Capítulo 10


Esse capítulo pode conter gatilhos.

Meg...

Iam me convenceu a vir nessa boate e até que agora acho uma boa ideia eu realmente precisava, dançar e beber um pouco,  estava no centro da pista mexendo meus quadris de um lado para o outro ao som da música que martelava nos meus ouvidos em uma batida ritmada.

Um homem alto, moreno, olhos verdes e pele acobreada chegou perto sorridente me convidando para uma dança, sorri de volta pegando sua mão e me aproximando mais dele. Dancei próxima a ele colocando meus braços em volta do seu pescoço e ele colocando as dele em minha cintura.

Me virei de costas para ele que continuou com as mãos em minhas cinturas, dancei rebolando de forma sensual sem encostar no corpo dele, ele colou o corpo no meu, passou uma mão pelos meus cabelos colocando ele para o lado e beijou meu pescoço me provocando arrepios. Me mexi contra seu corpo sentindo sua excitação aumentar, me virei para ele e encostei  nossos lábios em um beijo lento e demorado.

Depois de um tempo ali nos beijando e dançando fomos até o bar e pedimos duas bebidas. Ele terminou a sua e foi ao  banheiro. Um homem sentou ao meu lado,  mas eu nem prestei atenção nele, estava pedindo uma nova bebida.


- Você está sozinha? – Um homem do outro lado perguntou.

- Não. – Respondi simplesmente. 

- Se eu fosse seu namorado não tiraria o olho de você. – Ele falou com um sorriso de felino nos lábios. 

- Ainda bem que não é então.

Me virei de volta para a minha bebida e vi pelo canto do olho quando o homem se afastou, peguei minha bebida e virei toda de uma vez, senti um gosto estranho. “Já estou bêbada?” Alguns minutos depois o moreno voltou,  eu não me sentia bem, minha cabeça estava com um leve peso. “Acho que estou ficando bêbada.”

- Vamos dançar? – Ele me perguntou.

- Sim vamos.

Quando eu fui me levantar tombei um pouco em sua direção e ele me segurou forte, caso contrário eu teria ido ao chão, me apoiei em seu peito sentindo meu corpo leve e meio dormente.

- Você será bem? – Ele perguntou me firmando.

- Acho que bebi um pouco demais. – Disse com os olhos quase fechados. – Não me sinto bem.

- Você veio sozinha?

Não consegui responder por minha língua parecia flácida e sem vida, fechei os olhos e ouvi vozes alteradas ao meu redor, será que tem gente brigando? Não consegui distinguir o que falavam, minha percepção era somente um flash, a consciência ia e vinha e não me lembrava bem das coisas, mas senti apoiarem meus braços em dois ombros e me levarem dali, não ouvi mais nada depois de ser colocada dentro de um carro com um cheiro familiar de  menta e pizza.

**

Iam...

Estava voltando do banheiro com a loira ao meu lado ajeitando o cabelo  que eu tinha bagunçado um pouco durante nosso encontro ardente. Vi Meg com o homem que ela dançava na pista de dança da última vez que a vi, mas ela não parecia bem, estava caída no peito dele.

Ele a segurava falando com ela que tinha a cabeça levemente pendida para um dos lados, uma raiva cresceu dentro de mim só de ver aquela cena, “não acredito que que esse infeliz drogou ela", eu vou matar ele, fechei as mãos em punhos e rumei para onde eles estavam.

- O que você fez com ela? – Disse puxando o braço de Meg e a colando em meu corpo.

- Você é cheiroso. – Ela disse risonha.
“Ela sequer tá me reconhecendo.”

- Eu não fiz nada, deixei ela por alguns minutos e quando voltei estava assim. – O homem respondeu.

- Tinha alguém com ela quando você chegou? – Ainda não conseguia acreditar nele, só não tinha batido nele ainda por que Meg estava apoiada em mim.

- Tinha um homem sentado ao seu lado que se levantou quando eu me aproximei, mas eles não estavam conversando.

- Hum.

