eu to chorando a noite toda!


Maria segurou James com força pela mão, tentando ignorar o nó em sua garganta. Ela sabia que Daryl estava lá, parado na esquina, a observando como uma sombra persistente. Seu coração se apertava cada vez que ela sentia o peso do olhar dele, mas ela continuou caminhando, tentando manter a cabeça erguida, mesmo que tudo dentro de si quisesse desmoronar.

James, inocente como sempre, tagarelava sobre os amigos da escola e o desenho que tinha feito no dia anterior. Maria forçava um sorriso enquanto respondia com murmúrios suaves, fingindo estar presente, mas a verdade era que sua mente estava em um turbilhão.

Ao chegar na escola, ela se ajoelhou para ajeitar a mochila de James e o encarou, tentando reunir forças.

— Divirta-se, tá bom? — Ela sorriu, mas sua voz tremeu levemente.

James assentiu, animado, e correu para junto das outras crianças. Maria ficou ali por um momento, observando-o enquanto desaparecia na multidão de pequenos uniformes coloridos.

Quando ela finalmente se virou, sua respiração parou. Daryl estava lá, a alguns metros de distância, encostado em um poste, com os braços cruzados, os olhos fixos nela.

Ela desviou o olhar rapidamente, apertando as mãos para conter o tremor. Decidida a não dar margem para mais confrontos, seguiu seu caminho em direção à loja onde trabalhava, tentando ignorar a presença constante dele.

Mas Daryl não era do tipo que desistia facilmente.

Conforme Maria caminhava pelas ruas movimentadas de Commonwealth, ela sentia a presença dele atrás de si, não de maneira agressiva, mas persistente. Ele não dizia nada, não fazia nenhum movimento para se aproximar. Apenas estava lá, como uma sombra, e isso a fazia querer gritar.

Quando finalmente chegou ao trabalho, Maria entrou apressada, fechando a porta atrás de si com um suspiro pesado. Suas colegas a cumprimentaram, mas ela mal ouviu. Sua mente estava em outro lugar, dividida entre a raiva, a vergonha e a dor que não a deixavam respirar.

Horas se passaram, e Maria tentou se distrair com o trabalho, organizando prateleiras e atendendo clientes. No entanto, quando olhou pela janela, lá estava ele, sentado em um banco do outro lado da rua.

Era demais.

No final do dia, quando as ruas começaram a esvaziar, Maria saiu da loja com passos decididos, parando bem na frente de Daryl, que ainda estava lá, como se nunca tivesse se movido.

— O que você quer de mim, Daryl? — Ela perguntou, sua voz carregada de cansaço e frustração. — Por que está me seguindo?

Daryl ergueu os olhos para ela, seu olhar sério e penetrante. Ele não respondeu de imediato, mas quando falou, sua voz era baixa e rouca.

— Quero entender.

Maria balançou a cabeça, incrédula.

— Não há nada pra entender. Eu fiz o que achei que era melhor.

— E foi? — Daryl rebateu, inclinando-se ligeiramente para frente. — Porque, do meu lado, não parece que foi.

Ela sentiu o peito apertar, mas não queria dar a ele o que ele estava procurando.

— Isso não importa agora. Eu segui minha vida, Daryl. Você devia fazer o mesmo.

Ele se levantou devagar, ficando a poucos passos dela, o olhar intenso e pesado.

— Não parece que você seguiu. — Ele apontou, sua voz carregada de algo mais profundo, quase um desafio.

Maria desviou o olhar, segurando as lágrimas que ameaçavam cair novamente.

— Por favor, Daryl... não faz isso.

Ele hesitou por um momento, como se estivesse decidindo se deveria recuar. Mas em vez disso, deu um passo para trás, os olhos ainda fixos nela.

— Não vou a lugar nenhum.

Maria ficou ali, assistindo enquanto ele se afastava lentamente, mas a dor em seu peito era quase insuportável. Ela sabia que aquilo estava longe de acabar.

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