Capítulo 20.



Meg...

Na manhã seguinte me levantei e fui ao banheiro, tomei um banho, fiz minhas higienes, coloquei um roupão e fui comer algo, tomei café e voltei para o quarto a fim de escovar os dentes e me arrumar, a casa parecia tão vazia sem a Ellen, mesmo que ela não dormisse em casa todos os dias eu sabia que uma hora ou outra ela estaria ali.

Escolhi um vestido preto com branco de mangas curtas e uma sandália branca de salto alto. Passei corretivo nas olheiras, pó, contorno, blush e iluminador, máscara de cílios e um batom vermelho vivo. Eu adoro batom escuro.

Amarrei o cabelo em um rabo de cavalo, peguei o envelope sob o meu colchão e coloquei na bolsa, peguei as chaves e sai do apartamento, eu poderia usar o carro da Ellen, mas prefiro ir de metrô mesmo, já não sou uma excelente motorista e com raiva só ia piorar.

Depois da reunião pela manhã para falar sobre os novos projetos da Editora eu resolvi ligar para o escritório do infeliz e saber se ele teria algum compromisso perto do almoço. Peguei o número com o assistente de Jackson com uma desculpa qualquer.

Ligação on*

- Escritório do senhor Green, bom dia. – Uma voz masculina atendeu.

- Bom dia senhor. – Falei em um tom gentil. – Sou Carolina Brown – Sim eu vou usar o nome da minha irmã ela vai entender – queria confirmar a reunião com o senhor Green ao meio dia.

- Senhorita. – Ele falou sem graça depois de um minuto. – Não encontro nenhuma Caroline Brown na agenda do senhor Green.

- Será que colocaram o nome errado? – Perguntei inocente.

- Senhorita, na verdade depois da reunião de pessoal que está acontecendo nesse momento o senhor Green só tem compromisso marcado as duas da tarde.

- Entendo. Meu assistente deve ter se confundido

- Ou a minha antecessora. – Ele falou baixo. – Comecei nesse posto essa semana. – Disse e eu continuei em silêncio. – Vou falar com o senhor Green agora mesmo.

- Não precisa, eu liguei por que aconteceu um imprevisto e eu terei de viajar de última hora. – Inventei a desculpa mais rápida da minha vida. – Queria remarcar, mas já que nem está marcada, deixa quieto, meu assistente entrará em contato em breve. Tenha um bom dia.

- A senhorita também.

Ligação off*

Desliguei o telefone, passava das 10, terminei uma planilha que tinha começado e me levantei peguei a minha bolsa e fui até a sala do Jackson  pedi para sair um pouco mais cedo para o almoço. Peguei um táxi e me dirigi até o prédio onde funcionava a editora, perguntei na recepção qual a sala da direção e me apresentei como funcionária da Grace.

- Bom dia. – Um homem de cabelos loiros e olhos caramelo me cumprimentou assim que me aproximei com a mesma voz que eu ouvi ao telefone. Espero que ele não reconheça a minha, mas é homem eles não prestam muita atenção.

- Bom dia. Gostaria de falar com o senhor Green .

- A senhorita tem hora marcada?

- Não, mas... – Ele me cortou.

- Senhorita não posso liberar a sua entrada sem hora marcada eu sinto muito. - Ele me olhou.

- Meu querido eu preciso falar com ele agora.

- Eu não posso liberar a sua entrada.

- Então eu entro mesmo assim. – Falei mais alto. Ele abriu a boca mas o telefone em sua mesa tocou.

- Sim senhor tem uma mulher aqui querendo falar com o senhor. – Ele me olhou perguntando meu nome.

- Margareth Taylor.

- Marga... – Ele parou de falar. – Sim senhor. – Baixou o fone do telefone. – Pode entrar senhorita.

- Obrigada.

Entrei na sala sem demora, o escritório era amplo, a mobília era em um tom escuro de marrom que contrastava com o braço das paredes, a parede atrás da mesa era quase que completamente de  vidro. O infeliz estava sentado atrás de uma mesa de mogno com um estilo clássico, estava lindo e imponente vestindo colete e camisa preta com uma gravata vermelha contrastando, em seu queixo alguns fios despontavam. Um terno estava sobre um sofá aparentemente confortável que tinha a um canto.


**

Henry...

Estava em minha sala revisando uma papelada, ando meio aéreo desde cedo e eu detestava isso, precisava me focar no trabalho, tarefa que ficou ainda mais difícil quando começaram a levantar a voz do lado de fora da sala peguei o telefone e disquei a linha do meu assistente.

- Que confusão é essa? – Preguntei assim que ele atendeu. – Tem alguém querendo entrar?

- Sim senhor tem uma mulher aqui querendo falar com o senhor.

- Quem é essa mulher? – Ele demorou um pouco esperando a resposta dela que eu pude ouvir perfeitamente.

