72-A Batalha Sombria pt2

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Selle continuava sua marcha com Scrow por aquela floresta, já fazia minutos que ela não via nenhum aliado e com certeza uma dúvida ecoava em sua cabeça: sou a única viva?

Caminhando cautelosamente ela chega até um tipo de assentamento, parecia vazio até duas pessoas se revelarem.

-Viu Uzhula, não precisamos nem se quer caça-los, eles vem até nós por vontade própria... (Praga sai vagarosamente de dentro daquela rede, e se põem de pé, como se estivesse com preguiça).

-Cuide disso você... Tenho outros afazeres. (Uzhula ostenta duas grandes asas e assim abre voo, deixando o local rapidamente)

-Iae? Esse bichinho morde? (Praga pergunta com desprezo)

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Areli reconhecia aquele rosto de seu passado, um amigo!?

-Musashi! Oque faz aqui?

-Aqui é meu novo lar, foi aqui onde me encontrei... É aqui que eu pertenço.

-Como? Você sumiu! Por que não falou nada? Por que não foi me visitar?

-Acho muito bom que você tenha vindo até aqui... Assim não precisarei procurar-lhe em seu lar, prepare-se, eu estou pronto para derrota-la.

-Do que está falando?

-Arali!(Akaila alerta a irmã)

-Lembra da nossa última luta? Nossas lutas nunca tiveram um desfecho, mas a última você me venceu, me venceu e me colocou pra trás, eu me tornei nada comparado a você, tudo por causa dessa maldita doença que roubava minha visão...

-Não te deixei pra trás, sempre fomos os melhores, nós dois, os melhores alunos do templo Dan-Heng!

-Conheceu ele em Dan-Heng? (Pergunta Akaila)

-Eramos melhores amigos, mas sua irmã se aproveitou de minha fraqueza para se destacar.

-Musashi, eu nunca fiz isso, eu sempre cuidei de você, você era meu irmão desde que fui expulsa do clã Sheng-Fon.

-Mentirosa, chega disso, chega disso tudo, colocarei um fim nisso de uma vez por todas e mostrarei que sou superior a você mesmo sem minha visão, te derrotarei Areli!

Rapidamente ele avança golpeando ela com a espada, Areli defende com sua espada e salta pra trás.

-É um mal entendido, podemos resolver isso... Por favor!

-Já chega! Vamos acabar com esse otário! (Akaila dispara sua primeira faca contra o homem cego)

Musashi entorta a cabeça e desvia da faca, ele entra em postura de combate novamente e Areli percebe que ele irá golpear sua irmã, ela se antecipa e golpeia primeiro, as espadas se chocam violentamente, Areli foca nos olhos de Musashi e ver uma linda lagoa branca, sem nenhuma imperfeição, somente o mais puro branco, como uma tigela de leite novo.

-Isso é comigo, então deixe ela de fora!

-Então é melhor ela não interromper meu combate, ou terei prazer em cortar sua cara.

Akaila ignora completamente a conversa deles e dispara uma nova faca, Musashi empurra Areli, provocando impulso suficiente para que ambos saiam da mira da faca.

-Já chega!

Ele dispara rapidamente na direção dela, Areli faz o mesmo, e desfere um golpe horizontal contra seu pescoço, de uma forma tão rápida que foi quase que automática, Musashi deslizou sob a lâmina, e evitou o golpe letal, Areli não esperou uma próxima reação dele, apenas aplicou mais 3 golpes diretos de espada, Musashi defendeu um por um, as espadas se cruzavam, os movimentos deles se encaixavam de forma perfeita como uma dança ensaiada milhares de vezes.

Diante dos olhos de Akaila o espetáculo acontecia, a mais perfeita valsa, sem tropeços, sem erros, apenas perfeitos, feitos um para o outro.

Novamente eles voltaram a recuar e circular o campo de batalha, Musashi sentia os passos de Areli, sentia os palpitar do seu coração, sentia o sangue pulsando nas veias, correndo por cada canal, passando por cada órgão, cada membro, ele sentia tudo aquilo como se ela fizesse parte dele, como se estivesse dentro dele, e então um novo palpitar lhe roubou a atenção.

Akaila novamente disparou suas facas, 3 delas dessa vez, Musashi usou sua espada para defender os objetos metálicos, 2 dois tilintar, onde estava o outro? Ela errou? Perguntas surgiram na cabeça dele.

Então veio a fisgada lancinante, ele sentiu o músculo partido, o calor do sangue escorrendo, o metal ainda fincado em seu braço, a faca havia se cravado no músculo deltoide, logo abaixo do ombro.

Ele sentiu aquilo como um insulto, havia sido atingido, sangrado para alguém que nem deveria se meter naquilo, a raiva neutralizou a dor, mas sua expressão facial se manteve a mesma.

Ele sentiu os pulsos sanguineos novamente e distinguiu, os batimentos de Akaila e Areli, apesar de serem irmãs, aquilo nunca poderia ser igual, de qualquer forma elas nunca foram tão parecidas, Musashi arranca a faca presa na musculatura e a solta no chão, provocando alguns movimentos no braço para se adaptar com a lesão ele sente os ligamentos rompidos do músculo roçarem uns nos outros, uma dor chata, mas tolerável.

Areli novamente partiu pra cima, ambos desferiram golpes pesados, fortes, severos, as espadas se encontraram em uma colisão estridente, o impacto gerado fez elas vibrarem até a ponta da lâmina, provocando um som oscilante, Areli o vibrar das lâminas e assim que elas se acalmaram, ela recuou e golpeou novamente dessa vez executou um chute na altura da barriga de Musashi.

Ele por sua vez, conseguiu agarrar o chute com uma das mãos e logo em seguida lançou o pé de Areli para cima, a força foi tanto que a obrigou da um mortal no ar, no mesmo instante que a garota girava no ar, ele preparou sua lâmina e a estocou com um golpe que vinha na mesma direção que ela, de cima pra baixo, Areli executou a manobra no ar e caiu sentada no chão praticamente abrindo escala, algo que a salvou pois foi bem no meio das duas pernas dela que a espada de Musashi se cravou no chão.

