Capítulo 25.
Henry...
Acordei com a luz da manhã entrando pela fresta da cortina, abri os olhos e por um momento fique confuso ao constatar que não estava no meu quarto, senti um peso sobre meu corpo, olhei para baixo e vi um emaranhado de cabelos alaranjados sobre mim, sorri lembrando da noite anterior, depois da terceira foda conversamos até ela cair no sono sobre o meu peito, onde ainda permanecia, meu braço estava um pouco dormente.
O que essa mulher está fazendo comigo?
Não lembrava a última vez que eu tinha dormido com uma mulher e isso nunca tinha acontecido de livre e espontânea vontade como agora, das poucas vezes que eu dormi com alguém depois do sexo foi por que eu estava muito bêbado e acabei pegando no sono. Ela se mexeu um pouco acariciando meu peito.
- Bom dia. – Falei ainda a olhando.
- Bom dia. – Ela respondeu com uma voz manhosa e levantou a cabeça me olhando com um sorriso nos lábios.
- Dormiu bem?
- Como uma pedra. – Ela disse se remexendo. – Nossa seu braço deve estar dormente. – Falou se afastando de mim.
- Não importa.
Ela se sentou e o lençol deslizou para baixo deixando seus seios à mostra me fazendo acordar por completo, ficou imóvel por alguns minutos e começou mexer a boca sem sair som algum.
- Isso. – Ela exclamou animada. – Me passa esse caderno que está ao seu lado. – Ela pediu me apontando um caderno de capa preta que está sobre o móvel ao meu lado na cama.
- Esse? – Falei o entregando.
- Obrigada.
Ela pegou o caderno e o lápis que estava preso ao arame dele, abriu em uma página marcada por um clipe vermelho, virou umas três páginas já preenchidas e começou a escrever. A observei escrevendo, ela estava concentrada e tamborilava o lápis sobre a folha enquanto lia o que escreveu, mordia o lábio inferior pensativa e voltava a escrever.
- Você mantém um caderno com ideias? – Perguntei quando ela fechou o caderno e colocou sobre o móvel ao seu lado.
- Sim mantenho, mas o caderno de ideias é esse aqui. – Ela falou levantando um caderno de capa colorida cheio de etiquetas.
- Todas essas são ideias de histórias? – Perguntei.
- Sim, algumas para livros próprios outras de histórias de algum personagem para integrar outro livro. – Ela falou devolvendo o caderno para onde tinha tirado.
- Nossa, acho que eu deveria ter insistindo mais nos direitos de publicação, devia ter deixado a rescisão mais alta. Poxa. – Brinquei
.
- Besta. – Ela falou rindo.
- E o caderno preto é seu diário? O seu Death Note? – Perguntei me aproximando dela.
- Boa ideia a do Death Note. – Ela gargalhou. – Mas, é meu caderno de roteiro, nele eu escrevo os passos do meu livro, o caminho que eu devo seguir, eventos importantes e eu estava com um impasse no início do segundo livro que acabei de resolver.
- Você já está escrevendo a continuação?
- Claro, já tenho ideia pra todos os 4.
- Então eu fui a sua inspiração para sair do impasse? – Perguntei colocando meu corpo sobre o seu. – Acho que mereço agradecimento não.
- Eu lhe agradeço. – Ela falou selando nossos lábios. – Agora sem querer ser indelicada, já passa das 10:00 e eu preciso começar a escrever, já que não escrevi uma linha sequer ontem, então vou fazer café pra gente.
- Espera um beijo antes. – A puxei para o meu corpo, sempre gostei de sexo, mas ela mulher me deixa insaciável.
**
Meg...
Depois de transarmos de manhã por que esse homem é irresistível e insaciável, eu saí cama e fui ao banheiro, trancando a porta quando ele fez menção de me acompanhar, minhas pernas estavam levemente bambas, meu coração ainda estava disparado, eu tenho certeza que se ele se enterrar em mim de novo minha florzinha vai pular do meu corpo e sair andando em busca de paz. Bem que eu o queria dentro de mim de novo, mas florzinha coitada não aguenta nem um OB. “Meu Deus como está safada, já não basta o que fez a noite toda vadia?" a mulher conservadora que habita em mim falou me repreendendo. “Me deixa em paz.” A outra parte de mim interveio.
- Se você quiser tomar banho pode usar o banheiro do outro quarto. – Falei colocando a cabeça para fora do banheiro e vendo ele sentado na minha cama ainda nu com meu caderno de roteiro nas mãos.
