C A P I T U L O 0 3

Abro os olhos, sentindo o calor de um corpo abaixo do meu. O calor dos nossos corpos enrolados preenche o lugar escuro, como se tivéssemos acabado de fazer sexo selvagem e desmaiado de cansaço logo em seguida. Poderia até achar que é realmente o caso, se não fosse a calmaria no meu peito e a falta de memória dos minutos anteriores.

— Bem-vinda de volta, amor. Eu senti a sua falta — despreocudamente o homem com a voz rouca fala, abaixo de mim. 

Como em todas as vezes, apenas o puro breu cobre meus olhos, como uma névoa. Sou incapaz de enxergar até mesmo algo bem de frente ao meu nariz. Tudo o que tenho são as sensações que enchem meus outros sentidos.

 Sei que estamos em uma cama, pois posso sentir o colchão macio e as cobertas suaves quando afago meu lado, posso sentir a cabeceira de madeira dura ao esticar um pouco a cabeça. Posso sentir o homem abaixo de mim vestido com uma roupa de tecido leve, seda talvez, posso sentir o aroma amadeirado e ao mesmo tempo cítrico que invade o ambiente e posso sentir meu próprio corpo, nu, como em toda vez em que nos encontramos.

Sinto suas mãos envolverem meus quadris, me apertando, traçando voltas em minha pele até alcançar minha bunda, que ele faz questão de esmagar e acariciar do jeito que só ele sabe fazer. Eu arfo, meu peito perde o compasso e logo estou gemendo feito a cadela que eu sou, apenas com seu toque suave. Seus lábios alcançam meu pescoço e sua respiração reverbera em mim como uma brisa, me fazendo perder totalmente o controle.

— Você está tão agitada hoje, Angel. O que foi que eu perdi? O que está acontecendo? — Sua voz baixa enche meus ouvidos e fazem meu corpo arrepiar.

Não respondo à sua pergunta, ao invés disso, pressiono ainda mais meu corpo contra o dele, apertando meu quadril contra seu próprio, posso senti-lo endurecer abaixo de mim, então rebolo num desespero sensual, em cima do seu pau duro como pedra, o desejo ardendo em meu interior me tomando por completo e gritando obscenidades em meus ouvidos. Meu coração está cada vez mais acelerado, errando todas as batidas e ribombando feito um tambor. Sinto meu interior molhado, pulsando, a necessidade de ser preenchida por sua carne me devorando e consumindo cada pedaço do meu ser. Tento alcançá-lo com os dedos, mas logo a posição se inverte. Sou jogada para debaixo dele, meus braços presos acima de minha cabeça com uma só mão enquanto sua outra mão desliza o caminho malicioso pelo meu corpo.

— Quando eu te faço uma pergunta, Angel, eu quero a porra da resposta. Por que está tão agitada? — Sua voz é baixa, grave e exigente, de um jeito que me faz tremular.

— Eu… não sei… Não importa, só você importa para mim —sinto lágrimas prestes a escorrer pelos meus olhos a cada palavra que eu falo, então mordo meus lábios para evitar que elas escorram dos meus olhos.

 O homem sequer se importa com as lágrimas, talvez como eu, ele apenas consiga ouvir minha voz, e isso o satisfaz o bastante uma vez que, sem demora ele penetra com seu dedo indicador meu interior e me arranca um grito poderoso da garganta, que ecoa pelo ambiente. Estou totalmente rendida, como a cada encontro com esse homem. Me sinto totalmente entregue, inundada por um mar de excitação. 

— Grite meu nome, Angel, grite o nome do único homem que possui poder sobre você. Você é minha como uma lebre, é do lobo que a agarrou na boca.

— Eu… Não… — mal consigo falar, entre um arquejo e outro, um gemido e outro — não sei o seu… Nome.

Sinto sua mão soltando meu pulso e, de modo brutal, me agarrar pelo pescoço enquanto a outra me fode com mais um dedo dentro de mim. Ele me domina e escorrega os dedos em mim, me usando como um brinquedo, ao seu bel-prazer. Sou levada ou limiar entre a dor e a excitação, dividida entre gemidos e lágrimas. Não consigo deixar de querer mais, a necessidade de que ele me arrebente, me quebre e monte novamente como a um maldito quebra-cabeça. Estou sendo punida, eu sei que estou, mas não consigo me importar com isso, não quando a sensação martela tão forte dentro de mim.

— Eu disse a droga do meu nome para você ontem, Angel. Você precisa se esforçar se quer algo de mim. Não preciso de um brinquedo defeituoso em minha coleção. 

