13

TERCEIRO ANDAR E POSSÍVEL AMIZADE 

Terminei a refeição antes de todo mundo (confesso, sou uma morta de fome) e esperei todas sairem em grupos de seus lugares com um plano infalível em mente: ia me aventurar no andar da família real. Eu sei, era meio arriscado, mas meu lado Sherlock Holmes estava a todo vapor.

Quando um grupo grande de meninas resolveu ir até o salão das mulheres, vi que aquela era a hora de agir. Peguei minha lupa, que deixei secretamente escondida sobre o armado cabelo de Marlee e minha boina, que havia escondido secretamente em uma das mangas do meu adorável vestido. Minutos antes, uma Selecionada havia perguntado curiosamente sobre o porquê do meu braço direito estar um pouco maior do que meu braço esquerdo e eu respondi que não era da conta dela, mas fiquei com um pouco de pena da coitada e soltei uma história esfarrapada em como eu sofria com um tipo de alergia causada pela a pasta de dente e o enxaguante bucal.

- Nossa - Disse ela - Mas o que a pasta de dente tem a ver com o seu braço?

- Olha eu só acho que não é da sua conta.

Ela piscou algumas vezes.

- Nossa! Eu estava apenas querendo ser legal!

- Pena que não conseguiu - Levantei um indicador - Aliás, ficar falando sobre minha doença não é uma boa maneira de ser legal.

- Nossa! Então me conta, como eu posso ser legal?

- Ah... Não tenho tempo agora, mas talvez eu te ensine mais tarde. Tchauzinho.

- Oba! - Ela se inclinou para uma cabeçada em despedida, mas eu desviei rapidamente, então ela caiu de cara no chão. O fato chamou atenção dos guardas e de Silvia que correram para ajudá-la, o que vou te falar, foi per-fei-to para meu plano de ir até o terceiro andar, pois não havia ninguém me vigiando.

Antes de subir as escadas olhei para os dois lados como se estivesse atravessando uma avenida e fui até o quartinho de vassouras pegar minha sósia para tomar meu disputado lugar no salão das mulheres.

- Não sei se consigo senhorita América! - Ela sussurrou, se tremendo toda.

Bom, não era exatamente uma sósia, mas com a maquiagem e a peruca até que ela ficou um bocado parecida comigo.

- Quietinha, Anne Frank - A repreendi enquanto arrumava seu cabelão ruivo falso. Tá, tabóm, era mais ou menos uma peruca. Peguei o macarrão com molho da cozinha ontem à noite e coloquei na sua cabeça. De vez em quando alguns fios caíam no chão, mas agora eu estava os colando com cola permanente. Ia ficar um arraso.

- Tem certeza que esse troço vai sair depois com água corrente? - Perguntou, se referindo ao macarrão no cabelo. Dei de ombros.

- Provavelmente minha filha - Arrumei seu vestido e a encarei - Olha, eu quero que voce vá aquele salão e fique lá sentada lendo qualquer coisa. Não fale com ninguém e se, no caso alguém puxar assunto com você, sempre responda com um "Hmm, é mesmo?" e volte a folhear as revistas.

- Mas se no caso, não sei, alguém perguntar se eu gostei do café da manhã ou quando faço aniversário, acha que essa resposta será satisfatória?

Maldita Anne e seus questionamentos.

- Não sei, mas de qualquer forma ninguém vai perguntar isso. E se no caso de  perguntarem, esta será uma resposta bem ignorante, o que vai diminuir suas chances de conversar com alguma selecionada e se sentir desconfortável.

- Pelo menos há alguma coisa boa nisso - Suspirou Anne - Bom, então eu já vou indo. Me deseje sorte.

- Toda. Volto daqui meia hora.

Ela saiu do quartinho de vassouras e caminhou para o outro extremo da propriedade. Respirei fundo e contei até três. Segundos depois estava subindo as escadas na velocidade da luz. Não podia vacilar e deixar qualquer um dos guardas repararem em mim.

