» I K Y W A T

*I Knew You Were A Trouble

Havia um grande problema parado no meio da minha sala e esse problema sorriu para mim. Quem ele pensa que é para me fazer discutir com meu melhor amigo/futuro namorado e depois sorrir para mim?

— Acho que seu namorado não gosta de mim — revirou os olhos debochando de meu Harry.

— Um: Harry não é meu namorado. Dois: Você provocou.

— Eu provoquei? — fez-se de ofendido — Ele estava aí todo bravinho, e eu tenho culpa?

Tem, meu bem. 

Brigamos por sua causa.

— Escute Matthew nós não falaremos sobre Harry, okay?

— Tudo bem, não falaremos no nome do seu namorado.

— Pela última vez: Ele não é meu namorado.

— Porque ele não quer — curto e grosso.

— Como? — coloquei as mãos na cintura.

— Porque ele não quer — repetiu — É o que todos dizem.

— O que "todos" dizem? — usei os dedos para fazer aspas no ar.

— Que você é apaixonada pelo seu melhor amigo e ele está cagando para você. É isso que dizem.

Então todos sabem que eu sou apaixonada por ele? Então Harry sabe que sou apaixonada por ele?

— Isso não é verdade — senti uma tristeza enorme tomar conta de mim.

— Desculpe princesa, mas não tenho responsabilidade sobre a veracidade dos fatos e nem sobre o que dizem — sentou no meu sofá sem me pedir ou esperar que eu o convidasse para tal.

— Você é um idiota, Harry tem razão — sentei ao lado dele.

— Se ele disser que o céu é vermelho você vai dizer que ele tem razão, então se ele diz que eu sou um idiota é claro que você vai concordar e tudo isso porque você é apaixonada por ele. O amor te deixa cego, surdo, mudo e sem opinião própria.

Babaca.

— Vamos adiantar o trabalho — tentei mudar de assunto. Tentei.

— Ele estava se pegando com White lá atrás da arquibancada, você sabe que eles estão se pegando não sabe? Ela não é sua amiga? Não, sua prima. Sua prima melhor amiga? — perguntou em um tom zombeteiro — Sua melhor amiga barra prima está pegando seu melhor amigo barra crush. Você está bem de melhores amigos — zombou.

Senti meus olhos arderem e minhas mãos começarem a suar.

— Você pode, por favor, parar — pedi.

— Todos estão com pena de você — me ignorou.

— Não preciso da pena de ninguém, muito menos da sua.

— Não tenho pena de você — encarei-o descrente — Não tenho mesmo. Você é linda, só está sofrendo por ele porque quer, quando decidir dar o troco, ele vai correr atrás de você como um cachorrinho sem dono.

— Vai? — balancei a cabeça espalhando a ideia — Não acredito que perguntei isso.

— Viu como ele ficou bravo com minha presença? Ele acha que você não consegue enxergar ninguém além dele, mas você está fazendo um trabalho comigo e modéstia parte eu sou um pedaço de mau caminho. Ele sentiu ciúmes e finalmente te notou. Isso prova minha teoria.

— O que quer com tudo isso Matthew?

— Unir o útil ao agradável.

— O que isso quer dizer?

— Estou aqui na sua frente, Scott me odeia e nós vamos passar um bom tempo juntos até o sarau, ou seja, lá como se chama aquilo — deu de ombros — Use e abuse de mim Lilian, eu deixo.

Era a primeira vez meu nome saía de seus lábios e a maneira com a qual ele pronunciou fez meu corpo se arrepiar. 

Maldito sotaque britânico de merda.

— Está querendo fingir ser meu namorado? — perguntei.

Matthew revirou os olhos e coçou a nuca.

— Não, só estou dizendo que você pode cutucar a onça, tirar o ciúme dele para fora, fazer ele te querer e rastejar por você e eu estou disposto a deixar você abusar de mim para isso.

— "Abusar"? — fiz aspas com os dedos — Acha que eu sou o quê, uma estupradora? — ele riu com gosto e eu bati nele.

— É só uma maneira de dizer Princesa.

— Você é um idiota.

— Tenho a impressão que você já me disse isso Lilian.

Droga para de falar meu nome com esse timbre sexy e esse sotaque maravilhoso.