- Marga... – O cortei.

- Eu ouvi. – O que ela está fazendo aqui? Ela acha que vou desistir da publicação por causa da sua vida? - Pode deixá-la entrar. – Falei sem paciência.

– Sim senhor. – Baixei o fone do telefone de me recostei na cadeira.

Ela passou pela porta como um furacão,  estava gostosa pra caralho naquele vestido preto e branco, quando virou para fechar a porta eu tive uma rápida visão de sua linda bunda e puta que pariu que bunda. Ela usava um batom Vermelho vivo nos lábios o que fez eu imaginar aqueles lábios em volta do meu pau.

Quando ela se virou para me encarar eu me ajeitei na cadeira vendo que ela não tinha uma expressão muito boa no rosto, parecia preocupara ou com raiva, mas eu não sabia o motivo.

- Você não precisa se preocupada e eu não vou voltar a atrás com o contrato... – Comecei a falar queria dizer que ela não precisava se preocupar que eu não desistiria do contrato por causa da vida que ela levava antes e que se ela quisesse esquecer o passado eu poderia ajudá-la a encobrir tudo, mas ela não me deixou continuar.

- Eu não estou aqui por causa do contrato. – Ela falou se aproximando, lutei para manter os olhos nos seus. – Eu vim pra lhe devolver isso. – Ela jogou um e envelope na minha frente, estava parada bem na frente da minha mesa colocando a bolsa de onde tirou o envelope sobre uma cadeira. – Você deve está acostumado a comprar as pessoas, com a sua posição e dinheiro, mas eu não estou a venda, nunca estive e nunca estarei então pega o dinheiro que você deixou por aquela maldita noite e enfia no seu rabo. – Ela disparou as palavras com ódio, seus olhos faiscavam tamanha era sua ira, mas eu  ao entendia o motivo.

- Eu não estou entendendo. – Peguei o envelope e abri vendo notas lá dentro, parecia se tratar do envelope que eu deixei no hotel no dia em que nos conhecemos. – Por que está me devolvendo? Era o pagamento pelo seus...

Antes que pudesse terminar senti meu rosto arder, ela havia lê inclinado sobre a mesa se apoiando na mão esquerda e me dando um tapa forte e estalado no rosto, ela tem uma mão pesada. Levei a mão até a bochecha que ardia e quando tentei falar ela bateu do outro lado com as costas mão, os nos dos seus dedos atingindo em cheio o osso da minha maçã do rosto. Quando ela levantou a mão para bater de novo eu a segurei pelo pulso, ela levantou a outra mão e eu a segurei também ficando de pé. Apenas a mesa nos separava, estávamos inclinados um para o outro devido ao jeito que eu a segurava, a proximidade fazia uma corrente elétrica passar de um para o outro.

- Você está louca? – Perguntei depois de respirar fundo.

**

Meg estava quase espumando de raiva e ouvir ele falar que era um pagamento pelos seus serviços foi a gota de água e ela bateu nele, agora ele a segurava forte, estavam muito próximos, ela tentava ignorar a corrente elétrica que emanava dele em sua direção.

- Louca? Eu? – Rio sarcástica. – Você me ofende e ainda diz que eu sou a louca? – Falou tentando se desvencilhar do seu agarre. – Me solte. – Disse entre dentes.

- Se acalme.

- Me solte. – Ela falou um pouco mais alto com uma pontada de medo percorrendo seu corpo, dizia a si mesma que não era o Patrick,  mas o gatilho era impossível. – Por favor Henry me solta. – Falou mais próximo dele e ele vendo algo estranho em seus olhos, algo por trás da raiva, a soltou e se afastou.

- Me desculpe.  – Ele disse sem nem saber o motivo daquilo. – Por que você disse que eu lhe ofendi? Você tem vergonha do seu trabalho?

- Meu trabalho? – Ela o olhou confusa. – Por que eu teria vergonha de ser roteirista? E na época que a gente se encontrou eu nem trabalhava na emissora ainda.

- Eu não tô falando sobre esse trabalho. Você sabe do que eu tô falando. – Ele disse lhe olhando nos olhos, ela ergueu uma sobrancelha como se perguntasse o que ele queria falar. – Estou falando do trabalho que você fazia na época.  – Ela continuou o encarando. – Como acompanhante Misty.

- Você tá me chamando de prostituta? Seu cretino. – Ela partiu na direção dele que deu um passo para trás.

- Você não era? – Quando proferiu aquelas palavras ele se arrependeu no mesmo instante por que ela voou pra cima dele e só não lhe acertou um soco por que ele contornou a mesa rápido.

- Repete se for homem. – Ela faiscavam de raiva, o vestido já tinha subido e mostrava parte de suas coxas. – E por que você me chamou de Misty?

