PARK JIMIN

— Filhote! Nossa, estava inquieto em casa então resolvi te buscar... — disse, me apertando e eu sorri pelo carinho.

Jun-Ho olhou para Jungkook, apertando o olhar, tentando entender o que estava acontecendo.

— Jeon, obrigado por cuidar do meu filho.

— Não foi nada... — assentiu, e foi para a cozinha.

— O que aconteceu com seu pé, Mimi? — perguntou, me pegando no colo. O velho ainda estava na flor da idade. — Não pode ficar andando assim... Seu papi vai surtar quando te ver assim. Vamos para o hospital.

— Não precisa... Ok, me coloque no chão, quero sentar.

O Pai colocou-me delicadamente sentado na poltrona.

— Prontinho...

— Hum, senhor Park, quer café? Está quente. — O anfitrião questionou com a garrafa levantada. Oh, Jungkook ganhou pontinhos com ele apenas por isso. Jun-Ho era um amante do café após trabalhar horas à frente de um supercomputador.

— Eu adoraria, filho... Mas tem que ser rápido porque HanHan vai ficar louco. — disse envergonhado, se sentando na mesa e Jungkook indo buscar o café. — Filhote, pode abrindo o bico.

— Pai... eu já disse pra não chamar de filhote... — assobiei mexendo as orelhas e vi Jungkook erguendo o cantinho do lábios. — Então, eu desci do aeroporto como de costume, peguei minha bicicleta e peguei o caminho mais curto, como o senhor me ensinou pela floresta mas o problema é que começou a chover forte e eu me perdi entre as árvores e na escuridão... acho que Jungkook estava caçando quando me viu no seu território, eu entendo devo ter alertado seu animal com o cheiro de medo, então quase morri de susto quando vi um tigre bengala bem na minha frente. — ri e continuei com meus olhos para Jungkook, que estava colocando a xícara de café para Jun-Ho. — Ele me acalmou e, gentilmente, cuidou dos meus ferimentos. Eu apenas torci o pé... E eu sou muito grato.

— Oh, filhote... mas foi perigoso entrar na floresta deveria ter me ligado quando começou a chover. Enfim, você está bem, é isso que importa. — Lançou um olhar de agradecimento para o anfitrião que acenou. — Nossa, maravilhoso café... qual é a marca?

— Eu tenho um pequeno pé de café, se quiser eu dou alguns frutos para o senhor.

O pantera ficou surpreso, mas aceitou muito animado. Nem parece aquele híbrido rabugento de anos atrás... das histórias do meu papi Han.

— Espere um momento, eu irei buscar.

Ele desapareceu pela porta dos fundos e Jun-Ho chamou a atenção com um rosnado.

— MinMin, ele foi gentil? Ele te forçou alguma coisa? Porque se não, eu juro que se aquele tigre fez algo sem sua permissão eu enfio aqueles cafés onde o sol nunca bateu... — grunhiu, e minhas bochechas queimando de constrangimento. Oh Senhora das Luas...

— Pai? O que você está falando? Eu não estou entendendo!

— Ora... você cheira a ele. Completamente...

— Ah... — Só pude soltar essa exclamação, lembrando de ontem a noite, quando Jungkook lhe abraçou para dormir, deve ter liberado feromônios. Ops, terei problemas quando chegar na casa da família. — N-não aconteceu nada. Eu explico depois, fique tranquilo.

Jun-Ho olhou desconfiado mas guardou suas presas para depois. Eu sempre fui franco com meus pais, após anos de terapia, eu sabia que era ruim guardar para si.

— Certo então...

Passei a mão no rosto, pensando que Jungkook ouviu tudo e deve ter achado tudo uma grande palhaçada. Falando nele, logo apareceu com um pote de um material diferente.

— Pronto, aqui está.

— Nossa, muito obrigado Jungkook! Eu serei eternamente grato, fico devendo uma. — Estendeu a mão, e houve um aperto entre eles.

— Não, eu apenas fiz o mínimo. — Sorriu gentil, mas logo sua faceta séria voltou quando olhou para mim. — Desculpe, Jimin por qualquer coisa.

Seus olhos lhe encaravam no fundo dos seus olhos e eu sabia que tinha muito mais a dizer.

— Não... você não fez nada para se desculpar. Eu só tenho a agradecer. — Levantei-me ficando frente a frente com ele. Quer dizer com o peito dele... — Eu... espero que possamos nos ver novamente.

— Sim... claro. — sorriu fraco e meu pai levantou de supetão, assustando nós dois.

