Capítulo 23.



Meg...


Estava sentava em uma cadeira confortável próxima a uma janela, descansando um pouco os pés, Iam tinha saído pelo salão, mas desta vez não era atrás de empresários, aquele safado tinha visto uma mulher e deu no pé. Senti alguém sentar ao meu lado e uma descarga de energia passou do seu corpo para o meu quando ele tocou meu braço, antes de eu olhar já sabia de quem se tratava.

- O que faz aqui sozinha? – Henry perguntou com sua voz rouca.

- Descansando um pouco. 

- E o seu amigo?

- Você já viu o tanto de mulher bonita que tem aqui? – Fiz um gesto para o salão.

- Estava mais ocupado apreciando a beleza de uma ruiva bem brava.

- Até parece. – Eu ri me contendo para não sair alto demais, mas o riso morreu quando olhei para ele e vi aqueles olhos azuis me olhando com desejo. Engoli em seco e me levantei. – O que me diz de uma dança?

- Adoraria. – Ele pegou minha mão sorrindo de lado e me levou até a pista.

Coloquei uma mão em pescoço e a outra estava na sua, ele apoiou a mão livre em minhas costas, tocando a pele exposta na base da minha coluna me fazendo arrepiar ao seu toque. Ele começou a me guiar ao som da música, não sabia que um homem daquele tamanho podia ser tão gracioso, dançamos de um lado para o outro em movimentos lentos e ritmados, ele soltou a minha coluna para poder me girar e depois voltamos a nos unir.

Rodopiamos juntos tomando um certo espaço do salão e chamando atenção de alguns olhares curiosos, nos separamos novamente e ele me puxou de uma vez me fazendo ir de encontro ao seu peito,  olhei para cima e ele me encarava sorrindo. Quando essa música acabou, começou a tocar uma mais lenta e eu coloquei as duas mãos em volta do seu pescoço depositando minha cabeça em seu ombro, suas mãos foram para a minha cintura e me puxaram para que ficássemos completamente colados. Uma parte minha dizia que eu não deveria estar ali, que deveria ter ido embora depois da outra dança.

Depois um homem se aproximou pedindo a honra de uma dança, vi Henry fechar a cara e aceitei a dança me divertindo em ver seu rosto contrariado ao me soltar, depois de uma dança me livrei do homem e voltei a circular pelo salão. Voltei a encontrar o Henry, conversamos um pouco até um homem o chamar e eu voltar a andar, algumas pessoas falaram comigo e fui gentil, por fim encontrei o Iam com o John conversei um pouco com eles e quando olhei meu relógio já passava da meia noite, o salão estava começando a ficar mais vazio.

- Já passa da meia noite e está na hora da Cinderela ir embora. – Falei para os dois a minha frente.

- Espere mais um pouco e eu te levo em casa. – Iam falou.

- Qual é eu tô vendo o jeito que aquela loira tá te olhando, sabe que não sou empata foda. – Ele sorriu. – Se divirta, boa noite meninos. – Mandei beijos para eles antes de sair.

- Boa noite. – Os dois falaram sorrindo.

Passei pelo Henry perto de onde estávamos conversando com uma mulher em um vestido preto, ele me seguiu com os olhos, parei no balcão perto da porta de saída para pegar minha bolsa e ia me virar para a porta quando uma mão me impediu e pela corrente que passou por minha pele era o Henry.

- Já está indo? – Perguntou me olhando nos olhos.

- Sim, já deu minha hora.

- Eu te levo em casa então.  – Ele falou pegando o celular no bolso da calça.

- Não tem necessidade, fique, se divirta. – Falei sorrindo, sabia que aquela não era uma boa ideia.

- Prefiro lhe acompanhar. – Ele insistiu. – Estou de saída. – Falou ao telefone e se voltou para mim. – Vamos?

- Vamos. – Falei contra tudo que meu cérebro alertava e deixei que ele me guiasse para fora do hotel.

- Senhor Green. – Um homem de uns 40 anos o cumprimentou assim que nos aproximamos de um carro grande e preto. – Senhorita.

