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A MUDANÇA
Estava decepcionada por não poder cumprimentar a multidão no caminho. Éramos (temporariamente) considerados uma extensão da família real, então tinhámos que ser esnobes.
Infelizmente eu estava sentada ao lado de Celeste no carro. Ele era um fusca azul apertado (a limousine havia quebrado). Mas não era um modelo qualquer. Esse tinha um brasão da família real na lataria e porta-lixo nas portas. Era ótimo, pois podia mascar chicletes sem culpa.
Ashley estava sentada na frente, ao lado do motorista; Marlee sentava em uma das janelas bisbilhotando a multidão, radiante. Seu nome aparecia mais nos cartazes do que Celeste, Ashley e eu juntas. O de Ashley aparecia aqui e ali tanto o quanto de Celeste e bem mais do que o meu. Não fiquei preocupada nem nada do tipo, ainda mais depois do show que eu tinha feito no aeroporto. Ashley parecia seguir mais ou menos esta minha linha de raciocínio, pois se comportava como uma verdadeira dama, com uma expressão neutra. Já Celeste, só faltava ficar com a boca espumada de tanta raiva e inveja acumulada.
- O que você acha que ela fez? - Cochichou ela, enquanto Marlee e Ashley estavam distraídas com o saquinho de balas que o motorista tinha nos dado.
- Explica direito. - Cochichei de volta - Não sou advinha.
- Pra ser tão famosinha. Você acha que ela subornou alguém?
- Ela é uma Quatro. De qualquer jeito não teria cash para fazer algo do tipo.
- Eu não a suporto! - Sussurrou com força - Só eu posso ser a popular! Só eu posso ter muitos seguidores no Instagram!
- Minha filha - Dei uns tapinhas no ombro dela - Aceita que dói menos, tá?
- Ainda acho que ela apelou para o suborno - Concluíu - Uma mulher possuí meios de conseguir o que quer.
Levei um tempo para me dar conta do que ela havia dito (dia seguinte, no palácio), mas quando compreendi, quase quis arrancar aqueles cabelos bonitos dela. Marlee não seria capaz de fazer algo do tipo. No avião ela tinha me confessado que ainda dormia com todos os seus ursos de pelúcia. Acho que nenhuma garota como ela iria ser capaz de quebrar uma lei.
Não tive uma boa visão do local de entrada, então para ver melhor, abri a porta do fusca em movimento e pulei. Por sorte, caí na grama fofinha e gritei um 'uhuul', enquanto duas mulheres me agarraram pelo braço e me puxaram para dentro.
- Perdoe-nos pela pressa senhorita, mas seu grupo está atrasado - Uma delas disse.
- Tanto faz, desde que vocês me arrastem até la dentro - Respondi - Também deve ser um pouquinho culpa minha. Falei demais com o povo no aeroporto.
- Você estava conversando com a multidão? - A outra perguntou com ar de surpresa. Concordei, orgulhosa, enquanto elas me arrastavam para dentro.
Enquanto andávamos, elas explicavam onde cada lugar ficava. Vi um pedacinho do jardim atráves das portas de vidro e desejei ter parado um pouquinho para apreciá-lo. Antes que eu pudesse me dar conta para onde estava indo, fui empurrada para um grande salão infestado por pessoas apressadas.
Abriu-se uma brecha naquele formigueiro. Pude ver uma fileira de profissionais cortando o cabelo e fazendo as unhas das garotas.
- Aqui estão elas!
- Meu nome é Silvia - Uma mulher se aproximou de mim - Conversamos por telefone - Disse ela voltando ao seu trabalho. - Uma coisa de cada vez. Primeiro as fotos do "antes", venham aqui.
Me virei para trás tentando entender com quem mais ela estava falando, já que referia tudo ao coletivo. Ah, sim, eram Marlee, Celeste e Ashley. Havia me esquecido delas.
- Não se preocupem com as câmeras senhoritas - Continuou - Faremos um especial e aposto que todas as meninas de Ilhéa vão querer ficar parecidas com vocês.
Após as fotos chatinhas, cada uma foi levada para um lado.
- Então, é o seguinte - Um moreno baixo me conduziu para a cadeira seis - Precisamos conversar sobre a sua imagem.
