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"Parabéns filha!", meu pai é o primeiro a me abraçar quando passo pelas portas de saída do auditório. Ele me segura com firmeza e me fez rodopiar pelo ar, como costumava fazer quando eu era pequena. Mia me dá um rápido abraço antes de correr para melhor amiga, que está cercada por uma pequena legião de admiradores na porta do auditório.

"Parabéns amiga!", Gillian se aproxima e me dá um beijo na bochecha. "Os figurinos estavam impecáveis. Tudo estava muito lindo. Você fez um ótimo trabalho."

"Obrigada!" Não consigo esconder o sorriso bobo que está crescendo no meu rosto. Mark se aproxima e me entrega um buquê de girassóis e rosas vermelhas. "Ah meu Deus. Isso é para mim?"

"A única garota que merece um buquê de girassóis." eu pego o buquê do seu braço, achando aquilo a coisa mais preciosa do mundo. Ele se aproxima o suficiente para me dar um selinho. Meu pai que está proximo, limpa a garganta.

"Hum, bom", começa ele, checando seu relógio de pulso. "Sei que nem você nem Mia voltarão para a casa agora, então seria bobeira cogitar isso. Não vou estar em casa também. Tenho um encontro."

"Ah pai, sério?" minha voz é praticamente um grito.  "Que legal! Por que não me contou antes?"

"Porque eu conheço a filha que tenho. Se eu te contasse, você ia me fazer perder a paciência com perguntas e eu ia ficar mais ansioso do que já estou."

"É, eu ia fazer perguntas mesmo. Muitas perguntas", dou de ombros e Mark balança a cabeça lentamente com um sorriso no rosto. "Mas tenta relaxar pai. Você é demais, vai dar tudo certo. Qual é o nome dela? Você precisa me dar alguns detalhes!"

"Você não vai saber de nada, pelo menos não enquanto as coisas não estiverem mais sérias", ele me dá mais um abraço. "Já vou. Você e Mia estão com as chaves reserva, certo?"

"Eu sempre carrego a chave reserva. Fica tranquilo e boa sorte." Ele lança um olhar para Mark, um olhar do tipo "cuide bem dela rapaz" antes dar as costas.

"Tudo bem, acho que estou de vela aqui", Gillian solta uma risadinha, olhando para os lados. "Vocês estarão na festa que o Garrison vai dar, certo? Pelo o que eu sei, toda a turma do teatro vai marcar presença. Nos vemos por lá",  e saiu caminhando em direção ao corredor principal do colégio que está abarrotado de alunos e não alunos.

"Você quer ir a festa?", Mark pergunta me olhando com atenção. Senhor, ele está tão lindo esta noite. Ele está usando um blazer azul marinho, jeans escuros e mocassins. Seu cabelo está preso, mas algumas pequenas mechas emolduram seu rosto. Ele mal havia se aproximado de mim, mas eu conseguia sentir seu aroma de amêndoas e creme para barbear.

"Você quer ir a festa?" rebato a pergunta e dou passos em direção a saída. Mark vem atrás de mim e dá de ombros.

"Se você quiser ir, então vamos."

"Você só alimenta minha indecisão", eu rio e sinto o ar  frio da noite marcando presença. O outono está aí e a temperatura diminui um pouquinho de forma quase gradual todos os dias. "Ok, vamos dar uma passada lá então, só para dar um oi."

"De acordo."

O estacionamento do Foutman está tão cheio quanto os corredores e o auditório. Parece que toda a cidade  decidiu assistir a peça escolar. Encontro Kira e Gracie  no caminho e dou um aceno para elas, que retribuem distraidamente.

"Você fala com a Kira?" Mark quis saber.

"Comecei a falar com ela hoje, foi ela quem fez minha maquiagem", eu disse, finalmente identificando o conversível vermelho de Mark. Um cara do time de futebol americano passou entre nós e acenou com a cabeça para Mark.

"Ela não falou nada sobre mim?"

"Por que ela falaria algo sobre você?", rio achando graça, por ele se achar tão popular. "Você é um rockstar por acaso?"

"Não, é só que-", ele começa a falar, mas a frase morre na metade. "Não é nada, okay?"