Ela observou toda a extensão da lâmina, Musashi também ficou impressionado por não esperar um movimento como aquele, a distração foi criada, e Areli se aproveitou, provocando um novo mortal pra trás, utilizando as mãos de apoio no chão ela jogou o corpo pra trás e seus pés atingiram o queixo do rapaz, por 1 segundo ele perdeu a postura, mas não foi o suficiente pois Areli também precisava recuperar a sua.

Musashi foi rápido o suficiente e logo após que os pés da garota máscara tocou o chão, ele executou uma segunda estocada, mesmo que Areli ainda estivesse praticamente no ar, ela observou o movimento do adversário e preparou uma defesa, as lâminas se tocaram e rasparam uma na outra, com um chiado agudo.

Musashi sentiu o cheiro, sentiu a calma cachoeira de sangue se formar, ela havia sido atingida, e o sangue iria gotejar em breve, por sorte apenas de forma superficial, um mero corte no tríceps, isso jamais iria tira-la de batalha.

-Eu lembro dos meus últimos momentos em Shang-Hai, derrotado por você, envergonhado, decidi fazer o impensável, subir o monte Hweng, o ponto mais alto de Shang-Hai, sonhavamos quando criança em descobrir oque tinha lá em cima, eu descobri kkk... É hostil, o clima é pavoroso, nunca está estável, em constante mudança, o tempo todo, em poucas semanas que passei lá eu vivi dezenas de estações... Fui para treinar, me aperfeiçoar e te derrotar logo em seguida, mas quando eu me julguei pronto, o pior aconteceu, eu não estava sozinho em Hweng, alguém me atacou por trás e me jogou lá de cima, eu cai no rio do dragão, as correntezas me levaram para fora de Shang-Hai, quando acordei estava as margens do rio, no deserto vermelho, não era tão longe... Mas decidi não voltar, minha visão estava tão ruim que o dia virou noite, e a noite era apenas um completo vazio, isso durou 3 dias desde quando sai de Shang-Hai, e foi no terceiro que encontrei esse povo... Aqui eles me ajudaram a enxergar novamente, mas de uma forma diferente, não vejo mais o exterior das pessoas, somente o interior, somente a verdade...

Ao ouvir a história daquele homem, sua determinação, Akaila relembra de seu passado.

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[Lembrança]:

(Templo Sheng-Fon)-(primeiro teste)

-Akaila concentração, é sua última faca não pode erra-la, você está indo bem...

Akaila dispara a última faca, mas erra o alvo, seu mestre avô se decepciona.

-Vergonha! Tentaremos novamente depois, vá!

Ela treinava diariamente, horas por dia, incansavelmente, suas mãos carregavam dezenas de finas cicatrizes de tantos arremessos de faca, além dos incontáveis calos, seu clã a proibia de usar luvas, então as cicatrizes eram inevitáveis, seu avô era rigoroso e lhe cobrava muito, depositava todo o futuro do clã nas gostas da garota.

(Segundo teste)

-De novo Akaila Sheng-Fon, não decepcione!

Ela acerta a primeira, a segunda, a terceira, a quarta e a quinta faca, durante o lançamente da sexta, ela erra o movimento e provoca um corte um pouco mais fundo na mão esquerda, fazendo ela errar o alvo, fracasso.

-Vergonha, decepcionante, desapareça da minha frente!

Akaila chorava em um pequeno bosque do monte Sheng-Fon, ela havia repetido o teste sozinha, 6 vezes, nenhuma delas ela conseguiu acertar a última faca, oque acontecia? Porque acertava todas menos a última? Akaila resolveu mudar, o teste agora seria para 5 facas, ela acertou apenas 4, diminuiu novamente dessa vez 4 facas, acertou 3, diminuiu para 3, e acertou 2.

-PORQUE??? PORQUE EU NÃO CONSIGO? (Tomada por raiva Akaila enterra uma das facas em sua mão esquerda, a lâmina atravessou seu membro, isso lhe custou meses sem poder fazer o re-teste)

(2 meses depois)-(terceiro teste)

-Seu último teste, não tolerarei falhas, não decepcione Akaila.

Ela iniciou fazendo alguns malabarismos, então começou a lançar as facas, uma pós uma, acertando com perfeição, até a quinta faca, na sexta faca ela travou...

-VAMOS!!! ATIRE A ÚLTIMA FACA, ATIRE AKAILA, VAMOOOSS!!!

A garota se prepararou, girou a faca no ar e disparou no alvo, torcendo para que completasse o teste com perfeição, a faca chegou no alvo, mas atingiu de mal jeito e a lâmina não se fincou, Akaila fracassou novamente.

-VERGONHA, INÚTIL, DECEPÇÃO, VOCÊ NÃO MERECE SER DO CLÃ SHENG-FON... Akaila, você está banida do clã Sheng-Fon... Venha e receba sua punição!

Akaila abandona o templo e foge do castigo, ela corre para o acalento dos braços da irmã que também havia sido banida, em sua mente as palavras de seu mestre-avô ecoavam: ser banido te torna um lixo, fugir de suas punições te tornam pior que um lixo.

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De volta a Realidade Akaila se via sentada sobre os joelhos dobrados, seus olhos viram Areli dando tudo de si lutando contra seu antigo amigo, as espadas colidindo e espalhando faíscas.

Akaila puxou a última faca da bainha, seus olhos deslizaram por toda a extensão da lâmina, até o cabo emborrachado, em uma leve mexida na posição da faca, e logo ela passou a refletir nos olhos da garota, o perfeito resplendor do brilho da lua, ao lado da lâmina a lembrança física de seu fracasso, aquela mesma cicatriz de quando Akaila atravessou a faca em sua própria mão.

-Minha última faca... (Ela engoliu em seco, a garganta já seca a tempos)

Seus olhos se voltaram para o combate acontecendo bem na sua frente, suas pernas pareciam acorrentadas no chão, a vontade era de se colocar de pé e atirar aquela faca dilacerando a garganta de Musashi, mas seu cérebro se recusava a mandar o comando para os membros agirem.

Ela passou a notar as empunhaduras das espadas de Musashi e Areli, ambos seguravam elas com toda força, com todo o foco que eles tinham, isso despertou algo em Akaila.

