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[Qnart]

O sangue escorria do peito do garoto preso a parede, e então percorria pelo cabo da lança que o prendia na parede, barulhos de surpresa ecoaram pelo salão quando todos foram surpreendidos, então um silêncio tomou conta do local e só foi interrompido quando a faca escapou da mão do garoto e caiu no chão emitindo o tilintar da lâmina ao tocar o chão, então o governante se levantou da sua cadeira cheio e de ódio...

-PEGUEM ESSA GAROTA AGORA MESMO. (Ele falou aos berros)

No momento que Tinna dispara a lança em segundos todos que estão perto dela se afastam deixando ela isolada em um círculo, Ivar chega no meio do círculo e põem na frente dela, entre ela e o governante de Qnart.

-ESPEREM! ELA SÓ QUERIA AJUDAR, ELA SÓ QUERIA AJUDAR, POR FA... (ele tenta protege-la de qualquer forma, até que os guardas cercam eles)

-(Tinna toca o ombro de Ivar, ele olha para ela atrás dele e ela sinaliza com a cabeça) tá tudo bem.

-Povo de Qnart, eu peço desculpas, não poderemos continuar com nossa comemoração, peço que todos voltem para suas casas, em breve poderemos voltar a comemorar... Saiam todos, por favor... Tragam até a frente a garota e o garoto.

Rapidamente o salão é esvaziado e Tinna e Ivar são colocados de joelhos perante o governante.

-Pode deixar que eu assumo, senhor. (Homem a esquerda do governante se levanta e o governante senta-se sem questionar a ação)

-(ele encara os jovens por alguns segundos) Eu sou o braço do governante, me chamo Eckhols, quero a ajuda de vocês para entender QUE MERDA ACONTECEU AQUI... (De um instante para outro ele mudo o tom de voz e impõe agressividade) Se vocês não me responderem, colocarei vocês na prisão e acredito que não voltaram a ver a cor do sol nem tão cedo.

-Somos novos aqui... (Tinna toma a frente) não pertencemos a cidade, chegamos aqui feridos e em mal estado... Vocês nos acolheram, nos ajudaram, nos deram comida, trataram nossos ferimentos e nos deram abrigo...

-(Ela é interrompida por Eckhols) E é assim que vocês retribuem o favor? Matando alguém na primeira oportunidade, na frente de toda a cidade?

-Eckhols, Vamos ouvi-los... (Diz o governante)

-(Tinna suspira comprimindo os lábios) Bom, ficamos gratos pela ajuda, achamos a cidade muito bonita e grande, resolvemos explorar e conhecer um pouco mais de Qnart, quando chegamos próximos a um beco e ouvimos uma conversa, pessoas estavam planejando matar o Governante... Pensamos em alertar os guardas e até mesmo ao governante, mas se fizéssemos isso, seríamos os primeiros da lista de suspeitos, então descobrimos a tal comemoração e resolvemos vir, hoje seria a execução... Então deduzimos que seria durante a comemoração, viemos para impedir que acontecesse, se vocês forem até o garoto veram que ele possuia uma faca em mãos.

Eckhols vai até o garoto empalado na parede e ver a faca caída no chão, ele apanha a arma e entrega ao governante.

-Eles não metem, oque faremos? (O homem pergunta ao governante)

-(logo o homem levanta de sua cadeira e vai até a frente passando a mão pelo bigode)...

-Foi um ato corajoso de vocês, sabem que mesmo assim podemos prende-los? Vocês não são completamente confiáveis, isso tudo pode ser uma mera história que vocês montaram...

-(Tinna olha de baixo, bem no fundo dos olhos do governante) por que montariamos uma história, Matariamos um dos nossos, só para conseguir sua confiança e só assim te matar? Porque disso? Para isso você deveria ter alguma culpa, alguma coisa que fizesse que nós te odiassemos de tal forma, a ponto de cometermos tal ato... Então diga-me governante realmente temos algum motivo para isso?

-(ele ergue as sobrancelhas e arregala os olhos, leva a mão até o queixo e então desvia o olhar desfazendo a expressão facial) ah não, claro que não, realmente porque vocês teriam essa quantidade de raiva de mim, eu julgaria isso como loucura Kkkk não é Eckhols?

-(O homem rir com seu senhor, mas Ivar e Tinna permanecem neutros) Com certeza senhor.

-Tudo bem, tudo bem, vamos lá fiquem de pé, bom... Fico grato por vocês terem tamanha coragem e de terem salvados minha vida está noite, então eu não sei se isso me deixa em dívida com vocês novamente ou acaba com nossa dívida... Oque vocês me dizem?

-Isso acaba com nossa dívida, porém senhor... (Ela procura a palavra mas não saí)

-Pode me chamar de Lord Klaus.

-Então senhor Klaus, não estamos mais em divida com você, e você também não nos deve mais nada, mas queremos que nos ajude com algo... Você não tem muita opção, sinto muito, seu reino corre perigo...

-(Eckhols interrompe Tinna mais uma vez) definitivamente isso agora foi uma ameaça.

-Não, não foi, não só seu reino corre perigo, como vários outros, passamos por dois por um reino que foi quase que completamente dezimado, poucos sobreviveram, do Castelo de Snow White, também o vilarejo de Glade foi massacrado, vários morreram, a quantidade foi ainda maior e assustadora, nosso grupo, um grupo de exploração e batedores também fomos encurralados e massacrados, não sabemos quantos sobreviveram ou se apenas nós que saímos vivos disso tudo... Só queríamos dizer que seu reino é forte, porém você viu nesta noite que ainda ah vulnerabilidade, não garantimos Vitória, mas se quer reduzir as perdas, se junte conosco e nos ajude a derrotar nosso inimigo, por favor é isso que pedimos.

