Epílogo
2 anos depois...
Ansiosa, me estiquei e peguei a caixinha branca que repousava na cômoda ao lado da cama.
Osten grunhiu, protestando contra a minha repentina distância, e me puxou de novo contra seu corpo.
Eu ri.
— Fugindo de mim, minha Alice? — Ele perguntou, beijando um ponto sensível do meu pescoço que já conhecia muito bem.
Me arrepiei por completo.
— Você sabe que eu nunca faria isso, meu amor. — Bati com a caixinha no ombro dele. — Só estava pegando o seu presente.
Ele levantou a cabeça e me encarou sorrindo.
— Meu presente, querida?
Eu assenti e entreguei o objeto para ele, começando a me conter para não estragar a surpresa.
— Abra. — Incentivei.
Osten desfez o laço que prendia a tampa e a retirou. Pegando o par de sapatinhos que estava dentro da caixinha, ele o analisou por um tempo sem entender, até que arregalou os olhos e se voltou para mim.
— Minha Alice, você... — Gaguejou. — você...
— Eu estou grávida, meu Osten. — Declarei e ele se lançou na minha direção, me tomando num beijo apaixonado arrasador.
Eu ri em sua boca e me entreguei, partilhando da sua explosão de alegria.
Osten começou a passar a mão pelo meu corpo e pousou-a em cima da minha barriga. Quando separamos nossos lábios, notei que o sorriso em seu rosto poderia abarcar um mundo inteiro de felicidade.
Sem deixar de me encarar, ele moveu o corpo e baixou sua cabeça ao nível da mão. Seus olhos reluziram quando ele acariciou carinhosamente a minha pele.
— Um filho! — Disse, e uma lágrima rolou por sua face. — Nosso filho, minha Alice!
— Nosso filho, meu Osten! — Repeti sorrindo.
— Ah, meu amor, eu te amo tanto!
— Eu também te amo, meu amor!
Osten enlaçou sua outra mão na minha e beijou ternamente a minha barriga.
— E nós dois te amamos muito, filho. — Sorriu. — Por mais que você ainda não saiba o que é o amor, espero que possa sentir o nosso.
Não consegui conter a emoção ao ouvir aquilo. Simplesmente desabei a chorar, e os hormônios da gravidez me presentearem com um exagero de soluços e lágrimas.
— Há algo errado, minha Alice? — Osten perguntou assustado.
— Não, querido, — Passei minha mão livre por seu rosto. — está tudo maravilhoso.
— Mas você está chorando.
Eu sorri, tentando parar meu escândalo.
— De felicidade, meu amor. — Declarei. — Dizem que as pessoas querem para seus filhos tudo o que não elas tiveram, e você está tornando o meu desejo para o nosso bebê possível, pois será um pai que irá amá-lo todos os dias.
Osten beijou minha barriga novamente, os olhos nos meus.
— Pode ter certeza disso, querida.
Movendo o corpo, ele tornou a deixar nossos rostos um de frente para o outro.
— Vamos ser ótimos pais, minha Alice. — Disse sorrindo e secando minhas lágrimas com os dedos.
Eu assenti, e depois arregalei os olhos. — Eu não sei trocar fralda.
Osten gargalhou.
— Eu também não.
— E o que nós vamos fazer quando chegar a hora?
— Nós vamos aprender, querida, juntos. — Ele começou a acariciar meu cabelo. — Vamos acertar, errar e nos divertir muito.
Sorri. — Eu já imagino nós dois brancos de talco.
Os olhos de Osten brilharam.
— Mal posso esperar para que nosso filho nasça. — Ele me deu um beijo breve e começou a descer as mãos pelo meu corpo. — Sabe, meu amor... — Disse e sorriu travesso. — Acho que nós devíamos comemorar o fato de nossa família estar crescendo.
Eu ri, sabendo muito bem o que ele estava pensando.
— E como podemos fazer isso, querido? — Provoquei.
— Assim.
Com um só movimento, Osten colou sua boca na minha.
Quando nós finalmente chegamos a dormir, eu tinha certeza que a aurora da madrugada já dava sinais de vida.
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— Então, eu não terei problemas durante a minha gravidez, doutor Falley?
O doutor balançou a cabeça.
— Não, Alteza.
— O senhor tem certeza? — Osten perguntou preocupado.
O doutor assentiu.
— Quando Suas Altezas me procuraram depois de vossa lua de mel para pedir minha opinião profissional à respeito de filhos, eu lhes disse que vocês deveriam esperar pelo menos 2 anos para pensar em crianças, devendo então se utilizarem métodos contraceptivos durante esse tempo. Estão lembrados disso?
Osten e eu confirmamos.
— O fato é que, como eu lhes expliquei naquela época, — O doutor continuou. — o corpo de uma mulher muda muito quando uma nova vida começa a crescer dentro dele. Dessa forma, ela precisa estar sadia e bem desenvolvida para que consiga gerar um bebê com segurança. — Ele sorriu. — E pela consulta de hoje, posso lhes dizer que a princesa Alice está mais do que pronta para isso. Afinal, ela tem quase 20 anos, a idade recomendada para começar a ter filhos.
Meu marido e eu respiramos aliviados.
— Graças a Deus. — Declarei e Osten beijou minha testa.
— E quando poderemos ver nosso filho pela primeira vez, doutor? — Perguntou ele.
O doutor sorriu mais uma vez.