-(Ela olhou o cabo da faca novamente) Se eu não jogar eu não vou errar, eu não preciso atirar minha faca para acertar meu oponente, é isso... ARELI!!! NÓS VAMOS DERROTAR ESSE OTÁRIO AGORA MESMO!!! (Rapidamente ela se põem de pé)

Areli sacudiu a cabeça como se não entendesse o comando da irmã, mas Akaila estava determinada, ela em poucos segundos ela criou um plano, começou a circular os dois combatentes no centro do campo de batalha, esperou o momento perfeito, e acertou o tempo de ataque da irmã, avançou para dentro do combate e tentou atacar Musashi por trás, golpeou ao mesmo tempo que Areli.

Musashi só possuia uma espada, só poderia defender um dos dois golpes, Akaila se surpreendeu quando mesmo de costas Musashi conseguiu parar sua faca, mas ela sorriu confiante no ataque da irmã, subitamente a espada de Musashi impôs uma força surpreendente sobra a faca de Akaila e a empurrou pra trás, ela não sabia como aquilo era possível, como ele tinha toda aquela força ainda, mesmo após o ataque frontal de Areli, ela olhou para o chão e não viu marcas de sangue, "porque?" Ela se perguntou.

A espada de Areli havia parado, parado a cerca de 3cm do corpo de Musashi, mas oque a parou? Nada! Não havia nada no caminho, era um caminho completamente livre para partir o corpo do adversário em dois, Areli interrompeu o golpe, exitou.

-(Musashi utilizou dois dedos para tirar a lâmina de Areli do caminho, livrando seu corpo da mira dela) Era óbvio, um ataque duplo, só havia uma forma para que eu pudesse escapar disso, você exitando, foi muito previsível! (Ela a recompensou com um chute no estomago que a lançou longe)

Akaila enfurecida parte pra cima portando sua faca, ela golpeia mirando o pescoço do alvo, ele desvia e evita a lesão, em sequência direciona um contra-ataque, Akaila recua o rosto rapidamente e evita uma cicatriz em sua bela face, mas não se deixou abalar, lançou a faca para a outra mão e tentou apunhalar Musashi mais uma vez, ele pressentiu o movimento rapidamente e antes que se aproximasse demais, ele executou um ataque dentro do ataque de Akaila, direcionando sua espada para o braço dela, no objetivo de arranca-lo.

Akaila viu o movimento rápido e executou um contra golpe arriscado, solta a faca e pegou ela com a outra mão na altura da barriga de Musashi, o braço que logo seria arrancado foi recolhido a tempo, o cancelamente do ataque foi perfeito, sem sacrificar membros ou sangue, Akaila ainda conseguiu criar uma boa abertura na guarda de Musashi, e ela de forma alguma deixou aquilo passar, no mesmo segundo que sua mão direita pousou sobre o cabo da faca ela contra-atacou provocando um corte na barriga de Musashi.

Ao tomar o golpe Musashi recuou 3 passos e voltou a atacar, era o momento certo pra finalizar Akaila, daquele golpe ela não escaparia! Ele se preparou e executou uma estocada, mas não saiu como o planejado, Akaila certamente não evitaria o golpe naquelas condições, ela não evitaria se estivesse sozinha, Areli ao se por de pé correu a tempo e esbarrou na irmão tirando ela da direção do golpe, mas Areli foi atingida e teve sua barriga empalada, o sangue saiu tão rápido da sua boca que era como se já estivesse pronto apenas aguardando o momento de ser liberado.

Vagarosamente Musashi emperrou Areli para trás desembanhando a espada do corpo dela, Areli caiu para trás dura como uma porta, Akaila gritou na sequência e golpeou Musashi, seu ataque foi parado pelo ante-braço do homem, a faca atravessou o membro como se caisse sobre um bloco de manteiga, o antigo conhecido de Areli era tão frio quanto um pedra de gelo, desferiu uma joelhada potente bem no diafragma de Akaila, ela cambaleou 5 passos para trás, o golpe havia lhe roubado completamente o ar, a garota caiu novamente sobre os joelhos e ali permaneceu por alguns instantes.

O silêncio de Musashi perdurou no ar, enquanto arrancava com cautela aquela faca de seu braço.

Mal sabia ele que todo aquele drama da Akaila no chão não passava de um showzinho, tudo fingimento, ela realmente havia sentido dor e perdido o ar, mas não tanto daquela forma, era uma dramatização para que conseguisse pegar uma das facas lançadas no inicio da batalha que estava logo ali no chão, ao recolher a faca ela levantou repentinamente e tentou novamente acertar o pescoço de do rapaz, tão rápido quanto um raio Musashi desviou do golpe e Akaila ficou completamente exposta aos golpes de Musashi, ele golpeou uma vez, um único golpe ascendente, que atingiu o rosto de Akaila, o forte golpe jogou ela pra trás como juntamente a uma rajada de sangue e um breve gemido de dor, Akaila caiu sem produzir nenhum tipo de reação.

Musashi caminha até o corpo de Areli caida ao chão, seus olhos são capazes de enxergar apenas a cor do sangue dela formando uma poça no chão, ele crava a espada na poça de sangue, facilitando a absorção do solo.

-Areli Sheng-Fon, nunca será uma Dan-Heng... (Ele recolhe sua espada e deixa o local do embate)

-Mu... Mu... Musa-Musashi... (Uma mistura de chiado e palavras afogadas, Areli força a fala) e-eu te am-amo... (Tarde demais Musashi já estava distante demais para aquelas fracas palavras chegarem até seus ouvidos)

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  Praga encara Selle, que se mantinha despreocupada em cima de Scrow, Praga girou suas lâminas kopech, fazendo com que as espadas colidissem, no mesmo segundo que as faíscas se espalharam no ar ela avançou em cima dos inimigos, Scrow lambeu os lábios com a longa língua, Praga se aproximou suficientemente, e neste momento ele se colocou sobre duas patas emitindo um rugido, mais selhante a um arfar.

O tamanho do animal certamente assustou Praga que cancelou seu ataque e recuou com um salto pra trás, o movimento de Scrow não foi apenas ameaçador, dentro daquele suspeito movimento ele desceu para ficar sobre 4 patas novamente e ao mesmo tempo tentou acertar um pisão na bruxa, Praga por sua vez já havia recuado e evitou o golpe contundente, dessa forma não havia mais forma de Scrow encaixar um outro ataque ou defesa, a janela de tempo era curta, mas se ela fosse rápida o suficiente conseguiria atacar o lagarto.