Quando cheguei ao terceiro andar me sentia esgotada. Minhas pernas estavam doloridas e eu respirava com pesar. Parei um pouco para descansar e comecei a caminhar no largo e extenso corredor da família real. As paredes estavam recheadas de pinturas renascentistas de nobres e reis de Ilhéa e estreitei os olhos ao ver uma pintura de Elvis Presley, Michael Jackson e Madonna entre os retratos. Oh sim, tudo bem, um era considerado rei do rock, outro rei do pop e a outra rainha. Bom, não sabia que artistas que recebiam títulos populares tinham direito a ter um espacinho na parede do palácio, mas entendia aquilo. Eles foram revolúcionários na antiga América, então tem direito de serem consagrados aqui.

Então espremi mais os olhos e vi um retrato que se assemelhava muito a cantora Gaby Amarantos e pensei comigo mesma "Caramba nem a família real resiste a um brega!" mas daí me deparei com uma pintura do Michel Temer, então desconsiderei todo aquele sentimento de semelhança que eu construía com aquela família. Mesmo tendo um ótimo gosto musical, eles ainda eram uns corruptos imprestáveis.

Ouvi passos firmes vindos naquela direção e fui rápida em assumir uma pose estática e de desdém como havia visto em uma pintura. Dois guardas entraram em cena conversando de boa sobre futebol, quando um parou de repente e começou a me observar.

- Nunca vi essa estátua antes - Ele comentou enquanto me encarava curioso. Senti minha nuca começar a suar.

- Devem ter colocado hoje cara - O outro comentou despreocupado.

- Mas você não acha ela muito parecida com a Marina Ruy Barbosa?

- Hmm - O outro guarda se aproximou e começou a encarar centímetro por centímetro do meu rosto. Minhas pernas começaram a tremer - Talvez sim, mas você não acha esse troço muito realista? Dá até para sentir a respiração.

- Cara, você sabe que nos dias atuais até as coisas falsas parecem ser reais. Eles devem ter feito o pedido naquele museu de cera pra criar essa belezinha...

Ai. Meu. Deus.

- Também acho ela bem bonitinha. Talvez mais tarde tire algumas fotos com ela e envie para meus brothers fingindo que ela é minha namorada.

O outro guarda de olhos claros caiu na gargalhada.

- Cara, você nunca pegou ninguém! Eles não vão acreditar!

- Cala a tua boca. Bom, acho melhor a gente ir indo. Se alguém da família real nos flaga aqui na conversa já sabe...

- Também acho cara, também acho.

Os dois se afastaram e começaram a caminhar para longe. Quando eles estavam em uma distância considerável, soltei a respiração e tentei me lembrar o porquê de exatamente estar no andar da família real.

Ah, sim. Conversar com o verdadeiro Maxon.

- Senhorita América? É você? - Uma voz masculina suave soou pelos meus ouvidos me fazendo quase ter um treco pelo susto que havia tomado. Me virei rapidamente e encarei ninguém mais e ninguém menos que o príncipe Maxon. Bom, pelo menos esse era o original para meu alívio.

- Cara você quase me matou de susto! - Balbuciei assumindo um tom revoltado. Ele me olhou com confusão no olhar.

- Bem, o que faz por aqui? O terceiro andar é restrito as pessoas que não estejam ligadas a família real.

- Sou uma Selecionada então acho que eu sou sim ligada a família real, pelo menos temporariamente.

Ele me encarou um pouco como se estivesse processando meu pensamento.

- Faz sentido. Pois bem senhorita América, o que a trouxe aqui ao terceiro andar? Deseja algo no qual não conseguiu nos andares inferiores?

- Sim, você - Disse sem pensar e no mesmo instante tampei a boca com as duas mãos. Maxon piscou algumas vezes e me me olhou com a testa enrrugada.

- Você... me quer? - Disse num tom totalmente descrencioso. Senti o rubor tomar conta do meu rosto.

- Não, não quis dizer isso.... claro que quero você mas... não é no sentindo que você está pensando!

- No que você acha que estou pensando?

- Bom - Dei de ombros - Em interesse amoroso provavelmente.

