Capítulo 7

Esconde esconde

Marta havia deixado Lya sem janta por conta de correr pela casa e se trancar em uma das salas. O baú com itens da sua família foi guardado em outro lugar, longe de Lya, pela empregada.
Realmente aquela nem parecia sua casa, a garota não poderia comer por simplesmente ter corrido. "Que bela casa e família você tem, Lya!" pensou a loira. E respirou fundo olhando para fora da janela do quarto onde Susana dormiria com Lúcia, ela estava com medo de ir falar com o tio sobre a atitude de Marta, estava com medo de Marta lhe dá um castigo pior.

— Ei.– Pedro abriu a porta com as mãos atrás das costas.

Lya o olhou meio séria, o desânimo da garota era notado de longe.
Ele entrou no quarto meio desconfiado.

— O que tem aí?– A menina perguntou tentando olhar, se mexia de um lado para o outro mas não conseguiu ver nada.

— Quando você falava daqui parecia ser um lugar incrível.– Pedro se encostou na parede a olhando — Mas, seu tio nem sequer quis te receber e Marta te proibiu de jantar... Não foi a melhor primeira impressão.

— Era diferente.– Lya voltou a olhar pela janela lembrando das vezes que ela e o tio brincaram juntos no enorme quintal.— Tudo aqui parece bagunçado de alguma forma.

Pedro se aproximou dela, ficando a pouco centímetros de suas costas.

— Só quero que saiba que lá.. Em Londres também somos uma família. Então não se sinta mal por, sabe.... É..

— Eu sei.– Lya interrompeu o garoto com um sorriso, o reflexo dos dois era visto na janela. E Lya olhou bem para o Pedro do reflexo.

O sorriso dele sem mostrar os dentes, fazia o parecer feliz de verdade após a garota dizer que sabia e ele realmente estava; a segurança e felicidade de Lya era importante para ele. Saber que Lya entendia que ela fazia parte de sua família o aliviava.
Lya virou olhando o rosto do menino que ainda sorria para ela e depois desviou o olhar meio sem graça.

— Ela tirou seu baú. Mas consegui pegar isso antes.– ele entregou a foto da família de Lya com ela recém nascida no colo da avó. Lya pegou a foto meio surpresa enquanto seus olhos encheram de lágrimas, ela encarava o rapaz e voltou a olhar a foto; ela fez isso varias vezes.— Agora aprenda com sua avó, não tenha medo.

— Não estou com medo.– Ela engoliu o choro e pegou o rádio velho do quarto para ouvir as notícias.— Só estou..

— Chateada.– Disse Susana entrando pela porta com Lúcia.

— É, ISSO!– Lya agradeceu mentalmente por não ter que confessar o medo. Em seguida entregou o rádio para Pedro que começou a sintoniza-lo. E depois a loira encarou Lúcia.— Deixa, eu a coloco para dormir, desde a noite do bombardei não a coloco na cama.

Lya foi até Lúcia, ajudando a pequena subir na cama e começando a cobri-la.
Susana sorrio para elas vendo o quanto Lya estava crescendo e ficando mais responsável.

— Consegui ligar.– Pedro falou animado vendo o rádio, e o colocou na bancada novamente e olhou para janela esperando as notícias.

— Os alemãs conduziram enumeros ataques a Grã-bretanha ontem a noite.– O lucutor do rádio falou e Lya encarou Susana um pouco assustada com a notícia.

Pedro encarava o lado de fora da janela triste, ele já esperava por notícias ruins enquanto rezava para a mãe está bem.

— O ataque que durou várias horas...– Antes que terminassem de ouvir a notícia, Susana desligou o rádio e Pedro a olhou tentando se manter firme. Eles sabiam que ouvir sobre aquilo com Lúcia no quarto não seria bom

— É hora de dormi, Lu.– disse Lya depositando um beijo na testa da garotinha com sardas, e ficando ajoelhada no chão com a cabeça na cama a olhando.

Pedro se sentou na cama olhando a irmã e Susana fez o mesmo.

— Os lençóis pinicam!– A pequena resmugou, era claro que os lençóis de Londres eram melhores que os de lá, fora que muitos móveis da mansão eram antigos imaginem os lençóis...

— Guerras não duram para sempre, Lúcia.– Susana falou com um sorriso confortando a irmã, e Lya sorriu porque sabia que logo os 4 irmãos estariam em casa novamente.— voltaremos logo.

Pedro olhou para Susana achando suas palavras sábias. Mas a pequena Lúcia ainda parecia desconfortável e com saudades da mãe a pondo para dormi.

— É...– Edmundo entrou pela porta do quarto vestindo um roupão verde e por debaixo seu pijama, aparentemente ele estava ouvindo a conversa atrás da porta.— Se a casa ainda estiver lá.

— Não é hora de ir para cama?– Susana olhou feio para Edmundo.

— Sim, mamãe!– Edmundo falou sarcástico e Pedro se segurou para não repreende-lo na frente de Lu.

— Ela é uma criança, não deveria ser tão pessimista na frente dela!– Lya se levantou e lamentou com a cabeça olhando o moreno.

— Desculpa, mamãe!– Ed falou novamente ainda mais sarcástico.

— Ed!– Pedro dessa vez não se segurou, deu um grito, olhou com a testa marcada de raiva para o irmão, que fez bico e desviou o olhar para o chão.

— Você viu lá fora?– Lya tentou acalmar a tensão do lugar e olhou para Lúcia que parecia ainda mais com saudades de casa agora, a menina a encarou com um olhar esperançoso.

— Esse lugar é enorme!– Pedro falou animado entrando no teatrinho de Lya para animar Lu.— Podemos fazer tudo aqui! Amanhã vai ser ótimo!

