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Oiii de novo!!! Espero que estejam bem.

Temos um tw neste capítulo e como eu prometi que ia avisar, aqui estou.

TW: homofobia.

Nesse caso não tem violência física, apenas verbal.

Eu ainda não revisei esse capítulo, então, se tiver algum erro venho corrigir mais tarde. Espero que gostem 💜💜

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Yoongi e Taehyung acordaram primeiro e se apressaram para conseguirem se arrumar antes de Jimin acordar. Ele era quem mais demorava e ambos não estavam a fim de chegarem
atrasados no café da manhã, principalmente porque as comidas que acabavam não eram repostas caso não conseguissem chegar a tempo, como já havia acontecido algumas vezes.

Quando já estavam prontos, eles acordaram Jimin e pediram para que ele se levantasse, mas não houve nenhuma resposta. Somente quando os três escutaram batidas completamente indiscretas na porta do chalé Jimin se sentou na cama, curioso para saber quem era o idiota mas ainda sem conseguir abrir os olhos para enxergar por completo.

O filho do senhor Pine não esperou um convite, assim que Taehyung abriu a porta, ele entrou sem cerimônia e caminhou até Jimin, jogando uma carta na cama ao lado dele.

— Meu pai mandou para você, leia logo. Vê se não se atrasa para o café da manhã, não queremos ninguém enchendo o saco durante a noite ou dizendo que merece um lanchinho da madrugada só porque perdeu o café.

— Bom dia para você também – Jimin estendeu a mão ainda sem perceber que o papel já tinha caído na cama.

— Aproveitando que você está aqui, quero saber o motivo das portas não terem trancas — Yoongi disse, devolvendo o tom de poucos amigos.

— Você está pensando em fazer alguma coisa que não deveria? Não vejo motivos para manter essas portas trancadas. A não ser, é claro, que vocês estejam pensando em…

— Queremos nossa privacidade, ou isso é exigir demais? — Dessa vez foi Taehyung quem disse, interrompendo-o e elevando o tom de voz.

O rapaz riu com escárnio, irritando Taehyung.

— Escuta aqui, viadinho, aqui não é lugar para você é aquele seu namorado nojento ficarem se esfregando. Você acha que eu não sei porquê você quer tanto ficar trancado? Aqui não é lugar para vocês.

Taehyung ameaçou ir para cima dele, mas Yoongi acabou puxando-o para trás.

Todos ali sabiam que em uma briga física Taehyung perderia feio. O fato daquele rapaz desgraçado também estar ciente e estar sorrindo com desdém na cara dele só fazia a vontade de arriscar tudo e pagar para ver se realmente sairia na pior crescer dentro de Taehyung.

— Aqui de fato não é lugar para mim. Essa espelunca deveria pegar fogo com você e seu pai dentro — Jimin deixou escapar mas Taehyung percebeu que ele se arrependeu no mesmo momento. O comentário era maldoso demais até para ele.

Por sorte, Taehyung se colocou na frente de Jimin e impediu o garoto de socar a cara do amigo.

— Não pense que eu tenho medo de você só porque seu pai é o prefeito — O rapaz se dirigiu à Taehyung.

— Você deveria. Uma ligação e eu fecharia esse lugar para sempre.

Ele não era muito fã do pai e do jeito que ele lidava com as coisas, e gostava ainda menos de ter que usar o status de filho do futuro prefeito para colocar medo nos outros, mas algumas pessoas ele achava que mereciam.

— Não pense que vou sair por medo ou algo do tipo, só estou saindo porque acho que ficar aqui vai me contaminar.

E assim ele saiu, pensando que tinha acabado de fazer uma cena digna de cinema. Taehyung sentiu pena.

Nenhum deles podia perder a cabeça com isso, o acampamento era a oportunidade perfeita para estudar menos e ganhar pontos sem fazer nada. Eles só estavam ali pelos pontos extras e tinham que colocar isso em mente antes de tomar qualquer decisão.

— Seu pai é o prefeito, Taehyung, ele não podia ter arrumado uma coisa melhor para evitar nossas notas baixas? — Yoongi perguntou.

De longe era quem mais odiava estar ali, além de ser o único que não precisava de nenhum ponto, só estava ali porque Jimin tinha pedido a companhia dele.

