mars- Yung Blood
Pequeno e Não revisado
Eu tentei
Mas não o fiz
Talvez um dia quando estiver em marte.
1276 palavras
Ela tinha apenas 17 anos, ou melhor, ja tinha 17 anos. De certo ponto era ali que se iniciaria, não era mais uma criança, um começo cheio de oportunidades e chances então por que quando a olho vejo o par de olhos mais tristes já vistos?
As íris apagadas e olhos inchados faziam um conjunto com lábios frios e rachados coloridos de tons neon e roupas verdes vivas. Cansada sem motivo, exausta de mais um dia comum da rotina presionante e mesmo no final do dia quando chega em casa o aperto no peito perciste constante, não estava triste, tinha uma vida confortável não tinha do que reclamar, então não fazia ideia do que era esse sentimento.
Ao encarar o espelho simplesmente dissociava, ela não podia ser sí mesma quando claramente era outra pessoa, mas quem ela era? O que queria? Nem a mesma tinha tais respostas quem dirá um objeto inanimado. Então mais uma vezes mudava algo, um corte de cabelo, um batom diferente ou outra personalidade numa luta constante para tentar ser alguem.
As horas que corriam indicavam que ela deveria descansar, na outra manhã teria que levar as aliança da mãe, mas como desligar quando sua cabeça é sua própria inimiga?
Pensamentos constantes se sobrepondo, e mesmo assim nada útil. O brilho dos anéis que lhe lembrava que todos a sua volta, ate mesmo sua mãe, tinham uma vida que se continuava e estendia alem, amores, trabalho, estudo, um foco... Menos ela, claro, ela tinha suas atividades era estudante mas nada realmente com que ela se importasse, que fosse escolha da mesma, que daria energia para a mesma permanecer.
Não, em nenhum momento pensou em suicídio, era algo mais leve, como se deitada ali aos poucos fosse desaparecer e assim parar de sentir, parar de tentar ,a tensão nos ombros e todas as dores sumindo aos poucos num alívio que ela não sentia a tanto tempo que ela sequer conseguia imaginar, conseguir pela primeira vez em anos realmente relaxar.
Um sonho distante
Uma esperança morta
Era para tudo ser tão difícil assim?
Como os outros conseguiam?
Por que só ela não?
Conciliar, estudos, hobbies, romance, trabalho e uma vida pessoal parecia simplesmente impossível, era como estar em uma corda bamba a quilômetros do chão onde cada um desses itens se sustentava de um lado da barra de equilíbrio, cada um pendendo com força para um lado porem todos com o mesmo objetivo de a levar para o chão, ela tem que equilibrar, cair não é uma opção e a corda não tem fim.
Mas ela não imaginava como a escola ficaria muito mais difícil quando eles a viram brilhar, não importa o motivo a situação ou a circunstancia quando se é jovem tudo que se espera de você é que se encaixe, não que se destaque, quanto mais uma estrela brilha mais perto do fim ela se aproxima, e mesmo que ela tentasse não conseguiria ser aquilo que todos esperavam
a vida é formada por grandes hipocrisias, são anos lutando para ser ''normal'' para fazer parte de grupos onde sabe que não se encaixa assim que isso acaba vem a pressão para ser diferente para ser melhor que os outro, qualquer diferencial é atrativo.
E no final do dia ao descer desse mezanino, longe da visão de todos todos, estão tão perdidos quanto os pobres adolescentes que um dia foram.
Então ela se escondeu embaixo do mezanino reencenando cenas que sempre imagina em seus momentos de desespero
Ela sonhou que iria para a Califórnia o lugar mais distante que ela poderia imaginar,
Lá todos iriam adorá-la, ela teria amigos com quem poderia contar, uma familia amorosa e uma vida perfeita estaria em todas as festas sua notas seriam notas perfeitas e teria pessoas que gostariam de conversar com ela até quatro da manhã para qualquer trivialidade e problema e a cima de tudo o que mais sonhava era ser simplesmente aceita por quem era.
Se bem pensar ela não teria problemas, mas isso era tão irreal que nem mesmo a Califórnia era capaz de providenciar tal alivio, ainda assim não era longe o suficiente de tudo, mas seria possível ter um lugar onde não houvesse dor e complicações ?
Talvez se houvesse vida em Marte...
e mais uma vez deitada no chão gelido com os olhos vermelhos e inchados alheia a tudo enquanto um turbilhão de coisas se passavam na sua mente a o pensamento que lhe consumia era ''existe alguma vida em Marte?''
ah como ela queria que a resposta fosse sim.
Todas as manhãs ela acordava com outro plano, na tentativa de que tudo melhorasse e talvez se mudasse isso ou aquilo, mas o dia sempre acabava igual, vazio como sempre.
A mãe e o pai dela, eles não conseguiam entender, como entenderiam se ela não saberia explicar?
Chegava a parecer ingratidão, não é justo eles já deram tudo que ela poderia querer, não eram as pessoas mais compreensivas e amorosas do mundo porem se esforçavam para proporcionar uma educação boa, casa e comida simplesmente não parecia correto pedir que eles a ouvissem e muito menos que entendessem toda essa bagunça
Pelo menos não ate que ela mesma entendesse
Por que ela não conseguia desligar, se tornar melhor, ser tudo aquilo que eles esperavam o e em contra partida ser aquilo que queria ser.
Toda essa terapia a corrói suavemente começando pelo lado de sua mente que ela nunca teve
Repetir e repetir essa história contada muitas vezes, me deixa triste, lembrar de tudo isso me deprime escrever esses textos é um flagelo necessário, talvez por isso que demore tanto.
Aposto que alguem conseguiria fazer fortuna com toda a historia, mas como se eu mesma não consigo terminar de conta-lá?
Também ainda não terminei de vive-lá
Assim como não vou terminar esse texto.
Devolva o dinheiro porque sonhei que iria para a Califórnia, e lá todos iriam me adorar
E todos os amigos que não tenho vão me chamar até quatro da manhã
Eu rezo tanto para existir vida em marte.
Sabem como é isso?
Você se sente irrelevante?
Como se simplesmente nada tivesse real significado para ninguém, como se a vida de tudo e todos fosse permanecer exatamente da mesma forma com ou sem você
Pois todos seguiram em frente esqueceram e o único que esta remoendo o passado seria você
Simplesmente irrelevante
Você sente que está assustado pra caralho?
O mundo te assusta? Como se não tivesse como melhorar, tudo fadado ao erro, sempre como se a vida conspirasse saber que vai piorar pois simplesmente não sabe o que te aguarda, tão machucada e blindada que permanece a todo momento aguardando da onde vem o próximo golpe, em panico o tempo todo, assustada de forma constante.
Sente isso?
A irrelevância o medo e o vazio?
Meus pêsames.
Nossos pêsames.
Por que no fim o que nós resta e torcer para que exista vida em marte.
hoje em dia eu tenho 20 anos
e marte ainda é o meu
império romano
—Sunny
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top