As escamas de Selle vibraram e ela preveu o próximo movimento de Praga, a Nehian rapidamente girou sua lança na mão e golpeou a Kopech da mão esquerda de Praga, a lamina voou longe e isso deixou a bruxa completamente despreparada, abrindo novamente a janela de tempo de reação do lagarto que a golpeou com a outra pata, fazendo a bruxa cair pra longe.

Praga caiu de mal jeito, a lateral direita do seu quadril atingiu o chão primeiro, ela tentou se levantar rapidamente, se apoiando sobre a única espada que lhe restou, dessa forma ela sentiu um choque correr por toda sua perna direita, daquela forma ela não conseguiria nem se quer se manter em pé.

Seus olhos se encheram de fúria, então uma sequência de estralos chegou até os ouvidos de Selle, então ela notou que as pernas de Praga estavam sofrendo algum tipo de alteração ou mutação.

Scrow não quis esperar para descobrir do que se tratava aquilo, ele girou e chicoteou Praga com um único golpe de sua calda, a garota voou e caiu sobre uma mesa, o baque acabou quebrando tudo, Scrow emitiu um tipo de barulho como se estivesse rindo.

-Nossa Scrow, que maldade, isso foi muito mal educado de sua parte...(Selle se comunica com ele na língua de Ruhgdraz, a lingua Souryther) Vai lá, ajuda ela a se levantar! (Ela diz na língua comum Bersvatta)

Scrow impiedosamente laça o pé da bruxa com a calda e arremessa ela contra uma árvore, Praga colide as costas com o tronco da árvore, ela sente a dor lancinante e se enche de raiva, ela dirige sua mão ao chão, tateando, em busca de sua arma, mas percebe que a arma não foi jogada junto a ela, Praga lança seus olhos para os destroços da mesa quebrada e assim acha a localização da Kopech, olhando em outra direção ela ver a outra lâmina no chão um pouco mais atrás do lagarto.

-(Selle se debruça sobre a cabeça do animal e apoia o queixo na palma da mão, suspensa pelos cotovelos) É, parece que você foi solada pelo meu bichinho... E olha que ele nem precisou morder.

-Já chega de brincadeira, isso acaba agora! (Praga se enfurece ainda mais com a provocação, uma nova modificação surge de seus pulsos, lâminas curvas, um pouco maiores que o ante-braço da garota)

Ela se põem de pé, e corre saltitante pra cima de seus alvos, Scrow hostiliza emitindo um rugido fino como um arfar, uma membrana de pele se abre em volta de seu pescoço tornando ele ainda mais ameaçador, rapidamente a pele abre e fecha como um guarda-chuva, o lagarto se põem novamente sobre as patas traseiras e golpeia a bruxa com um pisão, dessa vez Praga não recua e recebe o golpe em cheio propositalmente, com isso ela põem as lâminas na frente do corpo, fazendo com que elas atravessem a pata do animal, assim que a dor percorreu o membro de Scrow ele puxou a pata de volta, o impulso do puxão trouxe praga até metade do caminho percorrido pela pata dele, as lâminas se soltaram e Praga se lançou no pescoço de Scrow perfurando ele com a lâmina e em sequência se impulsionou para as costas do lagarto, e atingiu Selle com um chute nas costelas fazendo ela cair de cima de Scrow.

Selle gritou o nome de seu amigo quando viu o sangue escorrer, Scrow se debateu, grunhiu e esfregou as patas pelo fucinho, de forma agoniada.

-(Selle girou sua lança e entrou em posição de combate) vai pagar por isso com sangue!

Praga ignorou a hostilidade da Nehian e executou um alto salto, subindo uns 2 metros, e assim golpeou verticalmente com as lâminas, com ela ainda no ar, Selle atacou com a ponta da lança, o objetivo completo foi interceptar o golpe de Praga, realizado com sucesso, pois a traidora teve que cancelar o seu ataque e investir em uma defesa brusca, por sorte ela também obteve sucesso, defendeu a ponta da lança de Selle, mas não esperava um golpe consecutivo, Selle rápida em sua construção de plano e ainda mais rápida na execução, virou a lança e trocou as pontas, logo após a defesa de Praga e fez ela tomar um bruto golpe na barriga jogando ela pra longe.

Praga voou por cima da cabeça de Selle e caiu completamente desengonçada por cima da própria cabeça, mais uma vez por sorte não foi uma queda falta, nem quebrou o pescoço, Selle tentou não lhe dá brechas, mas ela se levantou de pressa, ainda mais irritada, e evitou o golpe de lança da garota, desviou e golpeou em sequência, ambas começaram uma dança trocando golpes, esquivas e defesas, isso perdurou cerca de 10 ataques e contra-golpes, até que Selle conseguiu encaixar um ataque com sucesso, girando a lança ela acertou o rosto de Praga, felizmente para a bruxa a lâmina pegou lateralmente e assim não dilacerou sua bochecha, apenas provou um fino corte, que com certeza viria a se tornar uma cicatriz no futuro.

Selle novamente tentou encaixar outro golpe em sequência, mas Praga era dotada de sorte e velocidade, defendeu o próximo golpe da garota e acertou ela com 3 sequências de chutes no peito, Selle recuou alguns passos, sentindo uma leve falta de ar, aproveitando a vantagem Praga saltou pra cima da Nehian, Scrow grunhiu e agarrou ela pela cintura com o rabo, erguendo Praga do chão, ela se debateu e tentou se soltar mas obviamente os músculos da calda de Scrow eram centenas de vezes mais fortes que todos os músculos do corpo de Praga juntos, Selle aproveitou para recuperar um pouco o folego e logo se preparou para fincar a lança na bruxa, dessa vez seria impossível escapar, era oque Selle imaginou, mas estava errada.

Novamente Praga criou uma modificação, uma mutação em seu pescoço, modificações internas e externas, a laringe e faringe foram adaptadas para se tornarem mais fortes, a traqueia modificada para se torna mais ampla e estéreo, 6 furos surgiram em seu pescoço criando um escape sonoro, e foi assim que ela emitiu um som alto e terrivelmente irritante para os ouvidos de Selle e Scrow, o som parecia penetrar em seus tímpanos como uma agulha, era um som fino e perfurante, a agonia lacerante provocada nos ouvidos do animal foi tão forte que ele largou Praga e se afastou enquanto se debatia como um peixe fora d'água.

