Trinta e quatro
...Uma semana depois...
Lá estava eu, na aula de ciências, copiando tudo o que a professora passava no quadro, enquanto escutava a conversa alheia do grupinho tagarela que senta a duas carteiras atrás de mim. Estava ocorrendo tudo normalmente, até que um estouro ocorre. Todas as luzes são apagadas. Eu me senti dentro de um retardatário quando os alunos do colégio inteiro gritaram.
Gente, só acabou a luz. Para que gritar?
Dois minutos depois o detector de incêndio tocou.
Todos saíram da sala. Inclusive eu.
Estava um alvoroço nos corredores. Parece que aqueles treinamentos de incêndio semestrais não funcionam, não é mesmo?
Com minha mochila na frente do corpo, tentando não ser pisoteado por brutamontes correndo para todos os lados, fui puxado para dentro de uma sala.
Com o suor frio escorrendo pela minha espinha, e uma dor de cabeça dos infernos por tamanha gritaria, só abri meus olhos assim que senti algo mole sobre meu bumbum. Oh, graças aos céus era só um dos pufs da sala de jogos.
》Eai, Jeon?! __ me virei na direção da voz e vi Hyuna um tanto descabelada e com a respiração acelerada.
》Noona, temos que correr para fora do prédio! Está tendo um incêndio, se não sairmos vamos morrer queimandos. __ me levantei, fui até ela e a puxei pela mão, porém parei assim que senti seu corpo enrrigecer no mesmo lugar.
》Fica frio. __ soltou-se de mim __ Não é fogo de verdade. Vocês adolescentes são todos lezados, sequer tem fumaça ou cheiro de queimado e estão todos desesperados. __ ela riu.
》Ya! Por que você fez isso? Quer matar todo mundo do coração? __ perguntei incrédulo.
》Eu queria falar com você, mas não queria que ninguém visse. __ disse forçando a voz para que ficasse fina.
》Ah claro, e por isso deixa a escola toda em pânico. __ subi um pouco meu tom de voz, mas logo depois me recompus novamente. Talvez algumas daquelas pessoas mereçam passar por isso por serem extremamente babacas.
》Eu só queria um pouco de diversão. Talvez devesse experimentar um dia. __ jogou-se para trás, caindo esparradamadamente no puf.
》Talvez um dia. __ disse apenas para acabar com aquele assunto __ O que queira falar comigo? __ perguntei fazendo o mesmo que ela.
》Hoje começam seus treinamentos. __ me engasguei com a própria saliva. __ Por favor, não morra. Não sei lidar com gente viva, quem dirá com gente morta.
》Desculpe, o que você disse? __ perguntei ainda meio rouco.
》Você entendeu perfeitamente o que eu disse! Agora vamos. __ se levantou apressada.
》"Vamos" para onde? __ perguntei me levantando também.
》Você quer encontrar seu irmão? __ perguntou.
》É o que eu mais quero. __ respondi firme.
》Então cale a boca e venha comigo. Rápido, não temos muito tempo.
Peguei minha mochila que estava jogada no chão e a acompanhei. Saímos da sala e tentamos parecer os mais desesperados possíveis em meio aquele monte de pessoas.
Hyuna me levou até o portão dos fundos.
》Preparado para sua primeira fuga? __ pude perceber a animação em sua voz.
》Fuga? Eu não vou fugir. A diretora não autorizou a saída de nenhum aluno. __ disse impaciente e com medo de me encrencar.
》É um incêndio, você deve sair o mais rápido possível do lugar e manter distância.
》Não é um incêndio de verdade. __ retruquei.
》Mas ninguém precisa saber disso. Agora anda. Não temos o dia todo.
》Eu não vou pular. __ cruzei os braços.
》Você é quem sabe. __ ela passou para o outro lado do portão __ Mas se não pular, vou arrumar um jeito de te dedurar para aquela velha chata. __ virou as costas e começou a andar para longe.
