[🍰] - just a sweet day

boa leitura 💕


Meu dia havia sido uma desgraça, o que eu havia acontecido? Absolutamente nada. Apenas o fato da vista que eu tive de ontem à noite me fez ficar bravo o suficiente para estender-se mais um dia.

A minha bela tortinha...

Com medo de acabar descontando em Taehyung, eu não troquei muitas palavras com ele, que parecia entender que eu estava bravo e não falou comigo.

Cheguei na Jeon's e minha mesa já estava dominada de papéis. Ótimo, agora sim eu tenho motivos.

— Você está assustador.— Hobi falou.

Eu não respondi apenas me sentei e comecei a trabalhar feito um condenado para agradar meu chefe e ser tratado como nada, por que era isso que acontecia.

Assim que terminei os relatórios que Jungkook havia pedido, fui até a sala dele entregar.

— Bom dia, Park.— disse pegando os relatórios enquanto eu cruzava os braços e ficava batendo o pé no chão.

Talvez eu não fosse bom em disfarçar.

— Que bicho te mordeu? Está batendo o pé, quer quebrar o chão?— falou me encarando então eu parei de bater e me sentei enquanto ele lia.— Ainda não me respondeu o por que de estar assim.

— O senhor se importa?

— Oh, tem razão não deveria perguntar, achei que quisesse que eu fosse mais agradável, não?— respondeu me entregando a pasta.

— O senhor foi bem agradável quando entregou aquele doce ao cachorro ontem a noite.— falei irônico.

— Oh.— pareceu surpreso.

— "Oh" digo eu, senhor.— balancei a cabeça de modo que meu cabelos ruivos saíssem dos meus olhos.

— Sabia que tinha sido você que colocou aquilo na minha mesa.— pareceu pensar.

Aquilo foi caro, poderia ter me devolvido, ou dito palavras duras pra mim.— respondi.

— Eu quis ser agradável!

— Então, você iria fingir que comeu?

— Sim.— minha boca fez um formato de "O".

— O senhor é realmente muito agradável.— murmurei.— Se me der licença, preciso terminar de reescrever os textos.

— Tudo bem.— não insistiu e eu sai.



[...]

Estávamos sentados almoçamos e eu todos comiam quietos, eu não queira descontar em ninguém então continuei em silêncio.

Eu sabia que a curiosidade de todos era grande mas eu ignorava quando eles entravam em um assunto me excluindo da bolha que eles criaram.

— Park, pode me acompanhar até minha sala? — Jeon parou em frente à nossa mesa e todos olharam.

— Sim, senhor.— respondi jogando o guardanapo de qualquer jeito e seguindo ele.— Posso perguntar o motivo?— juntei as mãos.

— Eu sou seu chefe, não preciso de motivos, preciso?— segurou na barra do elevador.

— É, você não precisa.— respondi e ele começou a rir um tanto baixo.— Ah.— soltei sem saber aonde estava o caralho da graça.

Viu? Eu estou puto da vida.

Saímos do elevador e fomos direto para sua sala onde ele abriu a porta pra mim voltando a ficar sério.

— Do que precisa? — perguntei observando ele se sentar.

— Sente-se.— apontou para cadeira então eu sentei.— Vou tentar ser o mais rápido possível, olha, eu não costumo fazer essas coisas, mas perante a situação eu irei fazer.

— Aonde quer chegar?

— A tortinha, bom, você sabe que eu não comi ela.

— É, eu sei. Foi isso que me trouxe aqui? Olha, você deveria ter me devolvido, ou sei lá falado algumas palavras rudes. Eu só quis ser gentil.

— Eu sei, eu sei. Bom.... Vamos lá.— falou batucando os dedos na mesa.— Ok, isso é fácil, não é como se fosse um bicho de sete cabeças.— começou a falar sozinho.

— Está tudo bem?

— Sim! — falou num tom diferente e logo voltou a postura.— Aquela torta que me trouxe ontem, ela tinha amendoim, e eu sou alérgico a amendoim.

— Ah.

Eu me encostei na cadeira e senti minha alma saindo do corpo, é, eu era um trouxa e a ignorância continuava sendo uma benção.

— Eu ia levar ela para alguém, alguém que eu não vou lhe dizer quem é.— deixou claro e voltou a falar: — mas eu encontrei aquele cachorro no caminho, então eu dei pra ele. Eu não fazia ideia que você ficaria tão sentido com isso!