-Eu disse que essa brincadeira havia acabado!

A bruxa avançou rapidamente contra Selle e desferiu um ataque ascendente, as escamas de Selle não falharam e rapidamente lhe passaram o comando, ela tentou defender aquele golpe a todo custo, mas quando posicionou o cabo da lança em sua frente o cabo foi partido ao meio, o impacto fez Selle cair para trás, oque salvou ela de um ferimento letal, se não houvesse caído pra trás seu corpo teria sido partido no meio, por sorte isso só provocou um corte no meio de seus seios, porém isso ainda foi o suficiente para Praga está em uma posição bem melhor que Selle, que acabou sendo completamente rendida.

-Achou que me venceria só porque tem um bichinho de estimação? Eu tenho meu próprio bichinho de estimação também... E ele vive dentro de mim, meu senhor, a quem eu sirvo e que um dia irá me conceder a dádiva de ser a rainha das bruxas. (Ela mantém a lâmina apontada para o rosto de Selle)

-Fala sério! Foi por um motivo tão idiota quanto esse que você nos usou? (Cizar surge de trás de uma árvore)

-(Ela cospe no chão) Cizar! Você sempre foi a mais desconfiada... Quer saber os meus motivos? Você nunca entenderia!

-Você acha que eu era desconfiada? Eu nunca acreditei em você, o Melcor e eu já sabíamos de tudo, sabiamos que você era uma bruxa, tanto tempo caçando vocês, não seria difícil de descobrir... Melcor só deixou você viva para que nos levasse até a rainha, esse sempre foi nosso objetivo.

-Vocês são uns tolos, nunca escaparam daqui com vida! (Ela golpeia o rosto de Selle com a lâmina, mas rapidamente a Nehian se esquiva do ataque)

   Cizar vai pra cima da traidora com uma envestida pesada, ela ataca com seu bastão, acertando a nuca de Praga e em seguida acerta outro golpe bem no nariz dela, Praga recua com a mão no rosto enquanto seu nariz não para de jorrar sangue, nesse instante Selle se põem de pé e vai pra cima também, atacando as duas ao mesmo tempo, Praga mal consegue se defender.

   Então um novo aprimoramento acorre em seu corpo asas que se assemelham com as de um inseto, surgem em suas costas e ela tenta voar e escalar da chuva de golpes, mas no momento que ela sai do chão e escapa do alcance das garotas, Scrow laça o pé dela com sua calda impedindo que Praga fuja do campo de batalha, Selle não perde tempo e salta na direção da bruxa pra perfura-la com a ponta da lança, mas Praga foi rápida e arrancou fora o pedaço do rabo de Scrow que estava lhe segurando, dessa forma ela consegue escapar rapidamente.

-Já era! Aquela covarde fugiu. (Diz Cizar)

-(Selle corre até Scrow para verificar seus ferimentos) Calma amigão, eu vou cuidar de você! Cizar me ajuda a procurar algo que sirva para curar os ferimentos dele, rápido!

-Certo! Aqui deve ter algo das bruxas, esse lugar parece um tipo de acampamento...

-Provavelmente seja isso... (Ela vasculha os destroços da mesa quebrada) achei algo aqui, um frasco que não quebrou... (Ela tenta ler um pequeno papel borrado no rótulo) se eu não estiver errada isso é uma porção de cura...

-Bruxas fazem isso? Achei que elas só serviam pra fazer merda!

-Provavelmente deve ser pra consumo próprio.

-Deve ser, mas iae? Isso é para beber ou passar no ferimento? (Agora pergunta)

-Não faço ideia, não dá pra ler quase nada nessas informações escritas nele, Scrow é um lagarto forte e organismo pode aguentar bastante, então vamos testar ambas as maneiras, bebe isso amigão! (Ela faz Scrow beber metade do vidro, e então nota que levemente está escapando um pouco pelo seu pescoço) porra!

-É, parece que não vai ser necessário passar no ferimento!

-Pega aquela toalha de mesa velha ali, rápido! (Ela pressiona com as mãos tapando o buraco no pescoço do lagarto) obrigado! (Cizar pega a toalha de mesa e entrega pra ela, ela rasga um pedaço e faz uma espécie de torniquete no pescoço de Scrow) não posso apertar demais para não sufoca-lo, relaxa amigão isso é para o seu bem, vai incomodar um pouco, mas logo logo vamos tirar isso se você, certo? (Scrow faz drama, mas aceite o tratamento) consegue caminhar? (Logo ele deixa de corpo mole e demonstra força, para não perder o orgulho) muito bem garoto, vamos devagar para não se machucar... (Scrow se nega provando que está apto, com certeza era apenas drama para ganhar um mimo da dona)

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(Em outro lugar da floresta morta)

-Perdão pela agressividade, vocês não nos deram outra escolha! (Diz Fay)

-Atacaram primeiro! (Vellmax responde)

-Achavamos que eram bruxas, então oque são vocês? (Fay desliza a faca pela bochecha de Vellmax)

-Mataram meu irmão, sem fazer nenhuma pergunta. (Verus se irrita com as palavras de Fay)

-Foi mal, são as regras: atire primeiro e pergunte depois. (Diz Rhodes)

-Adorarei colocar uma flecha bem no meio dos seus olhos, para depois eu fazer todas as perguntas necessárias, oque acha da ideia? (Verus permanece furioso)

-Foi mal amigo, mas eu tô na vantagem! (Rhodes aponta a 12 para Verus)

-Estava! (Vellmax sussurra)

   Nesse momento Vellmax agarra a arma pelo cano, tentando tirar Verus da mira, a arma dispara e o joelho de VEron é atingido, partindo sua perna ao meio fazendo ele cair aos berros, Vellmax golpeia a cara de Rhodes com dois socos, o homem solta a arma de maior calibre e puxa a pistola efetuando um novo disparo a barriga de Vellmax é atingida, mas Tyler agarra o humano por trás e joga contra uma árvore, fazendo ele derrubar a pistola no chão, em seguida Verus acerta um chute bem na bochecha de Rhodes que faz sua cabeça se chocar violentamente contra a árvore e ele apaga.

   No mesmo instante que Vellmax decidiu agir, Fay perdeu o foco, V agarrou sua espada pela lâmina e não demonstrou se importar quando sua mão se encheu de sangue, mesmo assim ele continuou a investida e com um soco-inglês ele acertou o rosto de Fay duas vezes, fazendo seu nariz explodir como uma cachoeira vermelha.