- Eu queria era tomar banho com você.
- Deve ter escova nova na primeira gaveta, Ellen sempre guarda umas 3. – Falei ignorando-o e voltando para o banheiro.
Liguei o chuveiro na água fria e fiquei debaixo deixando a água lavar meu corpo relaxando meus músculos, lavei os cabelos, passei sabonete, depois do banho escovei os dentes, peteei os cabelos e os deixei soltos ainda molhados, sai do banheiro enrolada em uma toalha e fui para o closet. Vesti uma lingerie, um shortinho solto e curto e uma blusa do Iam que apesar de não ficar tão larga ficava muito cumprida a ponto de quase cobrir o short.
Sai do quarto e vi a porta do quarto de Ellen aberta, eu achava que ele já teria metido o pé, fui até a cozinha e fiz um suco de abacaxi, e algumas panquecas. Ele apareceu quando eu colocava as panquecas em um prato sobre o balcão.
- Você gosta de blusa masculina? – Ele falou, a blusa visivelmente grande pra mim.
- É do Iam, sempre que eu durmo lá acabo pegando uma blusa pra mim. – Respondi sorrindo e ele franziu o cenho.
- Achei que fossem apenas amigos.
- E somos ue, eu não preciso transar com ele pra dormir na sua casa ou vestir sua roupa. – Falei me irritando. – Deixa que ser maldoso. – Bati em seu ombro. – Agora leva isso pra mesa. – Disse apontando para as panquecas e as torradas que eu acabara de tirar da maquina.
Ele me obedeceu e eu levei uma jarra de suco de abacaxi, creme de queijo cremoso e algumas frutas, depois peguei os utensílios e voltei para a mesa me sentando.
- Quer que eu pegue o café? – Ele me perguntou.
- Eu não fiz café, não tomo e a bem da verdade sou péssima fazendo.
- Como assim não toma café?
- Não tomo ue, eu não gosto, só bebo se estou muito nervosa ou chateada.
- Você é estranha. – Falou franzindo o cenho.
- Agora pronto. – Disse fingindo indignação. – Não tenho mais nem o direito de não gostar de café.
Depois do café da manhã ele foi embora, voltei para a sala e me joguei no sofá. “Você transou com ele agora vida que segue, nada de repetir a dose, não quero me envolver com ele". “Mas, ele é tão gostoso...” “Não quero saber, chega desse homem.” “Foda se, tu tá com fogo nesse rabo, já deu pra ele agora se aquieta.”
- O infeliz tinha que ser tão bom de cama? – Falei e voz alta.
Me levantei do sofá, pronta para espantar as vozes que travavam briga em minha cabeça, eu e Henry temos uma conexão foda na cama, ele me dá prazer de um jeito incrível, mas a minha voz sensata tem razão é melhor não voltar a acontecer, temos trabalho junto.
Todos os meus pensamentos a esse respeito para a minha paz e felicidade fugiram da minha mente assim que eu comecei a escrever, passei a maior parte do dia assim, almocei algo requentado do dia anterior, só parei a noite quando Natalie apareceu na minha porta com uma garrafa de vinho em uma mão e um pote de pipoca na outra me perguntando cada detalhe da noite anterior.
- Me conta como foi? Rendeu né? Por que ele saiu daqui bem tarde e com um sorriso de quem fodeu muito.
- Safada. – Falei rindo. – Sim a noite foi boa, a manhã também. – Comecei a contar e aí a Ellen e nos três ficamos falando da minha noite passada e depois um assunto ligou o outro.
**
Meg...
Eu tive três reuniões hoje, TRÊS, eu amo meu trabalho, mas puta merda, é muita falação, gosto do processo criativo, agora eu tenho uma leitura de roteiro pra acompanhar, já que Jackson não esta na empresa hoje. Estou bem cansada e olhe que ainda é quarta feira.
Depois que eu sai da leitura de roteiro voltei para a minha sala e tomei um puta susto quando me deparei com um homem sentado na minha cadeira.
- Puta merda Henry. – Reclamei levando a mão ao peito. – Assim você me mata de susto.
- Se for pra eu te matar prefiro que seja de prazer. – Ele disse sorrindo malicioso e se levantando.
- O senhor está muito cheio de graça senhor Green. – Falei desviando dele. – A que devo a honra de sua visita.
- Tenho alguns pontos para discutir com você acerca da publicação do seu livro. – Ele falou ajeitando a gravata azul que usava. – Por isso eu vim lhe chamar para jantar, assim podemos falar melhor.
