• Capítulo 12 •
"Vai ter que fechar os olhos", ele disse para ela. Bea ergueu uma sobrancelha, como quem questiona algo. "É uma surpresa", explicou.
"Uma surpresa, é?", perguntou, sorrindo. Frederick por si só já era uma baita surpresa. "Espero que seja das boas, porque são sete da manhã e nós ainda nem tomamos café."
"Vai valer a pena", ele garantiu.
Beatrice percebeu que ele realmente parecia empolgado, talvez ainda mais do que no dia anterior, quando fizeram uma guerra de bolas de neve e ficaram duas boas horas conversando sobre todo o universo de Harry Potter.
Quando Frederick bateu na porta do seu quarto minutos antes, Beatrice se espantou ao constatar que era ele ali, com uma expressão ansiosa no rosto e dizendo que queria mostrar algo para ela.
"Vai ter que esperar um pouco", Bea havia dito, conversando com ele pela pequena fresta da porta que tinha aberto. "Eu acabei de acordar e estou parecendo o Monstro do lago Ness."
Ela percebeu quando um pequeno sorriso atravessou os lábios de Frederick.
"Eu duvido muito", disse ele. "Mas tudo bem. Você tem dois minutos." Ela riu, fechando a porta na cara dele.
"Como se você mandasse em mim Harris..."
Agora eles estavam ali, próximos à ala oeste, mas em uma parte ainda mais afastada e escura.
Beatrice encarou Frederick, que parecia se sentir tão bem no meio de toda aquela escuridão, porém, naquele momento, havia algo empolgante no modo como ele a olhava, e sem que percebesse, Bea se deixou ser contagiada pela visível animação dele.
Ela então fechou os olhos, sem protestar.
O barulho das portas sendo abertas preencheu o ambiente, e Beatrice sentiu uma corrente de ar passar por ela. Em seguida, com certo sobressalto, sentiu as mãos fortes e ásperas de Frederick segurarem as suas, que poderiam ser facilmente encobertas pelas dele.
"Não há degrau nenhum", ela ouviu sua voz dizer suavemente. "Não precisa ter medo."
"Eu não estou com medo", ela respondeu com um sorrisinho. "Sei que não vai jogar uma mesa na minha cabeça."
"Engraçadinha."
Ele então a conduziu para dentro da sala, com uma delicadeza que Bea nunca imaginou que Frederick pudesse ter. Ela pensou em dar uma espiada, mas aquilo realmente parecia importante para ele, então não estragou a surpresa.
"Agora, espere aqui", ele recomendou, soltando suas mãos.
Instantes depois, Beatrice ouviu o som de cortinas pesadas sendo abertas, e o clarão do dia atingiu seu rosto.
"Posso abrir?", perguntou.
Adrien a observou, ali, parada no meio da sala e com os raios da fraca luz do sol iluminado seus cabelo castanho-avermelhado.
Aquele lugar... Nunca permitia que muita gente entrasse ali. Era seu cômodo favorito em toda a casa, o único lugar que não considerava ser uma prisão para ele. Muito pelo contrário.
"Tudo bem", respondeu, sentindo a expectativa subir por sua garganta. "Pode abrir."
Aos poucos, Beatrice abriu os olhos, tomando conhecimento do lugar onde estava com uma velocidade quase inimaginável.
"Meu Deus!", ela guinchou, cobrindo a boca com as mãos e observando o ambiente com os olhos arregalados.
Era uma biblioteca, mas não uma simples biblioteca - como aquela minúscula que havia em Roseville - uma biblioteca enorme, com centenas... Não, centenas não, milhares de livros.
Algumas das estantes iam do chão ao teto, com escadas em forma de espiral que poderiam levar qualquer pessoa à prateleira mais alta.
As paredes eram tomadas por uma quantidade extraordinária de estantes, repletas de livros de todos os gêneros, cores, autores e épocas. Uma lareira enorme se encontrava entre duas das mais altas estantes, com um conjunto de sofás aconchegantes próximos dela. As cortinas azuis estavam abertas, mostrando uma parte do terreno que ficava atrás da mansão, coberto de neve e revelando o riacho congelado que serpenteava ao longe.
Observando aquele lugar... O verdadeiro paraíso, Beatrice sentiu os olhos se encherem de lágrimas e um suspiro – ou seria um soluço? – lhe subir pela garganta.