— Isso ainda pode ser divertido. Não vamos cair nas provocações dele ou isso vai pegar mal para o Taehyung.

— Exato. Não quero meu rosto estampado no jornal amanhã por ser um mau exemplo para as crianças — Taehyung disse rindo, apesar de saber que Jimin estava certo.

O pai assumiria o cargo em alguns meses e ter escândalos relacionados à educação seria de muito mal gosto. Toda a campanha do pai tinha sido feita com o foco nas futuras melhorias nas áreas da educação e esportes, seria péssimo se o filho do prefeito aparecesse na primeira capa de uma revista por estar em um acampamento ajudando o amigo que tinha tirado notas ruins.

Jimin não prestou atenção na última fala de Taehyung, estava muito ocupado esfregando os olhos para tentar ler o que estava escrito no bilhete dentro do envelope.

— Esse lugar não cansa de ficar cada vez mais esquisito, olha só pra isso — Jimin entregou o bilhete na mão de Taehyung.

A letra era horrível e o bilhete parecia ter sido escrito às pressas em uma caneta vermelha que claramente não tinha tinta o suficiente.

Caro senhor Park, nossas câmeras não estão funcionando desde a sua visita da semana passada, e a empresa responsável pelas câmeras novas ainda não fez a instalação completa. Sendo assim, estamos sem câmeras e não vamos precisar dos seus serviços. Não se preocupe, ainda farei uma carta para a sua faculdade.

Att: Sr. William Pine.”

— Menos trabalho para mim. E olhem só, ainda fui pago — Jimin mostrou duzentas libras esterlinas — Se tudo der certo no final, teremos os dois pontos que eu preciso para me sair bem.

— Isso quer dizer que nós podemos dar uma escapada durante a noite — Taehyung sugeriu — O comércio local não aceita cartão e eu estou sem dinheiro vivo. Podemos usar esse dinheiro e comprar álcool, depois eu te pago.

— Para quem estava falando que não queria aparecer em uma capa de revista você está se arriscando demais — Yoongi disse.

— Ele só não queria beber sem mim — Jimin respondeu rápido — Pode deixar que eu e o Yoongi damos um jeito nas bebidas. Sei que você e o Jungkook estão desesperados pra passar um tempo juntos, pode ficar com o quarto enquanto a gente foge.

Yoongi revirou os olhos, claramente discordando.

— Tem que ser hoje? Ainda não tem nem vinte e quatro horas que chegamos aqui e já vamos arrumar problemas?

Jimin pegou o travesseiro mais próximo e jogou no peito de Yoongi.

— Deixa de ser insuportável só por duas semanas.

Taehyung ficou observando o que parecia mais uma provocação de casal e sentiu saudades de Jungkook. Aquela era a hora perfeita para arrumar uma desculpa e ir atrás dele.

— Fiquem aí sendo dois insuportáveis enquanto eu vou encontrar com meu namorado, até daqui a pouco.

Ele fingiu não sentir quando o travesseiro que antes acertou Yoongi acertou suas próprias costas e saiu sorrindo até onde sabia que encontraria Jungkook.

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Apesar de ser verão, a noite era fria no acampamento. Taehyung estava no chalé com Jungkook ao seu lado, observando pela janela o que acontecia do lado de fora. O chalé dele era o único que tinha uma visão parcial da área onde Namjoon e Seokjin tentavam, com pouco sucesso, acender uma fogueira. A luz das chamas que aos poucos começavam queimar a lenha iluminava as silhuetas dos dois, enquanto a brisa da noite fazia as folhas das árvores balançarem suavemente, impedindo que quem estivesse do lado de fora conseguisse vê-los e atrapalhando inda mais a visão de Taehyung.

Dentro do quarto, o silêncio era interrompido apenas pelo som dos galhos batendo no vidro do chalé e pelo ranger da cama quando Jungkook se mexia. Jimin, Yoongi e Hoseok tinham saído do acampamento de forma sorrateira, conduzidos pela esperteza de Jimin, que conhecia bem os pontos cegos das câmeras de segurança, usando eles caso uma ou outra câmera ainda funcionasse. Eles haviam saído para comprar bebidas alcoólicas, aproveitando a ausência temporária dos monitores e a escuridão da noite.

