vinte e quatro

Ao chegar na delegacia, os policiais abriram a porta da viatura para mim e me mandaram sair.

— Venha comigo. _disse o que estava dirigindo a pouco tempo atrás.

Apenas o segui de cabeça baixa e as mãos para trás de meu corpo.

Sei lá, aquilo tudo estava fazendo eu me sentir um criminoso que foi pego pela policia.

Ao adentrar o prédio, me dei conta de o quão grande era aquilo e o quão bem organizado era.

Agora eu já sei para onde vai o dinheiro que pagamos os impostos. Quando dizem que serve para nossa segurança, eles não querem dizer que é para "novas câmeras de vigilâncias", "novos coletes à prova de balas", "novas munições" ou coisas do tipo. Eles usam o nosso dinheiro para deixar cada vez maior a delegacia, coisa que só serve para o conforto das autoridades (que deveriam estar cuidado da nossa cidade, ao invés de tomar café amargo sentado em uma droga de cadeira acolchoada se balançando) e para aumentar o ego que já é repugnantemente alto dos mesmo.

Enfim, continuando...

Ele me deixou sentando em uma cadeira - vale ressaltar que provavelmente era a pior cadeira do local - um pouco afastanda enquanto conversava com um cara baixinho que estava atrás do balcão - sentado em uma cadeira muito confortável aliás.

— Ok, pode levar o garoto. Aqui os papéis. _disse o carinha de meio metro (sentido figurado).

— Sim senhor! _o outro bateu continência. Foi até engraçado imaginar que o oficial até pouco tempo atrás impotente também seguia ordens e parecia um cãozinho assustado perto de seu superior. É tão estranho ver como as pessoas conseguem se achar tão melhor que as outras, mas assim que encontra outra "maior" que ela, todo aquele orgulho simplesmente parece desaparecer, porém volta a tona quando tem oportunidade para humilhar, mesmo que indiretamente, outras pessoas.

Porcaria de orgulho.

Droga de sociedade infernal.

— Vamos garoto, vou te levar a um abrigo, se tiver sorte irão te adotar e você viverá feliz para sempre. Caso contrário ficará lá por mais três anos até completar sua maior idade e poder bancar-se literalmente: sozinho. Imagino que não tenha dúvidas, e mesmo que as tenha, provavelmente não terei a resposta para nenhuma delas. _disse puxando meu braço direito para que ficasse em pé, em troca remunguei um "Ai" que provavelmente sequer foi ouvido por ele.

Ótimo! Obrigado por deixar uma marca roxa no meu braço, agora só falta acharem que eu fiz... "aquilo" e chuparam meu braço.

— Para que abrigo eu vou? _perguntei ignorando completamente a fala anterior.

O mesmo me encarou, deu um suspiro cansado, pegou uma das folhas que lhe haviam sido entregue, a analisou e respondeu:

— Abrigo HDS.

Geralmente - lê-se sempre - sou tímido, mas sei que se não fizesse isso agora, talvez não tivesse outra chance de botar meu "mini plano" em prática.

— Senhor policial, eu poderia fazer uma pequena ligação antes?

— Vá logo, não demore. Segundo corredor a direita. Tem cinco minutos, se tiver sorte sua ligação não cairá antes.

— Sim senhor. Obrigado. Prometo não demorar. _fiz uma singela reverência e apressei meus passos.

Ao lado do telefone havia outro segurança.

"Cuidar de quem está sofrendo perigo fora é chato, né? Cuidar da dos outros e mais legal." Pensei.

Peguei o telefone do gancho e disquei o número de Taehyung.

Número que eu já sabia de cór após ele criar uma músiquinha com a melodia de "brilha brilha estrelinha", e ficar cantando toda santa hora.

É, talvez as loucuras do meu amigo tenham servindo para algo que não seje apenas minha simples diversão.

Aqueles tuuuuuu. Tuuuuuu. Que o telefone faz enquanto chama, estava me dando nos nervos.

Ligação on

Tae: Alô?

Eu: Hyung, eu vou para o abrigo HDS. Por favor, avise o Namjoon-

Ligação off

A ligação caiu.

Tentei discar novamente, mas aquele policial inxirido me disse que só era permitido uma ligação por pessoa.

Raios!

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