Capítulo 6

Lembranças dolorosas

- Bo-bom mais isso não importa!- Edmundo gaguejou um pouco e voltou a fazer sua cara emburrada.

Lya apesar disso, ainda olhava para o menino com um sorriso.

- LYA!- gritou marta saindo de uma das portas dessa vez sem seu casaco e chapéu.- guarde esse retrato, se ele acabar caindo eu ir...

- ira me castigar..- Lya completou a frase e suspirou.- eu sei, estava indo agora mesmo colocá-lo em seu lugar.

A menina colocou a foto na bancada novamente e se juntou aos Pevensie que estavam parados no meio do tapete com certo medo de Marta.

- O professor Kirke não está acostumado a ter crianças em casa.- Marta subiu o primeiro degrau das escadas e olhou para as crianças.

- Mas Lya morou aqu....

- Não me interrompa.- Marta não deixou Susana termina a fala e continuou.- Por tanto existe regras a serem seguidas.

Ela voltou a subir as escadas, agora sem seu chapéu, era nítido ver seu cabelo de cor clara e olhos quase verdes. Marta não era uma mulher feia, só ranzinza pensou as crianças vendo o rosto bem estruturado apesar de enrugado.
Eles começaram a subir as escadas devagar, um degrau após o outro.

- É proíbido gritar- a mulher falou e encarou Susana, que apenas devolveu o olhar.- Correr.- desta vez encarou Edmundo.- nada de ficar brincando no elevador manual!

Ela deu uma olhadela para Lya, já que quando pequena a menina quebrou muitas vezes o elevador por ficar brincando lá. Lya sorriu sem graça se lembrando disso.
Eles chegaram no meio das escadas, qual oferecia dois lados para ir. Dona Marta começou a subir o direito, enquanto Susana encarava uma das estátuas paradas no meio da escada e aproximou o dedo para toca-la

- Não!- Dona Marta gritou se virando, e Susana afastou a mão com o susto.- não toque nos artefatos históricos.

Pedro e Edmundo seguraram a risada, enquanto Lya apenas abaixou a cabeça a balançando.

- Acho que a senhora acabou de quebrar uma regra.- A loirinha murmurou levantando o rosto.

- O que?- Marta frangiu a testa.

- Não grite.- Lya falou sarcástica e a mulher bufou dando as costas.

Edmundo soltou uma risada baixa e Pedro colou a mão na boca para não rir, enquanto Susana e Lúcia subiram atrás da moça.

- Há!- a mulher parou novamente no final das escadas logo a frente da porta do escritório do Kirke e olhou diretamente para Lya.- Mais uma regra. Acima de tudo, vocês nunca devem incomodar o Professor.

- O que?- Lya se indignou e subiu as escadas se aproximando da mulher que agora andava para os dormitórios.- Então eu não posso ver meu tio?

A mulher a ignorou enquanto Lya fazia perguntas como: "Porque não posso vê-lo?", "Ele não sentiu minha falta?", "Ele está bem?", "Me deixe vê-lo!"
Lucia ficou parada um tempo na porta do escritório de Kirke, tempo suficiente pra perceber uma sombra andando no lado de dentro.
Após terem seus dormitórios apresentados, a divisão foi; Susana e Lúcia em um quarto. Pedro e Edmundo no outro, e Lya em seu antigo quarto, qual ela teria somente para ela novamente.

A menina se sentou na cama um pouco empoerada o que a fez tossir, em seguida puxou os lenços os jogando no chão.

- Por Deus! Quanto tempo faz que não limpam esse cômodo.- ela tossio sentindo o pó vim em sua cara.

Trocou os lençóis após limpar o colchão da cama e respirou fundo. Ela estava em casa, o cheiro de seu quarto apesar de está mofado agora era quase como o mesmo, a cama macia, o piso ainda dá cor branca e as paredes azuis com algumas marcas de água, mas ainda era seu quarto antigo. Ela olhou para debaixou de sua estante e viu um pequeno baú.

- Mamãe..- ela correu até o baú o puxando com dificuldade para fora. Como ela havia se esquecido do baú? Era a primeira coisa que ela gostaria de ver depois do tio quando chegasse aqui.

Ela fez força tentando puxar o baú mas em mais uma tentativa falha, um barulho ecuou detrás da estante e ela começou a cair para frente. Lya se agaixou e fechou os olhos com medo, mas nada caiu sobre ela e ela ficou um pouco confusa.

- l....levanta, rápido!- uma voz foi ouvida, uma voz tremo-la de quem segurava a respiração e fazia força. Era Edmundo.

Lya abriu os olhos e viu o garoto segurando a instante com dificuldade, ela se levantou o mais rápido que pode. E o ajudo com aquele pedaço de madeira velho, o levantando voltando a encosta-lo na parede.

- O que você estava tentando fazer?- Edmundo perguntou levantando as sombrancelhas e visivelmente cansando, os braços dele havia ficado marcado.

- O baú.- Ela apontou para o baú que havia voltado a ficar debaixo da estante velha.- tem coisas da minha família nela.

Edmundo olhou para o baú e em seguida os dois ficaram em silêncio. A menina se perguntava o que o amigo veio fazer em seu quarto; Ela era agradecida pela ajuda, mas o que ele queria lá?
Ela apenas balançou a cabeça deixando esse pensamento de lado e voltou a encarar o braço do menino um pouco arranhado e inchado.

- Dói?- Ela perguntou estendendo a mão para ele dar o braço.

- O que?- ele ficou confuso até finalmente olhar para seu braço e ver o machucado fazendo uma cara de dor.- Não doia, mas agora que você falou.... Um pouco

Ela balançou a mão novamente e ele esticou o braço para ela. A menina segurou com delicadeza.

