Capítulo 4

Lá e de volta outra vez

Pedro abriu a porta de uma das cabines, e pegou a mala de Lúcia colocando-a no bagageiro, em seguida a dele, de Lya e Susana.
Quando foi pegar a de Edmundo, o garotinho a puxou da mão de Pedro mostrando não precisar da ajuda do irmão.
Pedro suspirou, e esperou que todos sentassem. Edmundo ficou no canto perto da janela, e colocou a mala ao seu lado no banco, Lúcia sentou-se ao lado da maleta, e Susana perto da porta. Edmundo estava tentando ficar afastados dos próprios irmãos, e isso era estupidez na visão de Lya.
A loira se sentou no banco oposto, no canto próximo a janela também e Pedro sentou-se ao seu lado. Edmundo colocou a mão em seu rosto e ficou observando a viagem, Lya fez o mesmo; olhar a paisagem estava diminuindo sua ansiedade. Pedro deitou-se no banco enquanto fazia piadas para Lúcia rir
Logo um pequeno caderno caiu de cima do bagageiro no meio das pernas de Edmundo.

- O que é isso?- Lúcia olhou curiosa atraindo o olhar de Pedro e Susana também.

- Eu não sei.- Edmundo abriu o pequeno caderno e suas bochechas ficaram vermelhas enquanto ele segurava para não rir.

Lya que estava distraída com a vista só foi perceber o caderno vermelho com linhas douradas segundos depois, era o caderno dos pensamentos dela.

- Edmundo! Ela puxou o caderno da mão do menino.- Não deveria ler coisas que não é sua.

- O que tinha nele?- Susana falou curiosa olhando para o irmão.

- um monte de baboseira!- Ele provocou Lya

- Pare Edmundo!- Pedro falou autoritário mas Edmundo continuo rindo e caçoando.

- São só...

- Poemas!- Edmundo interrompeu Lya.

- Você escreve?- Susana pareceu surpresa e Lya respirou fundo, ela escrevia quando se sentia mal ou confusa. 

- Podemos ver também?- Pedro olhou para Lya com olhar de cãozinho abandonado.

- Leia pra gente!- Lúcia se animou um pouco.

- Gente, não....- A loira se levantou ficando nas pontas do pé guardando o caderno de volta.- São só baboseiras como disse o Ed.

- Mas são bons!- Edmundo falou um pouco alto e Lya corou, o menino difícilmente elogiava algo. Os irmãos o olharam surpresos.- mas parece coisa de gente enfeitiçada.

- Efetiçada?- Lúcia o olhou confusa.

- É, sabe, apaixonada.- Edmundo respondeu e depois desviou o olhar de Lya, parecia envergonhado.

- Esta apaixonada?- Pedro perguntou dessa vez deitado com a cabeça no colo de Lya, estava se interessando pelo assunto.

- O que?!- a menina arregalou os olhos.

- por quem?- Susana perguntou também interessada no assunto.- deveria ter me contado!

- Não estou apaixonada.- A menina resmugou e empurrou Pedro do seu colo, logo voltou a olhar para a janela irritada.

E foi assim pelo resto da viagem, Lya odiava se deixar provocar por Edmundo. Mas as vezes ela perdia a paciência... "Apaixonada? Por quem eu estaria apaixonada? Pelo próprio Edmundo? Há! Melhor e que tal pelo Pedro?" a menina pensava, e logo começou a balançar a cabeça como estaria pensando coisas assim?
Ela tentou se acalmar tanto que nem percebeu que pouco a pouco pegava no sono.

•| ⊱✿⊰ |•

A tempestade de neve parecia que piorava, e no meio de toda aquela neve havia uma garotinha, uma pequena menina com seus 6 anos de idade pele tão branca como a neve, olhos tão azuis quanto o atlântico, cabelo loiro tão clarinho que se camuflavava na pele da garota, ela usava uma trança bem amarrada com 2 laços um rosa e outro azul claro. Ela finalmente tinha chegado ao lampião que estava com a luz acesa como de costume, mal sabia a menina, que aquela seria sua última viagem para aquele lugar de sonhos que a enchia de alegria.
A pequena andava um pouco distraída pelo meio da neve, parecia que havia esquecido a promessa qua a feiticeira branca haverá de ter prometido, mata-la se a visse mais uma vez vagando pelo seu reino.