— Claro que sim, no final de semana venha comer em nossa casa em forma de agradecimento. Você é um dos nossos vizinhos mas é tão reservado que quase não o vejo.

Hum, se no coração da floresta havia Jungkook, porque meu pai vivia dizendo que eu não poderia chegar perto? Eu irei tirar essa história a limpo.

— Eu realmente agradeço o convite, senhor Park. Eu irei.

— Perfeito, vamos filhote?

Ele virou para mim e eu levantei com a ajuda de Jungkook, o alfa nos levou até a porta.

— Até... — Despedi dele com um sorriso que ele retribuiu. Até o robozinho estava ao lado. Meu pai se transformou e me levou em suas costas de pelagem negra.

Enquanto caminhávamos, eu permiti olhar para trás. E ele ainda estava lá, observando em silêncio. Foi quando eu concluí que esse homem alfa seria meu, custe o que custar.

🐅

— Jimin! Maninho!

Todos correram para me abraçar e quase sufoco de tanto amor. 4 contra 1 é bem difícil. Eles começaram a fazer várias perguntas.

— Ok, filhotes! Vocês estão sufocando seu irmão. — A voz doce de meu pai omega me fez balançar o rabo. Todos me soltaram e ele veio me abraçar com cheiro tão bom de orquídea negra. — Meu bebê, eu quase enfartei de preocupação. Mas que bom que só foi um susto.

— Foi sim papi. Eu estou bem.

— Que bom... — Ele começou a bater no meu bumbum e me assustei. — PORQUE VOCÊ NÃO PROCUROU ABRIGO QUANDO COMEÇOU A CHOVER? AGORA VOCÊ VAI FICAR COM ESSE PÉ MANCANDO, SEU GATO!

—EI! Eu sou um Lince papi! — Eu tentei fugir mas meus irmãos davam risadas e ele parou, me olhando com um lance mortal. — Desculpe... eu fui teimoso.

Ele sorriu, arrumando os cabelos longos e loiros.

— Está desculpado meu amor. Agora vamos entrar e depois irei chamar Hoseok para ver esse pé. Logo não estará mancando.

O pai pantera veio até o seu esposo dar um beijinho e contar sobre o café que ganhou.

— Olha, meu miúdo, Jungkook deu café para nós tomarmos. Eu irei torrar e triturar para fazê-lo.

Eu sorri, e um sentimento terno veio ao meu peito. Eles são pais maravilhosos. Tarik veio ao meu encontro para me ajudar a entrar. Ele era a cópia exata de Jun-Ho, cabelos negros, alto e mais morenos por serem panteras, só com cheiro de limão e cabelos bem curto.

— Ei, Min. Vai nos contar que aconteceu? Porque você cheira aquele alfa?

— Jungkook? Aquele alfa é estranho, todo quieto... — Ariel, uma alfa loira mais linda do mundo, falou com um tom de desgosto quando parou na minha frente, andando para trás e Yuri e Lunar vieram ao meu lado.

Todos os filhotes tinham casas separadas, menos os Ariel e Tarik, que eram gêmeos idênticos pois nasceram da mesma placenta e tinham uma conexão incrível.

— Ari, eu já lhe disse para parar de julgar o homem, ele é gentil mas é introvertido. — Lunar, que era omega e a única que parecia comigo, nós éramos a mistura nos nossos progenitores. Estava em seus vestidos lindos, parecia uma princesa.

— Tá bom, mas eu não confio. — Deu de ombro, rosnando. Eu ri, ela estava totalmente desconfiada.

Nós entramos e vimos os papais conversando na cozinha. Tarik me sentou e eu reclamei um pouco de dor. Minha perna estava inchada e eu gemi.

— Agora vamos. Queremos detalhes. — Lunar, sentou agarrada em mim e eu ronronei para a panterinha..

— Foi que eu disse pelo hiperphone, estava vindo para cá me perdi por causa da chuva, Jungkook me encontrou. — Fiquei nervoso quando imagens de eu agarrado naquele grande pedaço de maravilha. Senti minhas bochechas queimarem.

— Oh, que foi isso? — Lunar miou empurrando meu braço e meus irmãos assobiaram.

— Hum, provavelmente algo mais aconteceu, gato. Você fede a ele. — Yuri disse com um sorriso zombeteiro.

— Eu sou um lince, caramba. — Odeio quando eles me chamam de gato. Eu não sei porque eu nasci lince pois papi é gato e pai é pantera. Mas eu gosto do meu gene.

— Eu não dormi com ele... ele só dormiu ao meu lado. Entende? — falei, e os alfas rosnaram.

