Versão De Prólogo De Talia

A luz da lua entrava pela janela dando uma luz prateada à escuridão em que o quarto estava submerso. Eu estava ao pé da janela, sentada no parapeito a ver os transeuntes passar no chão de terra batida. Cavalos e carruagens tentavam passar no meio dos homens que já se encontravam a preparar a sua mercadoria para o dia seguinte. Homens carregavam barris para uma taberna que ficava do ouro lado da rua, tornando ainda mais lenta a progressão das carruagens.

Os cocheiros gritavam e gesticulavam bastante na tentativa de os fazer parar, provavelmente usando argumentos que assentavam no facto de as suas clientes estarem atrasadas para algum jantar. Viro costas àquela confusão e volto a sentar-me na cadeira. Pela primeira vez em muitos anos eu estava realmente nervosa. Quando Nattvarg me tinha dito o preço que eu iria receber pela morte da minha próxima vítima, eu só conseguia pensar em quanto seria a sua parte.

Ou a pessoa que me queria contratar não tinha qualquer amor pelo dinheiro ou então a missão era realmente arriscada. Ouço uma batida na porta antes de Thomas aparecer na ombreira, com o seu bom humor habitual.

“Não me lembro de te dizer que podias entrar”

“Também não disseste que não podia”, riposta, dando um encolher de ombros acompanhado por um sorriso travesso.

“Eu podia estar a fazer algo importante”

“Tipo o quê? Vestires-te para a próxima festa? Está à vontade, eu não me importo de assistir a esse show”, diz, sentando-se numa cadeira próxima a si e erguendo as sobrancelhas.

“Não, tipo esconder o teu corpo no armário depois de te fazer sangrar como o porco que és”

“Desde que o meu último desejo seja concedido, morrerei um homem feliz”, diz, piscando-me.

“Eu odeio-te”, respondo rindo enquanto lhe atiro uma almofada que ele apanha com facilidade.

“O sentimento é recíproco, Talia. Agora vem, o teu cliente já chegou, e já sabes como é o Nattvarg com atrasos.”

Ele desaparece pelo corredor antes que eu tenha tempo de lhe responder. Limpo o suor que se formou nas palmas das minhas mãos nas calças, respiro fundo e sigo-o pelo corredor, esperando que a minha primeira hipótese fosse a correta.

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