Capítulo 2 ( Repostado)
5 anos depois
Mais um dia nesse inferno de vida, estou aqui a tanto tempo que as lembranças que tinha de minha mãe estão sumindo a cada dia, provavelmente ela deve estar morta e eu aqui nessa vida ordinária que me obrigaram a seguir .
Hoje finalmente é o dia em que eu e Caroline sairemos dessa maldita boate. Não acreditei quando ela me contou sobre Roberto ser um FBI, e principalmente que ele ia tirar a gente daqui, foi o a melhor notícia que eu podia receber. Eu seria livre. Além disso, estou contando as horas para vê -lo de novo, a primeira vez que o vi perdi meu chão, ele estava lindo com seu terno preto, tomando uma bebida no bar, mas ele não olhou pra mim e sim para Caroline e isso me quebrou, não deixei transparecer nada e agora estamos eu e ela aqui, esperando ansiosas para que Roberto acabe com todos os imundos dessa boate .
—E ai está nervosa? Porque eu estou uma pilha— Digo a Carol.
— Então somos duas, mas precisamos manter a calma ninguém pode desconfiar Talita temos que agir naturalmente .
—Eu sei, eu sei mais é difícil e se der alguma coisa errada ?
— Não vai da nada de errado Talita vira essa boca pra lá, Roberto me garantiu que ia tirar a gente dessa e ele vai cumprir, confio nele .
— É ele é incrível—Digo com uma cara de boba.
— Falando em Roberto, eu sei de tudo já sua safadinha.
— Tudo o que? — Me faço de desintendida.
—É dele que você gosta Talita, vi vocês ontem a noite e já tinha reparado os olhares que você lançava pra ele mas com tanta coisa na minha cabeça eu não tinha juntado as peças ainda .
Sorrio e lembro da noite de ontem, dançamos juntos na boate, eu tentei seduzi-lo mais não deu muito certo, Roberto é louco por Caroline e eu não tenho nenhuma chance .
—Carol eu..
— Nem vem com desculpas, a única coisa que quero saber é porque não me contou?
—Eu fiquei com medo, sei que é burrice mais vocês estavam juntos até pouco tempo e ele ama você, não queria que ficasse brava comigo Caroline .
—Ta de brincadeira né? Não acredito que pensou nisso Talita, foi você mesma que me fez enxergar o meu real sentimento por ele .
—Mas você é minha amiga e ele, bem você sabe que ele gosta de você, ele nem me olha com desejo, ontem eu até tentei mais ele não me quis e como já tinha dito pra você antes é só uma fantasia minha nada de mais.
Percebo que não fui muito convincente mas pelo menos agora eu não preciso ficar mau por está escondendo isso da minha melhor amiga.
Saio do quarto para poder me arrumar para que o assunto Roberto acabasse, meu sentimento por ele é cada vez mais forte, sempre que o vejo minhas pernas ficam bambas e por Deus eu tenho sonhos eróticos com ele que fazem ter orgasmos no meio da noite, aquele homem é como fogo pra mim.
Termino de me arrumar e me olho no espelho, quero estar linda para esta noite, algo me diz que terá grandes emoções, só espero que sejam boas porque nao aguento mais essa vida de merda.
— Nunca vi você tão ansiosa assim para ir na boate Tatá, tem cliente novo é? — Pergunta Laís.
— Pode ser que sim— Digo não querendo falar nada que prejudique a operação.
— Você e Caroline estão cheias de segredinhos, cuidado que ela pode querer o seu cliente especial — Laís destila seu veneno.
— Tenho certeza que Caroline tem outros planos.
Laís sempre teve uma birra com Caroline, ainda mais quando nós duas nos aproximamos. Laís e eu conversavamos antes de Caroline chegar, mas eu nunca tive uma ligação com ela como tenho com Carol. Ela se tornou minha irmã, uma parte de mim, uma parte dessa vida horrível que eu vou lEvaristo para vida inteira.
Olhei para o relógio e era 21h, estava na hora de irmos, hoje vamos começar uma nova vida, esperei tanto por esse momento. Minha liberdade. O mais engraçado é que quem vai me entregar ela de bandeja será o homem por quem me apaixonei e isso me deixa com a expectativa lá em cima.
—Amiga você está linda—Falo para Caroline ao chegar na sala.
