Incongruências


Tudo era fogo e gelo e tempestade, vento e calmaria,

os dedos tétricos que diziam as coisas, odiavam-nos

duzentos, trezentos milhões era o máximo, ódio por entre

irmãos que se adoravam que antes foram um.


E batia serena a brisa na palmeira intocada pelo homem,

cantavam as ondas em um mar bravio, sofridas pela pátria

Era belo, refletiam os pássaros, que cortavam o vento em rodopios

Mas as palavras... odiosas palavras de nada refletiam.


Puxavam a guerra para seu antro, de um lado e de outro

Haveria chance de recuperação? Ao ódio estavam fadados?

Pois as ondas, a palmeira, o pássaro, a floresta inabalável

ainda acreditavam que as palavras não as atingiriam.


Mas, ora! Elas eram surdas! Tudo aquilo era surdo

O que vivia era o povo, amante do ódio, combinado às telas

destilando o tão precioso veneno de palavras a xingamentos.

Por quê? Questionava o mar, mas ninguém o ouvia.


Tudo era belo e feio, e ali nunca se imaginava que uma vez aconteceria

o que de fato acontecia agora. Não se via a beleza

Se odiava as florestas, as plantas, os seres, os conhecimentos

Um amargor sem fim em guerrilhas de palavras pela rede.


Uma rede furada, que não filtrava nada,

Nada revelava a não ser aquilo que queria.


E a natureza ainda ali estava, sentindo a vitória de um dia


De um dia que não chegava.

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