-Melhor verificar melhor se todas as armas foram entregues ou as coisas podem sair do controle hahaha (V zomba da cara de Fay)

-(Todos os elfos recuperam suas armas e mantém Fay de joelhos) Então sua puta, vamos dar início às perguntas? (Vellmax insulta)

-Vai se fuder! (Ela cospe sangue na cara dele)

-Ótimo, eu não gosto dessa parte mesmo.
..(Ele golpeia o rosto dela com a espada provocando um corte em sua bochecha e a desmaiando)

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(Enquanto isso  John Melcor permanecia sua busca insaciável pela rainha)

-Eu venci, traga-me a rainha, não podem me vencer sozinhas, Chamem reforços! Façam oque quiserem! Mas a rainha cairá hoje! (Melcor brinca com o machado em punhos)

-Arrancarei sua carne de seus ossos! (Diz Erza)

   Ezra e Ewir partem pra cima do Pierce heart com tudo que tem, Ewir avança primeiro e toma a frente do ataque, ela repara bem no brilho da lua e observa como sua sombra se refletirá pelo chão da floresta, desta forma assim que Melcor ataca a garota ela submerge no chão e emerge em outra posição, ao lado de Melcor, dessa vez a garota trás com ela uma espada feita da pura sombra, mesmo sendo surpreendido pela habilidade da garota, os anos de experiência adquiridos por Melcor faziam dele imbatível, sendo assim o ataque surpresa continuou a falhar, mesmo errando o primeiro golpe, John utilizou o impulso e redirecionou o golpe para a garota enterrando a lâmina do machado na barriga dela, ela cuspiu sangue e sua feitiçaria desativou, o implacável caçador não se preocupou com o ataque que viria em sequência executado por Ezra, ela saltou nas costas dele com lâminas feitas de sangue, mas antes que o atingisse, Edrem interceptou o golpe dela, desferindo um ataque violento com sua maça, o impacto atirou ela aos pés de uma árvore, com as costelas quebradas e uma laceração.

-(Melcor arranca o machado da barriga da garota e deixa ela cair no chão) Atacaram em conjunto e foram derrotadas em conjunto, é quase poético, eu avisei a vocês que não deveriam continuar com essa bobagem... (Ele saca a besta em suas costas e aponta para o peito de Ewir, caída aos seus pés) ainda dá tempo de salva-la, mas se não cooperarem, eu acabarei com isso rapidinho, acreditem eu nunca erro no coração... (Ele passa a mão no cabelo e respira fundo) a rainha! Agora!

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   Passos rápidos rasgam a floresta ao meio, a respiração ofegante é dolorosa, mas o apavoro faz com que Nekart não pense nem por 1 segundo em parar.

-Covarde, Covarde, Covarde, fugindo denovo... Covarde, abandonando seus amigos denovo... Covarde, porque sou tão medroso... porque sou tão... tão Covarde... me perdoem... eu não consigo pessoal... (Nekart se tortura com palavras e pensamentos, que questionam seus atos, mas mesmo assim ele não para)

   Então chega o momento, Nekart chega em uma parte da floresta onde está repleta de cruzes, lanças, espetos, troncos de árvores, corpos, prisioneiros, um lugar ainda mais amedrontador, ele fica surpreso com aquilo, fica ainda mais assustado, corpos sem vida crucificados, pessoas empaladas, outros no chão usando seus últimos suspiros para implorarem ajuda, corpos recentes gotejavam sangue, as piores sentenças de morte, estavam bem ali, diante dos olhos do gato, mas nada o assustou mais do que quando ele viu, raízes e cipos crescerem por dentro da pele de um homem, ele havia sido sacrificado daquela forma, as plantas forçavam seu corpo ficar em formato de cruz, enquanto cresciam mais e mais, até ele se tornasse uma árvore, Nekart adiantou os passos e tentou apagar da mente aquela imagem cruel, mas em seguida voltou a congelar no tempo, ao ver uma figura crucificada.

-(Ivar chega correndo atrás dele) Nekart que bom que te encontrei... (ofegante) precisamos sair daqui, vem logo... (ofegante, ele dá as costas, mas Nekart permanece estático no mesmo lugar) Nekart! Nekart! Vamos logo! (Ele volta e tenta puxar o gato falante) vem gato! Oque foi?

-Razor! (Ele nem se quer conseguia piscar ao identificar seu antigo dono crucificado daquela forma)

-...(Ivar olha para a cruz e ver o homem, magro, era visível a desnutrição, seu corpo estava coberto por ferimentos e hematomas, o sangue ainda não havia secado 100% e umas gotas ainda pingavam) droga, eu sinto muito Nekart!

-... E-E-e... E-Eu...

  De repente o homem crucificado emite um leve tossido, suas forças estavam tão esgotadas que ele nem se quer conseguia tossir direito.

-E-E-ELE, ELE TÁ VIVO! (Nekart tatea perna de Ivar e aponta para Razor)

-Calma aí, eu vou tentar tirar ele dali, espera e me da cobertura, vamos salva-lo Nekart! (Ivar corre para retirar o homem da cruz)

  Nesse momento uma nova voz fraca e sem vida surge no meio de todo aquele pântano do sofrimento.

-Me ajuda!

-(Nekart olha para trás e ver uma garota presa ao tronco de uma árvore, ela também parecia fraca e ferida, mas nekart continuou com medo e se recusou) Eu não posso, sinto muito!

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(Em outro local da floresta)

   Tinna havia sido terrivelmente derrotada e Edalia estava prestes a esmagar sua cabeça, quando duas novas figuras surgiram em meio a escuridão da densa noite.

-Edalia! Oque você encontrou para nós? (Uma mulher magra e de pele escura pergunta, em seu ombro repousava um corvo de aparência grotesca)

-É só uma garota perdida e assustada
... Eu iria mata-lá tenho sua permissão Lady Eli? (Ela demonstra respeito e incômodo em uma mistura amarga de sentimentos)

-Krave! Oque você acha? (Ela direciona a pergunta para o corvo)

-(O corvo fareja o ar) Sinto o cheiro da morte, ela já não serve mais!

-Hum, termine o serviço, Vyer quando ela terminar Esquarteje o corpo, levaremos para alimentar as Aberrações.

