal chegou onde eu estava e já foi sentando.

- Boa noite. – Disse com uma voz convidativa.

- Boa noite.  – Respondi a olhando da cabeça aos pés.

- Posso te fazer companhia? – Seus lábios volumosos eram um convite.

- Seria uma honra. – Falei sorrindo de lado. – Aceita um drink?

- Claro. 

Nós conversamos por algum tempo, ela trabalha com investimentos é uma mulher muito sabia, além de altamente sensual, levei ela para uma das salas de reunião que tem na área vip, onde eu e John ficamos quando temos de resolver algo, elas têm um sofá confortável e uma mesa moderna com tampo de vidro. Pouco tempo depois que estávamos a sós eu segurei seu rosto e a beijei, ela gemeu quando mordi seu lábio inferior e em pouco tempo estava montada no meu colo se esfregando em mim. Cada gemido que ela dava parecia errado, seu gosto era errado, seu toque me fazia querer afasta-la, pelo único motivo de ela não ser a única mulher no mundo que eu queria comigo naquele momento.

“ Que merda você fez comigo Meg? Por que eu não consigo querer outra pessoa? Por que todo toque que não seja o seu me parece errado? Você quer me levar a loucura? Você me enfeitiçou.”

- Algum problema? – Quando eu ouvi a mulher falar percebi que estava estático.

- Nenhum. - Sorri movendo minhas mãos por suas costas.

Tornei a beija-la tocando seu corpo na tentativa de tirar a imagem da Meg de minha mente, mas ela não saia e o meu amigão parecia menos propício a ela ainda, por que dormia dentro da cueca como se tivesse sido dopado, nem mesmo quando ela rebolou em meu colo se esfregando sem pudor e o tocou ele quis entrar na brincadeira, acho que se ele tivesse mão teria dado um tapa na mão dela por toca-lo.

- Foi muito bom te conhecer. – Falei a colocando de lado e me levantando. – Mas, agora tenho que ir.

- Mas já? Ainda nem chegamos na parte principal. – Ela falou manhosa.

- Já. Até mais. – Falei a conduzindo para fora da sala e fechando a porta atrás de nós.

Sai dali sem olhar pra trás, estava frustrado e perplexo. Quando que eu me tornei esse homem? Nunca fui de negar fogo, ainda mais com uma gostosa daquelas, mas nada parece certo sem a Meg, aquela mulher está tomando posse de mim. Sem perceber eu dirigi direto para o seu apartamento, tudo que eu queria era entrar ali e ter ela em meus braços.

Mas, ao invés disso depois de ficar um tempo olhando para o prédio eu dirigi para o meu próprio apartamento com os pensamentos longe, jamais iria atrás dela com o cheiro de outra mulher em mim, depois de beijar outra. "Por que o que eu fiz hoje parece tão errado?"

Quando eu cheguei no meu apartamento fui direto para o banheiro, eu me sentia sujo, mesmo sabendo que não tinha nada de errado no que eu tinha feito. Tomei banho esfregando meu corpo até a pele ficar avermelhada.

**

Meg...

Hoje é finalmente o dia do baile da Glamour, finalmente a Natalie vai ter sossego e me dá sossego, por que ela anda uma pilha de nervos, até consultora de moda eu me tornei, mesmo ela sabendo que eu não sou a melhor pra isso. Hoje tivemos um dia de beleza, segundo ela precisávamos nos preparar para o evento .mais importante do ano e tudo tinha que está perfeito.

- Temos que parecer com princesas do século xv.

- Você sabe que elas eram bem mais robustas, não tinham uma higiene tão espetacular, e muito provavelmente possuíam cicatrizes de alguma doença, não é Natalie?  - Eu falei me divertido ou vê-la revirar os olhos. – E isso só pra começar, vou nem falar dos dentes.

-Ai deixa de ser estraga prazeres. – Ela reclamou e eu ri.

- Estou sendo realista é diferente. - Dei de ombros.

- É o que os estraga prazeres dizem. – Ela rebateu me fazendo rir ainda mais com seu mau humor.  –Como princesas de contos de fadas então.

- Mais apropriado. – O baile da Glamour era um dos eventos mais famosos de Londres, onde as mulheres aproveitavam para abusar dos vestidos rodados e joias extravagantes, apesar de nunca ter ido antes eu estava acostumada a ver as fotos.

- Eu vou lhe mostrar todos os modelos que fiz. – Ela falava empolgada enquanto fazíamos as unhas. – Tem uns muito lindos.

- A senhora fez vestidos para o baile anual da Glamour? – A moça que fazia suas unhas perguntou a encarando com um olhar de admiração.

- Fez sim a senhora Lawrence aqui é a melhor estilista de Londres. - Apontei para ela.

- Eu tenho é a melhor amiga isso sim. – Natalie falou e nós rimos.

- A senhora também trabalha com moda? – A moça que fazia as minhas unhas perguntou.

- Não eu trabalho como roteirista.

- A senhora Taylor é uma excelente escritora ainda será muito reconhecida. – Natalie falou. – Ela trabalha na emissora Green. - Amigos né? Eles inflamam nosso ego e isso as vezes é muito bom.

As duas moças nos olharam admiradas e eu não pude deixar de rir, depois que as unhas estavam feitas e nossos cabelos devidamente hidratados pudemos enfim almoçar. Fomos a um restaurante próximo ao salão onde estavam e parece de outras pessoas que estavam na região tiveram a mesma ideia por que apesar de ser quase 15:00 horas o lugar estava cheio. Quando terminamos de almoçar e saímos para a rua uma sensação de que tinha alguém me observando não me deixou, olhei pros lados e não vi ninguém, mas a sensação me acompanhou até entrarmos no carro.

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E esse baile hem?  O que será que vai acontecer?

Até o próximo capítulo.

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