" Te espero em frente ao hotel quando anoitecer, não aceito recusas"
H.M

Passo o resto do dia no quarto enquanto Roberto trabalha em seu notebook com o rosto sério sem me deixar aproximar. O bilhete que Henry me deu rasguei em pedacinhos, mais não parei de pensar nele nem por um segundo. Estou dividida, se ele não tivesse algo iimportantea dizer não faria isso. Minha cabeça está uma confusão, até parece que tem um anjinho de um lado e um diabinho do outro discutindo se devo aceitar ou não me encontrar com ele .

Claro que me sinto culpada por considerar essa possibilidade, mas pensando por outro lado mesmo gostando da companhia de Roberto não se compara em nada ao que eu sinto perto de Henry. Ele foi meu primeiro amor, me machucou bastante mas mesmo assim não consigo deixar de sentir isso por ele. A minha condição de prostituta não me dar chance de poder escolher o que fazer da minha vida, se eu pudesse estaria bem longe de ambos. Meu coração não aguenta mais.

A noite cai e ainda nao sei o que fazer, 95% quer ficar bem quetinha aqui sem se meter em confusão mas os outros 5% estão loucos pela adrenalina que meu corpo precisa e só tenho isso com ele.  Minha curiosidade pra saber o que  ele quer comigo estava a mil, e para piorar a situação aparece uma brecha que com certeza seria muito difícil não aproveita-la.  Percebo que Roberto sai de perto de mim pra atender um telefonema, fico o observando e vejo que está nitidamente nervoso,  quando termina sua conversa vêem com um rosto impassível em minha direção.

— Preciso ir, vou passar a noite fora não se preocupe volto pela manhã — Ele pega sua carteira e chave do carro.

—Mais pra onde você vai? O que está havendo Roberto?

— Caroline não me faça perguntas, sabe que não posso responde-las.

— Tudo bem eu sei que não pode contar.

— Ainda não, desculpe te deixar sozinha mas é necessário, tenho que resolver isso. Tenha uma boa noite Caroline — Ele beija minha testa e sai

—Boa noite — Respondo mas a porta já tinha se fechado.

Depois disso fico pensando o que sera que ele tanto esconde de mim? Deve ser algo muito grave para ter tanto segredo, isso me intriga bastante.  Mais deixo esta questão pra lá e corro para me arrumar, está decidido Vou me encontrar com Henry mesmo que essa seja a última vez.

Estava descendo o elevador, sabia que ele já tinha chegado, vi seu carro pela janela do hotel. Quando saio pela porta Henry estava parado encostado no seu carro da mesma forma que fez a primeira vez que me buscou em frente a casa de Amanda.

— Sabia que viria, como sempre está linda — Diz ele quando chego perto de seu carro .

— Vamos parar com os elogios e me diz logo o que você quer comigo.

— Entre no carro Caroline , precisamos conversar em um lugar mais reservado.

— Da última vez que voce falou isso, me levou pra sua casa e ficamos à noite toda tranzando.

— Isto me trás ótimas lembranças, podemos repetir se quiser — Diz ele com o sorriso nos lábios.

— Não estou brincando Henry , se não quiser falar sério não vou entrar nesse carro.

— Tudo bem , tudo bem , vamos jantar em uma pousada um pouco distante daqui, mas não farei nada que voce não queira.

— Esse é o problema — Digo num sussurro.

Chegando na pousada somos recebidos muito bem e acompanhados direto pra um jantar preparado especialmente para nós dois, para acabar ainda mais comigo o jantar é a luz de velas. Ele só pode estar brincando comigo.

O lugar onde estavamos era bem distante das outras pessoas, a mesa estava do lado de fora em uma espécie de jardim e as flores rodeava-nos.

—Caroline eu quero te dizer tanta coisa eu só preciso que me escute.

— Sou toda ouvidos Henry, mas se por acaso suas palavras não forem sinceras não adianta nem começar.

— Eu sou apaixonado por você — Ele joga isso e quase me engasgo com o vinho — Você não sabe como me doeu  ter te deixado aquela noite.

— Eu duvido muito disso.

— Você não sabe o que me levou a fazer  aquilo, foi erro eu ter me casado, mas o motivo não foi amor Caroline, eu não amo Laura, até ela sabe disso, e esse ano que passou serviu pra que eu percebesse o quanto você me faz falta.

— Então me explica o porquê disso? Se não queria se casar porque se casou? Não me diga que foi obrigado a isso pois eu não acredito.

