Não tive como fazer o banner, sorry.

Depois do feriado de Ação de Graças, meu namorado finalmente voltou da Inglaterra, mas devo dizer que voltou bastante silencioso.

— Como foi a viagem? — perguntei.

— Boa, bem cansativa, mas boa.

— Sua avó está melhor?

— Um pouco, o médico disse que ela vai ficar bem, não vai ficar mais ativa como antes, mas vai içar bem.

— Que bom — peguei sua mão e fiquei brincando com seus dedos — E o casamento da sua irmã, foi bom?

— Sim, ela estava linda e parecia muito feliz.

— Então por que voltou tão preocupado? — questionei.

— Não tô preocupado.

— Tá sim, está todo estranho, pensativo.

— Não é nada, é impressão sua.

Dei de ombros me dando por vencida, ao menos por enquanto.

— Encontrou seus amigos de lá?

Matthew me olhou meio confuso, quase assustado então desviou o olhar.

— Eu reencontrei minha melhor amiga.

— Sua melhor amiga? — fechei a cara — Achei que seu melhor amigo fosse meu irmão.

— Ele é, mas tem a Nina também.

— Nina? — estreitei os olhos sentindo meu estomago revirar.

— Tô preocupado com ela — aí está o motivo do comportamento estranho.

— E por quê?

— Ela vai casar.

— E o que tem de errado nisso?

— Ela tem dezessete anos.

— Se ela quer casar, deixa ela casar.

— Você não entende.

— Então me explique.

— A Nina é o tipo de garota que sonha com príncipes encantados, que sonha em ter uma vida toda arrumadinha com um cara perfeito e ela idealizou tanto isso.

— Deixa a menina ser feliz.

— Esse é o problema, Lilian, ela sempre se joga de cabeça em relacionamentos sem fundamento, toda hora está apaixonada por um cara diferente e isso sempre quebra o coração dela no final.

— Ela é quase adulta, ela pode se virar sozinha sem você precisar ficar tão preocupado.

— Você está com ciúmes e só por isso eu não vou levar a sério o que está falando.

— Desculpa — suspirei — Desde quando a conhece? E por quê nunca me falou sobre ela?

— Porque eu iria falar de outra garota com você? — fez uma careta — E conheço ela desde sempre.

— Ela é da sua cidade?

— A história dos pais dela se parece com a história dos meus — começou — O pai dela era herdeiro de uma empresa milionária, mas um dia ele foi fazer uma viagem para Liverpool e lá conheceu a mãe da Nina, ele largou tudo por ela, até deserdado foi e a mãe dela era a melhor amiga do meu pai, então foram morar os quatro no mesmo prédio, eu nasci e com tempo depois Nina nasceu, até os seis anos, que foi quando me mudei para cá, eu e ela éramos inseparáveis — senti ainda mais ciúme — Depois eu vim para cá e ficamos nos vendo só nas férias e feriados, mas quando ela tinha dez anos o pai dela conseguiu convencer um cara a abrir uma empresa com ele, quando ela completou doze eles tiveram que ir para Paris — Como se ir para Paris fosse ruim — Então ela e eu ficamos afastamos até os quinze que foi quando ela conseguiu convencer os pais a deixarem ela viver com a tia em Liverpool.

— E por que ela queria morar lá?

— Porque na França ela é a herdeira Bouvie Johnson e em Liverpool ela é só uma garota que sonha em ser enfermeira e fazer a diferença no mundo.

— Ela parece muito incrível.

— Ela é — senti uma vontade enorme de matar essa garota — Nina é muito frágil e me dói imaginar que esse cara só está com ela por causa do dinheiro dela.

— Já conversou com ela sobre isso?

— Já e ela me disse "Ele gosta de mim pelo que sou", clichê não?

— Matthew, posso te perguntar uma coisa?

— Pode.

— O que realmente essa Nina é pra você?

— Minha melhor amiga.

— Vou reformular — passei a língua nos lábios — Por que ela é tão especial pra você?

— Porque sim.

— Ela é tão especial e nunca me contou sobre ela, isso quer dizer que existe algo que você quer que eu não saiba.

— Você já foi apaixonada pelo Harry e eu não me importo de você sair sozinha com ele ou ele vir a sua casa, por que está implicando com a Nina?

— Sexto sentido.

— Ela não oferece perigo, Nina vai casar.

—Esse ela não fosse casar ofereceria perigo?

— O que realmente quer saber?

— Eu quero ver uma foto, um vídeo, qualquer coisa dessa garota.

Matthew balançou a cabeça, então eu peguei o celular de seu bolso contra sua vontade e comecei a fuçar no whatts e lá estava a segunda conversa.

POLEGARZINHA

A foto do perfil mostrando uma garota linda para caramba e ruiva com um sorriso enorme e um cara maravilhoso ao seu lado.

Pelo menos, o cara é bem bonitão.

Ela havia enviado um vídeo para o meu namorado.

A tal Nina vestindo um vestido perfeito vermelho realçando sua pele, ao seu lado uma noiva – Grace, pelo pouco que me lembro de seu rosto – e Lauren também.

As três estavam no meio da pista e riam enquanto o DJ começava a tocar.

"Boy, I can see the way you dancing, move that body"

Grace parecia envergonhada, Lauren parecia bem a vontade, mas Nina parecia ter nascido para dançar.

Seu corpo magro e pequeno se movia de acordo com a batida da música, enquanto eu podia ver Matthew um pouco a frente de quem estava filmando, ele parecia prestar muito atenção na dança das três.

De repente todos os convidados começaram a dançar, a parte que mais me irritou foi quando Matthew – sim, meu namorado – pegou a mão da ruiva e rodou pela mão.

Eu não quero ser a namorada paranoica e não serei, isso jamais sairá da minha boca, mas é óbvio que eles tem uma conexão e eu tenho três opções para isso:

#1: Amor de amigo

#2: Amor fraternal

E a pior de todas:

#3: Tensão sexual reprimida e mascarada de amor fraternal.

Enquanto continuar sendo reprimida para mim tá ótimo e fora meu ciúme posso afirmar três coisas:

#1: A maldita é linda para caramba

#2: Ela parece ser simpática e mesmo dançando Reggaetón Lento com Matthew não pareceu se jogar pra cima dele como a vaca da Aurora.

#3: Julgando pelo abraço do final do vídeo, minha sogra e minha cunhada amam essa garota.

— Ela é muito bonita — forcei um sorriso amarelo.

— Nem reparo muito nisso — mentiroso.

— Ela parece ser legal.

— Ela é.

— Vocês já se beijaram?

Matthew deu uma crise de tosse, parecia ter se engasgado com alguma coisa e isso era uma resposta.

Para me vingar bati muito nas costas dele fingindo estar tentando desengasgá-lo.

— Tá melhor? — perguntei tentando manter a calma.

Não surte Lilian, ela é só a droga de uma ruiva maravilhosa.

— Quer tomar um suco? — perguntei.

— Quero.

Posso jurar que ele agradeceu mentalmente por eu ter mudado de assunto.

Repita mentalmente Lilian:

Ele te ama.

Ele te ama.

Ele te ama

Ele te ama.

CAPÍTULO PEQUENO, MAS ESCRITO COM CARINHO <3

Estamos chegando aos 50 k, o que vocês irão querer primeiro dos especiais?

Vejo vocês ou amanhã ou quinta. 

XOXO, Lady Allen.