Capítulo 16 - Entrega especial
Finalmente tudo está planejado. Agora tenho o plano perfeito para matar Mirian e levá-la até a praça!
Já são quase três da manhã, e agora estou me arrumando para ir até a delegacia. É meio longe, mas nada que um taxista e uma boa desculpa não resolvam.
Termino de colocar meu agasalho preto com um enorme capuz e saio de casa com a carta em mãos e mochila nas costas.
O táxi aparece em menos de cinco minutos, e peço para ele me deixar em uma rua perto da delegacia, alegando que eu moro lá.
Claro que não vou ser burra o bastante para pedir que me leve até a delegacia. É óbvio que ele iria desconfiar.
- Uma criancinha chamando táxi a essa hora? O que você fazia naquela casa? - O taxista pergunta, me pegando de surpresa.
Fico alguns segundos em silêncio antes de responder:
- E porque você trabalha até de madrugada? - Retruco, e ele levanta as mãos em sinal de rendição.
- Ok, ok. Sem perguntas. De qualquer maneira, já estamos chegando.
A viajem se seguiu em silêncio (para a minha felicidade), até que ele para na rua deserta que eu havia lhe indicado.
- Valeu. - Digo, abrindo a porta do carro. - Pode ficar com o troco.
Dou para ele o dinheiro e saio correndo antes que ele possa fazer qualquer outra pergunta.
Quando não ouço mais o barulho do motor, cubro meu rosto totalmente com o capuz e ando até a delegacia silenciosamente.
Depois de uns cinco minutos andando, finalmente chego.
Ela é simplesmente enorme! Pelo o que pude contar, o prédio tem uns três andares, e ocupa umas duas quadras de extensão. Observo toda a extensão do muro de cerca elétrica: não haviam câmeras.
"Mas que bosta de departamento de polícia é esse? Até na escola tem câmera no portão. Por que diabos aqui não?" Penso, abismada demais com a segurança desse país. "Bem, melhor pra mim. Assim a minha estatura vai continuar sendo um mistério" Dando de ombros, coloco a carta na caixa de correios e vou embora.
🔪🔪🔪
"Olá, Europa. Hoje de manhã recebemos uma curiosa notícia sobre o novo assassino em série que está assustando os moradores da cidade de Hollandbaker. A polícia encontrou uma carta dele na caixa de correios."
"Ela está, obviamente, criptografada. Ele imitou a forma de escrever do assassino Zodíaco, e por isso achamos que essa carta irá levar até sua próxima vítima."
"Ainda não sabemos quem será, mas as autoridades estão dando seu máximo para descobrir. Enquanto isso, por favor, andem acompanhados"
"Aguardem novas informações"
A televisão é desligada, e vejo meus pais trocando olhares aflitos.
Estava no meu esconderijo, ouvindo tudo com atenção.
"Que legal!" Pensei. "Estou famosa! Muito famosa! E pra melhorar, todos estão com medo de mim!"
- E agora? - Pergunta meu pai.
- Não podemos deixar que a Suzan ande sozinha mais. E.. Nós teremos que andar juntos também. Pelo bem dela.
- Certo... Concordo com isso também. Droga.. Não gosto de ficar vendo ela brincar no parquinho. É entediante.
"É. Também era bem entediante te ver bebendo até desmaiar, 'paizão'." Penso revirando os olhos.
- Mas é para o bem dela. Ou você quer arriscar que ela seja morta por um assassino em série?
- Tudo bem. Mas você vai levá-la na maioria das vezes.
- Ok, ok. - Diz ela revirando os olhos.
Meu pai sai da sala sem dizer mais nenhuma palavra, seguido por minha mãe.
Saio do meu esconderijo e ando a passos silenciosos até o meu quarto.
De agora em diante, teria que sair escondida. Principalmente para fazer "amizade" com Mirian.
Oh...!Acabei de bolar um plano melhor ainda! Sim... Seria perfeito! Bem.. Tudo depende da personalidade dela... Espero que a minha carinha fofa ajude...
- Papai, mamãe! - Digo, indo saltitante até o quarto deles. - A Mariana, minha amiguinha, perguntou se eu queria dormir na casa dela... Vocês deixam?
- Claro, filha. Que horas a gente te leva e pega?
- Não precisa. Ela mora bem pertinho daqui. Dá pra ir à pé.
Meus pais trocam olhares aflitos.
- Nós te levamos.
- Não precisa, mãe.
- Claro que sim. Qual seria o problema?
Penso durante alguns segundos. Não poderia deixar minha mãe me levar, pois com certeza ela iria querer conversar com os pais dessa Mariana. Até que uma ideia me ocorre:
- É que... O Brad vai estar lá... - Digo ficando vermelha. Aprendi isso em um filme: as pessoas geralmente têm vergonha de aparecerem com os pais quando a pessoa de que gosta está presente.
- Suzan apaixonada? - Minha mãe pergunta fazendo uma cara maliciosa. - Tudo bem, entendo bem o seu problema. Bem... Nesse caso, pode ir, mas pelo menos me diga aonde essa Mariana mora. Ah, e se qualquer pessoa se aproximar de você antes de chegar na casa dela, me liga na hora, ok?
- Tudo bem. - Digo com um sorriso de alívio e dou um beijo em sua bochecha, para parecer fofa, e vou correndo até o meu quarto.
Pego umas roupas velhas e rasgo-as para parecer que entrei em alguma briga e coloco elas dentro da minha mochila. Pego um taco de madeira e um spray de pimenta e escondo o máximo que posso na mochila.
Pego a Dora, minha faca, e a escondo na minha bota.
Quando fico pronta, coloco minha mochila nas costas e me despeço de meus pais.
- Me liga se alguém aparecer! - Diz minha mãe, e eu assinto, saindo de casa rapidamente.
A rua está deserta. É incrível o que uma garotinha de sete anos consegue fazer até mesmo com a rua mais movimentada da cidade.
Depois de uns dez minutos eu finalmente chego na casa de Mirian.
Ajeito a mochila nas costas e vou até um beco sem-saída.
Mirian, prepare-se, pois meu plano começa agora.
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