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ASPEN E SUAS TENTATIVAS


À noite quando finalmente todo mundo deu uma pausa para se banhar e jantar, eu pude voltar ao meu quarto. Eu nunca havia ficado tão frustada; estava a ponto de descobrir algo bombástico e o doceiro do Mason aparece interrompendo meus planos maquiavélicos. Agrh, eu odiava aquele cara. Na primeira oportunidade, teria que me livrar dele.

Depois de um banho revigorante, resolvi dar uma passeada no jardim. Precisava de um tempo para mim sabe, ou melhor, para caçar os tais grilos.

Desci a escadaria na pontinha dos pés de me sentindo um tanto serelepe. Surpreendetemente Aspen não estava de tocaia na minha porta, o que era uh, uma maravilha. Com certeza ele deveria estar tomando umas com o guarda Tom Cruise ou fazendo alguma coisa estranha de guarda. Acredite se quiser, uma vez flaguei dois guardas caçando coisas nas cabeças um do outro. É por isso que eu sempre falo: a realeza pode ser muito - muito mesmo - estranha.


Puxei minha rede de caça para frente enquanto atravessava o extenso corredor, e comecei a cantarolar uma musiquinha das Spice Girls - precisamente Wannabe. Acho que devo ter me empolgado um pouquinho com os versos rápidos, pois ao longe consegui avistar duas figuras com lanternas se aproximando gradativamente da minha pessoa.

Quando eles estavam numa distância considerável, consegui distinguir aqueles seres vivos. Eram justamente os caras nos quais eu estava falando: Tom Cruise e Aspen. A dupla dinâmica.

Alerta: planos possivelmente arruinados.

- Senhorita America? - Tom me analisou com as sombrancelhas levemente franzidas - O que faz a essa hora fora de seu aposento?

- Não fala desse jeito que eu rio - Soltei uma risadinha - Só tô dando uma voltinha por aí ué, não posso mais?

- Você sabe que só tem permissão pra circular à noite se for comigo né? - Aspen entrou na conversa sem ser chamando, se sentindo todo-poderoso.

- Sabe que eu me esqueci general? Vou anotar aqui tá? - Peguei uma caneta imaginária e rabisquei coisas imaginárias na minha mão - Olha só, anotadinho aqui, pra eu não me esquecer da próxima vez.

- Ela está sendo sarcástica Cruise - Murmurou ele ao Tom. Tom assentiu assustado.

- Eu sei, que barra, vou até me retirar. Tchau.

- Não vai mesmo me ajudar a responder esse sarcasmo? - Gritou Aspen vendo Tom se distanciar - Tá, tchau! E squela partida de truco também já era!

- Quanto drama hein - bufei tentando prosseguir com minha caminhada. O problema foi que Aspen me bloqueou. Fui para o outro lado e ele também me impediu. Me abaixei e tentei passar por baixo de suas pernas mesmo, mas ele as fechou.

É, eu estava encurralada.

- Quer parar de viadagem e me deixar passar logo? - cruzei meus braços ainda segurando minha rede. Ele fez que não com os dois indicadores.

- Eu bem que queria Americana, mas estamos em uma era de guerra sabia? - ele me fitou seriamente - Rebeldes aqui e ali, sem chance de tentar dar uma escapada sem segurança, entende?

- Segurança? Eu posso usar segurança oras. Me dê um capacete ou joelheiras e eu me certificarei que....

- Se um capacete resolvesse tudo com certeza eu não estaria aqui a trabalho Americana. Aquele príncipe bipolar foi bem claro quando me deu ordens de protegê-la e...

- Tá, tá - o cortei me sentindo de repente um pouco esgotada. - Você venceu. Pode me acompanhar, mas que fique claro: se tú espantar algum grilho eu te mato.

- Entendido. - Ele fez aquele negócio de soldado, colocando a mão na testa como se estivesse tapando o sol. Bufei novamente finalmente indo em direção ao jardim.