—Obrigada, você também está incrível— Ela diz me elogiando.
— Tive que caprichar, hoje vai ser uma noite e tanto —Falo sorrindo.
Amanda nos acompanhou a boate, quando chegamos seguimos direto para o palco, hoje faríamos uma dança todas juntas, até parece uma despedida. Depois do show a maioria das meninas foram para os quartos com os clientes, eu e Caroline circulavamos pelo salão, eu tentava encontrar qualquer indício, um policial escondido talvez, mais não achava nada, minha aflição aumentava ainda mais, sabia que tinha alguma coisa errada . O meu nervosismo aumentava a cada segundo.
2h da manhã e eu tinha acabado de sair de uma suíte com um velho nojento, me obrigou a chupa -lo e abrir minhas pernas para aquele pau mole que nem levanta mais, ja passei por coisas piores mas transar com velhos acabados era sempre uma experiência horrível.
—Pelo amor de Deus Carol onde eles estão? —Pergunto.
— Eu não sei, Roberto não ligou hoje e até agora não vi ninguém nem Henry, estou quase perdendo as esperanças—Carol admite para mim.
—A minha já foi embora faz tempo, deve ter alguma coisa errada não é possível.
Quando termino de falar, vários homens fardados e amarmados entram pela porta da frente rendendo alguns seguranças da frente.
— Aqui é a polícia, vocês estão presos.
O meu subconsciente gritou eufórico " Graças a Deus" , já não era sem tempo.
Não vi ao certo quando começou mais alguém atirou nos policiais e a partir da ai foi um sessão de tiros pra todos os lados. Vi Roberto no meio deles tentando chegar até mim e Caroline, eu queria correr e me jogar em seus braços e dizer o quanto estou feliz em ve-lo mais seria em vão. Estamos abaixadas perto do palco e muitos dos capangas de Amanda estavam atirando nos policiais, de repente, Caroline segura forte meu pulso e eu a olho assustada me perguntando se estava tudo bem.
— Roberto, Caroline está passando mal —Grito para ele no meio da confusão.
Foi tudo em câmera lenta, Amanda apareceu em nossa frente com uma arma na mão, seus olhos transmitiam um ódio mortal de Caroline.
— Você nos entregou sua vadia — E apertou o gatilho atirando na direção de Caroline .
Não pensei duas vezes em me colocar em sua frente, ela era minha amiga e estava grávida, eu não tinha nada a perder mais ela sim, eu daria minha vida para salva-la e ao bebe. Caroline merecia ser feliz, sinto a bala me acertar e minha visão fica turva, e apago completamente.
2 semanas depois
Duas semanas se passaram, fiz uma cirurgia bem delicada e deu tudo certo agora nem parece que levei um tiro .
—Eu estava pensando em Emily se for menina o que acha? —Digo a Caroline enquanto a enfermeira troca meu soro .
—A mãe aqui sou eu ou é você?—Pergunta levantando a sobrancelha.
— Olha aqui depois de tudo que eu passei eu tenho o direito de escolher o nome desse bebe, eu vou ser a madrinha será que isso também não conta?
—Tudo bem voce me convenceu, mais e se for menino?
—Tenho certeza que não é—Digo convicta
— Porque nao?
— Não sei, eu só acho que vai ser uma menina —Digo.
—Vamos fazer o seguinte se for menina você escolhe se for menino eu escolho—Digo pra ela .
—E o pai nao da opinião não? —Diz Henry entrando no quarto .
—Naoo—Eu e Caroline falamos juntas .
Caímos na gargalhada com a cara que Henry faz .
Roberto chega logo em seguida, desde que acordei ele está todo cheio de mimos pra cima de mim. Caroline me disse que ele ficou o tempo todo no hospital preocupado, o que fez eu ter um pingo de esperanças e me iludir um pouco, queria que ele gostasse de mim, que seu sentimento fosse mais do que só amizade, via em seus olhos a preocupação comigo mais eu não sabia o que aquilo significava.
— Você está bem Talita?
—Estou muito melhor agora com você aqui comigo—Digo corando.
—Porque fez aquilo? Eu não me perdoaria se acontecesse algo com você —Ele faz uma pausa— Na verdade com voces duas .
Eu sorrio fraco, ele nunca pensa só em mim.