Eles tinham perdido o jantar e já não havia mais comida ou qualquer lanchinho da madrugada, porque os cozinheiros eram moradores de uma vila vizinha e já tinham ido embora entre as dez e onze da noite.

Com os outros três fora, Taehyung ficou feliz por estar momentaneamente sozinho no quarto com Jungkook. A sensação de ter o espaço só para os dois, embora temporária, trazia um certo alívio e a oportunidade de aproveitar o momento de quietude em meio à agitação que sempre acompanhava o grupo.

— Você acha mesmo que eles vão conseguir sair do acampamento sem serem pegos pelo Luke? O cara está de olho na gente desde o momento em que pisamos aqui. Me surpreende ele não estar em cima da árvore com um binóculo tentando enxergar o que a gente está fazendo aqui dentro.

— Não seria muito hétero da parte dele ficar olhando dois homens debaixo do cobertor — Jungkook puxou Taehyung para um um beijo e jogoubo o cobertor por cima do corpo dele.

O quarto ficou quente em pouco tempo e a cama começava a fazer tanto barulho que os dois já estavam esperando o momento que ela despencaria. Por sorte, não foi o que aconteceu.

— Aproveitando que a gente deu uma parada pra esperar a cama quebrar, posso ficar por cima? — Jungkook perguntou.

Devagar, Taehyung saiu de cima de Jeon e esperou ele sair da cama para tomar o lugar dele, porém, a pequena pausa não pareceu esfriar as coisas para Jungkook.

Os lábios de Jungkook se encontraram com os de Taehyung em um um beijo desesperado, como em uma outra ocasião em que ficaram separados por um mês, os beijos dele eram cheios de algo que Taehyung ainda não conseguia identificar. Mas era bom, muito bom Talvez fosse por o medo de serem pegos, tanto pelos monitores quanto pelos amigos que acendiam a fogueira e poderiam alarecer ali a qualquer momento, era difícil saber e muito mais difícil pensar em alguma coisa quando se tinha Jeon Jungkook chupando o seu pescoço. Era como se a intensidade daquele momento fosse capaz de acender uma chama entre eles. Entretanto, nada parecia familiar.

— O que foi? — Jungkook perguntou.

— Nada.

— Está estranhando a cama ou o fato de estar tudo muito escuro?

— Nenhum dos dois, só está um pouco frio demais para um verão, você não acha?

Em resposta, Jungkook pressionou o corpo quente contra o de Taehyung aquilo sim parecia familiar.

O som de suas respirações pesadas preenchia o quarto, se misturando com o som suave dos galhos batendo no vidro da janela. Cada beijo era uma mistura de urgência e desejo, como se o tempo fosse um luxo que eles não poderiam se dar ao luxo de desperdiçar.

Os lábios de Jungkook desceram pelo pescoço de Taehyung, mordiscando levemente a pele, enquanto as mãos de A agarravam os lençóis, tentando buscar um equilíbrio em meio àquela tempestade de sensações. Jungkook se livrou de vez do cobertor e não adiou o que precisava fazer, ele queria aproveitar tudo de Taehyung antes dos amigos chegarem, o vilarejo não era longe e eles não tinham muito tempo. Com poucos movimentos, a parte de baixo do pijama e a cueca de Taehyung já estavam fora do corpo.

Jungkook se ajeitou como pôde por cima enquanto Taehyung fazia o melhor que podia para prepará-lo e beijá-lo ao mesmo tempo.

— Relaxa, tá bom? O Jimin não vai entrar sem a minha autorização – Taehyung disse e isso pareceu tranquilizar Jungkook.

Um curto tempo depois, Jungkook sentiu que estava pronto e assim que Taehyung tirou os dedos de dentro, ele ficou de quatro e deixou que Taehyung fizesse o resto, porque confiava que o namorado fosse cuidadoso.

Já dentro dele, Taehyung queria esperar Jungkook  se acostumar, mas ele sozinho começou a se mover, ditando exatamente como queria e Taehyung seguiu. Era estranho ter tudo tão silencioso, mas eles tinham acostumado assim, Jungkook e Taehyung estudavam em faculdades católicas onde alguns estudantes eram praticantes e seguiam a religião como se fosse o único objetivo de vida, e por puro azar, cada um dividia o dormitório com um católico fervoroso diferente e o que sobrava para os dois era colocar o colchão no chão do quarto e fazer menos barulho, o que no início foi difícil já que Jeon era um tanto quanto barulhento. Por sorte, a faculdade dividia os quartos e cada um dormia no seu. Entretanto, as paredes eram conhecidas como “paredes de papel”.