— Princesa!– um grito baixo foi dado a menina nem sequer teve tempo de se virar, pois havai sido derrubado por algo mais pesado e caiu de cara na neve.

A menina sorria enquanto sentia algo quentinho rolar por cima de suas costas, era o senhor raposo.

— Sr raposo!– a menina falou animada se virando e dando de cara com a bela raposa, ele havia uma cor tão bonita! Um tom de laranja claro, com a cauda mais escura e a ponta dela preta. Seus olhos era amarelados, ele era pequeno diferente das demais raposas que a menina já havia visto, talvez por ser jovem ainda.

— Princesa, não deveria está aqui!– Disse o raposo saíndo de cima da menina e a puxando pela toca de seu casaco— Aqueles castores não irão acreditar nisso!

— eu sei andar, senhor raposo!– Ela tentou se soltar dos dentes afiados do amigo.

O raposo riu amigavelmente e a soltou, todos do reino ficavam afastados daquela raposa, e Lya nunca entendeu o porque; até mesmo porque nunca foi avisada de como raposas eram traiçoeiras e mentirosas. O senhor raposo apesar disso, não parecia se sentir tão solitário, mas sempre se alegrará mais quando via a jovem. Ela o seguiu cuidadosamente enquanto a raposa andava a sua frente rumo ao dique dos castores

— O senhor Aslam, voltou a aparecer para você?– Perguntou o raposo, afinal, desde a última vinda da garotinha a narnia já havia se passado anos, embora, para a humana parecia que só havia passado semanas, a pequena demorou a entender que o tempo passava diferente entre os dois mundos

A última vez que tiveram informações do grandioso leão havia sido com ela.

— O pai Aslam!– Ela sorrio ao lembrar do leão, "pai" era assim que ela aprendeu a chama-lo. logo fechou a cara meio borocoxô.— Não o vi mais.

— Nem o sente mais?– O raposo perguntou mais uma vez lembrando da graça de Aslam que rodeava a menina.

— Nem um pouco.– Ela suspirou.— Mas tenho esperança que ele ainda voltará, ele aparecerá!

— Esperança...– O espertalhão repetiu parando de andar já em frente ao dique dos castores e olhou para a loirinha, seus olhos brilharam.— Você trás esperança para esse mundo.

Sim, a princesa levava esperança para toda narnia. Ela era uma filha de Eva, uma das, estava na profecia sobre ela. E talvez, quando os 2 filhos de Adão e as 2 de Eva estivessem juntos em narnia, aquele mundo estaria a salvo.

— O que quer dizer com isso?– A princesa não o compreendeu e ele deu um sorriso balançando a cabeça para a menina esquecer.

— Você irá descobrir muito ainda, jovem princesa.– O raposo murmurou, ele sabia que uma criança não entenderia o que tudo isso significava e deu as costas.— agora a deixo aqui, tenho que retira-me.

— Espere, senhor raposo.– A menina andou até ele e se ajoelhou em sua frente, o pequeno raposo a olhou novamente. — Fique com isso...

A menina soltou uma das fitas que amarrava as tranças em seu cabelo, e esticou a mão para o raposo. O animal pareceu desconfiado, mas colocou sua pata por cima da mão da humana. A menina amarrou a pequena fita azul em sua pata, e os dois se olharam.

— Princesa...– O raposo olhava confusa para a própria pata, era um presente da verdadeira rainha de narnia, como o raposo poderia agradecer.

— Você é o meu melhor amigo, senhor raposo. Por favor, não se esqueça de mim..– A menina o abraçou.