— Pois eu irei caça-lo e tirar suas bolas. Ele pediu sua permissão? — Tarik perguntou e eu afirmei.

— Eu quis, ele só me abraçou... acho que rolou alguma coisa entre nós. — Desabafei. Ele assentiu, mas os gêmeos continuavam com a cara fechada.

— Oh, Minnie... eu não o culpo, sempre que vou até o pub da cidade ele está completamente sexy com aquelas calças justas. — Riu e eu achei graça também. Imaginando... realmente deve ser quente. Ela soltou um gritinho e nem me assustei, acostumado com seus surtos. — Vamos hoje a noite, fique aqui até tio Hoseok chegar e ao entardecer irei buscá-lo para dormir em casa, o que acha?

— Hum... ótima ideia Lu! — Beijei sua bochecha lisa e os alfas só escutavam.

— Você não está machucado? — Ariel grunhiu e eu rosnei.

— Com as mãos de Hoseok e o spray mágico dele, estarei pronto pra dançar, querida mana. — Mostrei a língua pra ela.

— Ele pegou você, Ari. — Tarik ria e recebeu um tapa na cabeça. — Opa?

— EI, VOCÊS! — gritou ômega da cozinha e todos nós encolhemos. — Venha comer! E depois vão trabalhar! Só quem está de férias é Mimi. Panterão, vá pegar açúcar.

— Claro, minha vida!

Em um passe todos nós estávamos na grande mesa de madeira que Jun-Ho construiu para caber a família. Começamos a conversar e não pude recusar o café da manhã bem preparado de Han, eu agradeço tanto por ter essa família ao meu lado.

🐅

A noite veio para dar descanso aos olhos e presenteá-lo com seu brilho. E eu estava me arrumando sem precisar de ajuda para ficar de pé. Tio Hoseok, um dos amigos mais antigos de meus pais era um médico muito bom, ele fez algumas massagens e passou um spray anti inchaço maravilhoso, então em alguns minutos eu estava caminhando normalmente. Ele passou a tarde aqui pois Han estava sem nenhum trabalho de decoração por ser design de interiores autônomo. Ficamos brincando com os filhotes de esquilo, lindos e Sophie, sua omega era adorável.

Eu estava na dúvida se eu uso uma calça jeans ou um short por estar calor. Não se compara com as temperaturas da África... falando nela, estou ansioso para voltar e terminar uma pesquisa em que estou liderando sobre os leões. Grandes felinos impressionantes, infelizmente seus genes estão fracos e existem poucos em contenção. Balancei a cabeça, estou de férias, caramba! Vamos curtir, então irei de jeans branco. Básico e atemporal.

Pensei também, em Jungkook... e minhas orelhas se mexeram. Ok, isso não é bom. Eu sempre fui muito pratico em minha vida, se eu estou sentindo, vamos trabalhar nisso. Mas aquele homem me deixou incrivelmente leve e com um fogo que queimava o ventre. E eu irei embora daqui um mês.

Olhei no espelho, eu estou muito lindo. Uma leve maquiagem, cabelos penteados, um jeans branco e ecológico, claro, com um cropped prateado. Bom, pelo menos hoje eu irei conseguir alguns beijos dele. Veremos o amanhã.

Coloquei meu aparelho dentro da orelha e eu conseguia ouvir tudo. Durante os anos o tratamento foi melhorando minha audição e tinha um dispositivo minúsculo que me acompanhava quando eu não queria ficar lendo lábios ou se esforçar.

O apartamento da minha irmã era próximo ao de nossos pais, todos nós quando fizemos nossos cursos nos mudamos, eu fiquei com Lunar, Tarik ficou no alojamento militar e os gêmeos foram juntos também. Então, eu estava no quarto que pertencia a mim após eu me mudar para a África.

— Min? Lindo como sempre!

— Claro que sim... espere, só falta o gloss prateado. — Procurei em minha bolsa de maquiagem e passei. Fazendo um baralho com a boca. —Pronto.

Dei uma voltinha e ela bateu palminha alegre. Vi que ela estava de um vestido vermelho vinil bem brilhante.

— Você está maravilhosa também. Bem sexy, tem alguém que você queira atenção?

— Hum. Sim. Um alfa chamado Jackson... é amigo de Jungkook. Se dermos sorte hoje. — Piscou e eu peguei minha bolsa antes de enganchar meu braço no dela.

— Vamos?

Ela concordou me dando um beijo na bochecha. Como eu sinto falta disso.

