tem outro homem?
Daryl ficou em silêncio por um momento, os olhos fixos em Maria enquanto ela tentava conter as lágrimas. A expressão dele era uma confusão de raiva, confusão e algo mais profundo que ele mesmo parecia relutar em admitir.
— Tem outro homem? — ele pediu novamente, a voz mais baixa, mas ainda firme, como se precisasse ouvir uma resposta de novo para acreditar.
Maria balançou a cabeça rapidamente, os olhos arregalados.
— Não... nunca teve outro, além de você... — sua voz era quase um sussurro, comunicado de sinceridade e desespero.
O peito de Daryl subiu e desceu em um suspiro pesado. Ele bufou menos dessa vez, mas contínuo parado, como se o peso das emoções o estivesse prendendo no lugar.
— Então por quê? — ele insistiu, a voz ainda tensa, mas quebrada de nível pela vulnerabilidade.
Maria respirou fundo, as lágrimas desceram livremente agora. Ela não conseguiu mais se esconder.
— Você ia parar de procurar Rick... por minha causa... — ela disse, olhando diretamente, como se isso fosse a coisa mais difícil que já fez. — Você não gostou muito de Alexandria... não gostou de ficar ali...
Daryl deu um passo para trás, como se as palavras dela o alcançassem.
– Pará. — ele resmungou, balançando a cabeça, o tom carregado de advertência.
— Mas é verdade, Daryl! — Maria contínua, a voz ganhando força, mesmo em meio às lágrimas. — Eu vi isso nos seus olhos! Você queria sair, queria voltar pra floresta, mas ficou... ficou por mim...
Ele fechou os olhos com força, os punhos cerrados.
— Eu... — ele tentou responder, mas as palavras não saíram.
Maria avançou um passo, mesmo hesitante, como se quisesse alcançar algo que já havia perdido há muito tempo.
— Eu sabia que se eu ficasse... se eu te dissesse sobre o bebê... você ia sentir que tinha que ficar. Que tinha que desistir do que queria...
Daryl abriu os olhos, encarando-a com uma intensidade que quase a fez recuar.
— E você achou que fugir era a solução? — ele finalmente soltou, a voz grave, carregada de dor.
Maria soluçou, incapaz de responder imediatamente.
— Eu... achei que estava te libertando...
Ele deu uma risada amarga, cheia de incredulidade, balançando a cabeça.
— Eu libertando? — ele repetiu, uma voz cheia de ironia. — Você acha que eu queria liberdade, Maria? Você acha que sair por aí, sozinho, procurando alguém que talvez nunca encontrasse... era melhor fazer isso?
Ela abriu a boca para falar, mas ele parecia uma mão, interrompendo-a.
— Você foi embora. Levou meu filho. Não me deu nem a chance de decidir.
Maria ficou em silêncio, as lágrimas ainda caindo, mas sem conseguir encontrar palavras.
James, que até então estava distraído com seus brinquedos, olhou para os dois e, sem entender a tensão no ar, caminhou até Maria, agarrando-se à perna dela.
Daryl desviou o olhar para o menino, seu olhar suavizando por um instante antes de voltar para Maria.
— Eu fiquei... esperando, sabe? — ele murmurou, a voz agora cansada, quase um sussurro. — Esperei você voltar... todo maldito dia...
Maria abaixou a cabeça, incapaz de encarar a dor nos olhos dele.
Daryl respirou fundo, como se estivesse tentando se controlar.
— Você não me libertou, Maria. Só me deixei perdido.
O silêncio na sala era esmagador, interrompido apenas pelo som suave dos brinquedos que James fazia ao bater no chão. Daryl finalmente deu um passo para trás, afastando-se.
— Se você achou que isso era o melhor... talvez nem eu queira aqui agora.
Ele olhou para o menino mais uma vez antes de se virar para sair, mas Maria, mesmo em meio ao pânico, deu um passo à frente.
— Daryl, espera...
Ele parou, mas não olhou para trás, os ombros tensos, como se a qualquer momento pudesse causar dano ou desabar.
— Não fui embora porque eu não te amava... — Maria sussurrou, sua voz falhando. — Fui porque embora te amava demais... e tinha medo de te prender.
Daryl não respondeu. Ele ficou ali, imóvel, antes de finalmente sair pela porta, deixando Maria sozinha, as lágrimas agora caindo livremente enquanto ela abraçava James com força.
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