E por mais que ele não quisesse ir, sabia que se os castores o vissem o culparia por a menina está de volta a narnia sendo exposta a perigo. Na última vez ela havia se machucado pela rainha por um descuido dele. A raposa sentiu seu coração quente como nunca com o abraço e o presente, ele havia criado um grande afeto pela princesa.

— Princesa, olhe. – Ele se sentou e a menina sentou ao lado dele, ambos olharam para as estrelas quando uma brilhante estrela cadente passava.— Um pedido faça um pedido!

— Desejo que Aslam volte!– pediu a menina determinada

— que seja feito o desejo de vossa majestade! Aslam voltará!– O raposo riu divertindo-se enquanto desejava que o pedido da garota se torna-se real. Em seguida seu sorriso sumiu e e voltou a dar as costas para pequena.— Até logo.

— Nós veremos logo!– a menina acenou para a raposa até ele sumir entre as árvores.

E enfim tocou na porta do dique ainda em construção da família de castores.
O castor macho foi o primeiro a aparecer e logo caiu para trás assustado vendo a menina, só podia está sonhando.

— Por Aslam!– ele gritou— É a princesa, mãe!

"Mãe" era uma forma carinhosa que ele se direcionava a esposa.

—Princesa??– A castora correu até a porta e ficou boquiaberta.— Princesa...— ela abraçou a menina com tanto amor

- Porque algo parece tão diferente aqui?- Ela perguntou olhando ao redor e olhando o casal de castores.

- Já faz alguns anos que você não aparece.- A castora respondeu.— Estamos casados a quase 10 anos!

- Mas quando eu cheguei aqui, vocês ainda estavam noivando!- a menina balançou a cabeça como se não estivesse acreditando no ocorrido.- eu perdi a festa?

Os castores riram enquanto a pequena se sentia confusa.

-Venha, vamos ver Tumnus!- A castora começou a andar e a menina a seguiu, seu marido que fechou a porta do dique vinha logo atrás.

- Meu bem, não acha que deveríamos a levar de volta para o lampião?- O castor perguntou ainda aprensivo.

- Mas eu acabei de chegar!- A jovem reclamou baixinho.- Não gostam mais de mim?

- Não é isso, princesa!- O castor se corrigiu.- Mas temos novas regras de Jadis..

- Não tenho medo de, Jadis, aquela velha caduca.- a menina continuou andando atrás da senhora castora.

- Iremos apenas tomar um chá com ele e depois quero que você vá direto para o lampião.- a srt pediu e olhou para a princesa, a menina afirmou com a cabeça.

A senhora Castor tocou na porta, e logo ela foi aberta por Tumnus, por Aslam! Pensou a pequena vendo o fauno, ele estava barbado, havia envelhecido em questão de algumas semanas; a última vez que tinha o visto era apenas um adolescente bobo.

- Princesa?- O fauno se aproximou a abraçando.

- Sua barba pinica!- Ela falou rindo sentindo cócegas em seu pescoço, O fauno se afastou com um sorriso.

— Você não deveria está aqui.– ele falou tentando entender a situação.

- Foi o que eu pensei!- o senhor castor respondeu e fez uma cara de lamentação.

- Só alguns minutos!- A castora fêmea olhou Tumnus com um olhar triste, ela sentia falta da menina.- Vamos ficar só alguns minutinhos com ela.

Tumnus parecia cogitativo sobre a idéia, mas viu a cara da menina e logo aceitou. Eles entraram e Tumnus foi preparar o chá quente com gosto de
alegria que a menina adorava.

- Princesa nós prometa que depois de hoje não voltará a Nárnia - A srt castora segurava a mão da menina.- É perigoso para você.

—Queremos sua segurança!- O Sr castor completou.

Eles pareciam realmente preocupados com ela, a menina não entendia exatamente o que eles queriam dizer com aquilo tudo. Ela sempre pensou que Aslam a protegia, então como ela estaria em perigo?

- Mas Asl..