Os livros, aquelas coisinhas mágicas, fizeram com que sua vida na pequena cidadezinha não fosse tão solitária, fez com que ela se tornasse a pessoa que era naquele momento.
E agora... Naquele lugar estranho e cheio de pessoas que ela aprendera a gostar, ter aquela imensa biblioteca diante de si, com opções de tantos novos mundos que ela poderia conhecer, significava mais para Beatrice do que ela conseguia descrever.
Frederick aproximou-se cautelosamente dela, como se temesse sua reação. Quando o viu, aquele homem completamente inexplicável de uma porção de jeitos diferentes, Beatrice deixou com que algumas lágrimas caíssem pelo rosto.
"Você gostou?", ele teve a ousadia de perguntar, erguendo a mão como se quisesse enxugar suas lágrimas de emoção, porém, mudou de ideia no meio do caminho.
Olhando fixamente para ele, Bea sentiu o coração bater mais forte. Não precisou responder a pergunta, ao invés disso, se jogou nos braços de Frederick, que pareceu hesitar por um segundo antes de envolvê-la pela cintura e a erguer alguns centímetros do chão.
"Eu amei!", exclamou, a voz embargada. "É o lugar mais lindo que eu já vi!"
Bea se afastou um pouco dele, de modo com que seus rostos ficassem a centímetros de distância.
"Então ela é sua", anunciou, com uma facilidade que ele próprio se espantou. Ver Beatrice sorrindo daquele jeito, simplesmente por ter lhe mostrado seu cômodo preferido na casa era... Jesus, ele só podia estar ficando louco. "É sua", repetiu.
Beatrice olhou para ele como se não tivesse ouvido direito, os olhos castanhos encontrando os azuis.
"Você está me dando uma biblioteca?", ela perguntou, só para ter certeza.
"Sim", ele respondeu assentindo, ainda com ela nos braços. "Eu estou te dando uma biblioteca, Beatrice."
As lágrimas brilharam em seus olhos, mas daquela vez nenhuma rolou por seu rosto.
Antes que Adrien percebesse o que ela estava fazendo, viu seu rosto se aproximar do dele, e quando sentiu seus lábios pousarem na bochecha marcada por cicatrizes, ele congelou completamente no lugar.
"Obrigada", ela sussurrou quando se afastou, carregando o sorriso mais lindo que ele já vira na vida, completamente sincero. "Esse é... o melhor presente que eu já ganhei, mesmo sendo simbólico."
"Pode vir aqui quando quiser", ele disse para ela, ainda sentindo seu calor contra seu corpo. "Mesmo quando voltar para Roseville."
Falar aquilo, de algum jeito, fez com que Adrien se sentisse estranho.
Beatrice parecia já fazer parte dos seus dias, de suas refeições e de seus pensamentos. Pensar naquela casa sem ela era... estranho.
Isso. Apenas estranho.
"Eu posso... dar uma olhada?", ele a ouviu dizer, olhando para tudo ao redor com os olhos brilhantes.
"Você deve dar uma olhada", falou, indicando com um gesto amplo todas as estantes. "Se procurar direito, vai achar livros aqui de até dois séculos atrás."
"Eu acho que vou desmaiar...", ela murmurou, soltando um suspiro.
"Por favor, não faça isso. Eu não saberia o que fazer."
Beatrice riu, olhando para ele divertida.
"Sabe, eu tenho um pouco de medo de altura", falou, mordendo o lábio inferior. "Quer me acompanhar?", e indicou uma das escadas em espiral.
Adrien de jeito nenhum recusou.
"Romeu e Julieta?", Frederick perguntou, olhando para ela como se tivesse falado em grego.
"Sim, é a minha peça favorita de Shakespeare", ela repetiu em alto e bom som. "O que você tem contra?"
"Nada", ele respondeu soltando um risinho. "Eu só acho... melodramático demais."
"É lindo", ela corrigiu, pegando uma das almofadas do sofá e jogando em sua cabeça. "Um amor que atravessou os séculos."
"Eles tinham se conhecido em uma semana", Frederick objetou, segurando a almofada. "Ninguém ama outra pessoa em uma semana. Muito menos se mata por ela. Não faz sentido."
"Essa é a graça da maioria dos romances em livros", Bea piscou para ele, "não precisa fazer sentido."