🐅

O pub estava um pouco barulhento, mas nada comparado a uma rave. Tinha alguns cantores famosos em forma de holograma num palco pequeno e alguns estavam dançando. Um cheiro de comida me atingiu e salivei.

— Oh, como você nunca me trouxe aqui? — perguntei olhando minha volta.

— Porque foi inaugurado o ano passado, bobinho.

— Hum. — murmurei, analisando o salão com meu olhar felino até que encontrei Jungkook sentando no bar conversando com o barman. Minha irmã foi até o bar e acompanhei ela.

— Boa noite, Gail! Eu vou querer o de sempre, petiscos e um mojito, e você Min? — falou, se apoiando na bancada. E eu sorri para o moço loiro. Ele parecia ser um híbrido de raposa.

— Eu quero os mesmos petisco e um pina colada sem álcool por favor.

— Claro, já irá sair. — Lançou uma piscadela para mim e ouvi um rosnado baixo do lado direito, onde estava Jungkook, que olhava para Gail.

Minha irmã se aproximou dele e eu fui junto.

— Hey, Jungkook! Boa noite... fiquei sabendo que você ajudou meu maninho, sou muito grata.

Ele olhou para ela e depois para mim, então manteve o olhar. Ele estava lindo, bem despojado.

— Não foi nada...

— Então, aonde posso encontrar Jacks?

Eu ri, ela não se aguenta. Ele observou todos os meus passos até eu sentar ao seu lado.

— Ele está ali, dançando. — falou sem cerimônias, apontando para o homem de cabelos negros e alto.

— Obrigada, Min fique aqui e receba nosso pedido.

Ela correu até o homem e eu me concentrei no que estava ao meu lado.

— Oi. — Minha voz saiu mais doce do que eu imaginava. Ele bebeu um gole de sua bebida e sua feição continuava dura.

— Olá, Jimin. — Sorri quando ele soltou um pouco de feromônio com o cheirinho de hortelã.

— Você está lindo, se quer saber. — Deixei minhas bochechas corarem e ele soltou uma risada soprada. Ele estava com uma regata branca mostrando toda aquela montanha de músculos e com couro nas pernas.

— Então não olhou direito o espelho antes de sair. Você está... — Ele ficou em silêncio, pensando em dizer, mas balançou a cabeça. — Não tenho palavras para isso.

Eu abanei o rosto, dando uma risada sem graça.

— Bom, acho que está exagerando.

— Acredite, não estou, sou péssimo com elogios e flerte em geral. — Passou a mão na nuca, brincando com o copo no balcão. Eu virei a cabeça, curioso.

— Hum, então você está flertando comigo? — ronronar para ele, e arregalou os olhos. Ok, foi íntimo demais porém não me arrependo. Não tinha ninguém próximo.

— Talvez... mas acho que você bateu a cabeça quando caiu para estar interessado em mim.

— Oh... — Soltei surpreso, ele não gosta da sua aparência? Impossível. — Eu estou completamente consciente da minha escolha... quer conversar sobre isso? Vamos conversar sobre ontem de madrugada e seu tigre?

Falei com leveza mas acho que comecei a pesar o ambiente. Ele ficou tenso.

— Olha... eu... — Ele foi interrompido quando o barman me chamou com o pedido.

— Aqui está sem pedido... seu nome? — perguntou, deixando a bandeira em minha frente.

— Jimin.

Ele ressoou e eu fiquei constrangido.

— Muito prazer Jimin, sou o Gail, se precisar de algo é só chamar.

Ele piscou pela segunda vez e eu sorri fraco, olhando para a comida quente ali. Gail chamou atenção do Jeon.

— Ei, o que foi Kook? Está tudo bem?

O alfa parecia tenso e ele mostrou as presas para o Gail. Seus olhos brilhavam.

— Ficará se você parar de flertar com ele. — rosnou e eu franzi o cenho.

Essa noite acaba de ficar mais confusa.

CONTINUA

Olá, tigrinhos! Tudo bem? 

Gostaram do capítulo? O que vcs acharam? Conte-me. Não está betado ok, desculpe qualquer coisa. 

Queria dizer que, o BTS não será personagens principais. Porque essa história é um spin-off e só modifiquei o casal Jun-Ho e Haneul que são o casal de HYBRILAND minha primeira história do universo. Mas lá eles aparencem bastante, aqui eles serão citados ou apareceram rapidamente. Não sei se fica estranho...

Eu estou com algumas ideias... queria fazer uma oneshot com um Jungkook russo meio suburbano e mafioso talvez com Jimin corredor ilegal tipo velozes e furiosos. O que acham? Tô com vontade ksks

É isso por hoje, até

grr 💗