Capítulo 15.
Esse capítulo pode conter gatilhos.
Meg...
As semanas que se seguiram ao episódio da boate foram bem complicadas, Ellen estava mergulhada em uma fossa absurda e não aguentava nada que fosse romântico, pois começava a chorar copiosamente, na semana passada ela não conseguiu fotografar uma sessão para um casamento por que começou a chorar, por sorte o Adam (seu sócio) tinha ido junto já desconfiando que algo assim pudesse acontecer.
Coisas assim só deixavam Ellen ainda mais chateada consigo mesmo, ela se sente fraca e patética por não superar isso de vez e eu me sinto impotente diante de tudo isso, para completar a situação estou uma pilha de nervos faz quase um mês que entreguei meu livro a Grace e ainda não recebi retorno, claro que eu sei que essas coisas demoram, mas isso não deixa de me fazer ficar nervosa, meu roteiro está sob análise e se for aceito ser a primeira vez que algo que eu escrevi vai ter real importância e pra completar amanhã eu vou defender a minha tese, tenho adiado esse momento a alguns meses, mas não posso mais fazer isso estou com tudo pronto.
Pelo menos o professor Clarke aceitou participar da minha banca avaliativa, seria ótimo ter um rosto familiar quando for me jogar na cova dos leões. Andrew Clarke foi meu professor preferido na faculdade, ele sempre foi muito atencioso, gentil e preocupado, mesmo que fosse um tanto soturno e amargurado, as pessoas que o conhecem bem dizem que ele não era assim antes de perder sua esposa.
Meu dia hoje não ajudou em nada com todo o meu estresse, Jackson está com problemas com a esposa e passou a maior parte da tarde discutindo com ela ao telefone e como resultado eu fiquei com o trabalho que seria dividido entre nós dois e nem reclamava disso por que eu via no seu semblante triste e desgastado que ele precisa de ajuda e apoio, e é exatamente isso que eu estou tentando fazer, por isso estou indo até a sala dele no fim do dia para chama-lo a beber algo e conversar.
- Oi. – Falei parada na porta que estava aberta, ele tem mania de deixar a porta aberta.
- Oi. – Ele respondeu com a cara enfiada no computador.
- Eu... é... quero saber se você queria sair um pouco. – Fiz uma pausa. – Sabe beber um pouco, não muito por que ainda é terça feira. – Tentei fazer uma piada e ele esboçou um sorriso. – Quem sabe conversar.
- Você me ouviu ao telefone não é? - Falou levantando os olhos.
- Eu ouvi que você estava ao telefone sim, mas não ouvi a conversa. – Me apressei em falar.
- Calma menina, eu não estava lhe acusando. – Ele se levantou e ficou encostado de costas para a mesa e de frente pra mim. – Só estou dizendo que você percebeu que eu não estou bem e que tenho brigado frequentemente com a minha esposa.
- Sim eu percebi e você tem andado abatido.
- É bonito o jeito que você se preocupa com os outros. – Ele me disse olhando nos olhos.
- Eu não gosto de ver as pessoas próximas a mim sofrendo. – “E já estou vendo uma nessa situação". – Olha eu não sou muito boa com conselhos, mas sou uma ótima ouvinte caso você queira falar comigo. – Falei confiante.
- Eu acredito e aceito.
- Ótimo. – Falei me desencostando da porta. – Eu sei que prometi bebida, mas vamos comer antes você não tem comido direito que eu sei, tem três dias que não o vejo sair para almoçar e nem comer no escritório.
- Me espionando senhorita Taylor? – Perguntou sorrindo.
- Quem? Eu? Não apenas prestando atenção em um amigo. - Falei lhe sorrindo.
Jackson me levou a um restaurante perto da emissora, mas, antes mesmo de a comida chegar ele começou a falar, disse que sua esposa cismou que ele tem um caso por que tem chegado tarde em casa, já tentou explicar diversas vezes que não tem outra mulher e que o motivo para andar esgotado é que tem trabalhado demais, mas ela não acredita e continua a falar que ele tem outra, que deve está em uma crise de meia idade e que ela vem monitorando ele todos os dias, liga para o escritório para o celular contabiliza o tempo desde que saiu do trabalho até chegar em casa.
E ele nem a culpa por toda essa paranoia, ela cresceu vendo o pai trair a mãe e com 16 anos viu ele trocar a família por uma mulher só 4 anos mais velha que a própria filha. Isso associado ao fato só de que a sua assistente anterior se apaixonou por ele e tentou ficar com ele de todas as formas deixa a sua mulher paranóica e aponto de explodir e parece que estava mesmo explodindo.