De fato, discutir sobre as obras de William Shakespeare com Frederick, era a coisa mais estranha e maravilhosa que eles já tinham feito juntos. Em Roseville, o simples fato de ela querer conversar com alguém sobre Romeu e Julieta – ou qualquer outro livro – fazia com que seu interlocutor olhasse para ela com cara de boboca.
Frederick era diferente. Assim como ela, ele tinha lido mais livros do que era capaz de contar, era inteligente e sagaz, e, o mais importante, poderia ficar conversando com ela por horas a fio somente sobre livros e os personagens horríveis e maravilhosos de uma porção de obras.
Era incrível e ela se sentia maravilhosamente bem.
Colocando o livro que estava foleando no colo, Beatrice se espreguiçou e olhou pela janela. O sol já estava alto no céu.
Samantha havia trazido o café da manhã para eles, assim como o almoço. Frederick e Beatrice ficaram tão entretidos com as conversas – e Bea de jeito nenhum queria sair daquele lugar tão cedo – que mal havia visto as horas passarem.
"Sabe, você deveria fazer isso com o restante da casa", ela comentou, fazendo com que Frederick erguesse os olhos para ela.
"Isso o quê?"
"Abrir as cortinas, deixar a luz entrar. Fala sério, Frederick, essa casa é tão escura que mais parece uma mansão assombrada."
"Talvez eu prefira..."
"E seu quarto merece uma reforma", ela continuou, imaginando como seria trocar aquelas cortinas rasgadas e colocar tudo no lugar de novo. "Não sei como você consegue viver lá dentro."
"Prefiro as coisas do jeito que estão", ele respondeu, fitando as chamas que crepitavam na lareira recém acessa.
"Se continuar no escuro desse jeito, daqui a pouco vou te confundir com um fantasma, ou com um morto vivo que não quer tomar sol."
"Não que eu me importe com isso", replicou ele, o que fez um silêncio esmagador cair sobre eles.
Bea suspirou, a pergunta que atiçava sua curiosidade voltando com uma rapidez impressionante.
Sabia que deveria ser discreta, delicada, mas Frederick – por mais que tentasse esconder totalmente – carregava uma amargura que era difícil de suportar.
"Você está fazendo aquilo de novo", ela disse, sem tirar os olhos dele.
"Aquilo o quê?"
"Não olhar para mim", falou. "E também deixar que o cabelo cubra propositalmente seu rosto."
Ela percebeu quando o peito dele subiu e desceu em uma respiração pesada, e também quanto os músculos do pescoço pareceram se tencionar. Se com o ambiente escuro ele já mal olhava para ela, com toda aquela claridade então...
"Começo a achar que tem algum problema comigo", ela disse, sentindo-se realmente frustrada. "Já que faz tanta questão de desviar..."
"Não tem nada de errado com você", ele disse de repente, virando-se para ela e encarando seus olhos com uma veracidade impressionante. "Eu só... Acostumei a agir assim, criei o hábito de ficar distante e usar o que posso para..."
"Esconder seu rosto?", ela completou. Quando ele não respondeu, Beatrice soube que era exatamente aquilo. Respirou fundo. "Frederick, isso é uma grande bobagem."
"Bobagem?", disse ele, quase como se tivesse sido ofendido. "Você não sabe como é... se sentir assim."
"Não deveria se sentir então", ela retrucou se inclinado para ele, que estava a centímetros de distância no mesmo sofá.
"Acha que é fácil?", indagou, fuzilando-a com o olhar. "Ver meu reflexo é uma merda, observar as pessoas se esquivando ou tentando disfarçar os olhares de repulsa, é uma merda maior ainda." Ele estava nervoso, mais nervoso do que deveria. "E não tente dizer que não é assim, porque você mesma teve uma reação bastante parecida quando me viu pela primeira vez."
Beatrice arquejou, sem ter ideia do que dizer. Ele não entendia nada. Será que não pensava o quanto tinha se sentindo mal por aquilo?
"Não foi intencional, tá legal?", ela esbravejou por fim, desejando jogar alguma coisa naquele cabeça dura. "E se esconder por causa da sua aparência é uma grande bobagem. Acha que não sei? Demorou uma eternidade para se apresentar para mim, está completamente isolado nessa mansão no meio do nada quando poderia, com certeza, gastar sua fortuna em alguma ilha paradisíaca por aí. E ontem, quando falamos sobre a faculdade, eu vi nos seus olhos o quanto você realmente queria sair daqui e fazer alguma coisa. Mas não faz. Por medo."