— Entendo que esteja ansioso, Alteza, mas a primeira ultrassonografia é feita apenas entre a 6ª e a 12ª semana de gestação, e pelo que me contaram, a princesa Alice ainda está na 2ª semana.
Osten suspirou.
— Isso não constava no livro de paternidade que eu li. — Disse ele.
O doutor levantou as sobrancelhas surpreso.
— Pensei que vocês só houvessem descoberto ontem que seriam pais.
Eu ri.
— E o senhor não está errado. Eu fiz o teste de gravidez ontem à tarde, e dei a notícia para o meu Osten à noite.
O doutor Falley encarou meu marido.
— E Vossa Alteza já leu um livro inteiro sobre paternidade?
— Já. — Osten disse casualmente. — Eu separei uns 10 títulos que encontrei na biblioteca, e pretendo comprar mais. Quero saber tudo o que vai acontecer com a minha esposa e com o meu filho nesses nove meses.
Eu sorri.
Meu Osten é maravilhoso!
— O senhor sabe se tem alguma série de livros que descreva cada mês da gestação? — Ele perguntou curioso.
O doutor assentiu, claramente aprovando a atitude do meu marido. Ele rabiscou um nome na agenda, destacou a página e entregou para Osten.
— Lendo isso, — Disse ele. — Sua Alteza vai descobrir tudo em detalhes.
— Perfeito.
De repente, meu estômago roncou. Eu comecei a sentir fome, e fui arregalando os olhos à medida que percebia o que estava com vontade de comer.
— Meu amor. — Sussurrei para Osten.
Ele se virou para mim.
— Sim, querida.
— Eu estou com... — Franzi as sobrancelhas pensando seriamente se eu comeria aquilo mesmo. — estou com vontade de comer brócolis com morango, mel e torta de frango.
Osten arregalou os olhos.
— Você está com desejo, minha Alice! — Declarou e se levantou num salto. — Muito obrigado por tudo doutor, mas precisamos ir agora.
O doutor riu.
— Eu entendo. O desejo é uma das partes mais interessantes da gravidez. — Ele disse já indo abrir a porta.
Osten e eu nos despedimos dele, saímos da ala hospitalar e seguimos apressados na direção da cozinha.
Quando chegamos lá, fomos recebidos com o costumeiro desfile de reverências.
O chef se aproximou de nós. — Desejam algum prato em especial, Altezas?
— Na verdade, — Osten sorriu. — eu não estou com fome. Mas a minha esposa está.
O chef assentiu e se virou para mim. — Posso preparar qualquer coisa que desejar, Princesa Alice.
— Até mesmo brócolis com morango, mel e torta de frango? — Perguntei meio envergonhada.
O homem pareceu ficar aturdido.
— Desculpe Alteza, pode repetir o que disse, por favor?
Osten riu.
— Minha Alice quer brócolis com morango, mel e torta de frango. — Beijou minha mão. — É o seu primeiro desejo de grávida.
Todo mundo nos encarou.
— Suas Altezas vão ter um filho? — Um homem que estava tirando uma fornada de pães do forno perguntou.
— Vamos. — Osten respondeu exultante.
Foi como ter anunciado a eles o fim da Quarta Guerra Mundial. Os cozinheiros comemoraram, vibraram, e uns até começaram a dançar.
Osten e eu nos entreolhamos e sorrimos.
— Depressa, me passem os ingredientes. — O chef se adiantou para uma das bancadas.
Em menos de cinco minutos depois, eu tinha em minha frente um prato com vários morangos, um pedaço abundante da torta de frango que seria servida no jantar, um pote imenso de mel e bastante brócolis.
Sem me importar em parecer ou não esfomeada, comecei a comer.
— Está bom, querida? — Osten perguntou, sentado ao meu lado.
Eu assenti, de boca cheia, e ele riu.
— Esteja sempre preparado chef Jerry, — Disse ele. — porque eu e a minha Alice provavelmente viremos aqui muito mais vezes. E a qualquer hora do dia, porque eu já percebi que meu filho vai ser tão impaciente quanto eu. — Sorriu. — Isso é tudo por agora. Obrigado.
O chef assentiu, voltando a comandar a preparação do jantar.
Quando percebi que todos haviam se distraído novamente com suas tarefas, eu me virei furtivamente para Osten com o dedo lambuzado de mel. Ele mal percebeu o que o atacou quando eu o atingi na bochecha.
— Isso me traz boas lembranças. — Eu sussurrei, me apressando para beijar de leve o lugar que tinha acabado de lambuzar.
Ele riu.
— Ainda agradeço a Deus todos os dias por ter nos trancado naquele abrigo. — Ele me encarou. — Mas eu tenho certeza que de qualquer forma, querida, nós sempre teríamos acabado juntos. — Tocando de leve meus lábios com os seus, ele continuou. — Porque nossos corações, minha Alice, são um só.
Eu sorri e, antes dele me puxar para si e me tomar num beijo ardente, tudo o que pude foi constatar novamente algo que eu já sabia:
A sensação do amor verdadeiro é incrível!
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Aviso: Sinto muito por demorar a postar. Primeiro eu ia postar na Quinta, depois na Sexta, depois ontem, e acabei postando só hoje. O fato é que eu tive que viajar para resolver assuntos da faculdade e acabei demorando mais do que o previsto (muito mais!!). Desculpem.
Quanto ao epílogo extra, ele pode demorar um pouco também, porque eu ainda não o planejei. (também por causa da falta de tempo).
Bem, é isso. Até a próxima!
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