- Jantar? – levantei uma sobrancelha.
- Sim já está tarde, achei que poderíamos unir o útil ao agradável. – Falou dando de ombros.
- Está bem, me diz onde fica o restaurante que eu te encontro lá.
- Pensei em te esperar e irmos juntos eu tenho que falar com Grace ainda.
- O trabalho de CEO é moleza assim? – Perguntei me divertindo. - Pra você ter tão pouco o que fazer que vai ficar por aqui.
- Vai sonhando, já fim uma caralhada de coisa hoje. – Falou fazendo careta.
- Que seja. – Ri dando de ombros. – Então, mas eu estou de carro hoje de qualquer forma lhe encontro lá.
- Vamos no seu carro então, estou com o motorista hoje.
- Você quer ir comigo dirigindo? – Perguntei me divertindo. “Isso vai ser engraçado.”
- Por que? Algum problema?
- Não, vou adorar levar você. – Isso vai ser divertido.
Ele me deixou sozinha e eu voltei a trabalhar, mas agora estava bem mais animada que antes, só esperava ver a cara dele quando eu estivesse dirigindo. Não era atoa que meus amigos nunca me deixavam ser a motorista da rodada. Revisei as coisas que estavam pendentes, revisei a agende do dia seguinte e preparei uns documentos. Passava das 19:00 horas quando eu finalmente dei fim ao meu expediente. Liguei para a sala da Grace e pedi que avisasse a ele que eu estava pronta para sair.
Ele desceu em pouco tempo e nós seguimos para o estacionamento, entramos no carro de Ellen, colocamos os cintos e eu dei a partida.
**
Henry...
Eu não entendi o sorriso debochado da Meg quando nós entramos no seu carro, resolvi não perguntar também, coloquei o cinto de segurança e ela deu a partida. Quando o primeiro sinal fechou a nossa frente eu entendi o porquê do seu sorriso, ela freou bruscamente me fazendo ir pra frente e na hora de sair novamente estancou umas 3 vezes.
- Tá aprendendo a dirigir? – Um cara em uma moto perguntou em meio a um riso.
- Vai se fizer arrombado. – Mostrou o dedo do meio pra ele e deu partida.
Ela acelerou o carro com vontade, se manter na pista era algo que aparentemente ela não conhecia por que ficava ziguezagueando de um lado para o outro a gota d’água foi quando ela fez uma curva e passou com dois pneus sobre a calçada a centímetros de um poste. “Hoje que eu morro.”
- Puta que pariu. – Exclamei. – Vai pelo menos devagar ruiva.
- Estou indo normal.
Me segurei no banco quando ela quase atropelou um cachorro que atravessou correndo, devia ser crime deixar aquela mulher dirigir, alguém tem que tipificar essa ação, ela quase bateu em um carro ao parar em uma faixa de pedestres. “Por que eu tinha que escolher um restaurante tão longe?" "Por que o Salt não fica mais perto?" Isso é tentativa de homicídio tenho certeza. Me segurava ao banco como se aquilo fosse salvar a minha vida.
Tenho certeza que Meg é a pior motorista que existe, quem deu as chaves do carro pra ela devia ser preso por auxiliar para a execução de um homicídio. “Meu Deus eu sei que não fui um filho muito presente e que eu tenho dúvidas do senhor, mas por favor me tira dessa. Eu tenho uma vida inteira pela frente”
- Meg meu anjo que tal você encostar e eu dirigir?
- Nem pensar, nós já estamos perto. – Ela respondeu irritada.
Não disse mais nada, só apertei ainda mais o banco, a ponto de deixar os nós dos meus dedos sem cor. Minha vontade era tomar o volante das mãos assassinas dela, mas eu sabia que aquilo podia ser pior. Dei um grito de susto quando ela passou o carro de uma vez na frente de uma caminhão, fazendo o motorista buzinar e xingar.
Seguimos caminho com ela invadindo a faixa contrária algumas vezes, por sorte o trânsito não estava tão pesado naquela hora, pulei no banco quando ela passou com tudo por um quebra-molas a fim de chega ao sinal antes de ele fechar, por pouco não causamos um acidente naquele cruzamento.
Quando ela finalmente parou o carro na frente do restaurante e eu saí de dentro dele quase beijo o chão de tão feliz que fiquei em está vivo, obrigada Deus. Espero nunca mais ter que entrar em um veículo dirigido por essa louca, eu queria tomar as chaves dela e esconder seu carro para nunca mais ela voltar a dirigir.
