Capítulo 17
Crianças não sabem a hora
de para de fingir.
— Tudo bem.... Só pode ser imaginação de vocês.– Lúcia falou meio sarcástica com um sorrisinho, e isso fez Lya sorrir um pouco, Lu era tão esperta com tão pouca idade.
Susana e Pedro ficaram meio sem graças por não terem acreditado na menor de primeira, Lya deu uma cutuveladinha de leve no loiro para que ele se desculpa-se.
— Eu... Eu imagino que pedir desculpas não é bastante..– Pedro parecia travado, talvez porque estava surpreso do lugar se verdadeiro ou por não ter confiando o bastante em sua irmã.
— Não... É pouco.– Lúcia estava com os braços para trás e com a cara seria, em seguida pouco a pouco um sorriso apareceu e ela tirou detrás de suas costas uma bola de neve atacando no rosto de Pedro que cambaleou para trás.— Mas isso basta!
As crianças começaram a rir, Pedro fez outra bola de neve e atacou na menina, Lya jogou uma em Susana que fez uma cara de indignação e começou a fazer várias bolas bombardeando a mesma, logo as duas se juntaram para atacar Pedro e Lúcia.
Edmundo olhava tudo meio irritado, em seguida levantou a cabeça vendo as duas colinas, onde Jadis falou que morava.
Susana tentou atacar Lya novamente, numa tentativa falha, pois a loira esquivou o que fez a bola de neve acerta o ombro de Edmundo
— Aí!– Ele Resmugou fazendo cara de dor, Lya revirou os olhos, aquilo nem doía afinal.
— Ela não fez por querer..– Lya falou um pouco irritada com o moreno.
Pedro voltou a jogar algumas bolas de neve na loira, ocasionando mais risadas
— Parem!– Edmundo falou com indignação
Pedro ficou sério, em seguida lembrou-se da noite passada, como um baque o peso da culpa caiu sobre ele. Edmundo havia de ter mentindo sobre o lugar dentro do guarda roupa, fazendo todos acreditarem nele e não em Lúcia.
— Seu mentiroso!– Pedro falou alto inclinando a cabeça.
— Você também não acreditou!– Edmundo debateu franzindo a testa. E em seguida olhou para Lya que estava atrás do mais velho, parecendo concorda com tudo que ele dizia, e isso deixou Ed bravo.— Lya também sabia, e não disse nada a vocês!
Pedro se virou devagar para a garota, Lya engoliu o seco e percebeu Susana a olhar com decepção também. Seria difícil explicar a eles o motivo disso, ela tinha medo de contar sobre ser a princesa, sobre a raposa, sobre Jadis, Aslam... Era uma história muito grande.
— Não é exatamente assim!– Lya se defendeu.
— Você sabia que era verdade?– Perguntou Pedro sentindo a confiança que tinha na melhor amiga se quebrar
— Já veio aqui dentro?– Susana perguntou triste de saber que a amiga havia de ter mentindo.
— Não! Não!– Lúcia entrou no meio.— Edmundo não sabe o que está dizendo!
— Eu já vim aqui várias vezes..– Disse a loira e Lúcia fez um olhar preocupado, Lya não deveria contar sobre ser a princesa, não naquele lugar.— Desde pequenas. As histórias que contei a vocês quando cheguei em Londres, todas, se passaram bem aqui. Se lembram?
— Achávamos que você dizia aquilo por ser muito sozinha na casa do interior...– Susana sentiu um aperto no coração por também ter duvidado de Lya.
— Narnia...– Pedro falou um pouco confuso lembrando das histórias de Lya quando menor.— Eu não me lembrava o nome do seu lugar das maravilhas, mas era esse. Era aqui..
— Sim, Pedro.– Lya sorriu um pouco chateada.— Não me lembrava exatamente desse lugar, era como se minha mente houvesse apagado ele. Mas acabei entrando com Lúcia aqui, e Tumnus....
— Ele pediu para que não contassemos a ninguém sobre Lya já ter estado aqui.– Completou Lúcia
— Porque?– Perguntou Edmundo se intrometendo na conversa.
