Capítulo 17
Caroline
Enquanto Roberto dirigia, ele conta que um dos melhores restaurantes italianos de Toronto é Terroni.
— Você vai gostar, o ambiente é super gostoso e a comida é maravilhosa tem que provar — sua empolgação ao falar me faz sorrir.
— Tenho certeza que vou amar — Digo pondo uma música no rádio.
Vamos almoçar na loja da Queen Street West, chegando lá fomos recebidos com bastante educação, e o Garçon nos levou para uma mesa no pátio, logo ele trouxe o cardápio. Mas como nunca experimentei comida italiana, foi bastante difícil de escolher com tantos pratos.
Antes de escolhermos a entrada, o garçon coloca na mesa pães frescos e quentinhos.
— Não pedimos isso — Falo para o garoto em pé com um bloquinho na mão.
— É cortesia Caroline, eles fazem isso com todos os clientes — Responde Roberto.
Aí que mico. Deveria ter ficado calada.
Roberto decidi escolher os pratos para que eu não cometa nenhuma outra gafe. Não demora muito até trazerem a entrada.
— Isto é Tagliere di Formaggi.
Faço uma cara estranha. Não entendi nada do que ele disse , o que faz Roberto cair na gargalhada.
— Em outras palavras Caroline tábuas de queijo com geléias.
__ Ah sim, porque não disse antes, mania que esse povo de restaurante tem de inventar nome difícil para coisas tao simples — Digo já pegando um queijo — Nossa, é delicioso.
— Eu te disse, quando eu vim aqui pela primeira vez gostei tanto que tive que ir academia por um mês depois.
Nós dois rimos. Roberto é bem humorado mas sua postura não deixa de ser bem comportada.
— E isso é o que? — Aponto para o outro prato que trouxeram.
— Isto é Insalate Caprese é uma salada típica italiana com tomates, pesto e mozzarella de búfala.
__ Búfala? Isto é bom? — Pergunto pra não ter dúvida.
— É maravilhoso, experimente. No começo pode achar o gosto diferente, mas ao decorrer da degustação você começa a apreciar o gosto dela.
Coloco um pouco na boca e acontece exatamente o que ele disse.
— É realmente bom, mas ainda prefiro um frango assado que vendia aos domingos na padaria perto da minha casa — Digo lembrando.
É a primeira vez que toco no assunto espontâneamente do meu passado com alguém. Me surpreendi.
Deve ser a companhia de Roberto, ele consegue arrancar a parte boa de mim, me deixa leve e isso me faz gsotar dele cada vez mais. Enquanto fico olhando pra ele penso o quanto foi bom sua entrada na minha vida, mesmo por um jeito meio torto, foi bom, ele ainda é meu cliente, mas no meio de tantos homens qualquer, ter uma pessoa como ele é um alento.
Saio dos meus devaneios quando chega o prato principal .
— Pedi meu prato preferido espero que goste — Ele da uma pausa— Se chama Spaghetti in Canna a Mare, é uma massa com frutos do mar.
— Agora eu gostei, eu adoro frutos do mar — Falo já louca pra comer.
— Que bom então você vai gostar é uma delícia, sempre que venho aqui peço esse prato e a pizza Marguerita.
— Uma coisa que eu amo é pizza .
— Então descobrimos uma coisa em comum, um brinde à isso — Ele levanta a taça.
No momento do brinde, quase derrubo a taça de vinho quando avisto Henry e sua Esposa entrando no restaurante, e pra minha infelicidade eles nos vêem.
Droga, tava bom demais né.
—Roberto, Caroline, que coincidência encontrar vocês aqui — Fala Henry ao chegar com sua esposa na nossa mesa.
— É, estamos nos encontrando muito ultimamente — Diz Roberto irônico.
— Não vai me apresentar amor — Fala a loira ao seu lado.
— A claro, está é Laura minha mulher e esse é Roberto um dos empresários com quem tenho alguns negócios e essa é Caroline.
A Prostituta que ele pegava antes de casar com você — Eu completo em seus pensamentos.
— É um prazer conhece-los — Diz ela toda educada como aquelas patricinhas que foram feitas para acenar e sorrir.
Eu olho pra eles e sorrio tentando o máximo possível continuar com essa encenação ridícula.
— Podemos sentar juntos com vocês? — Henry diz com um leve sorriso nos labios.
Eu não acredito nisso, olho para Roberto implorando pra que ele não aceite mais é em vão.