- Meg você fez de propósito ou você é ruim assim mesmo? – Falei enquanto andamos por onde a hostess nos indicou.
- Eu dirijo sempre desse jeito, pergunte aos amigos, eles nunca me deixam ser a motorista da rodada, se recusam a me deixar dirigir. – Ela falou ignorando a cadeira que eu puxei e sentando na oposta. – Ellen diz que me ama, mas prefere atravessar o canal da mancha a nado sem saber nadar do que entrar num carro que eu seja motorista. Aquela exagerada. – Ela riu.
- Pelo visto não é exagero. – Ela deu uma risada gostosa.
- Deixa de ser medroso. – Falou com gesto de mão desdenhoso.
- Medroso? Eu quero viver. – Meu coração ainda estava acelerado.
- Aff Henry você é exagerado demais também. – Ela revirou os olhos. – Vocês parecem saídos de um tele novela,
- Exagerado não meu anjo eu nem sabia que era possível ser tão ruim assim. – Falei rindo e ela me mostrou o dedo do meio, me fazendo rir ainda mais.
- Sabe o que é engraçado? – Ela falou enquanto analisava o cardápio. – Eu sou boa pilotando um barco.
- Não sei se tenho coragem de pagar pra ver. – Respondi e ela bateu no meu braço.
- Idiota.
Fizemos o pedido, e ficamos tomando vinho e conversando sobre alguns pontos para publicação do seu livro, vimos o que ela queria na capa, o livro já estava na fase final de revisão, depois disso faltaria somente organizar os elementos pré textuais e estaria pronto para a impressão.
- E quanto tempo vocês querem usar para a divulgação.
- Na verdade pretendemos começar assim que tivermos o layout da capa, por isso quero marcar a reunião na próxima semana para resolver isso.
- Está bem então, é só marcar. – Ela falou levando uma porção de comida para a boca. – Só não pode ser na quarta por que eu vou passar o dia no set.
- O filme que você roteirizou? – Perguntei.
- Isso mesmo. – Ela falou abrindo um sorriso. – Últimos testes de elenco.
**
Meg...
O jantar transcorreu calmamente, falamos muito sobre o livro, sobre o filme que eu roteirizei, sobre a vida, sobre mim. Falamos muito sobre mim, ele perguntou da minha relação com meus pais e sobre eu ter abandonado tudo, também falamos um pouco sobre ele e sobre a sua família.
- As coisas com os seus pais você acha que são irreversíveis? – Ele me perguntou depois que falou do seu pai.
- Eu não sei, sinceramente eu não sei. – Falei suspirando. – Quando eu voltei pra Manchester pro casamento da Lisa eu e minha mãe conversamos, ela me pediu desculpas por ser distante e tem tentado entrar em contato mais vezes.
- Então você acha que com ela as coisas podem voltar a se ajustar?
- Acho que a gente pode tentar iniciar um relacionamento de mãe e filha, não vou dizer que será o melhor ou que o passado vai desaparecer, por que muita água passou por baixo dessa ponte e isso deixa marcas sabe. – Eu falei olhando seu rosto. – Ela não foi minha mãe nos momentos que eu mais precisei, cada vez que eu caí me levantei sem a ajuda da minha mãe. Você tem noção do que é a mãe da sua amiga te ligar mais pra saber como você está mais do que a sua própria mãe? O que é ela saber pelos problemas que você passa quando sua mãe não faz ideia?
- Não tenho, sinto muito. – Ele falou baixando a cabeça. – Espero que você e sua mãe possam pelo menos se aproximar um pouco.
- Sabe eu só queria que ela tentasse entender que eu sou feliz assim. Que essa é avida que eu quero pra mim.
- Ela vai. – Ele sorriu me animando. – E o seu pai? – Fiz uma careta.
- Meu pai e mais difícil, ele quer controle em tudo, sobre a empresa, a esposa, a casa, as filhas ele já até decidiu quando a Lisa vai ter filho.
- Eu não creio. – Henry arregalou os olhos.
- Pois acredite. – Fiz uma pausa. – Mas, enfim, eu não sou mais assim e ele odeia isso, não admite não ter controle sobre a minha vida, me expulsou de casa por que achou que eu ia desistir, ameaçou me ditar do tratamento por que achava que eu ia voltar pra casa. E quando nada funcionou, como costuma funcionar com as minhas irmãs ele preferiu fingir que eu não sou sua filha.
- E ficou irritado quando você seguiu em frente.