Adrien olhou para Beatrice, querendo retrucar, dizer qualquer coisa que pudesse fazê-la entender o seu lado. Mas não adiantava, ela estava certa. Completa e irritantemente certa.
"Por acaso já viu monstros andando à solta nas ruas?", perguntou ele, a voz fria como gelo. "Nunca, não é? Porque as pessoas não aceitam o que é diferente. Se eu tentasse seguir uma vida normal, desse jeito, tudo que conseguiria era ser rotulado de abominação. E não é como se fosse uma mentira."
"Você não é um monstro", Beatrice retrucou, olhando para ele como se não acreditasse que havia dito uma coisa daquelas. "Não deixe que sua aparência dite quem você é."
Mas é isso que eu sou, ele pensou amargamente, sempre fui um monstro, mesmo antes do acidente.
Aquela verdade doeu mais do que poderia ter imaginado, e no instante em que as palavras ressoaram em sua mente, as odiou com toda a força que tinha.
"Frederick", ouviu Beatrice chamar suavemente, depois de um longo silêncio furioso. "O que aconteceu?"
"Acidente", respondeu. "Um dos feios como pode ver."
"Estava... bêbado?"
"Só nervoso, e correndo como um louco. Não vi o cervo."
Adrien ainda se lembrava com detalhes do acidente, e de tudo que antecedera a ele. Por muito tempo culpou a velha por tudo aquilo, aquela que humilhara e recusara ajudar. Pensava que ela era uma bruxa ou algo do tipo, mas aquilo era ridículo e só uma tentativa falha de encontrar uma explicação para o acidente, quando, na verdade, não havia uma explicação. Tudo que acontecera era só a vida tentando lhe dar uma baita lição de moral idiota, tornando-o tão feio por fora como todas as outras pessoas que já tinha desprezado por causa de suas aparências ao longo da vida.
"Eu sinto muito", Beatrice disse, e quando ergueu os olhos para encará-la, Adrien percebeu o quanto realmente sentia. "Queria... poder te dizer alguma coisa que tornasse as coisas melhores."
Adrien queria responder que, apesar de tudo, simplesmente o fato de ela estar ali, ouvindo-o, tornava as coisas melhores. Mesmo que só um pouquinho.
Ele não viu quando ela ergueu o braço para tocá-lo, mas, quando se deu conta, sua mão suave acariciava seu rosto.
Beatrice olhou para ele, sem saber muito bem o motivo pelo qual estava fazendo aquilo. Sobre seus dedos, sentia as cicatrizes ásperas e longas, várias e várias delas, que recortavam seu rosto sem piedade.
Olhando para os olhos azuis de Frederick, Bea quase o achou familiar, até a sensação ir embora por completo quando ela percebeu que se lembraria dele se já o tivesse visto.
"Não deixe sua aparência determinar o rumo da sua vida. Nunca", ela sussurrou, ainda sem se afastar, fazendo com que ele olhasse diretamente para ela. "Caso contrário, só vai ficar preso aqui dentro vendo o tempo passar."
Adrien não soube o que dizer, mas sabia que o fato dela o tocar daquele jeito – assim como dizer todas aquelas coisas – tinham um significado mais forte e profundo do que ele gostaria de decifrar.
"Talvez tudo volte a ser como era antes", ele se pegou dizendo, ainda sentindo seu toque quente contra o rosto. "Se a cirurgia der certo."
"Cirurgia?", ela perguntou, franzindo o cenho.
"Vou tentar uma nova cirurgia plástica daqui algumas semanas, se ela for bem sucedida..."
"Nova cirurgia?", ela o interrompeu, sem entender. "Espere um pouco, você já fez uma cirurgia?"
"Um ano depois do acidente", contou, dando de ombros como se aquilo não tivesse importância. "Não deu muito certo. Quase morri, na verdade. Mas isso foi antes de..."
"Morreu?!"
De repente seu toque foi embora. Beatrice o olhou como se não estivesse ouvindo direito.
"Uma série de fatores fez com que o procedimento não desse certo", Adrien explicou simplesmente, sabendo que ela o interromperia em seguida.