- Bom, eu estava pensando que você me queria para, não sei, arquitetar um plano maligno envolvendo minha família.

Como ele havia adivinhado?

- Era quase isso, mas primeiramente - Olhei para os lados - Temos que conversar em um lugar mais privado. Qual dessas portas é seu quarto?

- É aquela ali - Ele apontou para uma porta do lado esquerdo enfeitada com adesivos do Star Wars e coisas do Harry Potter. Mesmo de cenho franzido o puxei pelo braço e entramos em seu quarto.

Sério, aquele lugar era totalmente diferente do qual eu havia imaginado. Não havia uma cama dossel, papel de parede azul bebê e essas coisas frufus que a gente pensa automaticamente quando imagina o quarto de um integrante da família real.

Não, era praticamente ao contrário. Não havia papel de parede, mas se houvesse de qualquer maneira estaria escondido sobre as dezenas de pôsters que preenciam cada centímetro das quatro paredes daquele cômodo. Havia uma simples cama em um canto coberta por um edredom azul escuro, mas com tantas coisas que haviam ali, ela era dificilmente notada. Uma piscina de bolhinhas e uma cama elástica estavam instaladas e aquela música Jumpman do Drake com o Future tocava de fundo. Havia uma bancada numa parede cheia de tubos de ensaios e um hamster rosa corria com vigor naquela rodinha presa à uma gaiola.

- Seu quarto é incrível!

Ele balançou a cabeça e abaixou o olhar como se estivesse envegonhado.

- Fico feliz que gostou. Meus pais simplesmente odeiam esse lugar.

- Ah então eles devem ser muitos chatos - Apontei para um canto com fotografias - O que é aquilo?

- Bom, nas horas vagas gosto de me aventurar no mundo da fotografia. O resultado está aí - Ela aponta para as fotos.

- Elas são lindas - Olhei para uma foto do pôr do sol com admiração. Maxon era um excelente fotógrafo isso eu tinha que admitir - É inspirador quando você vê a pessoa empenhada em algo que ela realmente é apaixonada.

- E você? É apaixonada por alguma coisa?

- Bom, acho que pela música. Fiquei admirada com meu dom quando descobri que podia tocar qualquer instrumento incluíndo o terror.

- Nossa - Ele me observou com encantamento - Isso é algo na qual poucas pessoas sabem fazer hoje em dia.

- Eu meio que tento aperfeiçoar - Me sentei na beirada da sua cama - Mas vamos mudar desse assunto meloso de sonhos e ir direto ao ponto.

Ele se aproximou e se sentou do meu lado numa distância considerável, claro.

- O que quer dizer com ir direto ao ponto?

O encarei por alguns segundos e reparei que por trás dos óculos seus olhos eram lindos e que haviam sardas em seu nariz, o que achei um tanto adorável. Contribuía para sua aparência fofa mas ao mesmo tempo intelectual com uma leve pitada de formalismo medieval.

Balancei a cabeça tentando esquecer qualquer pensamento carinhoso em relação a Maxon. Ele era apenas uma peça valiosa do meu jogo.

- Pois então, como sou muito brilhante e tenho nas veias aquela coisa toda de Sherlock, não fui otária e aceitei suas desculpinhas ontem no jardim.

- O que quer dizer com isso?

- Cara, você não se parece nem um pouquinho com o Maxon que conversou comigo hoje mais cedo.

- Pois eu deveria parecer - Ele desviou o olhar. Meu lado Sherlock Holmes apitou como uma sirene de ambulância.

- Mas não parece. Aliás, se você e o outro Maxon fossem a mesma pessoa a Majestade nem estaria do meu lado agora.

- Por quê?

- Bom, você parecia estar bastante irritado com minha pessoa.

Ele deu de ombros.

- Acontece que eu esqueço as coisas rapidamente. Não guardo rancor.

Revirei os olhos.

- Ah não me venha com essa conversa pra boi dormir. Sei diferenciar muito bem duas pessoas.

- Pois bem. Acho que você deveria ir oftalmologista.

Abri e fechei a boca.

