Desejo, morte e promessa
— Aqui está, vossa excelência. A donzela. Veja, nenhuma mácula na pele perfeita e virginal. — O servo corcunda despe a jovem capturada que não luta e nem reage.
Aura estava prestes a pertencer ao homem com quem se casara no final de tarde que antecedeu a sangrenta morte do jovem Sebastian.
Ela não derrama lágrimas.
— Olhe, beleza... beleza...
O corcunda faz menção de tocar na parte pudica da mulher, mas um olhar ameaçador do governador, o desencoraja.
— Saia. — Ordem clara ao homem. À mulher, a ordem fora diferente. — Vire-se.
Aura se vira e olha em volta. Mobília escura, tapeçaria cara, quadros raros e originais. Limpeza. Aquilo a fez lembrar do próprio quarto. Sem luxo porém.
Sebastian roubara-lhe um "primeiro" beijo e pediu-lhe em casamento. Hoje estava morto e sua cabeça, colocada sem respeito sobre a mesa onde ela debruçou seu corpo.
Destruíram seu casamento.
Lamentaria?
Não.
O governador era um belo homem, a queria e a tomou.
Forçadamente, ela conteve os gemidos.
Nunca houve alguém, cujo coração tão rapidamente cicatrizasse. Penetrada ao ponto da tortura, sorriu ao encarar a face do marido decapitado donde o sangue escorria e formava uma poça no chão. Queria-o tanto, que daria a ele o melhor dos dons que ela possuía.
Aura era um corpo vazio agora. Seu corpo era só um corpo. Nada tinha de tão interessante. Era apenas uma bela jovem, pobre e sem nenhuma pretensão quanto a riquezas materiais. Logo, o governador não tinha nada que ela quisesse.
Era dele, a maior e mais cara mansão do país?
Sim, era.
Era ele, o mais belo dos machos com ela fornicara ao longo da sua existência?
Sim, era.
Era exausta tanto quanto ele, quando seu corpo foi largado de qualquer jeito sobre a mesa onde estava debruçada?
Não, não era.
— Meretriz, imunda! Não era virgem?
— Não, não era. — Respondeu sem se virar.
— Vou mandar cortar sua cabeça e espetar em um lugar visível, como exemplo. E a acusarei de ser praticante de magia negra.
Aura se vira e o olhar dele baixa até o pendulo masculino, inerte, mas orgulhoso.
— Bruxa! É homem?
— Não, não sou.
— Maldita seja, bruxa... — O governador cai de joelhos e rasteja até ela. Vomita-lhe aos pés enquanto sente as tripas retorcendo dolorosamente dentro dele. O que é você?
— Tenho muitos nomes. E você é um idiota qualquer que estragou meus planos de ter um novo brinquedo: Sebastian. Agora vai tomar o lugar dele, para sempre.
Horrorizado o governador viu a porta abrir e o corcunda se endireitar, sua face mudou até que um bonito homem estivesse em sua frente. Ajoelhado se contorcia, devido a dor lancinante no abdome enquanto seu ex servo ajudava o homem que usara o corpo de Aura, a vestir-se com um imenso sobretudo preto. A cascata negra de cabelos que descia abaixo da cintura, tornou-se prata e os olhos estranhamente sedutores, miraram no poderoso governador.
— Tem medo de calor? Fogo, lamentações e ranger de dentes? — Pergunta o recém transformado ser.
— Meu Deus!
— Quase acertou. — Aura-homem responde com a mais mansa voz. — Vamos Judas, vamos abandonar essa terra, traga-me meu novo brinquedo.
— Sim, senhor... Asmodeus.
*****
Oii Pessoal... é eu... o Jojo... Jojozinho... kkkk
Esse conto é levemente sombrio de um tema que gosto, particularmente, de ler. Leve, porque não é uma coleção de contos de terror, nem sei escrever isso, mas adoooro e morro de medo ao mesmo tempo.
Seres sobrenaturais fascinam a todos nós, não é mesmo? Eles que fiquem bem longe de nós, por favor. Obrigadinho, kkkk
Beijos e ótima semana!
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