Com ela a alguns metros de distância, decidi mudar de ideia.
》Ei! Espere. E-eu... __ bufei __ Eu vou pular.
Ela parou imediantame e virou -se para mim.
》Eu sabia que iria mudar de ideia. Chantagem psicólogica é sempre a melhor opção. __ sorriu __ Como você tem o dom da Leveza, o mais lógico seria você voar por cima deste treco, mas no seu caso, acho melhor apenas pular mesmo.
》Aish. Não acredito que vou fazer isso. __ remunguei. Joguei minha mochila para o outro lado. Segurei nas grades do portão e com um pouco de impulso pulei para o outro lado, considerando que o portão não era tão grande.
Reclamei um pouco por ter caído em uma poça de água e encontrar minha mochila no mesmo estado em uma outra poça logo ao lado.
》Hum hum hum__ choraminguei __ A diretora do abrigo vai me dar a bronca do século. __ bati a mão na testa assim que a peguei do chão.
》E quem disse que aquela anta vai te ver? __ perguntou muito educadamente.
Com minha linda cara de paisagem, fiquei apenas lhe encarando com um enorme interrogação estampado na testa.
》Vamos logo! Eu te explico na hora certa, se eu explicar agora, você vai 'da pra trás. __ eu não maliciei, ok?
Hyuna saiu correndo e eu a acompanhei.
Depois de pelo menos uns vinte e cinco minutos correndo no galeto, chegamos na porta do abrigo. Meu coração deu uma leve parada quando vi Park Jimin parado na porta conversando com a diretora.
》Aff, aquele moleque pé no saco e a bruxa da sua diretora estão discutindo outra vez. __ remungou.
》Ele não é um pé no saco. __ rebati.
》Está defendendo ele? __ perguntou __ Achei que soubesse que aquele garoto é filho daquela velha coróca. __ riu se achando engraçada.
》Park Choijin? __ perguntei surpreso __ Park jimin é filho de Park Choijin?
》Achei que soubesse que ela tivesse uma cria. Coitado do garoto, eu zoou ele, mas no fundo sinto pena. Deve ser horrível ter uma mãe super controladora. Talvez por isso haja como um babaca na maioria das vezes.
Estranho. Jimin realmente age como um idiota na maior parte do tempo, mas comigo... Sei lá, foi diferente. Ele não me julgou, não me ameaçou. Muito pelo contrário, foi gentil e amável. E eu adorei aquele Jimin. Talvez esse fosse o verdadeiro e por um instante, me senti no dever de faze-lo perceber isso e saber o que o faz agir daquela outra forma.
》Eiii! Acorda! __ Hyuna deu-me um tapa na cabeça me fazendo dar um solavanco para frente, quase sai do do nosso "esconderijo" - que consistia em um pedaço de muro velho que não tinha sentido nenhum estar ali.
》Aí! Não poderia ter dado um tapa mais forte? __ irônizei, passando a mão no local.
》Não seja marica. Agora use seu dom da Estratégia, bole um plano para entrar lá dentro e pegue coisas que você acha útil para sua sobrevivência. Só não pegue seu celular, ou qualquer coisa eletrônica que de para rastrear. __ disse.
》O quê? Por que eu tenho que pegar minhas coisas?
Estávamos cochixando. Sabe aquele tipo de cochixo que você está meio que gritando com a pessoa? Então, este mesmo.
》Nós vamos para minha "casa". Não se preocupe. Vai dar tudo certo. Agora anda. Pense e aja rápido. Não temos o dia todo.
Meu corpo todinho tremeu da cabeça aos pés. Eu sequer a conheço direito. Como vou a seguir assim?
》Não fique com medo, ok? __ pôs uma de suas mãos em meu ombro __ Não vou te fazer mal. Você pode ler mentes, certo? Pode ler a minha quando quiser, caso esteje com dúvidas.
Meu olhar vacilou um pouco. Ainda meio trêmulo e incerto, consegui ver que ela estava mesmo falando a verdade e que tudo isso valeria a pena se fosse para encontrar meu hyung.