Para Taehyung era triste saber que Jungkook tinha perdido o hábito de fazer barulho, ele gostaria de ouvir Jungkook gemer ali.

Os corpos se moviam juntos, Taehyung conseguia ouvir a respiração do namorado ficando mais alta e entre cortada, essa era a forma que ele sabia que estava fazendo certo e também porque conhecia o corpo de Jungkook melhor do que o próprio, não precisou tentar muitas vezes para acertar o ponto de prazer e estocar ali repetidamente, até finalmente ouvir Jungkook gemer.

Taehyung sentiu a sensação tão conhecida por ele crescer enquanto o coração ficava mais acelerado do que antes. A onda de prazer pegou Taehyung tão desprevenido que, quando gozou, sentiu a visão ficar turva e pode jurar que viu um ponto de luz vermelha no alto da parede que estava em frente a cama, exatamente ao lado do quadro tenebroso do avô do senhor Williams. Ele fechou os olhos com força e saiu de dentro de Jungkook, deitando na cama para se recuperar e ver se conseguia enxergar um pouco melhor.

Ele amarrou a camisinha usada e jogou na lixeira perto da cama, mais tarde ele jogaria aquele lixo fora junto com as latas de bebida que Jimin traria.

Quando se sentiu melhor, ele deitou Jungkook na cama e não fez cerimônia, já fazia tanto tempo desde a última vez que ele tocara Jungkook que estaca mais ansioso para senti-lo em sua boca do que para todo o resto.

— Espera — Jungkook pediu, deixando Taehyung confuso.

— Você está nervoso porque a gente está aqui?

— Não é nada disso, vem aqui.

Jungkook o levou mais para perto e com uma calma estranha, bem diferente de como ele se comportava alguns segundos antes.

— A gente pode cuidar disso de outra forma, ok? — Jungkook pediu — Só fica bem mais perto de mim. Isso.

Taehyung estava ainda mais confuso com a situação, mas seguiu Jungkook e colocou a mão exatamente onde ele pedia. A posição era desconfortável para ambos, mas pelo que Taehyung notava no momento, não parecia que Jungkook continuava a fim. Ele realmente não entendia o que estava acontecendo ali e olhava cada vez mais confuso para Jungkook.

— Qual é a sua?

— Shhh… pega o cobertor e coloca por cima da gente — ele sussurrou.

Taehyung o conhecia tão bem, que até pelo tom daquele Sussurro ele conseguiu entender que algo sério estava acontecendo ali. O clima que antes estava quente e parecia oportuno, agora estava mais frio e estranho do que nunca.

— Você sabia que existe uma lâmpada em Livermore que está acesa há mais de cem anos? — Jungkook perguntou, dessa vez ele disse bem mais alto do que falava normalmente.

— Não, eu não sabia. Eu deveria saber?

— Não sei. Vou tomar um banho, você me espera?

Aquela era a conversa mais esquisita da vida de Taehyung. Mais um fato aleatório jogado no ar e ele entraria em colapso. Jungkook provavelmente ia deixar Taehyung maluco se continuasse com esse papo maluco.

Foi então que ele se lembrou de novo, Jungkook estava nervoso com alguma coisa e não tinha nada a ver com o sexo tenebroso que tinham acabado de fazer.

Mesmo no escuro, ele observou cada movimento de Jungkook enquanto ele caminhava do disjuntor ao banheiro do chalé. O chuveiro foi ligado por alguns segundos e logo em seguida desligado.

— O quê está acontecendo? — Taehyung perguntou sem paciência.

— Tarde demais para tomar banho, não tem mais água quente. O chalé do Hoseok deve ter, você vem comigo?

— Não, prefiro ficar aqui.

— Taehyung. Você vem comigo.

Não era mais uma pergunta.

Ele não soube o que fazer diante de tal comportamento, apenas vestiu a roupa em silêncio e esperou Jungkook procurar os sapatos debaixo das duas camas. Logo depois, abriu o armário e seguiu abrindo todas as portas que tinham no chalé. Tudo isso em vão. Os sapatos tinham ficado do lado de fora do chalé.