— Claro, sentem-se. Estávamos tomando um vinho aceitam?
Aí meu Deus isso não pode ta acontecendo, estava tudo tão bom, será que deus ta me testando? Só pode.
— Caroline você é namorada dele ? — Pergunta Laura puxando conversa.
— Não, eu sou apenas uma acompanhante.
— Acompanhante? Como assim?
— Convidei Caroline pra viajar comigo, me fazer companhia, não gosto de ficar sozinho em hotéis —Responde Roberto em meu lugar .
— Quem dera se Henry fosse assim, não é meu amor?
Aí que vontade de vomitar.
Por alguns minutos a mesa fica em silêncio, Henry e sua mulher sentaram em minha frente e Roberto ao meu lado, não queria continuar ali mais era preciso, Henry não tirava os olhos de mim e dentro de mim havia uma luta para não retribuir seus olhares.
— E então como vocês se conheceram? — Pergunta a loira .
— Em uma boate — Respondo- a pegando um queijo para enxer minha boca antes que eu diga besteira.
— Que interessante . Você frequenta muito boates?
Ela com certeza tá querendo saber demais.
— Não, apenas uma. Onde eu trabalho.
Percebo que Henry engole em seco.
— E qual boate você trabalha? Talvez eu conheça, sou convidada sempre para comparecer em algumas, sabe aquilo de ter uma famosa para dar mídia.
Essa garota tava me tirando do sério, minha vontade era reponder " isto não é da sua conta" mais não valeria a pena.
— A Sweetly Spicy — Digo o nome da boate de Amanda e ela arregala os olhos.
— Mais aquela boate e de prostituição — Diz ela incrédula.
— Está certa e eu sou uma das prostitutas que trabalham lá.
Laura engasga com um dos pães que acabara de por na boca, ela olha pra mim e em seguida olha pra Henry .
— Olha eu não vou ficar aqui e comer em uma mesa com uma mulher dessas Henry.
— Como é que é? — Digo já com o sangue nos olhos.
— Isso mesmo que você ouviu, não me misturo com gente como você , me admira Roberto um homem do seu status andando por aí com uma vagabunda.
Perco literalmente o controle quando ela me chama de vagabunda, se ela quer escândalo então vai ter. Avanço em cima dela, derrubando Laura no chão e começo a distribuir vários tapa em seu rosto.
— As vagabundas de lá são melhores pessoas que você sua vaca.
Ela grita pedindo socorro, mais nem Roberto e nem Henry fazem algo pra me parar, o que é bom, desconto toda minha raiva nela.
Depois de alguns minutos sinto braços me retirando de cima da vaca loira. Me sinto ótima quando vejo o estrago que fiz naquele rostinho bonito.
Roberto pergunta se estou bem enquanto a outra chora compulsivamente nos braços de seu marido que não está nem um pouco ligando pra ela, ele só me observa de longe .
— Vamos sair daqui Caroline — Diz Roberto pegando em meus braços e me levando para fora.
Sigo ele em direção a saída , as pessoas nos olham com olhar de reprovação, mas que se dane ela mereceu. Antes de chegarmos ao carro Henry nos alcança.
— Ei espere, peço desculpas pelo que Laura disse eu realmente sinto muito Caroline.
__ Não precisa pedir desculpas por ela, e se espera que eu peça não farei.
— Não esperava que fizesse.
Henry antes de se despedi e voltar para mulher ele beija minha mão colocando um bilhete nela, fico sem saber o que fazer então sorrio para ele e escondo o bilhete na bolsa. Logo em seguida ele se vai.
— Preciso te dizer uma coisa — Roberto me vira.
— Não Roberto, deixa eu falar, me desculpa eu perdi a cabeça, sei que não é o comportamento que você esperava de mim e me desculpa mesmo por isso, prometo que não vai acontecer de novo.
Roberto põe o dedo em meus labios , me puxa pra perto de seu corpo e diz.
— Ela mereceu e eu tô orgulho de você , só espero que nunca mereça uma surra daquela — Fala ele brincalhão .
— Bobo, eu nunca bateria em você — Dou um selinho em seus lábios — Vamos para o hotel?
— Mais e nosso passeio? Queria te levar para conhecer a cidade.
— Deixa pra outro dia, o que eu quero agora é um banho e relaxar .
— Tudo bem , vamos então — Ele concorda.
Me sinto mal por mentir pra Roberto, mais não aguentaria esperar pra saber o que está escrito no bilhete que Henry me entregou.
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