Sem mais dizer uma palavra, decidi sair rápido dali e pensar no plano a caminho do orfanato, porque eu sei que se pensar de mais, posso voltar atrás.
Vi os Park's na porta tendo uma discussão feia, aparentemente não se importando com as pessoas que passavam na rua e quase quebravam seus pescoços tentando ver o que estava acontecendo.
A semelhança dos dois era nítida: bochechinhas avantajadas, altura média baixa, corpo magro porém com curvas - não que eu estivesse reparando.
Escutei um "psiu, psiiiu! Viado do caramba!" E olhei em direção de Hyuna, que estava com um olhar de repreensão, e só então notei que estava paralisado igual um idiota olhando para Jimin que estava de costas para mim.
》Vai logo! __ li seus lábios raivosos.
Dei a volta na esquina para poder entrar pela janela da cozinha, que era bem mais baixa em relação às outras.
O problema era que a cozinheira estava bem ali. E tinha mais pessoas passando na rua. A maioria já sabia que eu era do abrigo, então não estranharam muito o fato de eu estar ali. Porém, com certeza de perguntavam por que eu não estava no colégio.
Meu plano era: usar o dom da Transparência, me tornar invisível e atravessar a parede. Mas eu não podia simplesmente desaparecer no meio de todo mundo - sem contar que eu ainda não sei controlar isso direito, ou seja, a chance de dar errado e eu sair voando seria grande. Isso seria estranho.
Para minha sorte, havia um telefone público, então, eu disfarçadamente, disquei o número do abrigo, no qual eu torceria para que a cozinheira atendesse.
Ela atendeu. IRRA! Calma, Jungkook, calma.
Deixei o telefone fora do gancho, e pulei rapidamente para dentro da cozinha. Algumas pessoas me olharam torto, outras nem viram. Quase acertei uma panela de pressão, mas tudo bem.
A cozinheira já estava voltando para a cozinha, afinal, quando a mesma atendeu o telefone, nada ouviu. Logicamente ela desligaria e voltaria a seus afazeres.
Apavorado, me taquei debaixo da mesa, onde bati minha testa. Ótimo! Agora além de nervoso, estou com um galo na testa. Espero que eu domine o dom da Ternura até o final desta tarde e consiga fazer este galo diminuir. (N/A: para quem não lembra, um dos poderes do dom da Ternura, é a cura parcial, não total😉).
Enquanto ela lidava no fogão, de costas para a mesa, incorporei um lagarto e sai praticamente me ratejando de baixo da mesa e depois sai de quatro até a sala. Tirei meus sapatos, para não fazer barulho. Apenas de meia, minha mochila nas costas e os tênis na mão, subi as escadas no maior silêncio possível.
Depois de chegar ao quarto, dei graças aos céus a porta estar aberta. Entrei e peguei o máximo de coisas que pude (minha única muda de roupa que eu tinha ali) e os cadernos que já estavam na minha bolsa. Fui em direção a porta, do cômodo, dei uma última olhada, gravando o local com os olhos, talvez uma última vez. Eu definitivamente não gostava daquele lugar, mas amava as pessoas dele. E aquele quarto era onde nós conversávamos e as vezes aprontavamos. Sentirei saudades.
Sem muita demora, desci novamente as escadas, mas não sem antes dar uma olhada em volta, tendo a certeza de que não havia ninguém ali.
A cozinheira ainda preparava a comida que cheirava muito bem, fazendo meu estômago roncar alto. Me repreendi muito por isso, mas no final, não era como se eu pudesse controlar.
Sai pela janela da sala, que era um tanto mais alta que a da cozinha, mas pelo menos dava para uma rua mais deserta.
Depois de cair feito um saco de batatas no chão e ralar quase a mão inteira, peguei a minha mochila que estava caída também, e sai correndo em direção a esquina de cima, na qual Hyuna ainda me esperava escondia.
