Capítulo 09

Não queria, mas Tom insistiu e disse que seria bom para mim sair um pouco de casa. Tirando nossas sessões de psicologia dois dias na semana, ultimamente tenho passado muito tempo com ele, mais tempo do que qualquer outra pessoa. A mãe dele se tornou tipo "best friend" da minha mãe, então ela está vindo para cá sempre e ela também está indo muito para casa dela.

Estávamos indo agora para a casa do Tom dessa vez, é o aniversário do pai dele e ele me convenceu a ir. Praticamente minha família toda está indo como era de se esperar, até Sam está indo com a gente.

Só espero que ela não magoe meu irmão, porque pelo que estou vendo ele já está de quatro por ela, nem parece que á algum tempo atrás estava dizendo que não ia mais namorar.

A porta foi aberta por uma senhora que parecia ter uns 40 anos, ela sorriu logo que botou os olhos na gente.

— Os senhores devem ser os Coleman, acertei? – perguntou simpática.

— Somos sim – respondeu minha mãe retribuindo a simpatia, como sempre.

— Podem entrar – deu espaço para entrarmos e nós o fizemos.

A casa deles era imensa e linda também, nela cabiam 3 casas iguais a minha. Era igual a casa em que vivíamos antes do acidente, parece um palácio de tão bonita e grande que era.

Logo Elizabeth se aproximou da gente e  cumprimentou á todos, ela estava muito linda. Nos dirigiu até ao jardim onde havia um número pequeno de pessoas, umas vinte e tal para ser exata. As pessoas riam, bebiam e pela expressão bem disposta em seus rostos, tudo estava a mil maravilhas.

O marido da Elizabeth se aproximou da gente simpático e nos cumprimentou.

— Sejam bem vindos a minha casa, Tom Hiddleston ao vosso serviço – fez uma vênia como se estivesse falando com alguém da realeza ou algo assim, o que nos arrancou pequenos sorrisos.

Já sei de quem o Tom puxou tanta simpatia e alegria, os pais dele são tudo o que ele é e ainda nem mencionei o fato de que o pai do Tom tem o mesmo nome que ele.

— O senhor tem o mesmo nome que o Tom... – falei olhando para os lados, na esperança de ver Tom no meio dessas pessoas, mas não vi.

Onde será que ele está?

— Você deve ser a Zendaya – sorriu para mim — Quando a Lizzie foi dar a luz ao Tom, ela deu um grito tão alto só que não era um simples grito, ela gritou o meu nome bem alto e aí todo mundo do hospital achou que o nome do bebê  seria Tom, chamaram tanto ele de Tom na maternidade que ninguém teve mais dúvidas e decidimos que o seu nome seria Tom mesmo – disse ele acolhedor — Meu filho não para de falar de você, e já entendi o porque.

Meu rosto corou na hora. A revelação do pai de Tom fez meu estômago revirar, não entendi ao certo o que era aquilo e nem sabia na verdade o que estava sentindo.

— Porque? – indaguei curiosa.

— Você é linda – sorriu — Normalmente eu e o meu filho temos gostos parecidos no que se refere à mulheres, é só olhar para você e para a Lizzie – beijou a bochecha da mulher e de seguida ela deu um abraço nele — São lindas!

— Você é muito exagerado, Thomas – disse Elizabeth o soltando e virando a sua atenção para nós — Gente fiquem a vontade, minha casa é vossa casa tá? – nós assentimos em resposta — Claire, você vem comigo que eu vou te apresentar algumas pessoas – Elizabeth puxou minha mãe que foi correndo atrás dela.

Essas duas se merecem. Na verdade, minha mãe estava precisando de alguém que a ajudasse a passar o tempo, sair um pouco de casa e conhecer pessoas novas. Agora me sinto um pouco livre dela, não que eu não goste de ficar com ela, é só que minha mãe as vezes força muito a barra comigo, ela tentava me ajudar a esquecer o acidente a todo custo, queria que eu começasse uma nova vida sem lembrar do que me aconteceu.

Resumindo ela queria me ver bem e recuperada, só que muitas vezes ela esquecia que estou passando por um processo e isso leva tempo, infelizmente ela esquecia do tempo. Fico feliz que ela tenha encontrado ocupação com Elizabeth, e agora parece que a relação dela com o meu pai melhorou muito, estão mais apaixonados que nunca.

— Coleman, você vem comigo – disse Thomas para o meu pai — Vou apresentar os melhores jogadores de golfe de Seattle.

— Melhores do que eu? Só vendo para acreditar – quando meu pai disse a última palavra, eles já estavam andando em direção a não sei onde.

Dei mais uma vista de olhos procurando Tom e novamente não o vi em nenhum lugar.

Droga!

Onde esse garoto se meteu?

— Vamos nos sentar naquela mesa – Zuri apontou para uma mesa a alguns metros da gente. Ela começou a empurrar a minha cadeira e quando chegamos na mesa ela se sentou do meu lado.

Sam e Zion pareciam muito apaixonados, não sei se era falsidade da parte dela, mas pelo que vejo meu irmão já está babando por ela.