- O que estão fazendo?- Perguntou Pedro entrando no quarto olhando confuso para o irmão e a garota.

-Não te interessa!- Resmugou Ed.

- Ele machucou o braço!- A menina respondeu e Pedro fez negativo com a cabeça, lamentando.

- O que houve?- O loiro pareceu um pouco despreocupado com o irmão dessa vez.

- Tentei tirar o baú que está debaixo dessa instante velha. Mas ela caiu... E Edmundo tentou segura-la e...

- Já entendi.- Pedro interrompeu a Loira, e se agaixou puxando o baú para fora com facilidade.- Diz se não sou seu herói.

- Pedro!- Os olhos de Lya brilharam ela soltou o braço de Ed, se abaixou segurando o baú forte.

- Herói?- Edmundo falou indignado- Não foi você que se machucou para não deixar essa estante velha cair em cima dela!

Os dois começaram a brigar com palavras enquanto a garota abriu o baú e sentou-se no chão; seus olhos encheram de lágrimas, o coração acelerou e suas mãos começaram a suar.
A menina não conseguiu segurar o choro, ela olhava para aquelas roupas, colares da mãe e fotografias da família logo a cena do acidente veio em sua mente. Ela soltou um grito e abaixou a cabeça, fazendo os meninos pararem de brigar e a olharem assustados.

Susana e Lúcia correram até o quarto da menina e viram a situação.

- É o baú da família Plummer?- perguntou Susana.

- Sim.- Edmundo respondeu por ela.

Pedro se agaixou ao lado da amiga, e colocou seu braço ao redor dela. Edmundo revirou os olhos e se sentou na cama esperando para ver o que havia dentro do baú. Susana e Lúcia se sentaram ao lado contrário do baú.

- Sente falta deles, não é?- Susana perguntou meio triste.- Sabemos como se sente, é quase como ficamos em relação ao nosso pai e mãe...

Lúcia correu para o outro lado de Lya e a abraçou, Edmundo abaixou a cabeça por lembrar do pai que estava na guerra.

- Não é igual Susana.- Lya limpou as lágrimas e olhou para a garota de olhos azuis.- Seu pai ainda está vivo e a tia Helen também.

Ela se soltou de Lúcia e empurrou Pedro voltando a encarar o baú. As outras 4 crianças olhavam surpresos pelas palavras de Lya, eles não sabiam como consolar a loira.
A menina pegou uma das fotos, e sorrio. Era a mãe, Cassie, o pai Martell Plummer com a garota recém nascida no braço da vó, aliás aquela foto foi dada por Polly para a menina. Ela virou a foto vendo um pequeno texto e respirou fundo limpando as lágrimas

- "Te amaremos incondicionalmente
Não tenha medo nunca, pequena princesa.
Saiba que você é totalmente digna, sempre soubemos.
Eu te amo ~ com amor Polly."- Lya leu a carta e sorriu para Pedro que estava ao seu lado.

O garoto voltou a abraça-la.

- Podemos olhar?- Lúcia falou meio curiosa vendo o tanto de coisa dentro do baú.

- Claro, Lu.- Disse a menina carinhosamente colocando Lúcia em seu colo.

eles começaram a pegar as coisas do baú, Edmundo olhava tudo de longe mas parecia se divertir também.
Susana experimentava as jóias de Cassie, fazendo todos rirem. Lucia brincava com os pequenos ursinhos que era de Lya quando bebê.
E Pedro via as fotos animado

- O que é isso?- perguntou Edmundo se aproximando do baú e pegando a foto lá do fundo.

Lya olhou para a foto, era um guarda roupa. A menina sentiu uma pontada em seu coração.

- O guarda roupa da sala vazia...- ela sussurou tentando se lembrar de algo

Ela se levantou pegando a foto, seu coração estava ardendo. Ela começou a correr para fora do quarto entrando de corredor a corredor uma voz ecoava em sua cabeça dizendo "onde tudo começou", e as crianças a seguiram. sua cabeça doía, ela tentava lembrar de algo mas sua memória estava falhando. Ela entrou em uma sala cansada de correr e a trancou ficou encarando a porta e respirando com dificuldade. Seu coração havia parado de arder, mas a cabeça ainda não mostrava melhora. Como ela lembraria de algo que ela mesmo se deixou esquecer?
A menina se virou, olhando para a sala qual havia entrado logo viu um cômodo vazio e no fim dele um grande pano cobrindo algo grande, só podia ser o guarda roupa.
Os olhos azuis claros brilharam e um sentimento doloroso mais bom a tomou por completo, não tenha medo! Não tenha medo, foi o que Polly escreveu atrás da foto.
Lya virou a foto do guarda roupa para ver se havia algo escrito enquanto se aproximava dele. Ela estava mesmo na sala qual a foto foi tirada.

- "ade tdo comeou".- As palavra parecia ter sido escrito por uma criança, Lya não entendeu muito bem.

Logo puxou o grande lençol vendo o guarda roupa velho, era onde o tio guardava os casacos de frio, ela se lembrava daquele guarda roupa e se lembrou da falta que ele lhe fez, mas porque? O que ele tinha de tão especial?

Ela segurou a maçaneta e começou abri-lo devagar, o coração palpitou tão forte, um vento gelido foi soprado em seu rosto, Lya se perguntava como isso era possível? Vento gelado vindo de um guarda roupa?

- Lya Plummer!- Marta gritou batendo na porta, e Lya soltou a maçaneta fazendo a porta se fechar por completo novamente.

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