— Não acredita na gente?– Perguntou Lya fazendo bico enquanto Lu parecia ainda está confusa sobre.— Iremos fazer o seu dia ser bom amanhã, é verdade... Não é Pedro?

— É verdade.– Pedro deu mais um de seus pequenos sorrisos e Lúcia retribuiu acreditando na palavra do irmão e de Lya.

•| ⊱✿⊰ |•

O barulho da chuva e dos trovões era um verdadeiro incomodo para as crianças; elas haviam planejado um dia tão legal para Lúcia, Lya está empolgada para mostrar o grande quintal da mansão do senhor Kirke.
Mas agora, tudo havia dado errado! Chuvia desde quando os Pevensie e Plummer acordara.

— Cárdio... vascular– Susana leu em seu livro, e Lya revirou os olhos, a brincadeira de Susana era basicamente estudar palavras estranhas.

A loira estava sentada no chão, ao lado de Edmundo que estava deitado debaixo de uma cadeira mexendo no pé dela. Pedro achava-se no sofá ao lado de Susana que segurava um livro gigantes, já Lúcia no pequeno sofá próximo a janela vendo a chuva cair.

— Vai Pedro!– Disse Susana esperando ver se o irmão sabia o significado da palavra — Cárdio vascular!

— Isso é latim?– Perguntou o irmão mais velho entediado.

— É!– Respondeu Susana

— É latim?– Edmundo saiu de debaixo da cadeira e levantou a sobrancelha encarando Lya.

— Pro pior jogo já inventando.– Ele e a loira falaram juntos e bateram a mãos em um high five e Pedro acabou rindo.

Susana fechou o livro meio irritada com a brincadeira.

— Vamos brincar de pique esconde?– Lúcia se aproximou e encarou Pedro com um sorriso inocente e doce de criança.

Pedro ficou encarando Lúcia por segundos

— Mas já estamos nos divertindo abesa aqui!– Ele falou sarcástico e olhou para Susana que fez uma cara de indignação enquanto os outros dois riam.

— Vamos brincar!– Lúcia puxou o braço de Pedro e depois olhou Lya.— ela quer brincar também.

— Eu?– A garota frangiu a testa, ela achava pique esconde tão infantil...

Edmundo revirou os olhos e ficou olhando para Lúcia.

— Porfavozinho...– pediu a pequena.

Pedro ficou em silêncio enquanto todos olhavam para ele esperando a resposta, que obviamente seria um não.

— 1....– Pedro falou e sorrio, mas ninguém entendeu nada.— 2...— Lúcia sorrio percebendo que o irmão já estava brincando

Ele começou a contar rapidamente, Lya se levantou confusa.

— O que?!– Edmundo falou alto

Susana se levantou revirando os olhos e começou a correr pelo lado esquerdo, Edmundo foi para a sala a frente seguindo os passos de Lya quem mais conhecia a casa.
Lucia ficou perdida entre os corredores e foi parar perto do suguao onde subiu pelo lado direito da escada que dava próximo a Sala onde Lya tentava se enfiar debaixo de uma poltrona e Edmundo de uma mesa. Eles fizeram vários caminhos, sobe, descer, sobe, vira, esquerda, desce, direita, sobe ERAM TANTOS LUGARES PARA SE ESCONDE que nem notaram que todos corredores era interligados de alguma forma

— 24...25...26– Pedro continuava a contagem

Susana encontrou uma pequena escada qual subiu, a frente viu um baú velho próximo ao quarto do professor Digory e não hesitou em se esconder uma vez que viu que cabia perfeitamente lá.

Edmundo subiu uma das escadas e acabou encontrando Lúcia pelo caminho, Lya que agora vinha do corredor oposto deu de cara com os dois
E logo deu meia volta entrando em uma das portas do outro corredor
Lucia tentou se esconder atrás de uma cortina gigante mais Edmundo a empurrou e entrou primeiro

— Eu cheguei primeiro!– Ele Resmugou e se fechou atrás da cortina

Lúcia bufou de raiva e saiu correndo fazendo o mesmo trageto de Lya tentou entrar em uma sala mas estava fechada e então acabou entrando na sala aonde Lya estava.
Ela encontrou a loira parada olhando apreensiva para um móvel coberto.
Lucia olhou maravilhada para o lençol cobrindo o grande móvel e fechou a porta devagar.
A sala era mofada e todas janelas estavam bem fechadas e pareciam que estavam assim a um bom tempo! as meninas escutaram um barulho de mosca e olharam para um bichinho parado próximo a janela voando, como ele poderia ter entrado lá com todo comado fechado? Lya supôs que havia vindo de dentro das paredes velha da casa.
Lucia se aproximou do lençol um passo de casa vez, ela parecia encantada.
Lya ainda olhava para o móvel meio distante, vendo Lúcia com seu casaco verde e laço vermelho colocando a mão na ponta do pedaço de pano gigante. Ela o puxou para o lado até ele cair lentamente no chão, fazendo grandes ondas e poeira voar.
Lúcia sorriu vendo seu novo esconderijo, o grande guarda roupa, marrom, com cheiro bom diferente do resto da sala e em conservação! nenhum arranhão, nenhum pozinho mesmo depois de o lençol ter jogado pó para todo lado.
Lucia virou a maçaneta e abriu o armário, pequenas bolinhas brancas saíram dele enquanto isso Pedro já estava no número 74 e Lya estava olhando estranho para o guarda roupa, ele a trazia um sentimento difícil de entender, mas era só coisa da infância...

— Há, espaço para nos duas, Lya!– Lúcia falou animada

Lya respirou fundo

— Acho que tem espaço para muita coisa aí...– ela brincou por conta do armário está cheio de casacos grandes, ela se aproximou e assim as duas entraram no grande guarda roupa.

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