— De certa forma eu fui sim, meu pai antes de morrer me fez assinar um contrato de que só teria plenos poderes nas empresas se tivesse uma família — Ele faz uma pausa para segurar minha mão mas retiro — Só que eu não aceitei isso mesmo com todos me pressionando, mas um dia minha mãe contou que estava doente e essa doença poderia mata-la, não sou um homem de sentimentalismo você sabe, mas era minha mãe e eu faria de tudo para agradar ela nessa situação. Então me casei.

Fico em silêncio sem ter o que dizer, milhões de coisas passam pela minha cabeça nesse momento.

— Eu não amo Laura — Ele repete.

— Você não ama ninguém Henry, se fosse mesmo apaixonado por mim teria me procurado antes, se passou um ano Henry, um ano inteiro, se a gente não tivesse se encontrado aqui nossas vidas continuariam do mesmo jeito.

— Nao, eu não te procurei porque não sabia que era tudo uma farsa da minha mãe, descobri a pouco tempo e além disso estava tentando te esquecer, mas não consegui. Caroline você me conquistou quando nossos olhares se encontraram enquanto você dançava naquele palco você dançou pra mim e ali eu te desejei mas que tudo, precisa acreditar.

— Voce me machucou Henry e está casado agora, tudo que a gente tem que fazer é nos afastar um do outro e esquecer, nunca daríamos certo, temos que ser realistas. Não existe A Prostituta e o Milionário juntos.

— Pode existir é só voce querer porque eu quero você Caroline , porra eu nunca senti isso antes, me dá uma chance, nunca em hipótese alguma me imaginei estar de quatro por uma mulher e implorar na frente dela, mas cá estou.

Henry pega em minha mão quebrando todas as barreiras que impediam ele de entrar, o que posso fazer se amo esse homem e cada palavra sua foi como se estivesse  abrindo o mar que nos separava. Sem pensar em mais nada levanto da cadeira e dou a volta na mesa,  sento no colo de Henry com uma perna de cada lado, e o beijo com vontade segurando seus cabelos sentindo tudo que voltar a tona novamente.

Perco o controle quando sinto os labios de Henry em minha pele, sinceramente não sei como chegamos no quarto, mas pouco me importa , só o  que quero é ele dentro de mim , me preenchendo de todas as formas possíveis.

Estava com tanta saudades disso, enquanto Henry dava estocadas em meu anus comigo de quatro, eu gritava como uma cadela no cio, pessoas a 100 metros de nós conseguiria ouvir meu gritos , a saudade e o desejo por esse homem me fez perder todo o juízo que eu tenho e me entregar a essa louca paixão. Eu poderia estar fazendo a burrada do século mas ali sentindo a sua respiração em meu pescoço, seus olhos intensos cravado nos meus era tudo que eu precisava.

Na manhã seguinte acordo com Henry abraçado a mim, lembro da nossa noite e fico observando ele dormir, tão sereno e tão lindo, sinceramente nunca pensei que ia me apaixonar quando cheguei nessa cidade , e agora estou aqui completamente entregue para um homem que não tem nada a ver comigo. Olho para o relógio e já são quase 10h da manhã,  saio devagar da cama sem acorda -lo visto minhas roupas e saio do quarto, não queria deixa-lo mais preciso ir antes que Roberto chegue no hotel.

Demorou meia hora para chegar no hotel e eu estava torcendo para chegar antes de Roberto.

Quando abro a porta do quarto e me deparo com Roberto com um copo de uísque não mão completamente irreconhecível.

— Posso saber aonde passou a noite Caroline? — Pergunta ele completamente fora de si.

— Eu não consegui durmi e sai pra dar uma volta — Minto.

— Mentira — Roberto grita jogando o copo na parede .

Me encolhi perto do sofá com sua reação.

— Voce passou a noite com ele Caroline, eu sei , não menti pra mim porra.

— Como você sabe disso?

— Contratei um segurança pra cuidar de você — ele diz e isso me deixa puta.

— Como é que é? Você contratou alguem pra me vigiar? É isso mesmo?

— Era pra sua segurança .

— Minha segurança nada , você é igual a Amanda, como pude me enganar com você, sou sua prisioneira também Roberto?

— Essa conversa não é sobre mim, é sobre você , não mude de assunto .

— Sim, se quer saber passei a noite com Henry, ele é o homem que eu amo, só estou com você aqui porque trabalho naquela maldita boate e sou obrigada a sair com homens como você, você me contratou só isso Roberto, não pense que foi mais porque da minha parte não há nada .

— Tem razão, eu fui um tolo , me iludi com você, mais pode deixar que vou consertar isso, arrume suas malas você vai voltar imediatamente .

— Não acabou a semana ainda .

— Eu não te quero mais aqui .