- Imagem? Desde quando eu tenho imagem?
- Que impressão tu quer dar? - Ele me ignorou, passando as mãos no meu cabelo sem permissão. - Com esse cabelão ruivo, a gente pode te deixar bem sedutora, é claro, se essa for a sua jogada.
- Não vou mudar nada em mim pra arrumar um cara que mal conheço e nem gosto - Retruquei sentindo a raiva se apossar de mim.
- Ah? - Suas sombrancelhas se arquearam. - Temos alguém diferente aqui?
- Não, não - Balancei a cabeça - Quer dizer, eu não quis dizer isso, na verdade o príncipe é um ...
- Tá eu já entendi. Parece que o voo não fez bem a sua cabeça. Acho melhor se deitar mais cedo, pra recuperar o sono perdido. Bem, mas voltando ao assunto beleza, não vamos mudar sua imagem; apenas melhorá-la.
Ele chamou um mutirão de mulheres que fizeram seu serviço com dedicação. Me poliram e cada pedacinho de pele foi untado com loções que me deixaram com cheirinho de baunilha. Uma delas cochichou no meu ouvido que aquele era o aroma favorito do príncipe. Revirei meus olhos ativando meu modo E DAÍ?
Depois de tratar da minha pele, elas partiram para as minhas unhas. Lixaram e tiraram um quilo de cutícula acumulada, nas quais eu espiei com horror. Falei que não queria pintá-las, mas elas fizeram aquelas carinhas e eu assenti em fazer o pé. O tom do esmalte era neutro então o resultado não ficou tão ruim.
Uma equipe de filmagem passou por mim, e focalizou nas minhas mãos.
- Você não vai passar nada nelas? - Uma mulher atrás das câmeras perguntou para mim.
- Não - Respondi satisfeita. Ela deu um suspiro frustado e caminhou para longe com as câmeras.
Quando as mulheres terminaram seu serviço comigo, partiram para outro alvo: uma garota trêmula, balançado as pernas sob uma enorme capa que alguém tinha colocado por cima dela. A coitada tremia que nem uma vara verde e estava detonando suas unhas - O suficiente para que pequenos jatos de sangue começassem a jorrar de seus dedos.
- É.. tudo bem? - Me arrisquei a perguntar. Minha voz a tirou do transe. Ela suspirou.
- Querem tingir meu cabelo de loiro. Disseram que ia combinar com meu tom de pele e tal, então acho que estou só nervosa.
Ela abriu um sorriso tenso, que retribuí.
- Seu nome é Sosie, certo?
- Sim - Balançou a cabeça em positivo- Você deve ser a América, né?
Nossa. Não fazia nem vinte quatro horas que eu estava aqui e já era conhecida por todos. Vou te falar, a popularidade é realmente algo muito louco.
- Sim - Respondi com um sorriso.
- Ouvi falar que você veio com aquela Celeste. Ela é terrível!
Olhei de relance para o outro lado do salão. Celeste gritava ordens para a equipe de beleza como se fosse a patroa, o que não era o caso.
- Cara, você não faz idéia - Sussurrei e nós demos uma risadinha - Mas mudando de assunto, achei teu cabelo divoso.
- Ah - Ela ficou sem jeito - Obrigada.
- É sério. Não precisa mudar nem nada. Está ótimo assim.
Ela apenas concordou com um sorriso forçado, então deixei por isso mesmo. Com toda certeza deve achar que estou sendo falsa ou irônica. Claro, aqui todas deveriam ser falsas ou irônicas.
Mas eu não sou todo mundo. América Singer nunca será hipócrita.
Meu cabelo foi lavado, condicionado, hidratado e muito, repito, muito repuxado. Antes ele tinha um corte reto e sem graça; Agora ele estava repicado e brilhante. Algumas garotas fizeram luzes e ficaram parecendo postes ambulantes. Eu apenas optei em escolher o simples e não mexer muito.
Uma moça muito linda fez minha maquiagem. Pedi que não a carregasse muito, então o resultado ficou bom. Bem, claro melhor das outras meninas que pareciam drag queens com aqueles verdes e prateados chamativos. Acho que só eu e Celeste estavámos parecidas com o nosso ANTES. Se bem, que Celeste já estava com a cara toda rebocada quando chegou.