- O que está querendo insinuar? Que estou cega?

- Não por Deus! Eu só achei que ... - Ele parecia nervoso - Ah eu odeio mentir!

- Tuuudo bem - Assumi um tom calmo - Vamos ser honestos um com um outro. Se quiser pode segurar minha mão para uma conexão espiritual.

- Acho que irei precisar - Ele aceitou minhas mãos de bom grado e fechou os olhos - Uma meditação antes para uma melhor aproximação espiritual?

- Nem sou tão chegada assim ao Budismo. Apenas confesse o que está escondendo que já está de bom tamanho - Respondi - Não tenho muito tempo.

- Bom, a questão é que - Ele respirou fundo - A questão é que meus pais não devem gostar de mim.

- Nossa, mas por que você acha isso?

- Bom porque - Ele assumiu uma expressão raivosa - Eles estão pagando para que um garoto se passe por mim.

Ahá, eu sabia. Eu sabia. Eu sabia. Eu sabia.

Mas não ia dizer aquilo na frente do garoto. Ele estava com o psicológico abalado.

- Hmm okay, continue.

- Bom - Ele começou a balançar nossas mãos entrelaçadas - Talvez eu não seja um bom filho no final das contas.

- E que tipo de filho você deveria ser?

- Daqueles que gostam de ler clássicos e usar lentes de contato e também beijar os pés aquele ator, o tal do Leonardo di Caprio. Além de ter um leve interesse no seu futuro matrimonial.

- Entendo.

- Tudo bem, eu deveria me preocupar mais com o futuro, já que sou um príncipe, mas de verdade? Acho que não sou capaz. Sempre que penso demais acabo com uma insuportável dor de cabeça.

- Compreendo. Se isso serve de consolo, por um tempo pensei que meus pais não gostassem mais de mim.

Ele pareceu estar levemente interessado.

- É mesmo? Mas era só uma impressão errada, certo?

- Na verdade acabei descobrindo que eles me odiavam mesmo - Encaro seu olhar desanimado e tento me corrigir - Mas relaxa, seu caso pode ser diferente!

A verdade é que sempre fui uma péssima incentivadora. Li aquele livro de autoajuda da Demi Lovato por um ano mas mesmo assim não consegui chegar até lá.

- Assim espero - Ele soltou minha mão e imediatamente senti um vazio - Bom tudo bem, contei um segredo meu, agora é a sua vez.

Soltei uma risadinha nervosa.

- Ah não, meio que não guardo segredos, sabe. Nem os compartilho. Aprendi com Pretty Little Liars que a gente pode se ferrar mais tarde.

- O que é Pretty Little Liars? O que significa 'se ferrar'? Vem da ferradura do cavalo?

- Quase isso - Tentei mudar de assunto - Mas e aí, agora que seus pais contrataram um playboy pra te encenar, o que vai acontecer com a garota que ganhar essa treta toda? Vai se casar com aquele cara ou você?

Ele brincou com os polegares.

- Comigo obviamente.

- Mas isso é meio que um golpe! - Gritei e Maxon arregalou os olhos - Digo, a escolhida vai se sentir usada ao descobrir que casará com outra pessoa!

Ele assentiu parecendo estar pouco a vontade com o papo.

- Já comentei algo a respeito para meus pais, mas acontece que o falso Maxon me representa desde o momento em que não nasci falando e sim chorando.

- Ah...

Era fácil saber se um nobre seria respeitado em Ilhéa. Ele teria que nascer falando ou cantando qualquer coisa no momento do nascimento. Ouvi falar que uma rainha do século dezenove nasceu cantando Call Me Maybe da Carly Rae Jepsen apesar de a música ter sido lançada dois séculos depois. Às vezes a realeza pode ser muito aterrorizante.

Mas se Maxon nasceu chorando não signfica simplesmente que ele não seria respeitado, oras! Ele apenas não queria ser igual todo mundo e sim tentar algo diferente.

Se bem que se eu fosse ele não teria arriscado nada. Mas ele quis ser revolucionário!