— Não deveria nem se intrometer nessa conversa! Deveria pedir desculpas a Lúcia.– Pedro ordenou irritado.— PEÇA DESCULPAS A LÚCIA
Lúcia olhou para Edmundo meio séria, ela gostaria de receber as desculpas dele. Mas sabia o quão difícil era o garoto, e sabia também, que sua desculpa não seria verdadeira.
Lya olhou para Ed também, que a encarou por segundos, os olhos dela pediam para que ele se desculpasse de uma vez para que todos parassem de brigar.
Mas Edmundo apenas ficou encarando Pedro meio sarcástico
— Peça desculpas!– O mais velho gritou indo para cima de Ed, qual ficou um pouco assustado e engoliu o seco
— Peça logo, Ed.– Lya se enfiou no meio dos dois, e encarou novamente o menor.
— Está bem...– Edmundo suspirou e olhou Lúcia por mínimos segundos.— Me desculpe.
Em seguida voltou a olhar para Pedro, agora, Pedro parecia mais calmo e relutante contra a raiva.
E Lya gritava "aleluia" mentalmente, ela não via realmente a hora daqueles dois acabarem se matando algum dia.
— Não tem problema...– Lúcia respondeu e depois sorrio com deboche.— "Algumas crianças não sabem a hora de parar de fingir"– A garota repetiu a fala que ele havia de ter dito na noite passada e Susana segurou um pouco para não rir.
— Engraçadinha.– Sussurou Edmundo se irritando.
Lya encarou o céu, vendo o vento gelido piorar. Seu corpo tremeu, e dos outros fizeram o mesmo
— Melhor a gente voltar!– Disse Susana com frio e certo medo.
— Nós devíamos pelo menos damos uma olhada!– Edmundo apontou para a estrada que levava ao lampião, Lya levantou uma das sobrancelhas não entendendo o porque o garoto, logo esse garoto, Edmundo Pevensie! Havia de querer adentrar narnia. Haverá algo muito errado ali.
— Você? Querendo ir mais além?– A garota não hesitou em perguntar.— EU ACHO QUE ED...
— Acho que Lúcia deve decidir.– Pedro interrompeu Lya, e ela o olhou bufando, logo desviou o olhar para menor, qual estava sorridente e surpresa pelas palavras do irmãos.
— Queria que conhecessem o senhor Tumnus!– Disse a pequena.— Ele iria adorar vocês, não é Lya?
— Sim! Sem dúvidas alguma. E iria explicar a vocês bem melhor a minha história...– Lya mudou sua feição rapidamente ao ouvir o nome do Fauno e sorrio para Pedro.
— Então vamos conhecer o senhor Tumnus!– Pedro falou animado e retribuiu o sorriso.
Em seguida ele entro de volta no armário pegando alguns casacos
— Mas não podemos andar pela neve com essas roupas!– Susana acariciou o próprio braço tentando se aquecer
— Não.– disse Pedro saindo novamente de lá de dentro com as roupas, Lya sorriu vendo atitude de Pedro, amava como ele fazia de tudo para que Lúcia se sentisse bem.— Mas aposto que o tio de Lya não se importa de usarmos os casacos. Ele deu o primeiro casaco a Lúcia, marrom e peludo, a garota se empolgou e começou a vesti-lo.
— Se pensarem logicamente, nem estamos o tirando do guarda roupa...– Lya falou e seus olhos encontraram com os de Pedro, e ele novamente deu um sorriso sem graça para ela. Enquanto Susana suspirou um pouco brava pelo fato de terem que ficar naquele lugar ao receber seu casaco. O da garota era um marrom mais escuro, e menos peludo, mas por dentro era de algodão, iria mantê-la quente.
Edmundo foi o próximo, um casaco cinza com preto. Era bem feminino
— Mas é casaco de menina!– Edmundo se recusou a pegar
— Eu sei!– Pedro falou sarcástico e entregou o casaco novamente para Ed. Em seguida ele se direcionou a Lya— Esse é..
