Capítulo 35 - Reyna

XXXV

Reyna

Reyna não sabia o que doía mais, se era a dor dos ferimentos ou se era a dor de perder Hedge, Reyna queria gritar, mas não conseguia se mexer, ficou parada por uma eternidade, até sentir um alivio que parecia ser irreal, Reyna também sentiu gostas caírem em seu rosto e quando conseguiu abrir os olhos, a primeira coisa que viu foram olhos negros inchados de tanto chorar.

"Nico..."

O pouco de consciência que lhe restava se foi, mas Reyna sentia-se muito bem, a dor tinha sumido, algo quente a cobria, Reyna parecia estar consciente, mas nada parecia funcionar, não podia se mexer, nem falar. Permitindo-se ficar nesse estranho repouso, Reyna se acalmou. Reyna sentiu ser erguida do chão e ser levada para algum lugar.

Enquanto beirava entre a consciência e o entorpecimento, Reyna teve um sonho, uma mulher muito bonita, mas com uma aparência rígida a olhava, ela vestia armadura e uma toga romana, sua expressão era severa, mas parecia feliz.

"Mãe."

Sim, aquela era Belona, mesmo nunca tendo a visto ou falado com ela, Reyna sabia quem era.

"Sim. Estou orgulhosa de você, Reyna. De todas as minhas filhas e filhos, você foi uma que mais se sacrificou. Você foi inteligente e sabia em suas decisões. E teve a verdadeira atitude de uma líder."

"Obrigada, minha senhora."

Reyna sabia como seria a sua mãe se a conhecesse, mas esperava um pouco mais de doçura, que uma mãe deveria ter com sua filha.

"Será uma ótima líder para os acampamentos, ambos gregos e romanos, estão unidos agora, os deuses entraram em paz consigo mesmos, vejo uma era próspera a nossa frente."

Reyna assentiu, não tinha o que dizer, não era essa a conversa que esperava ter com sua mãe, Reyna tinha outras necessidades, não era só a pretora, a líder, a que tomava decisões, às vezes Reyna queria ser só uma garota.

"Não sei se é isso que realmente quero, não sei se quero ser quem liderará os exércitos novamente."

Por mais que doesse olhar em seus olhos, Reyna encarou sua mãe, esperava que ela explodisse ou tivesse ou ataque, mas ela suspirou e continuou.

"Independente de sua escolha, tem minha benção, minha filha."

Belona sumiu e outra assumiu o seu lugar, era a Atena Partenos, mas não a estátua, a mulher de carne e osso.

"Olá Reyna, vejo que cumpriu sua promessa, você protegeu o acampamento, fico feliz por isso."

Reyna assentiu.

"Você pediu minha benção uma vez, e lhe concedi, agora peço-lhe um favor: Você deve ser quem protegera a estátua. Não deixe que gregos e romanos entrem em conflito novamente. Se não deseja mais ser a líder a empunhar a espada, seja minha embaixadora da paz entre os acampamentos. O que me diz?"

A ideia agradou a Reyna, que sempre vivera com uma espada na mão, sempre lutando, gostava da ideia de deixar a espada de lado e assumir outra responsabilidade.

"Eu aceito."

Atena Partenos sorriu para Reyna.

"Muito bem, filha de Roma."

E novamente ela também sumiu, deixando Reyna sozinha. O entorpecimento foi passando e Reyna já podia sentir o movimento do seu corpo, pouco a pouco foi testando os músculos, até tentar por fim abrir os olhos.

Tudo estava escuro, no começo Reyna não pode distinguir nada, mas sua visão foi clareando até Reyna poder ver onde estava. Reyna estava deitada em uma cama na enfermaria, olhou ao redor e não tinha tantos nas camas, do seu lado direito estava Nico.

Nico dormia profundamente na cadeira, Reyna sorriu ao saber que ele estava bem, reparando que tinha algo em seu colo, Reyna focalizou tentando ver o que era. Nico segurava uma espécie de caixa vermelha com um sorriso amarelo, e com alças amarelas em formato de "M", do lado tinha um copo de milk shake com o nome MC Donalds.

Lágrimas vieram aos olhos de Reyna, aquilo devia ser um MC Lanche Feliz, Nico fora buscar um pra Reyna, como prometera, ninguém nunca havia feito algo assim para Reyna, ela sabia que o gesto, para outras pessoas, era insignificante, mas para Reyna, era a sua ideia de um gesto romântico. 

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