- Por que você me disse – ela se lembrou que costumava dar esse apelido quando encontrava estranhos e que usava na boate que trabalhava. –  e estava na sua página no site. – Ele disse mantendo distância.

- Página no site? Que página? Que site? - Ela falou parando de avançar.

- O site de acompanhante. – Ele falou calmamente.

- Que site de acompanhante o que você está insinuando? – Uma luz pareceu se abrir dentro da cabeça de Henry.

- Um minuto. – Ele pegou o celular sobre a mesa e buscou pelo link que John havia lhe mandado e buscou por sua página no site de acompanhante e lhe entregou o celular.

Meg rolou a tela vendo sua foto, tinha sua idade, as medidas, e mais outras coisas, ela olhava para aquilo tudo incrédula, não podia ser verdade.

- Isso só pode ser brincadeira. – Falou olhando mensagens de reclamação.

- Se é brincadeira eu não sei, mas foi assim que lhe contratei.

- VOCÊ NÃO ME CONTRATOU, POR QUE ESSE PERFIL NÃO É MEU. – Ela gritou sentindo que estava quase em lágrimas, por que começava a juntar as peças em sua mente, bateu com o punho fechado no peito do home a sua frente que não esboçou reação, apenas se afastou. – Sou eu nas fotos,  mas não fui eu que fiz essa merda. – Falou com raiva.

- E como o encontro funcionou? – Ele também estava confuso.

- Aquele bar é o meu preferido, vou lá com frequência, não seria difícil me encontrar por lá, por que quem quer tenha feito isso sabia dos meus hábitos. – Disse mostrando o celular com a página aberta e o devolvendo.

- Que coincidência. – Ele falou perplexo. – Você costuma sair com homens que sequer sabe o nome? – A pergunta saiu sem ele se sentir.

- Vai continuar me julgando? – Ela colocou as mãos no quadril.

- Foi só curiosidade, por que isso pode ser perigoso. – Ele falou com sinceridade, sem entender por que dessa preocupação por ela.

- Pra sua informação, não, não é costume, eu tinha tido uma semana difícil e só queria encontrar o desconhecido que me fizesse esquecer meu próprio nome por algum tempo. – Falou com sinceridade.  – Sem contar que eu já estava meio bêbada.

- Você estava bêbada? – Ele perguntou, e ela assentiu. – Não parecia está bêbada.

- Se você tivesse os meus pais você também teria aprendido a não parecer bêbada.

- Me desculpa eu realmente não sabia. – Ele falou se aproximando. – Eu realmente não sabia e não percebi que você estava bêbada, eu não sou o tipo de homem que se aproveita de uma mulher. – Meg permanecia calada. – Você sabe quem poderia fazer uma coisa dessas?

- Com licença, deixe me ver a página de novo. – Ela estendeu a mão pegando o celular e arrastou as fotos para o lado, uma das fotos só uma pessoa tinha, lembrava exatamente do dia que tinha tirado ela, no dia anterior Patrick tinha feito a maior cena com ciúmes do senhor Clarke, tinha lhe encurralado na parede e gritado com ela, depois chorou pedindo desculpas e no dia seguinte à acordou com uma bandeja de café da manhã. – É claro que tinha que ser ele. – Devolveu o celular antes que o jogasse no chão.  – DESGRAÇADO , INFELIZ, ELE NÃO TINHA O DIREITO. QUANTO TEMPO EU VOU PAGAR POR ESSE ERRO? – Dizendo isso começou a chorar. – Ele violou minha privacidade.

Henry não sabia o que fazer diante daquilo, a mulher forte e furiosa de minutos atrás se desmanchava em lágrimas a sua frente, ela chorava abraçando o próprio corpo e tremendo levemente, enquanto balbuciava várias coisas. Antes que tivesse tempo de pensar Henry avançou em sua direção e a abraçou, ele só queria poder fazer ela parar de sofrer, nem conseguia imaginar como ela se sentia desolada e violada, ninguém tinha o direito de expor a intimidade de outra pessoa.

No início ela ficou imóvel enquanto ele a abraçava, mas depois retribuiu o abraço e colocou a cabeça em ombro chorando, o telefone em sua mesa tocou, mas ele ignorou completamente, pouco tempo depois ouviu batidas na porta e a cabeça do seu assistente passar pela pequena abertur,  ele pareceu constrangido com a cena.

- Está tudo bem senhor? – Perguntou receoso.

- Sim, está. Chame o Tyler por favor, diga para ele vir o quanto antes.

- Sim senhor. – E se foi.

- Venha se sente um pouco. – Conduziu ela até o sofá sem a largar e se sentou com ela ainda a confortando. – Vai ficar tudo bem. – Uma raiva percorria seu corpo, só de pensar no que tinha acontecido, se alguém fizesse isso com Grace ele iria matar. Ia ajudar Margareth como faria com uma irmã, por isso chamou Tyler.

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