— Cadê o Tom? – Zion perguntou. Meu coração se apertou só de ouvir o nome dele.

— Ouvi o meu nome? – virei minha cabeça automaticamente para trás, dando de cara com o homem mais lindo  que eu podia querer ver naquele momento.

Eu não posso mais fingir, pelo menos admitir para mim mesma que estou perdidamente apaixonada pelo Tom. Seu jeito meigo, o seu coração lindo, sua forma inexplicável de achar que até nossas piores dores não são tão piores assim comparadas a morte, que é irreversível, hoje eu afirmo com certeza que amo tudo nele.

Depois de ir para a lua e voltar só olhando no rosto dele, pude perceber que ele já não usava mais uma cadeira de rodas, Tom estava agora em pé com a ajuda de uma muleta.

Aquilo fez meu coração transbordar de alegria e esperança.

Não consegui disfarçar o sorriso de felicidade em meu rosto.

— Tom! – falei sem nem saber o que queria dizer — Eu te abraçaria agora se...

Sem que eu esperasse, ele baixou e me deu um abraço forte. Seu cheiro masculino invadiu minhas narinas, podia sentir agora a emoção misturada com o seu cheiro.

— Você está linda – sussurrou no meu ouvido — A mulher mais linda da festa.

Seu hálito quente me fez sentir um arrepio que nunca senti antes, era algo bom e eu queria ter aquela sensação mais vezes.

— E você...é o homem mais lindo dessa festa...onde estava? – sussurrei de volta em seu ouvido.

Não sei porque estávamos sussurrando.

— Fui para o hospital – se afastou de mim e acenou para o Zion, Zuri e Sam. Quando ele se afastou senti um vazio enorme do meu lado.

Droga!

Porque estou tão vulnerável a ele?

— Está se sentindo mal?

— Não, a minha fisioterapeuta mandou eu ir hoje porque achou que já estava na hora de eu andar com as muletas. Meu corpo respondeu muito bem a fisioterapia e em breve poderei caminhar com normalidade e sem ajuda de nada.

Tom não falou aquilo como se estivesse emocionado ou algo assim, falou como se fosse algo normal, como se fosse um "tanto faz".

— Não está feliz?

— Claro que estou, voltar a andar depois do acidente que tive é um milagre.

Eu não sentia emoção nenhuma em suas palavras.

— Meu filho...

— Surpresa!  – Tom gritou assim que Elizabeth se aproximou e de seguida deu um abraço nela.

— Você está em pé, meu filho – ela parecia não acreditar e como era de se esperar, ela derramou algumas lágrimas — Só tenho a agradecer por existir na minha vida, esse é o melhor presente de aniversário que eu e seu pai poderiamos querer. Te amo.

— Também te amo, mãe.

Era uma cena muito linda de se ver, Tom é com certeza o orgulho dos pais.

Algum tempo depois de contarmos os parabéns e todos se dispersarem pela casa, eu e Tom estávamos agora dentro da casa, propriamente na biblioteca.

Ela era linda e espaçosa, tinha centenas de livros por todas as prateleiras. Daqui não se ouve nem um pouco da música que vinha do quintal, parece que usaram paredes que não permitissem que nenhum som de fora, por maior que seja, penetrasse o cômodo.

É maravilhoso!

— Esse lugar é um sonho – falei observando o lugar de canto em canto extasiada.

— Acredita que meu pai fez tudo isso para mim? E o mais curioso nem é isso...

— O que é? – perguntei como uma criança descobrindo o mundo, estava empolgada só de ouvir ele falando.

— Meu pai fez essa biblioteca com todos os livros que eu, ele, a minha mãe e o meu irmão lemos, é do tipo, nós líamos os livros e colecionavamos todos os que líamos, até que tive a ideia de transformar esse cômodo em biblioteca já que era uma sala de jogos e quase ninguém usava, e assim colocar todos os livros que nós já lemos.

— Você tem um irmão? – perguntei visivelmente surpresa — O que vocês fizeram com esse lugar é lindo, mas fiquei presa na parte que disse que tem um irmão.

— Sim, ele está na África. É dois anos mais velho do que eu e é arqueólogo – respondeu — Ele não gosta muito de ficar parado, mas creio que em breve vai conhecê-lo.

Assenti e continuei admirando o lugar.

— Zen...

— Sim – meus olhos cruzaram os seus num segundo, depois dele chamar o meu nome.

— Sabe, você foi a melhor coisa que me aconteceu em anos – sua revelação fez minha mão começar a suar, não esperava ouvir aquilo dele.

Mas foi muito bom ouvir.

— Acreditaria se eu...se eu dissesse a mesma coisa que acabou de dizer?

— Sério? – pareceu surpreso com o que ouviu e eu assenti — Talvez não seja o momento certo, nem o lugar, mas...

Meu Deus!

— O que?

— Eu quero que seja a minha namorada!

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Olhem quem teve o descaramento de aparecer por aqui? Euzinha

Bjs e até o próximo capítulo.

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