Eu estava sem palavras. Passei o dia furioso — o que pra começo de conversa eu nem deveria estar —, falei informalmente com meu chefe, que estava sendo gentil.

— Eu nunca mais vou fazer isso então não se emocione tanto, ok?— falou e eu assenti com a cabeça vendo ele abrir a gaveta e pegar algo.

Ele colocou na mesa uma caixinha branca com detalhes rosas com o formato retangular.

Jungkook tirou a tampa da caixa e eu vi vários docinhos enfeitados, com certeza mais bonito que a merda da minha torta.

Acabei que sorri, aquele meu sorriso que faziam de meus olhos dois pequenos riscos.

— Céus, eu disse para não se emocionar.— revirou os olhos.

— Ah Jungkook, eu não pude evitar...

— Jungkook?— ergueu as sobrancelhas.— Ok, vá embora, você está se iludindo demais, vá vá!— fechou a caixa e eu fiz um biquinho.

— Monstro.

— Abusado.— respondeu enquanto eu ia até a porta ainda olhando para a caixa.— Park? — chamou.

— Sim, ó belo Sr. Jeon? — me virei para ele.

— Senta logo aqui.— falou e eu sorri fechando novamente a porta.— Você às vezes passa do limite, mas irei deixar passar dessa vez.

— Sei, claro.— respondi enquanto ele abria a caixa novamente.

— Não tinha torta de morango, então eu comprei todos que eu achava relativamente bons.— respondeu enquanto eu pegava um doce que eu não fazia a mínima ideia do que era, mas era bom.

— Relativamente? Quem usa essa palavra no dia-a-dia?

— Caso se esqueça ainda estamos no ambiente de trabalho, e eu já disse, não se emocione, sou um homem que não deve nada a ninguém. Você me deu a torta, te dei outra em troca.

— Jamais me iludiria com o senhor.— respondi ainda comendo.— Isso é muito bom, prova!— estiquei o doce até sua boca mas ele se afastou assustado.

— Não exagere, Park.

— Você que está. Estou te dizendo pra provar o doce, uai! — estiquei novamente.— Vai prova logo! É bom, eu juro!— Jeon me encarava com um olhar sério, mas logo se virou para o doce e começou a encarar.

— Não, de jeito nenhum, pare com isso. Alguém pode entrar aqui e entender errado.

— Ninguém entra na sua sala sem bater, a não ser eu às vezes.— respondi.— Mas não vem ao caso, não há nada de errado, come logo!

— Me deixei segurar.— esticou a mão.

— Não, você está muito hétero de Taubaté para o meu gosto, para de reclamar! — estiquei.— Última vez que eu ofereço, em?!

— Super ameaça.— falou enquanto eu passava o doce pelo seu rosto.

Depois de um tempo provocando Jeon, ele finalmente cedeu a irritação que eu estava lhe causando e segurou meu pulso para parar meus movimentos.

Ele mordeu o doce que eu carregava na mão enquanto olhava pra mim e eu jurei a mim mesmo que era errado ter uma fantasia sexual com a imagem.

Mas foi além do meu querer, eu já tinha até planejado onde estaríamos trepando com a cena.

— É bom.— respondeu.— Não faça nunca mais isso, existe uma linha enorme entre nós.— falou.

Ok, ele me fez apagar a fantasia sexual.

Aliás, o que eu tenho na cabeça pra imaginar isso? Ele é um monstro, na maioria das vezes.

— Oh, tudo bem, me avise quando eu ultrapassar a linha senhor.— voltei a degustar o doce em silêncio.— Para quem você ia dar a...

— A linha, Park. A linha.— falou ele antes mesmo de eu terminar a frase.

Ele tinha alguém? Ou melhor, alguém tinha ele? Por que aguentar Jungkook não era uma tarefa fácil.

— Você não vai comer? — quis interromper as questões que meu cérebro criou iniciando um assunto.

— Eu já comi, não viu?

— Come esse aqui, parece ser bom.— coloquei de novo na sua boca e ele ergueu a sobrancelha.

— Você não aprende mesmo, não é?— dei de ombros, mas acabei sorrindo quando ele mordeu o doce que eu esticava em sua boca.

Aquele com certeza foi o melhor dia que eu passei trabalhando ali, talvez a maior parte dele eu tenha estado zangado, mas eu jamais imaginaria acabar na sala do meu chefe, comendo doces, tendo conversas que mesmo curtas, divertidas. Até fazer ele provar alguns doces da minha mão.

Foi realmente um dia muito doce.

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