Eu nem podia imaginar pelo que ele estava passando e tentei reconforta-lo do jeito que pude, disse para ter calma e tentar mostrar a ela que a amava e que não tinha ninguém em sua vida além dela. A medida que íamos conversando eu comecei a me questionar que tinha sido uma ideia ruim tê-lo convidado para sair, isso podia fazer as desconfianças dela aumentarem ainda mais, por isso resolvi encerrar a noite mais cedo.
- Vamos eu te levo em casa. - Ele falou depois só que dividimos a conta.
- De maneira alguma, eu pego um táxi.
- Vamos eu insisto você me ajudou tanto essa noite.
- Não quero causar problemas.
- Imagina está tudo bem vamos, sua casa é caminho lembra?
Ele já tinha me dado carona outras vezes e realmente minha casa era caminho por isso resolvi aceitar, seguimos o caminho inteiro conversando sobre trabalho e ele estava falando que no dia seguinte começaria a ler meu roteiro aquilo me deixou muito animada.
Eu estava feliz por ter conseguido alegrar ele um pouco e esperava que Natalie tivesse tido o sucesso que eu não tive nos últimos dias em alegrar Ellen. Mas ainda assim estava esperançosa que tudo ficaria bem, porém meu otimismo desabou como um castelo de cartas quando Jackson parou o carro na frente do meu prédio e eu o vi parado próximo a entrada. Engoli em seco com um frio percorrendo a espinha.
- Está tudo bem?
- Sim está. - Menti.
- Meg... – Jackson me repreendeu e seguiu meu olhar. – Quem é ele?
- Um ex-namorado meu.
- Você precisa de ajuda com ele? Eu posso lhe acompanhar até seu apartamento. – Ele falou pegando na maçaneta da porta e aquilo fez um pânico percorrer meu ser, Patrick as vezes era imprevisível e não poderia nem imaginar o que ele faria com Jackson.
- Não, está tudo bem. – Ele me olhou incrédulo. – Vai ficar tudo bem. - Corrigi. – Ele provavelmente só quer pegar algumas coisas que ficaram no meu apartamento. – Disse a primeira mentira que consegui inventar. – Ele é inofensivo. – Nossa senhora como eu conseguia mentir tanto?
- Você tem certeza? Seus olhos dizem outra coisa.
- Sim eu tenho. – Falei firme, mas com tremendo por dentro. – Vá para casa eu cuido disso sozinha. – Ele hesitou. – Vai por favor. Vai ficar tudo bem o prédio tem seguranças e câmeras eu estarei segura.
- Tudo bem me promete que vai fica a vista deles.
- Prometo. Obrigada.
Sai do carro e rumei na direção da entrada consciente do olhar dos dois homens sobre mim, para o meu alívio e desespero Jackson acelerou e saiu. Eu bem que tentei ignorar Patrick e entrar sem falar com ele, mas o mesmo me alcançou e me segurou pelo braço.
- Está dormindo com o chefe agora? – Ele disparou.
- Como você sabe que ele a meu chefe? - "Ele tem me seguido?"
- Eu só sei. – Ele aumentou a pressão no meu braço. – Me responda.
- Eu não lhe devo satisfações da minha vida Patrick, você não faz mais parte dela. – Falei entre dentes.
- Por que você me chutou dela. – Não pude conter um sorriso sarcástico.
- Sério isso? Eu te chutei? Depois de tudo o que você fez, de todas as agressões o que mais eu poderia fazer?
- Se me amasse teria me perdoado. Teria me ajudado. - Ele falou me apertando mais.
- Eu precisava não me amar para te perdoar, precisaria não ter apreço por mim e pelo meu bem estar e qualquer sentimento que um dia eu tive por você se foi e não tem outro culpado a não ser você. – Eu vi ele fechar a mão em punho e uma parte de mim desejou que ele me batesse por que estávamos bem ao alcance das câmeras de segurança e talvez assim eu me livrasse dele pra sempre.
- Você sempre quer se fazer vítima não é Margareth. - Falou com raiva.
- Você é inacreditável Patrick. – Puxei me braço com força. – Me deixe em paz.
Sem esperar que ele falasse mais qualquer coisa eu corri para dentro do prédio, subi de uma vez e só voltei a respirar normalmente quando estava dentro do apartamento quando levantei a cabeça dois pares de olhos me observavam com curiosidade.