- Não tem "mas", princesa...- Tumnus a interrompeu colocando uma xícara de chá na mesa.- Tem que prometer para a segurança de todos nós.

- Vocês se encrencaram se eu voltar?—Ela perguntou tomando um gole do
chá, ela ficava triste só de pensar que não poderia voltar ao lugar que tanto amava.

- Sim..- Tumnus respondeu com um olhar triste e os castores abaixaram a cabeça. Os três sabiam que a princesa estaria a salva das mãos de Jadis se estivesse longe, eles não queriam que ela se ferisse como aconteceu na última vez.

- Não irei voltar mais.- a loirinha respondeu e logo terminou de tomar seu chá minutos depois dizendo:— Voltarei só quando Aslam voltar também!

- Aslam não voltou até agora, duvido que ele volte algum dia..- O senhor castor murmurou triste.

- Ele irá voltar. Enquanto tivemos fé e acreditamos nisso, ele irá voltar!- Era sábias palavras para uma criança. A castora deu um pequeno sorriso; sua menininha estava crescendo.

A srt castor, conhecia a pequena princesa desde seus 4 anos de idade; assim que a menina acabara de
virar órfã.
A garotinha costumava visitar narnia para tomar chá com eles e brincar; mas isso era quando a pequena ainda era protegida pela graça de Aslam, Depois que ele sumiu Jadis prometeu matar a criança.
Mas voltando ao assunto da srt castora, ela via a menina como sua filha humana. E era ainda mais difícil
para ela saber que não veria a sua princesa voltar para narnia, já não a via a 10 anos e logo seria para sempre.
Tumnus respirou fundo, como ele queria acreditar nas palavras de Lya, queria que Aslam voltasse tanto quanto a menina.
A menina e Tumnus não tiveram muito tempo para conversarem, ele nem sequer pode tocar suas músicas para ela, foram tão poucos minutos até ela ser levada ao lampião e deixada pelo castor.
Ela não queria ir para casa, narnia era sua casa agora... Na casa do tio Digory era um tanto quanto solitário, apenas havia o tio que saia de seu escritório tão poucas vezes para vê-la(eram momentos únicos, mas não ocorriam com frequênciae) e Marta a criada rigorosa.

— Não quero ficar sozinha...– A menina falou perto do lampião e uma lágrima escorreu de seus olhos.

— Você nunca estará sozinha.- A voz de Aslam resoou em seu ouvido. Ela se virou vendo o leão, era ele mesmo, era Aslam! No reflexo de seus grandes olhos castanhos, Lya se viu, não mais aquela criança. Agora com a idade que tinha, ela não entendia, estava sonhando novamente?

Ainda confunsa ela abraçou o leão, os pelos macios de seu rosto grande faziam massagem no rosto da garota.

- Você está de volta pai..- Ela falou baixinho se soltando do grande leão, mas ainda sim com sua mão acariciava o rosto dele.

- Ainda não, filha de Eva.- Ele respondeu e a menina tirou a mão de seu rosto confusa.

- E como irei voltar para Nárnia sem você nela?– A garota perguntou ainda sentindo lágrimas caírem de seus olhos com medo de ficar sozinha novamente, esse medo sempre a perturbou.

- Você saberá quando for hora de voltar. Eu a chamarei de alguma forma..— Ele respondeu e ela o abraçou novamente, não queria deixá-lo ir.- Agora, acorde filha de Eva.

Lya abriu os olhos assustada com o sonho, sua respiração ficou ofegante. Ela estáva encostada com a cabeça no ombro de Pedro, ele estava um pouco surpreso com a reação da garota ao acordar. Eles haviam chegado na sua parada.
Lya se levantou ainda meio desnorteada, porque ela sonhava com esse leão, com esse lugar?
Ela respirou fundo e lembrou que logo esqueceria o sonho, como esqueceu o que tivera na noite do bombardei e só sobrariam fragmentos dele, quais ela sabia que não a incomodaria pois não pareceria real como estava parecendo agora.

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