- Franck, essa é Margareth Taylor.  – Ele me apresentou segurando a porta para eu passar.

- Oi. – Disse antes de entrar no carro e ele me deu um aceno de cabeça. 

Henry entrou logo em seguida fechando a porta e Franck se acomodou no banco do motorista, claramente ele não era um motorista comum, mas também um segurança, percebi pelo seu porte e principalmente pelo jeito que agia.

- Para onde senhor?

- Para a casa da senhorita Taylor. – Disse dando ao homem meu endereço. – A não ser que prefira ir para a minha casa. – Ele falou se virando para mim e eu vi Franck abrir mais os olhos por alguns segundos.

- Me chame de Meg, acho que já nos conhecemos o suficiente para isso. – Eu falei para ele. – E para a minha casa está ótimo. – Sorri.

Chegamos no meu endereço rapidamente, sai do carro me despedindo de Franck e ouvi a outra porta abrir e Henry descer também, ele parou de frente pra mim e naquele momento eu me senti uma adolescente saindo do primeiro encontro, ele tocou meu rosto e sorriu chegando mais perto.

- Não vai me dá um beijo de boa noite? – Ele perguntou travesso.

- Você merece? – Entrei na brincadeira.

- Como não? Fui ótimo a noite inteira.

- Foi né. – Sorri. – Talvez mereça. Foda-se todos os meus extintos.

Cheguei mais perto dele, apoiei minha mão em seu peito segurando sua gravata e o puxando para mim, toquei nossos lábios brevemente e me afastei sorrindo, ele colocou a mão em minha nuca e me puxou, me beijando com desejo, sua língua pediu passagem e eu dei com vontade, sua outra mão foi para as minhas costas e eu agarrei os cabelos de  sua nuca puxando levemente. Ele puxou meus cabelos para obter controle da minha boca e eu gemi em seus lábios o fazendo sorrir. Nossos corpos estavam colados, minha calcinha já estava molhada e eu podia sentir sua ereção se formando. Separei nossas bocas saindo do seu agarre.

- Pronto, seu beijo de boa noite. – Falei me afastando. Ele segurou meu pulso me puxando de volta para si.

- Vai mesmo me deixar assim ruiva? – Ele falou aproximando a boca do meu ouvido. – Explodindo de tesão.

- Você é grandinho, pode se virar sozinho. – Respondi sorrindo.

- Você é uma mulher muito má Meg. – Ele falou mordendo meu lábio.

O beijei novamente e fui embora ofegante deixando ele me olhando, eu podia sentir seu olhar queimando em mim, mas não me atrevi a olhar para trás, sabia que se fizesse isso estaríamos transando no meu apartamento em pouco tempo e eu não sabia se isso era uma boa ideia, transar com o dono da Editora que ia publicar meu livro.

**

Meg...

Em um piscar de olhos já era sexta feira, o filme que eu fiz o roteiro estava em fase de pré produção e hoje eu tinha uma reunião com a diretora do filme e a noite tinha uma recepção com alguns investidores da qual eu não poderia escapar já que não tinha comparecido a nenhuma delas desde que cheguei na empresa.

Hoje eu usava um vestido azul de mangas, que terminava a cima do joelho e tinha um cinto dourado e meus amados sapatos pretos com a parte de baixo vermelha, não fui dirigindo por que voltaria tarde e preferi não arriscar.

Para minha comodidade e alegria a reunião com a diretora aconteceu na minha sala mesmo. O resto da manhã passou em um piscar de olhos, fui ter tempo de parar para almoçar depois das 14 horas e comi qualquer coisa que comprei na lanchonete da empresa mesmo, voltei para a sala e trabalhei o resto do dia, nem percebendo a hora passar, estava anotando umas ideias para a continuação do meu livro que eu acabara de ter quando meu celular tocou na minha mão me assustando, olhei o identificador, mas era um número desconhecido, pensei duas vezes antes de atender.

Ligação on*

- Alô?

- Alô Meg? – Essa era uma das últimas pessoas de quem esperava receber uma ligação. Só ficaria mais surpresa se fosse meu pai me ligando.