-Sim, My Lady. (Ambos os subordinados concordam com a Elfa negra)

   Edalia vai até a cabeça de Tinna novamente e se prepara para esmaga-lá, ela ergue sua maça e esbanja um sorriso sádico, até o momento que Scrow salta repentinamente de trás de arbustos e abocanha o corpo robusto da mulher e em sequência arremessa ela com brutalidade contra uma árvore, Cizar salta de cima de Scrow girando seu bastão no objetivo de atingir os outros inimigos, Vyer entra na frente do golpe para proteger sua Lady, Scrow enrola Tinna na língua e Selle passa o comando.

-Vamos Cizar!

-(A garota recua subindo em Scrow e mostrando os dedos do meio) Vão se fuder!

   Scrow rapidamente foge do local a galope, deixando todos os inimigos para trás.

-Não brinquem comigo! Cuidarei disso pessoalmente. (Eli põem as palmas das mãos no chão, respira fundo e a terra começa a estremecer e se revirar, então carcaças de lobos surgem do solo, revividos para o combate) Eu quero as garotas vivas, destruam aquele lagarto e tragam ele para meu exército... cacem!

   Eli passa a ordem para os lobos zumbis, eles uivam e iniciam a caçada feroz, metros e metros de distância as escamas de Selle oscilam.

-Estamos sendo seguidos, estão se aproximando rapidamente! (Selle fala para Cizar)

-Cuidarei da retaguarda, continua!

   A caçada das feras continua, em poucos segundos os lobos alcançam Scrow, Cizar tenta controlar a situação golpeando com o bastão os lobos que ousam atacar, mas isso não seria o bastante, em algum momento eles iriam acabar conseguindo e se isso acontecesse era fim de jogo para qualquer uma das garotas.

-Selle... continua, leve ela para um lugar seguro, eu distraio essas coisas!

-CIZAR NÃO! (Assim que o grito da Nehian sai de sua boca, Cizar salta das costas de Scrow) que merda, oque eu faço? Pensa Selle... não tem jeito, se eu voltar coloco a vida de Tinna em perigo, merda, é culpa minha, eles só estão aqui por culpa minha... droga, merda... Scrow vamos leva-lá para um lugar seguro e aí voltamos para buscar a Cizar, oque você acha? (O animal concorda e eles continuam em frente)

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(De volta ao campo do crucifixo)

-Por favor, me ajude... (a garota implora por ajuda)

-...(Nekart permanece parado e amedrontado)

   Ivar finalmente consegue retirar Razor da cruz e o deita no chão, nesse mesmo instante em que ele deita o homem no chão, Uzhula surge voando e cai com os pés sobre as costas de Ivar, fazendo o garoto ficar de bruços no chão, Nekart se assusta e corre para trás da árvore onde a garota está presa.

-(Uzhula tem seus membros inferiores transformados em pernas e patas de passaro, ela agarra a cabeça de Ivar com a pata e pressiona ela contra o chão) Oque pensa que está fazendo? Irei te crucificar junto aos demais para que aprenda a não libertar os mortos novamente... espera... É você, você estava atrás da garota Jagher, onde ela está?

-Jagher!? (Ivar pensa buscando na memória) É a tinna, oque você fez com ela? OQUE FEZ COM ELA?

-Você não a encontrou... maldita garota, onde ela se escondeu... (Uzhula resmunga e se distrai olhando para o emaranhado de árvores ao redor)

-Gatinho! Eu sei que está com medo... eu também estou, mas se não me soltar... nós todos morreremos... solte minhas mãos, por favor! (A garota volta a sussurrar e implorar)

  Atrás da árvore Nekart permanece ofegante tremendo de medo, congelado na presença da bruxa, ele não consegue mexer um músculo além de piscar os olhos e respirar.

-(pensando: Só preciso de um movimento, um único movimento, um pouco de coragem, apenas um pouco, eu enfrentei bruxas antes, por que estou com tanto medo? por que não consigo me mover? Vamos Nekart prove seu valor um única vez, você finalmente encontrou seu dono e deixará ele morrer porque está com medo? Não seja um idiota... está tudo bem, tudo bem... É normal ter medo, mas o medo... o medo não me domina, não deixarei ele vencer) Não me traía, por favor! (Nekart vira e corta as cordas que prendia a garota na árvore)

-Minha luz, Minha rainha, Dama que ilumina a noite, brilho que guia meus passos, estrela dourada... acabe com a escuridão, GALEZZLE!!! (A garota recita algumas palavras e realiza alguns selos de mão, por fim ela grita um encantamento verbal e realiza o último selo de mão direcionado para o céu, nesse instante um grande símbolo mágico se forma na frente de suas mãos, uma runa mágica! que ao se forma reproduz um forte brilho que ilumina grande parte da floresta)

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(Em um lugar fora da floresta morta)

-Gaia, você viu aquilo? (Quiron pergunta)

-Magia rúnica! Vamos precisamos descobrir quem a realizou!

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   Uzhula avança pra cima da garota e a agarra pelo pescoço, as unhas da bruxa quase penetram a pele da garota.

-Oque você fez?

-Você tem sorte, estou fraca... minha magia não conseguiu fazer nada mais... que brilhar.

   Estrondos começam a ecoar pela floresta, como galopes aos montes, passos pesados se aproximam e vem na direção deles.

-Oque merda você fez garota?

   Nesse momento um urso gigantesco surge quase derrubando as árvores no caminho, ele vem na direção da bruxa e rugi como um trovão bem na cara da bruxa, que em um segundo se torna um passaro e foge rapidamente do local, Gaia desce do urso e vai ao encontro da garota.

-Ylaisa! Você está viva garota de sorte, consegue ficar de pé? (Gaia ajuda ela a ficar de pé)

-Não por muito tempo... (a garota fraca responde, nesse momento Nekart ainda assustado sai de trás da árvore e o urso rugi pra ele no mesmo instante, Gaia saca um sabre branco e aponta para o gato) Não! Não os mate, eles são do bem, me ajudaram estou viva graças a eles... você precisa... salva-los... (a garota cai desmaiada nos braços de Gaia)

-Mais problemas Ylaisa...