— Não preciso.– Disse Lya empurrando o casaco preto das mãos de Pedro.— Tenho um por aqui...
A menina começou a procurar seu manto verde, dado por Tumnus entre as árvores mas não conseguia o achar.
— Aonde está seu manto?!– Lúcia falou preocupada, também olhando ao redor para encontrar.
— Acho que... Tumnus o pegou de volta.– Sussurou a pequena princesa, meio chateada. E encarou Pedro que esticou o casaco preto para ela novamente.
— Acho que isso pode ser mais quente que um manto.– Falou o loiro e Lya pegou o grande casaco logo o colocando.
As crianças começaram a andar a caminho do enorme lampião, Susana e Pedro pareciam surpresos com a luz no meio do nada. Era difícil não sentir algo especial ao está na frente daquele poste simples, e ninguém entendia bem o porque.
Eles logo voltaram a seguir o caminho para a casa de Tumnus.
— É incrível..– disse Pedro ao lado de Lya, mas a garota estava olhando cada passo de Edmundo, nem havia de ter escutado.— Ei!
— O-oi?– Ela encarou o garoto meio desconfiada.
— Pare de prestar atenção nele.– Disse Pedro revirando os olhos, nem viu que a garota já havia se perdido em pensamentos novamente.— Ele é só uma criança idiota.
— O que disse?– A menina tentou novamente se concentrar em Pedro, mas era difícil, estava preocupada com Edmundo. E se a rainha houvesse de ter o convencido de fazer algo ruim, por Aslam, a garota não aguentaria perde-lo para Jadis, não aguentaria mesmo. Seu coração bateu forte e ela sentiu seus olhos encheram de lágrimas "pare de chorar, isso não vai ocorrer!"
— Lya...– Pedro apoiou as mãos no rosto da garota parando de andar, E os que viam atrás pararam também vendo a cena. Ele percebeu os olhos da loira cheios de lágrimas, e começou a limpa-las.— Não, não chore... Não há motivos..– Ele sussurou aproximando o rosto do dela.
— O que ele está fazendo?!– Edmundo falou sentindo seu estômago arder de raiva e Susana segurou a mão do garoto para que ele não fosse atrapalhar, talvez todos ali, exerto por Lya, já haviam percebido os sentimentos de Pedro.
— Está muito próximo, Pedro.– A garota engoliu o choro e viu o nariz de Pedro encostando no dela, o ar quente vindo da boca do mesmo, já estava dando de se sentir na dela. Ela não gostava da sensação que aquilo lhe passava, sentiu-se ansiosa. E logo Pedro aproximou sua boca da dela ainda mais e ela o empurrou se afastando para trás meio assustada.— O que está tentando fazer?!
— Me desculpa, eu...– Ele engoliu o seco e se pegou pensando no que tentou fazer, ele tentou beija-la? Na frente dos irmãos? "O que está havendo comigo?"" se perguntava Pedro. Edmundo soltou uma risada, e isso constrangeu mais ainda o loiro.— Era uma brincadeira!
— Um jogo novo?– A garota perguntou meio confusa.— Acho que não gostei da sensação que me trouxe..
— Não sentiu nada bom?– O loiro perguntou sentindo seu coração doer.
— Sabe o que é bom?– Lya perguntou sorrindo um pouco e olhando para a descida atrás dele.
— O que?– O menino levantou uma das sobrancelhas ainda meio corado.
— Neve...– Ela falou baixinho e empurrou novamente o garoto que caiu rolando por uma pequena descida de neve que estava atrás dele.
Lucia e Lya riram vendo a cena. Já Susana, ficou um pouco seria ao ver o outro irmão ao seu lado fechando os punhos e suando, estava nervoso.
" Não existe, Edmundo e Lya; reis de narnia, Não mais... Ela é como eles! Apenas serve de serviçal" Edmundo pensava, e mesmo sem chorar acabou se quebrando da mesma forma. Estava com ciúmes, estava irritado, aborrecido, apenas queria ver sua majestades logo; a única qual ele deveria confiar, a única qual nunca o trocaria por Pedro.
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