"Ah, agora você vai me contar", lanço um olhar desafiador quando nos aproximamos do seu carro. Ele balança a cabeça lentamente em um não. Sua expressão é de puro arrependimento. "Vocês já ficaram? Grande coisa. Isso não faz a menor diferença para mim."

"Também. Mas-", ele encostou na porta do carro. Sua respiração produziu fumaça pelo frio. Me encolhi um pouco. "Ela foi a primeira garota pela qual eu me apaixonei."

"Ah."

"Não sei porque comecei esse papo no meio de um estacionamento. Foi desnecessário"

"Não, que bom que você tocou nele. É importante para conversarmos e encerrarmos também o assunto", apoio as flores no outro braço. "Você amava ela?"

"Acho que amar é uma palavra muito forte", ele desvia o olhar e cruza os braços. Um casal passa por nós e entra em um carro esportivo preto, estacionado ao lado. "Eu só era meio obcecado por ela e nós tivemos algo quando eu estava no último ano do fundamental. Ela estava no nono ano, mas deu bola para mim. Foi mais como um deslumbramento, sabe? Eu gostava dela e quando ela me notou, comecei a tratá-la como uma celebridade", ele volta a me encarar. "Devia ser irritante pra caramba e foi o motivo principal do nosso término", ele coloca as mãos no bolso do seu jeans e seu rosto assume uma expressão agridoce. "Pensei que ela tinha feito um comentário sobre mim, sei lá. Debochando da minha melação ou coisa assim. Eu ligava para ela toda hora. Aparecia na casa dela a noite, do nada. Imagine só o quanto eu era irritante. As coisas eram meio tóxicas."

"Imagino", eu disse, tentando pensar em um Mark mais novo obcecado por alguém. No último ano ele não fazia parte do time de futebol americano (por ser muito novo), mas me lembro que mesmo assim ele era popular no ensino fundamental. As garotas da minha turma ficavam em cima dele o tempo todo, era algo assustador. Ele ignorou todas elas para ficar com uma garota mais velha.

"Bom, é isso. Você-" ele gagueja, tentando gesticular. "Você pode me dar um soco se quiser ou algo assim por ficar conversando com você sobre um relacionamento passado. Acredite em mim quando eu digo que o que passou, passou. Estou completamente apaixonado por você, Ashe. De verdade."

"E eu estou apaixonada por você. Eu te amo", sinto aquelas três palavras passearem deliciosamente em volta de nós. Mark abre um sorriso e me fita do modo mais doce. "Você sabe disso. E eu gosto de saber sobre o seu passado. Não de uma maneira detalhada porque isso ia soar completamente psicopata, mas é legal conhecer quem você já foi e saber que estou com sua melhor versão."

"Você me faz querer ser minha melhor versão todos os dias. Eu te amo, Ashe Reed" ele se aproxima de mim, coloca o buquê no teto do carro e cola seus lábios no meus. Sinto toda a estática de beijar alguém na qual você ama até os ossos passear pelo meu corpo e me trazer paz e segurança no coração. Mark se separa dos meus lábios e migra para meu pescoço, afagando meu cabelo e fazendo uma trilha de beijos molhados no meu pescoço. Deixo escapar um gemido de satisfação e mordo os lábios. Alguém assobia ao longe.

"Arrumem um quarto!", risadas abafadas acompanharam o comentário. Me desgrudo dele, me sentindo em ebulição da cabeça aos pés. Estou meio atônita. Tudo ao meu redor parece um pouco desfocado.

"Se continuar me beijando assim, vou perder a cabeça Mark Elliot."

"Essa é a ideia", ele abre a porta do passageiro para mim. "Quero fazer você perder a cabeça. Completamente."

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Olha quem está aqui de novo! Como vocês estão?

É, o romance está no ar minha gente (pelo menos para os pombinhos literários da vez né, porque a vida real está complicated como já dizia Avril Lavigne). Muito fofo e caliente esse amor dos dois, mas e essa Kira???? Não sei a Ashe, mas a sementinha da dúvida e insegurança foi plantada aqui em mim. Do nada, a menina da maquiagem é ninguém mais, ninguém menos que a ex do Mark, hahaha. Parece até assombração. Mas ela foi super legal com a Ashe né? Ela teve uma participação minúscula até agora, mas quero muito saber o que vocês acharam da garota Kira, se vocês tem alguma expectativa ou teoria sobre a participação dela nesse segundo livro.

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