Suas palavras me fazem despedacar. Sinto como se um buraco invadisse meu peito e tudo o que eu quero é que ele me perdoe, não quero me sentir assim, não quero isso.

— M-me des-desculpe, eu… — imploro entre gemidos, sentindo meu peito queimar, sentindo a agonia que me invade em pensar que posso não ser sua queridinha.

— Zethulom, meu nome é Zethulom. E esta é a última vez que eu te falo, Angel. Não sou a porra de um papagaio.

As palavras chegam aos meus lábios para respondê-lo, mas não saem. Não quando seus dedos me atingem com força e sou arrebatada pelo prazer. Como fogo lambendo minha alma, todas as palavras acabam perdendo o sentido. Sou lavada por um mar de intensidade, vindo diretamente dos seus dedos em minhas entranhas. Seus dedos se abrem dentro de mim, entrando e saindo cada vez mais rápido, impetuosamente e sem nenhum cuidado ou delicadeza, sua pele quente me provoca arrepios e sua bocame leva a lugares que nenhum outro homem conseguirá alcançar.

Zethulom se debruça sobre mim e sinto seus dentes pontiagudos furando buracos ao redor do meu mamilo. Minha respiração está rasa, me sinto queimar e derreter. Efervescendo numa intensidade estratosférica.

— Ah! Zethulom — grito seu nome, de olhos fechados, eu berro como se ele fosse minha própria religião, minha divindade pintada em tons de preto e escuridão. 

Com o ápice me arrebatando, sinto meu corpo tremer tanto que pareço prestes a convulsionar. Meu peito arde pela falta de oxigênio, mas minha respiração parece ter sufocado na intensidade do orgasmo. Sinto minhas unhas furam buracos em suas costas perfeitas, arranho sua pele lisa e formo trilhas de desespero pelo seu corpo.

Não tenho tempo para descanso, seu pau me invade logo que minha respiração parece voltar ao normal. Zethulom me conhece bem o suficiente para saber como eu precisava disso. De uma vez, ele me quebra por dentro, ele me desfaz e grito novamente com toda a força o seu nome. 

Seu corpo vem e vai, de modo apressado, enquanto rebolo meus quadris acompanhando seus movimentos. Minha boca busca a sua enquanto minhas mãos apertam seu corpo contra o meu. 

— Você está tão molhada, Angel… — Ele diz com os lábios encostados nos meus.

— Ah, Zethulom… Por favor… — sufoco minha prece em sua boca.

— Por favor, o que Angel, o que você quer de mim?

— Me faça gozar, Zethulom. Enfie seu pau em mim até me fazer gozar, por favor.

Mal termino a frase antes que os lábios de Zethulom esmaguem os meus. Sua língua invade minha boca e a puxa para si enquanto seus dentes puxam meu lábio inferior. Seu corpo me toma brutalmente, sinto a madeira da cabeceira de sua cama acertar minha cabeça ritmadamente conforme sou penetrada de modo cruel, violento e extremamente prazeroso.

 Eu me aperto e me deixo ser devorada, sou sua lebre e estou pronta para ser abatida pelo meu captor. O suor escorre pelo meu corpo, minha pele começa a arder, é como se labaredas de fogo me queimassem de dentro para fora. Zethulom está mais brutal que nunca, a cada estocada sinto como se fosse me quebrar a qualquer minuto. Eu grito, ansiando por isso, rebolando meu corpo contra o seu, desesperada para que ele me leve além, estrelas povoam minha mente, posso ver toda uma constelação tamanha a intensidade dos sentimentos. 

Suas mãos envolvem meu pescoço e me tiram um gemido sofrido e engasgado. Meu coração bate tão forte que minhas costelas doem.

— Olhe para mim, Angel, olhe nos meus olhos quando eu te fizer gozar. — Ele ordena.

Ainda que eu não o veja, sei, instintivamente, para onde olhar quando o ardor navega pela minha intimidade, quando, numa última estocada brutal, a sensação irrompe do meu peito no mesmo momento em que sinto seu esperma me lavando por dentro.

— Zethulom! — Grito alto, olhando para onde sei que estão seus olhos.

E apesar da névoa de escuridão me cegando, posso ver um lampejo vermelho dos seus olhos de frente para mim, antes de tudo sumir.

Não tenho mais sonho algum pelo resto da noite.

Finalmente temos o último aesthetic e conhecemos o nome do homem, mas e aí... O que sera que Zethulom é?

1459 palavras

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