Deus das meninas extremamente confusas, por que será que estou o defedendo? Estou parecendo mais alguém que gosta muito dele!

E tudo bem, o Maxon original é bem mais educado, respeitoso e legal do que o Paraguai. Mas ele ainda continua sendo um integrante da família real o que me faz automaticamente querer acabar com a monarquia.

- Se chama Marlon.

Olhei confusa para ele.

- Quem se chama Marlon?

- O usurpador.

- Sabe como ele veio parar no palácio e como seus pais o conheceram?

Ele retirou os óculos e pousou cautelosamente no seu colo. Parecia frustado e principalmente cansado.

- Realmente? Não faço a menor idéia. Mas ele vive aqui já fazem uns bons anos. Tem um quarto, um jatinho e talvez mais coisas do que eu.

Tomei nota rabiscando minhas observações na saia do meu pomposo vestido. Havia esquecido meu caderninho.

- E o que você acha dele? Até porque ele está usando seu nome para aparecer para a população de Ilhéa e tudo mais. Seja sincero, por favor.

Ele levantou o olhar. Seus olhos encararam os meus. Senti meu corpo formigar.

- Bom, o acho um garoto de muita pouca personalidade. Além de ser um pouco esnobe.

- Põe esnobe nisso! - Digo - O cara acha que é o próprio rei.

Maxon ainda continou me olhando com um sorriso se insinuando nos lábios. Parecia que eu o estava o divertindo.

- Sim, e meus pais acham que eu deveria agradecer aos céus por termos ele aqui no palácio. Sem ele nas palavras do meu pai "todos zombariam do herdeiro da família Chaveiro".

Senti um pouco de compaixão por ele.

- Sinto muito.

- Ah não se preocupe, meio que já estou acostumado. Olha só: enquanto ele fica lá tentando arrumar dentre 35 garotas minha futura esposa, tenho tempo de sobra para fazer minhas experiências de química, escrever rap e conversar com ruivas misteriosas que querem arrancar informações de mim.

- Por acaso está falando de mim? Porque não sou misteriosa.

- Ah claro que não. A única coisa que sei sobre você é que está na casta cinco e que foi atraída pela comida.

- Já são muitas informações - Me levantei da cama e o encarei - Bem, eu tenho uma perguntinha para você.

- Só se você me der algo em troca - Ele se levantou e caminhou para perto de mim. Seu óculos caíu no chão e ele pisou sem querer nele o quebrando - Caramba, já é o quinto nessa semana...

- Me subornando Maxon Chaveiro? Pensei que você fosse diferente do Marlon usurpador.

Ele colocou as mãos nos bolsos da calça.

- Temos um oceano de diferenças, mas vejo que a senhorita não me deixa alternativas, então terei de agir como tal. Por ora.

Uau que fala sexy. Até me deu uns calafrios na espinha.

Tentei me recompôr mas Maxon estava se aproximando cada vez mais e mais até que estava tão perto que eu podia sentir sua respiração.

- Quero sua amizade senhorita America - Ele estendeu uma mão - Deseja ser minha amiga, tanto quanto eu aprecio o fato de poder ser seu amigo?

Engoli em seco. Ele ainda era da família real, eu não podia me envolver com ele!

Mas deu pra perceber nesses últimos minutos que ele é bastante sozinho. E sua expressão de cachorrinho abandonado estava contribuíndo para euzinha - uma futura ditadora - aceitar sua amizade.

- Olha... eu.. eu não sei se é uma boa idéia.

Ele se afundou ainda mais na expressão de cachorrinho e disse numa voz de partir o coração:

- Prometo que não vou incomodar muito... só queria alguém para compartilhar minhas idéias e dar opiniões sobre minhas letras de música e experimentos de química.

- Não sei não....Acho que pega mal, você sabe ser uma soberana do...

- Por favorzinho, por favorzinho inho inho!!!

Revirei os olhos.

- Tá, tudo bem - Apertamos as mãos - Amigos.

- Prometo que não irá se arrepender - Disse ele me dando uma piscadela cúmplice na qual fingi não me derreter. 

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