Assim que me viu, começou a rir exageradamente.
》M-MEU DEUS, __ risos __ O que aconteceu __ mais risos __ com sua te-testa, garoto?
》Pode zoar, eu não ligo. __ Me atirei no chão __ Peguei as coisas que precisava. E ainda por cima esfolei toda a mão quando cai da janela. __ olhei para minhas mãos arranhadas e com pequenos vestígios de sangue que ardiam.
》Deixa eu ver. __ pegou meus punhos com delicadeza __ Não se preocupe, tenho pomada em casa, depois você passa. __ se levantou.
》Para onde vamos agora? __ perguntei percebendo que Park não estava mais lá e que sua mãe ainda estava do lado de fora com uma cara de poucos amigos.
》Procurar seu amigo debilóide. Ele vai ser útil. Podemos usá-lo de isca, caso precisemos.
》Ei! Ele não vai ser isca coisa nenhuma. __ disse irritado.
》Eu estou brincado, criança. Não leve a sério tudo o que eu digo. Não percebe que gosto de te irritar? __ tocou meu queixo com o indicador.
》Aish. __ remunguei.
》Temos que correr, __ olhou em seu relógio de pulso __ daqui a pouco toca o sinal. Temos que chegar lá antes. A turma dele é a primeira a sair hoje.
》Como sabe disso tudo? __ perguntei já começando a andar seguindo-a.
》Digamos que eu tenha pesquisado e investigado algumas coisas. __ sorriu orgulhososa.
》Ei, obrigado. __ agradeci sereno.
》Me deve um Toddynho. __ disse brincando.
》Nem vem, os Toddynhos são meus! __ entrei na brincadeira.
》Ah, mais não são mesmo. Acho bom não estocar, porque se não, vou tomar tudinho antes de você.
》Eu vou te dar um Toddynho. __ disse decidido.
》Eu estou brincando. Sabe disso.
》Eu sei, mas vou te dar um Toddynho.
》Não quero um Toddynho, __ disse enquanto ainda andávamos __ só quero que depois disso tudo, não me abandone. Não me deixe. Eu realmente gostei muito de você e não estaria te ajudando se não gostasse, então, por favor. Não me mostre que estou errada em relação a você. Não digo isso com malícia. Meus olhos não estão vermelhos, olha. __ mostrou-me e realmente não estavam __ Digo isso como amiga.
Parei de andar imediatamente, mesmo com pressa.
》Eu prometo, jamais de abandonar! __ coloquei a direita sobre o peito e a esquerda ergui deixando a palma aberta __ Prometo que nunca vou me esquecer de você! __ por fim, a abracei apertado.
Pensei que ela iria espernear e me xingar, como geralmente faz. Mas desta vez, ela correspondeu. E caramba! Que abraço gostoso. Era quentinho e acolhedor. Me senti no dever de cuidar dela, assim como ela provavelmente cuidará de mim - do jeitinho dela, é claro, mas não deixará de ser importante.
》Se você me fazer chorar, eu juro que te castro, garoto! __ disse limpando uma lagrima solitária.
》Nem pense! __ levei minhas mais até meu membro, por instinto.
》Vamos? Perdemos cinco minutos nessa boiolice e agora estamos ainda mais atrasados. Topa mais uma corrida? __ perguntou sugestiva e eu assecenei já começando a correr.
》Eu vou ganhar! __ gritei já à alguns metros a frente.
》Não vale. Seu pirralho! __ saiu em disparada atrás de mim.
~(🌺)~
Eaaeeeee!?!?!
Como estão?
Desculpa a demora, como disse, estava de mudança e ainda tô sem internet :(( .
Murrida feat falecida com a coreografia de Black Swan e o MV de Outro: Ego.
BIG HIT, EU NÃO SOU DE FERRO!!!
Everglow arrasando com Dun Dun 😍😍
Então é ixu, espero que tenham gostado.
Até a próxima.
Beijus do jin😍😘
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