Usei um roupão durante todo o processo. Ao final do embelezamento, fui levada a uma arara de vestidos etiquetados com meu nome. Parecia que as candidatas a princesa não trajavam jeans. Como eu poderia dançar Sia de vestido?
Acabei optando por um vestido festa com direito a muito brilho e glamour. A moça que me ajudava, comentou que era uma escolha muito ousada, e eu quase a mandei a calar a boca. Tudo o que pudesse ser aversativo príncipe, eu faria. Não estava nem aí. Recebi um broche com meu nome e os vestidos foram levados para meu quarto. Por fim calcei uns saltos gigantes e treinei um pouco para que não pudesse caír.
- Senhorita - A moça começou - É um exagero, novamente.
- Por acaso pedi sua opinião?
- Não senhora - Ela se recompôs - Bem, a senhorita tem que ir para lá para tirarem a foto do seu "depois"
Caminhei até um canto e me sentei em numa cadeira na mira de um câmera. Uma mulher se sentou na minha frente com uma prancheta cheia de papelada e me pediu paciência enquanto procurava meus papéis.
Paciência, tudo bem. Vou usar bastante dela quando instalar meu governo ditadorial.
- Mas afinal, pra quê tudo isso? - Perguntei.
- É para o especial sobre a transformação - Respondeu sem me encarar - Vamos transmitir tudo no Jornal Oficial. A entrevista será rápida e breve apenas para as pessoas terem uma certa noção sobre as trinta e cinco garotas. Entende?
Ela soou o entende como se eu fosse algum tipo de aberração biológica e não pudesse entender nada. E eu era mesmo. Mas mesmo assim, ela não tinha direito e fiquei irritada.
- Sim - Respondi.
- Mas tipo, não fique tímida nem algo assim quando aparecermos por aqui. Não estaremos espiando vocês o tempo todo, mas apareceremos bastante.
- Tudo bem - Concordei um pouco aliviada. Não estava preparada para encarar câmeras de filmagens vinte e quatro horas por dia, mas já estava treinando. Acho que estaria craque no momento que derrubasse a família Chaveiro.
- Então America Singer, está pronta? - Ela perguntou segundos antes de uma luz vermelha aparecer.
- Sim - respondi tentando não soar nervosa.
- Para ser sincera, não percebo muitas mudanças no seu visual. É alguma estratégia de marketing?
- Essa é a parte que eu respondo? - Sussurrei nervosa e ela assentiu - Ah sim. Quer dizer, não. Definitivamente não é uma estratégia de marketing - Dei de ombros - Só achei que o príncipe gostasse de um look cirquense, sabe.
- Entendo.
- Cortaram meu cabelo e tudo - Prossegui mais solta - Até passaram um troço de baunilha no meu corpo. Tenho até cheirinho de sobremesa.
- E isso é bom?
- O que é bom?
- O fato de você cheirar a sobremesa?
- O que está querendo insinuar? Que posso estar fedendo?
- Não na verdade.... - Ela balançou a cabeça - Que tal mudarmos de assunto? Você é uma das três Cinco na Seleção. Como tem sido até agora?
Pensei nas garotas que conheci no avião e nossa trajetória até aqui, neste salão. Tentei procurar uma única palavra que pudesse descrever o quanto gostei de conhecer Marlee e detestei Celeste. Complicado.
- Surpreendente.
- Acho que dias mais surpreendentes virão - Respondeu ela.
- Ah faço de tudo para um pouco de descanso - Comentei entre suspiros - Em casa costumava passar os dias trabalhando como uma escrava. Espero que aqui seja diferente.
- Entendo. Mas então, o que você acha sobre a concorrência?
Engoli em seco.
- As garotas são muito simpáticas - Comentei - Com uma notável excessão...
- Excessão... - Ela ergueu as sombrancelhas com certa exceptativa.
- Excessão? - Tentei me corrigir - Não eu disse sensação. Sabe, a sensação de estar neste palácio é meio que...
- Muito bem - Me cortou - Já é o suficiente.
- O quê?- Fiz uma careta - Mas já?