— Pode me chamar de Lily, por favor? Não gosto que me chamem de Lilian, é muito formal, me sinto muito mais velha.

— Já escolheu a música Lilian?

Mudou de assunto, senti-me aliviada por isso, mas me contrariei por ele continuar me chamando pelo nome. Puxei o computador para cima o meu colo e abri o documento com todas as músicas que escolhi.

— Está de brincadeira que você planejou tudo isso?

— Sim — coloquei o fone um no ouvido dele e o outro no meu — Amo essa, é de High School Musical.

— Nem pensar, pode mudar. Não vou "voar", nem "flutuar".

— Chato — passei para próxima.

E assim se seguiram as próximas vinte e sete músicas que eu havia escolhido para a seleção.

Discutidos entre os "Essa não", "Você é um idiota", "Já disse que High School Musical não", "Babaca", "Músicas da Disney não", "Otário". Ficamos assim por muito tempo.

— Só tem uma, por favor, pare de ser chato — pedi.

— We Don't Talk Anymore, é a menos pior. Pode ser essa — se levantou.

— Está indo para onde? — perguntei.

— Para casa? — arqueou a sobrancelha.

— Não quer comer?

— Na próxima, quem sabe? — sorriu de lado.

Fiquei o encarando por alguns segundos. Ele é muito lindo. Desde a estatura alta, passando pelos ombros largos, o cabelo bagunçado – mas nada muito exagerado –, os lábios rosados, os olhos castanhos, a pele morena, as mãos nos bolsos, a jaqueta preta de couro e um sorriso travesso nos lábios. Um tremendo bad boy.

— Gostou do que viu? — perguntou e eu me assustei.

— É só que você não parecia tão alto olhando de longe — ótimo sua gênia! Acabou de dizer que olha para ele de longe.

— Você anda me olhando de longe, uh? —  arqueou a sobrancelha e sorriu de lado — Então tchau Lilian — virou e foi caminhando até a porta — Não precisa se incomodar em me acompanhar.

E só assim percebi que estava sendo mal educada deixando a visita ir embora sem levá-lo até a porta.

— Desculpa, é o costume todo mundo que vem aqui é de casa e entram e saem sozinhos.

— De boa — disse quando eu abri a porta.

Só então percebi que ele carregava consigo um capacete preto, Matthew olhou para mim esperando que eu o acompanhasse até lá fora e eu fui, mamãe me deu educação o suficiente para levar as visitas até a calçada.

— Lilian? — seus olhos eram tão escuros e ao mesmo tempo eu poderia enxergar sua alma de uma maneira tão clara.

— Sim?

— Você está muito bonita.

Ar. Ar. Ar.

O que é ar? Como se respira? 

Como se para de tremer e suar frio?

Matthew se curvou para frente e depositou um beijo rápido – tão rápido que mal senti seus lábios tocando a minha pele – na minha bochecha e então sussurrou.

— Scott vai te matar — sorriu — Ele está olhando para cá e quando eu sair ele vai vir te encher de perguntas, seja sábia ao respondê-las e se quiser me usar para fazer ciúmes nele — deu de ombros — Por mim tudo bem.

— Por que essa rixa entre vocês dois?

— Quem sabe um dia eu não te conto? — montou em sua moto e colocou o capacete.

— Matthew — chamei e ele levantou o visor do capacete — Tome cuidado nessa coisa e não corra, nem costure entre os carros. É perigoso.

— Cuidado Lilian ou vou achar que se importa comigo.

— Me importo com todos ao meu redor Matthew e preciso de você para cantar comigo, minha nota depende da sua e eu preciso de notas muito altas esse ano.

Ele apenas assentiu e acelerou – demais para o meu gosto – para longe da minha casa.

Harry não veio, entrou para sua casa com cara de poucos amigos. Matthew estava errado dessa vez, ele não veio.

MÚSICA TRÊS: 

I KNEW YOU WERE A TROUBLE

Once upon a time, a few mistakes ago

I was in your sights, you got me alone

You found me, you found me, you found me

Obrigada á todas vocês que estão lendo, obrigada mesmo <3 

Não esqueçam dos votinhos e dos comentários :3

Quem aí já tá shippando Matthew/Lilian? (Preciso de um nome para esse shipp kkkk)

Até breve... 

Xoxo, Lady Allen.

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