"Mas você não recebeu nenhuma recomendação depois disso?", ela perguntou. "Quer dizer, sei lá, se você quase morreu da primeira vez..."
Adrien se remexeu, desconfortável com o rumo que a conversa estava tomando.
"Os médicos disseram que eu não deveria tentar de novo", falou com sinceridade, vendo os olhos de Beatrice se arregalarem. "Mas agora vai ser diferente e..."
"Espere um pouco", ela pediu, erguendo as mãos e soltando uma risadinha incrédula. "Depois de quase morrer na primeira tentativa de uma cirurgia plástica, e seus médicos dizerem que não era uma boa ideia tentar de novo, você vai simplesmente se fingir de surdo e seguir adiante com isso? Pelo amor de Deus, ninguém te disse que essa é uma péssima ideia?"
Todo mundo.
"Como eu disse antes de você me interromper", ele continuou, irritado, "agora as coisas vão ser diferentes. Serão outros médicos, outro procedimento..."
"Frederick, mesmo assim!", ela exclamou, se levantando do sofá e o olhando como se fosse um louco completo. "Tem ideia do quanto isso é perigoso? Ainda mais quando deu tão errado da primeira vez, como você mesmo disse. Como pode arriscar sua vida desse jeito?"
"Você não tem nada a ver com isso", ele falou naquele instante, sua voz dura e implacável.
Adrien, então, assistiu o furor de Beatrice deixar seus olhos, as sobrancelhas abaixarem e sua boca fechar em uma linha fina.
"Ok, você está certo", ela disse por fim, a voz desprovida de qualquer emoção. "Eu não tenho nada a ver com isso. Se quer arriscar uma vida toda, cheia de possibilidades, para ter de novo seu rostinho bonito, vá em frente."
"Beatrice..." Mas ela já estava se distanciando dele, e quando Adrien se levantou para tentar impedi-la ela, se esquivou.
"Não", falou, dentro de si sentindo o coração bater descompassado. "Sei que deve ser difícil passar pelo que você passou, ainda mais carregar as marcas de um acidente horrível, mas mesmo assim...", ela respirou fundo, sentindo as palmas da mão suarem. "Você poderia seguir com a vida, sabe? Pode fazer isso se quiser. Se não fosse arriscado, e perigoso, poderia tentar fazer essa cirurgia sem ter medo de acabar perdendo tudo."
Adrien de repente não viu mais a raiva em seus olhos, ou o modo como ela parecia não compreender seus motivos. Viu algo que beirou decepção.
"Nada é mais importante do que a vida, Frederick, porque é nela que há as possibilidades de um futuro melhor do que o presente que está vivendo agora. Arriscar tudo por causa da sua aparência...", ela balançou a cabeça, sem encará-lo. "É tão insensato e horrível que nem posso explicar." E sussurrando completou: "Parece bem algo que Gavin faria..."
Beatrice então saiu da biblioteca, deixando Frederick imóvel no meio da enorme sala.
Não sabia o motivo pelo qual se importara tanto com aquilo, mas, pensar que o homem que conhecia aos poucos – e que fazia com que ela se sentisse tão bem em alguns momentos – poderia jogar sua vida fora em uma cama de cirurgia... Ela não conseguia entender, não mesmo.
O quanto seu rosto era importante para arriscar tudo daquele jeito? Meu Deus, ele nem precisava ficar preso naquela casa, podia viver, ver lugares e conhecer pessoas!
Beatrice queria dizer aquilo para ele, queria fazê-lo entender a burrada que estava fazendo, arriscando a vida daquele jeito por algo que poderia ser superado aos poucos.
Mas, pelo menos naquele momento, tudo que queria era manter-se o mais afastada dele possível.
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Oie galera! Tudo bom com vocês?
Sei que o capítulo saiu atrasado, mas o importante é que está aqui <3
Estou tão ansiosa para ler os comentários de vocês sobre esse capítulo! Com sinceridade, o que acharam???
Quero agradecer pela marca de 3K de visualizações nesse livro aqui! Vocês são incríveis! OBRIGADA <3
Para quem não sabe, tenho um grupo no Whatsapp para leitores aqui do Wattpad, já está criado há um tempo e sempre está aberto para novos membros! Se quiser entrar, basta deixar seu número aqui ou me mandar no chat <3
Muitos beijos,
Ceci.
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