— Ah, porque você não me disse que estavam lá fora?

— Você pareceu tão determinado a achá-los que eu não quis atrapalhar sua busca.

Jungkook riu pela primeira vez em muitos minutos.

— Sem querer ofender o falecido avô do senhor Williams, mas aquele quadro ali é a coisa mais horrorosa que eu já vi na minha vida — Jungkook disse, sem olhar para trás — Vamos até o meu chalé, acho que lá tem água quente no chuveiro.

Aquilo no mínimo era esquisito, mas Taehyung apagou a luz e pegou na mão de Jungkook quando ele ofereceu.

Jungkook, por sua vez, guiou Taehyung para a parte de trás do chalé e correu de encontro ao local proibido.

— Depois daquele show que o Luke deu no meu chalé, acho que não seria muito inteligente entrar na floresta.

— Fica quieto e vem logo — Jungkook disse sério, apressando ainda mais o passo e assustando Taehyung, que escolheu obedecer o namorado e não dizer mais uma única palavra.

Lá fora, Taehyung se deu conta de que estava mais frio do que ele imaginava, o vento continuava soprando por entre as árvores, fazendo as folhas farfalharem. E para piorar, o barulho que fazia quando eles pisavam nas folhas secas era capaz de acordar os outros estudantes.

Com passos rápidos e decididos, Jungkook o puxava para fora da trilha principal, onde a floresta densa começava a engolir os dois. Apesar da escuridão total, ele sabia exatamente para onde ir, era como se tivesse feito aquele caminho várias vezes e não se incomodasse com a falta de iluminação.

A adrenalina corria pelas veias dos dois enquanto se mantinham escondidos, cada som amplificado pela tensão do momento. Estavam cientes de que não podiam perder tempo – a urgência em seus passos era evidente. A floresta parecia ainda mais ameaçadora à noite, sem a menor fonte de luz para guiá-los, mas a determinação de Jungkook os impulsionava para frente.

— Jungkook, eu preciso saber o que está acontecendo.

— Já estamos chegando.

Eles caminharam por cerca de dois minutos, até que deram de cara com o que parecia uma estrada. Mais para frente havia um único poste com uma luz branca que falhava e piscava sem parar.

— O Jimin vai passar por aqui, a gente precisa da ajuda dele.

— Eu não estou te entendendo, caralho. Tem como você me explicar o que está acontecendo aqui?

Jungkook levou um tempo para recuperar o fôlego, ele encontrou um tronco caído e se sentou, convidando Taehyung para se juntar a ele.

— Eu não sei como faço para te contar isso da forma mais calma possível, porque eu estou apavorado.

— Contar o quê? — Taehyung respondeu no mesmo tom calmo que Jungkook usou para falar com ele primeiro.

— Quando eu mencionei o quadro, achei que você já tivesse percebido. Tinha uma câmera ali, e ela estava ligada o tempo todo, amor.

Por um instante, Taehyung ficou em silêncio, as palavras não fazendo sentido de imediato. Mas então, como um estalo, a realidade o atingiu com tanta força qie teria derrubado-o no chão se ele ainda estivesse em pé. Seus olhos se arregalaram e ele sentiu um frio gelado correr pela espinha.

A mente de Taehyung começou a correr, revisitando o momento de privacidade que ele pensou ter tido a poucos minutos naquele maldito chalé.

Aquilo não era apenas sobre ele e Jungkook, Jimin e Yoongi também eram vítimas.

A ideia de ter sido observado sem saber era mais  que perturbadora.Ele levou a mão à cabeça, sentindo a pressão aumentar. O lugar que ele considerava um refúgio seguro e divertido quando era mais novo agora parecia uma armadilha. Estava mais para um teatro onde ele havia sido o ator sem o consentimento.

Sua respiração acelerou, e ele sentiu as pernas tremerem levemente, a realidade da situação se infiltrando em cada batida do coração. Não era apenas o choque de ser monitorado, era a violação da confiança, da segurança. Ele olhou para Jungkook, procurando respostas, mas tudo que encontrou foi a mesma incerteza em que ele se encontrava no momento.

E então, como se a vida tivesse acabado de estalar os dedos bem na cara dele, a realidade quase o empurrou para trás.

Ele tinha visto a luz vermelha da câmera com os próprios olhos. E estava certo de que tinha visto mais de uma vez.