– Quem é você? Ela veio com você? - Ele perguntou.

- Sim veio, sou o amigo dela e vou levar ela embora.

- Espera. – O homem me impediu de sair. – Como e vou saber que você está falando a verdade e não é o homem que a drogou?

“Boa pergunta. Talvez ele não seja tão ruim afinal.”

- O nome dela é Margareth Taylor, faz 28 anos dentro de 5 meses, é uma escritora extraordinária. – Falei para o homem a nossa frente. Peguei seu celular e digitei a senha desbloqueado a tela. – Eu conheço a senha dela. Meu número é o segundo na lista de contatos de emergência. – Disse mostrando a ele. Procurei uma foto nossa no sofa do seu apartamento e lhe mostrei.

- Tudo bem, desculpa a minha desconfiança, ela e uma desconhecida, mas eu não podia deixar que algo assim acontecesse. – O homem fala.

- Está tudo bem, eu faria igual. – Falei. – Agora vou levar ela para casa.

- Eu te ajudo.

O homem colocou um braço dela sobre o ombro e eu coloquei o outro, levamos ela que estava parcialmente inconsciente até o meu carro a acomodei ali, me despedi do homem e me dirigi até o seu apartamento, não tínhamos sequer virado a esquina quando ela estava respirando fundo sonhando. Quando chegamos ao seu prédio, guardei meu carro na vaga dela já que ela não tem carro, a peguei no colo e subi com ela ao seu apartamento,  peguei as chaves na sua bolsa abri e a levei ao quarto.

Coloquei ela na cama, voltei para a sala e fechei a porta da frente, voltei ao seu quarto tirei os sapatos e a cobri. Como não queria deixá-la sozinha, peguei uma  blusa minha que tinha no seu armário e uma calça de moletom e fui ao quarto de Ellen. Tomei banho, me vesti e deitei em sua cama pegando logo no sono.

**

Meg...

Acordei com uma puta dor de cabeça e sentindo meu corpo pesado, olhei em volta e vi que estava em meu quarto, tirei os lençóis e suspirei vendo que estava com minhas roupas, não lembrava corretamente das coisas que aconteceram na noite anterior.

“QUE MERDA DORMI MAQUIADA. NÃO TENHO MAIS IDADE PRA ISSO.”

Levei uma mão ao rosto sentindo que ainda tinha maquiagem ali. Me levantei da cama ainda levemente tonta e com uma puta dor de cabeça, quem teria me trazido até em casa, o Iam? Devia ser ele né. Sai do quarto e fui até a cozinha tomar água,  vi chaves sobre o móvel ao lado da porta e fui até lá, eram as chaves de um carro ao lado das minhas chaves de casa. Iam ficou aqui?

Fui até o quarto de Ellen e o achei dormindo em sua cama com uma calça de moletom minha que tinha corações rosa e vermelhos na lateral. Ri e voltei ao quarto, parei em frente ao espelho e tirei a maquiagem observando o estrago. Estava com o semblante abatido e olheiras fundas.
“Que ótimo, o que eu fiz ontem a noite? Por que eu fiquei daquele jeito? Tinha droga na minha bebida?”

Tomei um banho e vesti uma blusa azul com várias estrelinhas e um short cinza soltinho, penteei os cabelos e deixei secar naturalmente. Fui até a cozinha preparar um café da manhã. Estava tirando o bolo do forno quando Iam chegou na cozinha.

- Bom dia bela adormecida. 

- Quem estava dormindo até agora mesmo? – Devolvi e ele riu.

- Como se sente?

- Bem só com um pouco de dor de cabeça.

- Que bom. – Disse indo fazer café.  – O que você se lembra de ontem.

- De não me sentir bem e o cara que estava comigo perguntar se eu me sentia bem e se eu estava sozinha. – Tentei lembrar de mais alguma coisa.  – Depois disso lembro vagamente de sentir o cheiro do seu carro e depois só lembro de acordar aqui. Eu fui dopada né?

- Eu acho que sim.  – Ele se aproximou de mim e me abraçou. – Sinto muito.