- A gente tem que encaixar trinta e cinco entrevistas em uma hora e meia. O que fizemos está de bom tamanho.
- Também não precisava ser grossa...
- O que disse?
- Nada querida. Boa sorte com... as outras.
Ela abriu um sorriso genuíno.
- Relmente vou precisar. Você pode se sentar naquele sofá ali que alguém logo virá cuidar de você.
Me levantei e fui para o grande sofá circular no canto. Duas meninas que eu ainda não conhecia estavam conversando animadamente sobre Shawn Mendes. Quando estava prestes a entrar na conversa e comentar algo sobre, Marlee apareceu e se sentou do meu lado.
- Oieeeeeeeeee!!! - Cantarolou ela - Demorei?
- Marlee! Seu cabelo!
- Eu sei. Puseram um aplique. Será que o príncipe vai gostar? - Ela parecia realmente preocupada.
- Claro - Falei - Quem não gosta de uma loira gostosa?
- America.... - Marlee me olhou com repreeensão, mas dei de ombros. Marlee era bonita e se ela não soubesse disso, era melhor alguém avisá-la.
- Hey, você acha possível um dia a monarquia acabar? - Sussurrei.
- O quê? - Ela me olhou com descrença.
- A monarquia. Você acha possível um dia a família Chaveiro chegar ao fim?
- Bem, acho meio estranho você me perguntar esse tipo de coisa, mas - Deu de ombros - Nada dura para sempre.
Era este tipo de resposta que eu precisava. Era meu combustível por ora.
- Mas mudando de assunto - Marlee começou - Você é tão simpática, America. Aquelas pessoas no aeroporto te amaram!
- Ah não exagera, eu estava sendo apenas legal com elas. Você também cumprimentou bastante gente.
- Tá mas não foi tanto quanto você. Sério, meus parabéns.
Abaixei um pouco a cabeça. Não porque estava com vergonha ou sem graça pelo primeiro elogio que recebia na minha vida, não, nada disso. Aquelas meninas fãs do Shawn Mendes me fuzilavam com os olhos. E eu nem tinha aberto a boca para soltar a história que eu sempre inventava para as fãs do Shawn Mendes: Que ele era meu primo.
Mas antes que eu pudesse levantar a cabeça novamente e soltar um o que perderam na minha cara, Silvia aproximou-se.
- Muito bem garotas, estão prontas?
Ninguém respondeu.
- Mal educadas - Balançou a cabeça - Mas enfim, como sou obrigada a aturar vocês, vou fingir que isso não aconteceu. Terei que levar as damas para uma breve tour pelo palácio e depois mostrar seus quartos.
- São suítes? - Uma das garotas que me fuzilava perguntou curiosa.
- Não é da sua conta. - Silvia respondeu secamente, então tratei de descartar minha pergunta sobre a brinquedoteca.
Marlee soltou um chiado do fundo da garganta e percebi que ela estava rindo. Logo comecei a rir também. As duas garotas nos olhavam com olhares mortais agora. Mas eu realmente não estava nem aí.
Nos levantamos e seguimos atrás de Silvia, em fila indiana. Ela nos contou que aquele lugar onde haviam nos produzido era o Salão das Mulheres. Geralmente a rainha e seu "squad" (duvido que ela tenha algum squad) se divertiam ali naquele canto estranho.
- Acostumem-se aquele salão, vocês passarão boa parte do tempo lá - Comentou ela, o que me fez revirar os olhos. Até parece que eu iria ficar enfurnada naquele troço o dia todo. Tinha que arrumar um jeito de explorar o palácio e descobrir uns podres dessa maldita família real. Era isso ou voltar para casa e encarar Aspen com aquela piranha.
Eu não queria encarar Aspen. Nunca mais.
Silvia mostrou onde a família real faziam suas refeições, em uma mesa à parte. As Selecionadas estariam em outras mesas, compridas como um "U" bem estreito. Nossos lugares já estavam escolhidos. O meu ficava entre a esnobe Ashley e Tiny Lee, uma estranhona que eu tinha visto no salão das mulheres e à frente de Kriss Ambers.