— E agora? — Foi a única coisa que ele conseguiu dizer.

— Estive pensando em algo o caminho inteiro… você é filho do prefeito, se isso cair nas mãos erradas vai acabar com a sua vida.

— Com a nossa  vida.

— Ninguém vai se importar comigo quando tem uma sextape do filho do prefeito. Uma ou outra pessoa vai prestar atenção em mim, mas só vão comentar sobre você.

— Você se dá muito menos créditos do que deveria, Jungkook. Qualquer pessoa vai querer saber com quem o filho do prefeito estava transando.

— Eu sei, e é por isso que nós vamos entrar no sistema e destruir tudo o que eles têm.

– Tudo?

— É o certo, não? Eles recebem adolescentes e crianças aqui nas primeiras semanas de verão. Imagine quanta coisa nojenta esses vermes guardam.

Só de imaginar, Taehyung sentiu o estômago embrulhar.

— Nos não sabemos como fazer. E se formos pegos?

— Aí eles vão ter que se explicar ainda mais considerando que o seu pai é o prefeito. E sim, eu tenho uma ideia de como apagar imagens de câmeras de segurança de modo definitivo. Só vou precisar de tempo e do Jimin, ele sim conhece o sistema.

— Eu estou apavorado, não sei o que fazer.

— Você precisa ficar calmo e pensar em uma estratégia para distrair os Williams caso estejam na sala assistindo o que a gente acabou de fazer. Não só a gente, mas com certeza tem mais vídeos de mais estudantes estudantes.

Taehyung observou Jungkook com atenção, tentando entender como ele conseguia manter aquele semblante tão sereno, tão despreocupado, mesmo depois do que tinha acabado de descobrir. Os olhos de Taehyung buscavam algum sinal de inquietação ou ansiedade, mas tudo o que ele via era a tranquilidade natural que parecia envolver Jungkook por inteiro. Aquilo o deixou intrigado e, de certa forma, com inveja. Era como se, para Jungkook, o peso da revelação não tivesse a mesma força, como se ele já tivesse aceitado.

— A gente só precisa entrar no sistema. Precisamos roubar algumas luvas na cozinha, porque se algo acontecer, não quero que tenha nada que possa nos incriminar.

— Seu pai é da polícia, ele não pode nos ajudar?

— Não. Eu não falo com ele a muito tempo e não vai ser por isso que vou falar. Você já sabe a opinião dele sobre nós dois e se eu disser que alguém tem um vídeo nosso transando ele provavelmente vai responder que é isso que eu mereço por ser gay — Jungkook já não sentia mais aquela vontade antiga de se reaproximar do pai e isso ficava bem nítido pelo tom de voz que ele usava quando o mencionava — A gente vai esperar o Jimin e vamos bolar um plano para apagar permanentemente todos os vídeos que eles tiverem. Só eu, você e o Jimin. Ninguém mais vai saber e ninguém mais vai fazer parte disso.

— Eu entendo, mas…

— Olha, eles estão voltando  — Jungkook apontou para o carro que se aproximava — Você vai precisar distrair o Yoongi até eu conversar com o Jimin.

Taehyung assentiu. Ele não fazia a menor ideia do que estava fazendo ou do que aconteceria a partir dali. Ele só confiava em Jungkook.

— Não faz essa cara, Tae. Eu te amo, vai dar tudo certo, a gente vai apagar aquela merda. E pela manhã nós vamos dar um jeito de irmos embora.

— Certo. O que pode acontecer de tão ruim se pegarem a gente mexendo nas câmeras?

— Depende do que tiver lá  e de quem pegar a gente — Assim que Jungkook falou, ele se arrependeu. Aquilo só ia deixá-lo ainda mais preocupado.

O carro parou em frente aos dois e Jimin saiu rápido.

— Vocês me assustaram. Achei que era o Williams pai. O que vocês estão fazendo aqui fora? — Jimin perguntou sorrindo.

Taehyung observou o sorriso do amigo desaparecer conforme olhava sem parar dele para Jeon.

— O que foi?

— Você está a fim de cometer um crime?

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Como eu tinha dito, daqui pra frente é só pra trás e calma que vai piorar 😁

Vejo vocês no próximo capítulo e obrigada pelos votos e comentários 💜💜

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