- O que aconteceu? – Natalie quis saber.
- Nada. - Ellen não precisava de mais preocupação.
- Nem pense em mentir para nós. - Ellen falou.
Suspirei e sentei na poltrona ao lado o sofá e me pus a contar para as minhas amigas o que tinha acabado de acontecer.
**
Meg estava muito nervosa quando começou a apresentação de sua tese, mas a medida que falava ia se soltando com as palavras e trancando o nervosismo em uma parte distante de sua mente. Na banca examinadora a sua frente estavam o professor Clarke, a professora Webber e a professora Hunt, está havia sido especialmente convidada para a ocasião. Depois da apresentação ligou para seus amigos e para Carol a fim de contar a novidade e pela primeira vez em semanas ouviu Ellen genuinamente animada, nem sequer reclamou quando marcaram de sair a noite.
Jackson estava em sua sala lendo o roteiro que Meg havia feito e a princípio parecia muito bom, claro ela tinha alguns vícios de escritor, mas isso era comum, a maior parte da manhã se passou em paz até que o telefone tocou, atendeu no terceiro toque.
- Alô.
- Alô. – Cristina falou do outro lado.
- Minha querida como está sendo a viagem? – Sua esposa estava viajando para um congresso, ela era geóloga.
- Está boa. – Disse seca.
- Quando você volta estou sentindo sua falta.
- Está mesmo ou você quer saber para deixar tudo em ordem? – Jackson suspirou se recostando na cadeira, ele amava Cristina, mas estava esgotado, não sabia quanto tempo mais aguentaria aquela situação.
- Pelo amor de Deus Cristina você vai começar com isso de novo? – Ela bufou do outro lado da linha.
- O que? Ficou nervoso com a minha pergunta?
- Não, eu apenas estou cansado de você não confiar em mim.
- Está cansado de mim é isso? – Ela gritou.
- Pelos céus olha como você faz as coisas. – Ele suspirou. – Eu já lhe dei algum motivo para não confiar em mim?
Do outro lado da linha Cristina ficou em silêncio, só sabia que ela não havia desligado por que sua respiração era audível, ele também não disse nada apenas esperou pacientemente, o silêncio entre eles já estava se tornando desconfortável.
- De agora em diante de chame de doutora Taylor por favor. – Meg apareceu sorridente pela sua porta que estava aberta, mas seu sorriso foi morrendo aos poucos quando ela olhou no seu rosto e viu o telefone em minha mão. – Me desculpe. – Ela sussurrou e saiu fechando a porta.
Jackson levou uma mão até a testa ouvindo sua mulher falar sem parar ao seu telefone.
- Quem é essa aí? – Ela perguntava sem parar. – É sua amante?
- Pelo amor de Deus, você acha que todo mundo é meu amante.
- Então me diga quem ela é?
- Margareth Taylor minha assistente de roteiro. – Ele disse sem rodeios. – Eu já lhe falei dela.
- Sim, mas eu não sabia que tinha essa intimidade toda pra ela ir entrando assim na sua sala. – A vó, de Cristina era de acusação.
- Minha porta estava aberta, você sabe que eu raramente a fecho. – Antes que ela falasse continuou. – E a menina acabou de defender sua tese você sabe como é, no dia que defendeu a sua contou até para as pessoas na rua que era doutora.
- Ela é jovem? – Ela falou depois de um tempo.
- Sim ela é, ainda não deve ter 30 anos.
- É bonita?
- Cristina.
- Me responda.
- Sim.
- Ela é sua amante? É com ela que você está quando demora? Você tem tesão nela?
- Pelo amor de tudo que mais sagrado Cristina seja um pouco racional. – Falou um pouco alto demais. – Não, não é minha amante, EU NÃO TENHO AMANTE, quantas vezes vou precisar repetir? – Passou a mão pela nuca. – Eu não tenho tesão nela. E sim algumas vezes quando eu demoro a chegar é com ela que eu estou por que eu trabalho com ela, as vezes estou em reunião ou em uma gravação e as vezes ela está presente em ambos. - Falou a verdade, não importava se seria pior ele preferia contar a verdade.
- Viu.
- Viu o que? Não tem nada, eu estou lhe dizendo. – Suspirou. – Olha Cristina quando você chegar a gente conversa eu preciso trabalhar. Eu te amo. – E desligou.
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É eita atrás de vixe na vida da Meg, se que ela vai encontrar com a mulher de Jackson? E como será?
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