—Eu não poderia deixar Caroline se machucar ela poderia ser feliz com seu filho e Henry .
—E você achou que não merecia a mesma felicidade? Deus Talita você merece tudo, tudo de bom que a vida pode lhe dar .
— O que eu quero não estar ao meu alcance Roberto e talvez nunca estará, e eu perdi tudo quando fui traficada, não sei nem se minha mãe está viva — Falo percebendo que minha amiga não está mais no quarto nem Henry.
—Como assim? Me fale sobre sua vida, nao sei nada sobre você.
— E como saberia né, só tem olhos para Caroline—Digo num sussurro .
Roberto se afasta de mim e coça seus cabelos negros .
— Gosto de Caroline mais ja entendi que ela não é para mim Talita, mas enfim, quero que saiba que vou te ajudar na questão da sua mãe .
Ele volta a me olhar e se aproxima .
— E porque faria isso?
— Porque você é especial e não me pergunte o porquê deu dizer isso, depois daquela noite na boate, que dançou pra mim, eu, eu ...
—O que Roberto? —Pergunto com o coração acelerado .
—Não é nada, deixa pra lá, você precisa descansar —Ele se aproxima de mim e passa suas mãos quentes em meu rosto fazendo minha pele queimar —Estarei aqui quando acordar pequena .
Ouvir aquilo fez Meu coração saltitar, queria saber o que ele sentiu quando dancei pra ele mas não iria perguntar, então durmi esperando mesmo que ele estivesse ali ao meu lado quando acordasse.
Roberto Chalés
Eu achava que amava Caroline, mais quando vi Talita caida no chão morrendo quase perdi a cabeça, eu não sabia o que estava sentindo e Porra eu queria sinceramente saber. Quando estávamos na boate e ela dançou para mim eu desejei ela, quis ela mais do quis qualquer outra mulher, até mesmo Caroline não me fez sentir assim. O seu corpo balançando junto ao meu na batida sensual da música me fez imaginar todo o tipo de sacanagem, como eu queria faze-la minha mas não poderia, Talita é amiga de Caroline e preciso manter distância.
Agora vendo ela nessa cama de hospital, o seu rosto sereno, sua respiração calma, meu desejo de protege -la cresce ainda mais. Talita é tão linda, rosto de menina e corpo de mulher que atrai qualquer um.
Enquanto ela dorme fico observando-a o tempo inteiro, sua respiração calma e tranquila, como se nunca tivesse passado e sofrido tudo que sofreu nesses anos. Mesmo com a carinha de frágil, é a pessoa mais forte que conheço além de Caroline. Ela suportou cinco anos sendo prostituta, foram cinco anos da sua vida perdidos, eu só queria ter conhecido ela muito antes.
No fundo eu sabia que estava encantado por ela, queria proteger Talita de qualquer forma, e pensava em inúmeras maneiras de fazer isso. Talita não tem pra onde ir e pelo que percebi já perdeu as esperanças da sua mãe estar viva. Ela não tem ninguém além de nós, e eu farei de tudo pra que ela se adapte a sua nova vida, uma vida fora daquele ambiente sujo, uma vida na liberdade.
— Você está aqui — Diz ela ao acordar.
— Sim, eu disse que estaria — Falo me aproximando.
— Sonhei com você —Falou de repente e ouvir isso mexeu comigo.
—E como foi o sonho? —Pergunto curioso.
—Voce me beijava —Diz ela com a voz baixa, temendo a minha reação.
— Porra —Digo me afastando da cama.
—O que foi? —Pergunta meio assustada.
— Você não sabe o quanto eu desejo beija-la Talita.
Olho para ela e a mesma está com um lindo sorriso no rosto. Me aproximo e passo um de meus dedos em sua boca sentindo a maciez de seus lábios em meus dedos.
— Não desejo só te beijar Talita, porra você não sabe as coisas que imaginei fazer com você.
— E porque não faz? —Ela diz com a respiração acelerada.
O que mais admiro nela é que Talita fala o que pensa, ela não guarda seus pensamentos por mais que eles sejam indevidos.
— Porque não irei parar se fizer — Digo e saio do quarto para respirar.
Se eu ficasse, não resistiria a ela. Talita mexe comigo de um jeito diferente, de uma forma que é difícil na verdade impossível controlar. Algo que com toda certeza eu preciso conter.
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