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Depois de três horas inteiras xerocando páginas e mais páginas dos livros e ter tomado um longo e relaxante banho, me sentei na minha enorme cama e comecei a chorar. Eu não estava preparada para deixar essa competição! Okay, no começo confesso que não gostava muito, mas agora me apeguei! E é difícil se desapegar!
Estou falando isso tecnicamente por Maxon. Ele é um cara legal e... ele é um cara legal. Acho que se eu ainda não pensasse tanto em Aspen, talvez poderia me apaixonar por ele.
Pedi para Anne Frank roubar um pote de sorvete da cozinha e acabei com ele enquanto assistita Diário de uma paixão. Chorei litros, enquanto Lucy lixava as unhas de meus pés. Alguém bateu na porta.
- Quem é?? - Gritei furiosa - Se for você Marlee, pode ir dando meia volta!!!
- Sou eu America - Disse uma voz masculina - Só não posso dizer meu nome em voz alta. Todos irão surtar. Mas vou te dar uma dica: começa com a letra M e termina com a letra N.
- Abre lá Lucy - Bati palmas - É Marron 5!!!
- Okay - Lucy colocou todas as coisas de volta na nécessaire e foi abrir a porta. Maxon me deu um aceninho tímido com as mãos.
- Ah é você Marron 5 - Disse e enquanto Lucy encarava sem expressão Maxon - Já pode ir Lucy.
- O-okay - Ela pegou a nécessaire e deu o fora. Maxon me encarou de uma forma estranha.
- Marron 5? Sério?
- Querido eu tava te salvando, se você não percebeu - Dei batidinhas para que ele se sentasse do meu lado - Sabe, você, o outro Maxon, a treta toda...
Ele caíu na real.
- Oh sim! Imagina se você tivesse me chamado de Maxon? Ia ser a fofoca da semana!
- Pode apostar - Coloquei uma colerada de sorvete na boca - Quer um pouquinho?
- Acho que não, obrigado - Ele balancou a cabeça - Mas afinal, por que você tá com um pote de sorvete de 5 litros? Por que está assistindo romance? E porque sua maquiagem está toda borrada?
Quantas perguntas! Nem em sonhos eu conseguiria processar tudo.
- A questão não é essa, a questão é o que você está fazendo aqui no meu quarto?
Ele me encarou com hesitação.
- É sobre a sua eliminação na Seleção.
- Ah nem me fale sobre isso. Já estou mal o suficiente.
Ele me encarou.
- America...
- Que que foi?
- Eu encontrei uma solução para que você não saía do palácio!
Me levantei da cama.
- Sério??
- É verdade. Encarei o desafio que é meu pai e nos dois chegamos a um acordo.
- Que acordo??
- Primeiramente quero que você saiba que estou fazendo isso exclusivamente por você America. Minha querida.
- Não sou sua querida!
- Okay, só America então. Mas enfim.... eu terei que aparecer no Jornal Oficial, como bem... como Maxon mesmo.
- Sério??
- Dá pra parar de surtar toda vez que falo alguma coisa por favor?
- Okay, desculpa.
- Mas então, é isso. Como Marlon está no hospital e tudo mais por causa do nosso planinho de vingança, vou ter que encená-lo, o que soa estranho demais para mim.
- Como assim? - Me sentei novamente.
- Olha, vamos analisar assim: Eu sou o Maxon okay? Mas daí existe o outro Maxon né? Eu que sou o Maxon terei que encenar o outro Maxon, sendo que este Maxon que terei que encenar é do Paraguai, então eu terei que propriamente me encenar, sendo que essa será apenas uma encenação, pois o Maxon verdadeiro sou eu. Entendeu?
- Essa foi a frase mais longa que já ouvi na minha vida - Respondi - E eu não entendi nada.
- Deixa pra lá - Ele respirou fundo - Estou tão nervoso. Nunca falei com a população de Ilhéa antes...
- Não fique assim! - Tentei incentivar - Você vai conseguir! Faça isso por mim!
- É exatamente por você que estou fazendo America.
De repente seu olhar ficou mais intenso e quando fui inventar de piscar, puft! Ele estava a centímetros de mim.
- Você é a única pessoa que está me apoiando Maxon. Até a Marlee virou as costas para mim.
- Como?
- E eu estou indignada, porque éramos mais que amigas, éramos best friends! - Comecei a chorar - Best friends!
- Entendo America - Ele me puxou para ele e deu batidinhas nas minhas costas, como um bebê - Não fique triste. Ela não era boa o suficiente para sua amizade.
- Acabei fazendo amizade com Kriss.
- Bom - Ele continuava com as batidinhas - Bom...
Me separei dele.
- Maxon, posso te fazer uma pergunta?
- Isso já é uma pergunta - Ele brincou. Revirei os olhos.
- Por que eu? Por que resolveu arrumar amizade com uma garota tão fria e calculista como a mim?
Ele deu um meio sorriso.
- America, você não é fria e calculista. Na verdade é a pessoa com mais emoções que já vi. Uma hora você está tão eufórica que ninguém consegue te segurar; outra hora está bufando pelas narinas. Há outras horas em que você está chorando e outras em que....
- Tá, tá, já entendi cara. Sou muito emotiva.
- Sim. E te acho incrível America. Você tem uma personalidade única e é muito engraçada. Não sei se as pessoas que estão apaixonadas falam assim, mas...
- Peraí, você falou que está apaixonado por mim? - Indaguei de boca aberta. Maxon ficou instantaneamente na cor de um tomate.
- Não queria dizer isso... só queria dizer que...
Não deu pra ele completar a frase porque bem, acabei o beijando. Isso mesmo, um beijo. E não foi na bochecha. Não consegui me segurar; ele era muito fofo.
Mas algo quebrou totalmente o clima. Comecei a pensar naquela musiquinha do comercial do Dollyinho, que Aspen gostava tanto, o que acabou por me separar de Maxon.
Droga Aspen.
- Quem é Aspen?? - Maxon me encarou com cautela. Ah me esqueci que auto me narrava em voz alta. Ótimo.
- É só um ex que acabou me traíndo com outra. Fim.
- Que trágico. Acha que podemos nos beijar novamente?
- Tudo bem.
E então fizemos o segundo, terceiro e tantos outros rounds até que minha boca acabou ficando dormente. Sério.
- Me desculpe - Disse ele vermelho - É que nunca havia beijado na minha vida e ...
- Tudo bem Maxon.
- Mesmo?
- Mexxmo.
E estava mesmo. Acho que depois do oitavo beijo (foi o mais profissional) acabei esquecendo daquele outro no qual não vou mencionar o nome porque estou cansada de sofrer.
- Maiiiixxx entaum - Comentei com a boca dormente, o que me fazia parecer que havia bebido umas - Pode me explicar maixx sobre a excenaxaum??
- Ah sim, a encenação - Ele abriu um sorriso nervoso - Vai ser no Jornal de Ilhéa, onde o Mason teria que dar um breve discurso a nação de Ilhéa.
- Perfeituu - Coloquei uma mão sobre seu ombro - Ocê vai conxeguir.
Ele fez uma careta.
- Sua voz está tão estranha... Tem certeza que está bem? Posso conseguir um remédio ou algo assim.
- Exxtou ótima. Só prexixu ficar um dia xem abrir a boca e extarei recuperada.
- Okay - Ele plantou um beijo no dorso da minha mão e me olhou com carinho - Vou deixá-la descansar.
- Beijinhos - Disse e logo me arrependi - Queru dizer... xem mais beijos por hoje.
Ele começou a rir.
- Sem beijos por hoje. Até amanhã, America.
- Até amanhã. Maxxoon.
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