Deixamos a sala de jantar e descemos até a sala onde transmitiam o Jornal Oficial. De volta ao andar de cima, nossa guia apontou a sala onde o rei o príncipe trabalhavam a maior parte do tempo. Mas nos alertou que a área estava além dos nossos limites. Rá, como se eu realmente conhecesse essa palavra.
- Outra coisa fora dos limites: o terceiro andar. Lá ficam os cômodos pertencentes a família real, então nenhuma intrusão será tolerada. Os quartos de vocês estão no segundo andar. Entendido?
- Sim - Repondemos em uníssomo.
- Entendido senhorita Singer? - Silvia me olhou como um general.
- O quê? - Perguntei surpresa.
- Me falaram que a senhorita sofre de défict de atenção.
Quem disse aquilo a ela?
- Não, eu realmente...
- Não se preocupe querida - Sua expressão se suavizou - Lido o tempo todo com insanos. O príncipe é um deles. Sempre me veja como uma amiga, okay?
Olhei em volta. As meninas me olhavam com solidariedade. De repente gostei que me olhassem assim, como se eu não fosse uma ameaça. Era ótimo para pôr meu plano em prática.
- Tudo bem - Abri um sorriso inocente.
- Bem, estas portas aqui dão para o jardim dos fundos. Olá Hector. Olá Markson.
Olhei para os dois guardas que a cumprimentaram com a cabeça. E quando digo cabeça foi isso mesmo. Eles deram cabeçadas bruscas. Doeu só de ver. Vou te contar, a realeza pode ser muito estranha.
- Um momento - Ela colocou a mão na cabeça - Sempre fico meio tonta depois disso.
- Vamos nos cumprimentar com cabeçadas? - Marlee sugeriu e eu fiz uma careta.
- Ficou louca?- Balancei a cabeça- Quer dizer, talvez mais tarde.
Isso foi o suficiente para que seu rosto se iluminasse. Nessas últimas horas descobri que era fácil lidar com Marlee. Era só lhe dar uma falsa expectativa e depois distraí-la o máximo possível. Ela sempre se esqueceria mais tarde.
- Vocês não podem sair do palácio sob circunstância nenhuma - Prosseguiu Silvia - Bem essa é a hora na qual eu rio de vocês. Não sabem o que estão perdendo lá fora. Descobri que o Drake vai fazer dois shows na cidade.
- Droga - Marlee esmurrou uma parede.
- Bem, fazer o que né.. - Dei de ombros - Talvez um dia...
- Querida, não vai ter um dia. Não pra vocês pelo menos. Mas enfim... às vezes durante o dia poderão ir até o jardim, mas nunca sem permissão. Isso é uma questão de segurança. Apesar de nossos esforços, os rebeldes já conseguiram entrar aqui uma vez.
Estremeci só de pensar.
Entramos em um corredor e subimos as enormes escadas que davam para o segundo andar. As paredes eram repletas de quadros e os tapetes tão macios me davam a impressão de estar afundando em areia movediça.
- Menina, anda rápido! - Silvia me alertou - Você vai se afundar aí.
- Isso aqui é areia movediça de verdade? - Perguntei.
- Sim - Isso explicava o fato de o meu vestido estar impregnado de barro e eu não sentir mais meus pés.
- Segura aí - Marlee me jogou um bambu e tratei de segurá-lo até estar em terra firme.
- As coisas de vocês já estão nos quartos. Se não gostarem da decoração, basta avisarem as criadas e elas mudarão, o dinheiro não é meu mesmo...
- Se meu quarto não estiver decorado com o tema da escola de Howgarts nem quero - Uma menina comentou baixinho.
- ... as criadas também lhe ajudarão a desfazer as malas e a se preparar para o jantar.
- Preciso urgentemente iniciar meu ritual de macumba no quarto hoje - Uma outra garota sussurrou.
- ... Antes do jantar de hoje, vocês se reunirão no salão das mulheres para uma transmissão especial do Jornal Oficial. Semana que vem estarão ao vivo no progama! O príncipe só conhecerá vocês oficialmente amanhã, no jantar em grupo. Que começem os jogos!
- Minha filha isso aqui não é Jogos Vorazes não - Comentei - Quero dizer, espero que não.
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