- Exatamente, aí ele passou a esperar meu fracasso e não perde a oportunidade de passar na cara, ele não consegue enxergar o que eu faço como uma profissão digna. – Suspirei. – Aí agora que ele soube da publicação fez um escândalo por que eu não ia usar o seu sobrenome, mas foi ele mesmo que me levou a trocar de nome.
- E você não se arrepende?
- Não. Eu me arrependo de algumas coisas nessa vida, mas isso não é uma delas. – Eu não estendi por que a conversa vinha tão fácil com ele. Além das meninas e do Iam eu não falava com mais ninguém as coisas que sentia, ele também não parecia ser de se abrir pra todo mundo e tinha acabado de me falar sobre o pai com os olhos marejados.
- Seria muito escroto da minha parte dizer pra você ter paciência com seu pai?
- Seria. – Respondi sem paciência.
- Olha. – Ele pegou minha mão sobre a mesa. – Eu sempre tive uma relação Boa com meu pai, mesmo que tivéssemos divergências quanto a empresa e o jeito que eu levo minha vida.
- Como um Casanova?
- Olha usou até as palavras dele. – Ele falou rindo alto, mas, não o suficiente para chamar atenção. – Mas, enfim, apesar das nossas discussões tínhamos uma boa relação, e quando ele morreu nós tínhamos feito as pazes poucos dias as antes. – Eu podia ver a emoção em seus olhos. – Eu nunca me perdoaria se ele morresse brigado comigo se as últimas palavras que eu dissesse pra ele tivessem sido no calor de uma discussão. – Uma lágrima rolou pelo seu rosto, levei minha mão até ele e a sequei. – Só de pensar isso meu peito dói, seu pai não vai está aí pra sempre, você não vai querer viver com remorso, não estou falando para você fazer as pazes e esquecer tudo que aconteceu, só para você pensar se não vale a pena tentar uma relação amigável.
Eu não sabia o que dizer, fiquei ali absorvendo as palavras, não acho que ele esteja errado, mas, também não é por que ele é meu pai que eu vou deixar ele me humilhar, me controlar, me deixar mal, sangue não é tudo, laços familiares são mais sobre amor do que sobre linhagem sanguínea para mim. Mas, em toda a minha vida eu nunca tinha tentado uma segunda chance com o meu pai, ou eu aceitava as coisas ou me rebelava, nunca um meio termo.
Depois de um tempo quieta o Henry puxou outro assunto e assim ficamos por algum tempo até eu ver a hora e decidir que estava muito tarde, ainda mais que eu tenho trabalho cedo no dia seguinte. Na volta ele fez questão de dirigir, nem adiantou reclamar.
- Você não devia dirigir. – Ele falou sério. – O Departamento de Trânsito devia tomar sua carta e fazer um alerta de perigo.
- Besta. – Bati na sua perna.
- Olha, agora falando sério. – Ele me olhou quando um sinal fechou e depois voltou a olhar para a estrada a nossa frente. – Você é péssima, isso é perigoso, você devia fazer aulas de direção se pretende continuar dirigindo.
- Todo mundo me fala isso. Alguns não tão gentis.
Ele riu, seguimos o resto do trajeto em silêncio, eu olhava para o caminha a nossa frente, via os carros passando na faixa ao lado e me perguntava como eram as pessoas que estavam ali dentro, seus problemas, suas conquistas, seus amores.
Acordei no meu transe quando o carro parou em frente ao meu prédio e só então percebi que eu estava com a mão em sua perna a acariciando. Ele desceu do carro comigo.
- Quer que eu coloquei o carro na garagem?
- 1° eu sei colocar um carro na garagem. – Falei com a mão na cintura e ele riu. – 2° pode levar o carro, depois você manda alguém devolver depois.
- Você está me mandando embora?
- Você esperava que eu te chamasse pra subir? – Respondi com outra pergunta.
- Me dá pelo menos um beijo então. – Ele se aproximou de mim.
Antes que eu dissesse alguma coisa sua boca estava na minha, seus lábios pressionados contra os meus, sua língua pedindo passagem, ele passou um braço pela minha cintura colando nossos corpos, minhas mãos foram para o seu pescoço, nossas línguas travavam uma dança gostosa e sensual. Parei nosso beijo bando alguns selinhos nele.
- Boa noite.
- Boa noite. – Ele disse e deu outro selinho antes de me soltar.
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Então eu sei que o capítulo ficou um pouco grande, mas eu precisava escrever tudo isso nele.
Espero que gostem.
Espere cenas dos próximos capítulos.
Vote e comente. 😊
Até sexta.
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