- Tudo bem, por sorte você estava comigo. – Retribui o abraço colando a cabeça em seu peito.

- Você sabe se pode ter sido o cara que estava com você?

- Não. -  Balancei a cabeça. – Eu passei mal depois de beber um drink  e ele não estava comigo quando pedi.

- Hum.

**

Meg...

O sábado passou em um piscar de olhos entre pesquisas para o trabalho, uma ligação de Carol e uma visita de Natalie  como dormi muito cedo acabei acordando antes das seis na manhã seguinte.

- Preciso de um café. 

Falei sozinha como uma louca, levantei fui ao banheiro fiz minhas higienes, vesti um short soltinho e uma blusa das meninas super poderosas, caminhei até a cozinha preparei um café, que diga-se de passagem não é meu forte, fiz algumas panquecas comi e voltei para o quarto abri o notebook sobre a mesa e o liguei me sentando na cadeira a sua frente.

“Vamos lá,  talvez eu nunca publique essa história, mas ainda assim acho que devo uma continuação, nem que seja a mim mesma ou aos personagens que eu criei.”

Não sei quanto tempo eu passei de frente para a tela em branco tentando começar antes de desistir e pegar meu caderninho para montar o roteiro a seguir e foi exatamente isso que eu fiz, coloquei no papel os principais pontos o próximo livro, personagens novos, separando os assuntos por capítulos e partes. Em meio a essa escrita tive uma ideia para um ótimo plot e uma desculpa para o terceiro livro, já que eu imaginava fazer uma trilogia desde o início ou talvez quatro.

Quando terminei de traçar a espinha dorsal do livro estava com a barriga roncando de forma dolorosa e insistente. Levantei e fui até a cozinha para preparar o almoço, acabei fazendo espaguete com sardinha, coloquei em um prato peguei um copo com suco de laranja e sai para o quarto, pois tive uma ótima ideia para iniciar e não queria perder.

Não faço ideia de quanto tempo se passou desde que eu me sentei e comecei a escrever, nem sequer percebi que havia escurecido, só me dei conta quando Ellen apareceu  a porta do seu quarto.

- Então está na caverna?

- Oi. – Respondi despertando do meu transe, mas sem me virar para ela antes de terminar de escrever o parágrafo.

- Recebo mais nem um tudo bem?

- Claro que sim só deixa eu concluir o raciocínio.

- Okay. – Ela se sentou na minha cama em silêncio mexendo no celular, pois sabia o quanto meu processo criativo era sagrado para mim.

- Pronto. – Me levantei indo até ela.

- Então começou o segundo?

- Sim, acordei inspirada hoje.

- Que bom. – Ellen me abraçou.

- Me diz como foi com o Lincon?

- Aí foi muito lindo. – Suspirou. – Ele é romântico, me fez um  jantar e me pediu em namoro.

- Em namoro? – Se eu tivesse com água na boca tenho certeza  que teria cuspido. – E você aceitou?

- Sim eu aceitei. – Ela deu um sorriso bobo.

- Você está apaixona por ele não é? – Ela confirmou com a cabeça. – Espero que você seja feliz. – A abracei forte.

Conversaremos sobre seu fim de semana e depois contei sobre o ocorrido na boate o que a deixou preocupada e aflita mesmo que nada grave tenha acontecido, essa era a Ellen preocupada.

- Meu Deus podia ter acontecido algo horrível, gosto nem de pensar.

- Pois não pense, o Iam estava lá e me ajudou.

- Mesmo assim. – Fez uma pausa. – A Natalie já sabe?

- Não ela está muito pilhada esses dias com o trabalho, pois isso não falei nada ela já tem preocupação demais pra eu ainda levar mais.

- Mas eu garanto que ela vai querer saber. – E lá se inicia mais uma teima.

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Uma pena que nem todas que passam por um episódio desses tenham um Iam em suas vidas para ajudar. Uma tristeza saber que isso acontece com frequência e as vezes a vítima nem percebe.

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