- Nathan? – Perguntei sem acreditar.

- Sim, eu peguei seu número com a sua mãe espero que não se incomode. – Ele falou com um pouco de receio.

-Imagina, claro que não. Está tudo bem. – Mas o que eu me pergunto é o que ele quer e por que minha mãe deu meu número.

- Você ainda está no trabalho eu lhe atrapalho? – Perguntou.

- Sim eu estou no trabalho, mas não se preocupe hoje eu não saio da empresa tão cedo, tem uma recepção aqui. – Fiz uma pausa mexendo em um lápis. – Mas, a que devo a honra da sua ligação? – Fiz graça.

- É que eu estarei em Londres na próxima semana para uma conferência de neurocirurgia, e queria saber se você topava me vê. – Ele disse de uma vez. – Você e a Ellen. – Ele acrescentou rápido.

- Eu aceito, faz tempo que a gente não senta para conversar. – Respondi depois de uma pausa. – Mas, a Ellen vai ter que recusar ela está em Mumbai estudando.

- Mumbai, tipo na Índia? – Ele perguntou surpreso. 

- Exatamente.

- Nossa. – Nessa hora Jackson entrou pela minha porta.

- Um instante. – Pedi a Nathan e afastei o celular do ouvido.

- Você já vai descer? – Jackson perguntou.

- Já está na hora?

- São mais de 19:00 horas Meg.

- Eu nem vi o tempo passar. – Respondi. – Vou só terminar a ligação e passar no banheiro e já desço.

- Eu lhe espero. – Ele falou e eu só assenti.

- Nathan eu tenho que ir, o trabalho me chama. – Falei depois de colocar o telefone novamente no ouvido. – Você me liga na semana que vem pra gente marcar de se vê?

- Com certeza. – Ele disse contente. – Até depois então.

- Até.

Ligação off*

Guardei o celular na bolsa e sai da sala, as vezes eu me perguntava como seria a minha vida se eu não tivesse largado o Nathan, se eu tivesse o amado, será que ele teria me seguido e me apoiado no meu sonho? Apoiar eu sei que sim, ele sempre instruiu para eu seguir meu coração. Mas, as coisas tomaram outro rumo e eu só espero que ele encontre uma mulher que lhe ame como merece.

Fui ao banheiro ajeitei meu cabelo, escovei os dentes, passei um batom coreano que não sai da boca nem com reza e sai, fui até a sala de Jackson que estava sentado em um sofá que tinha num canto mexendo no celular.

- Vamos?

- Vamos. – Seguimos em silêncio até o elevador. – Algum problema?

- Não é só que a ligação me pegou de surpresa.

- Alguém do seu passado?

- Sim. Meu ex.

- Aquele homem que esperava por você no dia que eu te levei em casa?

- Não, Nathan e um homem bom, ele foi meu primeiro namorado, é que a gente não teve muito contato desde que acabou.

- Entendo.

A recepção era na verdade um grande jantar, com várias pessoas, falamos sobre os trabalhos que estão para lançar, os que estão para iniciar as gravações e os projetos ainda no papel, Grace me apresentou como uma futura promessa literária e não perdeu a oportunidade de falar sobre o meu livro que seria publicado em breve.

Jackson me deu uma carona de volta para casa e diferente do que eu imaginei até que chegamos cedo em casa, pouco passava das 22 horas quando eu entrei no meu apartamento. Mal tinha tirado os sapatos quando alguém bateu na porta.

- Oi ingrata. – Natalie falou entrando no apartamento. 

- Oi.

- Você quase não tem mais tempo pra mim estou triste. – Ela começou dramática.

- Nem começa Natalie que você está tão atolada de trabalho quanto eu.

- Isso é verdade.

- Que tal tirarmos o dia pra gente amanhã? – Perguntei. – Podemos ir fazer compras, depois fazer uma massagem e a noite podemos chamar Iam e ir para uma boate.

- Você vai mesmo deixar seu dia de criação para sair comigo?

- Mas é claro que sim, como você disse precisamos de mais tempo juntas.

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E essa ligação do Nathan? Será que esse santo quer reza?

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