-Ouça Klaus, não são humanos, eles não querem nada, além de mortes e agonia, um bando de criaturas dispostas a dilacerar todo seu povo, eles não tevam escolher, apenas mataram, independente de criança ou mulher, se estiver na frente deles será morto. (Ivar também conta sua versão)

-Mas vocês disseram que não tem mais ninguém, não sabem se algum de vocês sobreviveu, como querem que a gente se una a vocês? (Klaus faz seu questionamento)

-O grupo de exploração foi derrotado, porém temos muitos guerreiros ainda, os sobreviventes de Snow White e Glade se uniram a nós, e ainda somos um bom esquadrão de guerreiros, e mais experientes pois já enfrentamos eles antes, sabemos suas fraquesas e estratégias, com a força de seus guerreiros do nosso lado poderemos vencer.

-Está dizendo que quer um ataque e não uma defesa? Quer ir pra cima do inimigo?

-Sim, é nosso único jeito, não queremos trazer a batalha para dentro do seus muros ou dos nossoz muros, se esperarmos eles atacarem vamos perder muitos inocentes.

-Tudo bem, então vamos ajudar vocês nisso... Então como vai ser? Vamos até o posto de vocês e depois até os inimigos?

-Não, já deveriamos ter voltado, nosso posto já deve está mobilizando nossas tropas para cima dos inimigos, teremos que nos apressar para chegar lá, antes que eles sejam derrotados, precisamos de mais poder.

-Qnart irá confiar em vocês, nos guiem até a batalha, vamos acabar com isso antes que sejamos atingidos, tudo bem Eckhols? (Pergunta o governante)

-O senhor toma as decisões, eu apenas executo, se assim que quer, irei mobilizar nosso exército junto com eles.

-Perfeito, então amanhã iniciaremos a marcha para a batalha, vão e descansem. (O governante desaba na cadeira com uma expressão preocupada)

-Boa noite governante. (Ivar acena com a cabeça se despedindo)

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[Já perto do quarto de hospedagem]

-Caralho, que pressão foi aquela, eu tava a ponto de colapsar. (Tinna desabafa)

-Eu achei melhor continuar deixando você seguir com seu plano, não quis atrapalhar, poderia ser pior se eu me envolvesse.

-Realmente poderia ser pior, mas dessa vez, juro que eu não me importaria de você se meter...

Ela abre a porta do quarto e entra, quando ela passava pelo portal, Ivar percebe com antecedência o lampejo de uma lâmina, então ele empurra Tinna para frente e se impulsiona para trás tirando ambos da mira da arma, em seguida uma garota é revelada dentro do quarto, Tinna entra em posição de combate e Ivar ainda do lado de fora do quarto também faz o mesmo, a garota fica entre eles dois sem saber oque fazer, Ivar e Tinna estavam desarmados, as armas estavam no canto do quarto, fora do alcance deles, se Tinna tentasse chegar até elas certamente seria golpeada antes de conseguir pegar as armas.

-Oque quer? Quem te mandou aqui? (Tinna faz as perguntas, mas oque ela desejava de verdade era socar a garota, pegar aquela faca e rasgar a garganta da mesma, só pela ousadia de tentar mata-la)

-Vocês estragaram tudo!

-Essa voz (Ivar reconhece a voz no mesmo instante, era a voz de alguém que estava naquele beco) porque? Porque queriam matar o governante Klaus?

-Ele matou nossa mãe e agora vocês matou meu irmão.

A garota avança pra cima de Tinna, que por um momento entrou em choque com a revelação, mas seu corpo respondeu por si só, ela bloqueou o ataque com faca, segurando o braço da garota, passou a perna por trás e jogou no chão, puxou ela pelo ombro ainda segurando seu braço e a fez cair de barriga no chão com o braço imobilizado nas costas.

-Por favor, se acalme... Vamos tentar conversar. (Tinna retira a faca da mão dela, os olhos da garota se encheram de lágrimas)

-(Ivar entrou no quarto e trancou a porta e então procurou Nekart) onde está Nekart? Oque você fez com ele? (Ela não respondeu, mas uma voz saiu de dentro do guarda-roupas)

-Eu estou aqui! (Ivar abriu o guarda-roupas e encontrou o gato amarrado dentro)

-Eu pensei em mata-lo, mas não consegui, apenas você merece morrer, não irei descontar minha raiva em outra pessoa para te atingir, eu vou te matar. (Ela dirige suas palavras para Tinna)

-Guarde seu ódio e tente nos explicar, é melhor assim, qual seu nome?. (Pergunta Ivar)

-O meu nome é Lavinna e é bom você não esquecer disso, o anúncio comemorativo que aquele homem imundo fez foi sobre nossa mãe, ele matou nossa mãe, acusou ela de bruxaria e a matou.

-(Tinna largou a garota) Droga, droga (chutou o pé da cama de propósito) eu sinto muito, eu entendo, de verdade, eu sinto muito... A minha mã...

A garota levantou tão rápidamente e saltou pela janela do quarto que foi impossível de para-la, Tinna ainda tentou ir atrás dela, mas antes que saltasse a janela, Ivar a impediu de continuar.

-Não, não tem porque ir atrás dela, foi muito traumático pra ela, mesmo que você conte toda sua história de vida, ela não está disposta a ouvir, não vai adiantar de nada, deixe ela se acalmar um pouco, e nós precisamos descansar.

-(ainda relutante, mas ela aceitou) Tá, Vamos tentar dormir e falhar. (Os olhos dela se enchem de lágrimas)

-Eu tô com você, estou aqui contigo. (Ele abraça ela de frente a janela olhando para a brilhante lua, que tentava iluminar mesmo que minimamente as ruas de Qnart)

TO BE CONTINUE...