Puxei a rede e a joguei no ar, esperando que milagrosamente alguma coisa - especificamente um grilhinho - fosse apanhado.

Infelizmente, na primeira vez não peguei nada. Nem nas outras 117, o que eu achei assim, super hiper mega estranho se eu fosse comparar o fato ao meu horóscopo diário. Naquele dia ele dizia que eu estava pronta para agarrar oportunidades. Agarrar = grilhos. Oportunidades também. Por que tudo tinha dado tão errado?

- Podemos considerar isso uma derrota? - Indagou Aspen que até o momento estava quieto em um canto - E eu já cansei de arrancar os fiapos da minha calça, então acho melhor nós voltarmos para dentro.

- Não! Eu só preciso de mais um momento, eu sei que deve ter algum por aqui....

Ele se aproximou de mim e passou um braço no meu ombro. Eu soltei um gritinho surpreso pela aproximação.

- Calma, eu não vou tentar nada... - ele soltou uma risadinha - Eu só queria te perguntar algo. Posso?

- Desembucha.

- Bom, é que nesses tempos venho observando que você e o príncipe bipolar Maxon conversam bastante e...

- Por que você chama ele de bipolar? - Indaguei me sentindo muito curiosa. Aspen esboçou uma careta.

- Por quê? - Ralhou ele - Será que sou só eu que vê essas coisas? Bom, o tal príncipe às vezes é muito gente boa, mas também tem as vezes em que ele é meio doidão, brigando com todo mundo e se empaturrando de doces...

Parei de prestar atenção por um instante. Aspen achava Maxon bipolar. Eu não sabia se ficava aliviada por ele ter tirado uma conclusão boba ou angustiada por não poder contá-lo o grande podre da família real - afinal, foi ele quem começou com essa coisa de golpe de estado. Mesmo que ele tenha aparentemente esquecido. Mas mesmo assim.

- .... E sei lá, guarda roupa e closet é a mesma coisa né?

- Ah sim - Respondi sem entender nada. Me sentindo realmente vencida, voltei para dentro e Aspen me seguiu. Ele continuou falando sobre a "bipolaridade" de Maxon e rindo da quantidade de doces que Mason ingeria diariamente.

- Eu ainda não sei como ele ainda não virou um retardado mental - cuspiu em uma voz revoltada - Só acho que esse povo real não deveria fazer tudo o que quisesse.

- Tá já deu, mas ei - tentei uma mudança de assunto - O que você ia me falar? Tipo, antes do assunto príncipe-bipolar?

- Ah - Ele sorriu e passou uma mão no cabelo - Bom, é sobre aquilo mesmo. Você e Maxon. Alguma coisa está rolando entre vocês?

- Não - Respondi, o que era tecnicamente verdade. Tirando aqueles beijos de um tempo atrás não estávamos nos envolvendo amorosamente. Ele era meu amigo que usava como companhia. Eu o usava para meus planos maquiavélicos. Era só isso.

- Okay - ele segurou o tranco da minha porta - Então se tipo, se eu te beijar agora você vai gostar?

Pensei um pouco. Eu ia gostar? Se ele viesse com isso a umas noites atrás, eu acho que não iria resistir. Mas agora a história era outra. Eu tinha novas regras. Eu estava prestes a derrubar um governo e fundar o meu. Beijos eram coisas insignificantes se comparadas ao meu compromisso político.

- Não - Respondi tirando sua mão do tranco e o abrindo - Boa noite Aspen.






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Oiiieeeeeeeeeeeeeeee!!

É isso aí, tô de volta!

Que saudade de escrever novos capítulos, que saudade de postar novos capítulos. Fiquei quantas semanas sem atualizar isso aqui? Duas? Okay, vou tentar compensar. Estou escrevendo novos capítulos e o livro vai ser atualizado toda semana. Combinado?

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É isso aí, até semana que vem.


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