-(Ivar se levanta com os braços para cima) Não queremos causar problemas, só precisamos de ajuda para sair daqui, talvez um pouco de cuidado para meus amigos feridos... veja! (Ele aponta para Razor)

-Certo, vamos tirar vocês daqui, venham comigo! Coloque seu amigo em cima do guardião.

-Tem outros conosco, eles podem precisar de ajuda também, todos são humanos... exceto por uma garota, ela tem escamas no corpo, olhos negros e tem um lagarto de estimação... poderia ajuda-los também?

-Selle! Acharemos eles, os Centauros cuidaram disso.

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   Selle continuava a fugir pela floresta quando da de cara com Quiron, ela chama por ele e eles a ajudam.

-Quiron, que bom te encontrar, precisamos de ajuda, como saímos daqui?

-Uma magia foi usada na floresta, você sabe de algo?

-Não, mas tenho certeza que foi a Ylai, ela também precisa de ajuda, meus amigos precisam de ajuda, estamos espalhados pela floresta, ajude os humanos por favor Quiron!

-Humanos? Você enlouqueceu?

-Confie em mim, só estou viva graças a eles, uma garota usando um bastão, eu deixei ela a alguns metros para trás, salve-a e depois encontre o resto... decidimos oque faremos depois disso.

-Tire ela da floresta, leve ela para o portal, os demais venham comigo, ajudaremos seus amiguinhos a sair da floresta.

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   Gaia leva Ivar e os para fora da floresta morta, até uma espécie de monumento antigo, Ivar se senta em um tronco, ao lado de Nekart.

-Você conseguiu Nekart, porque ainda está tão preocupado? (Pergunta Ivar)

-Ele era tudo que eu tenho, se eu o perde... eu perco tudo Ivar.

-Não é verdade, você nos tem agora, eu, a Tinna e até a Selle, levaremos você para conhecer Glade e se quiser te levo para conhecer Garden. (Gaia fica observando os dois conversar)

   Nesse momento Selle e Scrow chegam ao local levadas por um Centauro, Selle ao ver Ivar corre até seu encontro e o abraça.

-Que bom que está a salvo!

-É muito bom te ver também... (Ele percebe o sangue na camisa dela) você se machucou?

-Não foi nada de mais... mas aconteceu algo ruim... eu sinto muito, eu não cheguei a tempo suficiente... Scrow! (Ela passa a ordem para o animal e ele cospe Tinna no chão)

-(Ivar se joga no chão e abraça o corpo sem reação de Tinna, sua garganta deu um nó, seus olhos começaram a tremer, o medo de perdê-la era terrível) Oque aconteceu? Tinna... acorda, por favor...

-Ela foi atacada, quando a encontrei já era tarde demais... mas ela está viva, iremos cuidar dela e ela vai se recuperar te garanto... me desculpa Ivar...

-...(Ele não consegue expressar palavras)

-(Gaia se aproxima de Selle, lhe dá um abraço cauteloso, evitando muito contato) Você agiu bem garota... mas, Humanos!? (Gaia fala na língua comum de Ruhgdraz)

-São boas pessoas, te garanto... (Ela ver Ylaisa deitada em cima do guardião) graças a eles conseguimos resgatar a Ylai. (Gaia reluta sobre o sentimento, mas permanece calada)

   Nesse momento uma fagulha de esperança surge, Akaila e Areli chegam no local, Areli estava sangrando bastante, mas ainda conseguia andar apoiada nos ombros de Akaila.

-Oque estão esperando? Ajudem! (Rapidamente Ivar e Selle correm para ajudá-las, Ivar senta Areli em um tronco de árvore e pede que ela descanse) precisamos de apoio médico com urgência, ela não vai aguentar muito tempo.

-E quanto aos outros? (Selle pergunta) temos que espera-los!

-Akaila tem razão Selle, temos que ajudar quem já está aqui, são muitos feridos e eles podem não suportar continuar esperando por mais tempo...

-Gaia! (Selle se dirige a Driade)

-Oque você espera que eu faça? (Ela responde)

-Como assim? Você pretende não prestar socorro à essas pessoas? Eles estão sangrando, estão morrendo Gaia, eles nos ajudaram, se feriram por nós, mim e pela Ylaisa, fizeram o trabalho que vocês não fizeram, o trabalho que vocês negligênciaram... vocês não mexeram um músculo por nós, você julga os humanos, mas quer se equiparar a eles?

-(Gaia agarra ela pela gola da camisa) Você não sabe oque diz criança, não faz ideia do que essas pessoas são capazes de fazer... Mas te mostrarei como as coisas não são como você pensa, permitirei que eles venham conosco... Mas, será a rainha que decidirá o destino deles, entendido?

-Está bem. (Selle aceita a decisão de Gaia)

-Ainda tem vaga pra mais uma? (No último instante Cizar aparece e o Selle abre um sorriso)

-Bom, Sigam-me! (Gaia pega um objeto que parecia bastante com uma simples pedra, ela aponta na direção do monumento antigo, a pedra brilha com tom amarelado, pedras em formatos anelares começam a flutuar, girar e brilhar, e quando todas se alinham, um portal se forma bem na frente deles) Vamos para Ruhgdraz, não se separem e sigam em frente! (Todos caminham na direção do portal, até serem engolidos pelo brilho mágico e irem parar em outra dimensão)

TO BE CONTINUE...

~Considerações finais: bom, irei explicar o porquê essa molesta ficou gigante, bom Desde a batalha da pedreira, eu fiquei com trauma de batalhas muito longas, então eu optei por fazer essa em apenas dois capítulos, o problema é que eu tinha que colocar tudo dentro de dois capítulos, eu fazer 7 partes igual a outra batalha jkkkk, resolvi fazer capítulos enormes mesmo, só que eu achei que não seria tão grande assim, quando eu percebi já ia em 4k de palavras, aí como já tava grande mesmo, resolvi não quebrar o objetivo que era apenas 2 capítulos, pronto é isso, acredito que deu pra entender~
~Cara tem tanta coisa nesse capítulo que é até difícil de comentar~
~Eu sei que o capítulo ficou saturado, e acho que isso pode ser um erro, mas tá aí, vai ficar assim~
~Bom, eu não irei comentar esse capítulo aqui, apenas direi uma coisa: no próximo capítulo acontecerá o maior plot twist do primeiro livro, então my friends, aguardem o próximo capítulo pq vcs iram surtar kkk~

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