✗ ESPECIAL 200k - C O N T O Gina&Dean ✗
D R E A M C A S T DO CONTO
Gina West (Mamãe West)
Dean Porter (Preciso nem lembrar quem ele é, né?)
Caroline Scott (Mãe do Harry)
Louise West (Mãe da Camille)
Marco West (Pai da Dominique)
Giulia West (Mãe da Cassie)
Paul West (Pai da Rose)
Lissa Winter (Mãe da Rose)
Leon Lopez (Pai da Izzy)
Elizabeth Taylor (Mãe da Eliza)
Dom Parkinson
Diana Parkinson (Mãe da Noora)
Julian Stone (Pai do Matthew)
Lauren Collins (Mãe do Matthew)
Caitlin Brookes (Mãe do Lion)
Agora que temos o Dream Cast, vamos a trilha sonora:
DON'T STOP BELIEVIN
AGOSTO DE 1982
Eu tenho a vida que muitos sonham.
Eu e meus quatro irmãos nos amamos apesar das nossas diferenças e das cobranças que recaem sobre mim por causa deles.
Por exemplo, o diretor de nossa escola quer que eu seja ótima líder de torcida como minha irmã mais velha, Louise, foi.
Louise sempre foi a mais certinha das meninas West, a mais ajuizada, já eu sempre fui a cabeça oca da família, até nascer Giulia, a minha irmã intrometida irmã caçula.
Tenho mais dois irmãos o mais novo dos dois é Marco, o irresponsável da família, já namorou metade das meninas da escola, indo em controvérsia ao mais velho, Paul, o rapaz mais responsável que conheço.
Paul e eu temos muitas diferenças com o outro, somos os que mais brigam entre os filhos de papai e mamãe. Meu irmão tem um jeito explosivo escondido atrás de sua vibe de nerd.
Ele acabou de entrar para a universidade, mas ainda não viajou para Nova York, Paul tem uma namorada que eu odeio, o nome dela é Lissa Winter, a pior garota que alguém poderia conhecer. Depois dela Paul se tornou ainda mais fechado.
Eu tenho uma melhor amiga, a minha fiel escudeira, Caroline Scott é um anjo na minha vida, prometemos uma a outra que seremos vizinhas quando ficarmos adultas e jamais ficaremos longe uma da outra.
Mas nem só de amor vive o meu mundinho.
Tenho três arqui-inimigos: A primeira é Elizabeth Taylor, a vadia da escola, todos os garotos já se envolveram com ela e ela é a minha ditadora particular nos treinos de torcida. A segunda é a sua seguidora fiel Diana Parkinson, uma garota que não tem vontade própria e faz tudo o que a primeira quer. Para piorar Diana é a namorada da vez de Marco.
O terceiro e mais importante de todos com certeza é ele: Dean Porter.
O garoto mais insuportável da escola, ele me tira do sério só de aparecer na minha frente e ele sabe disso.
Esse garoto ridículo, palhaço sem circo.
Odeio Dean Porter por toda a eternidade.
— Amiga para de encarar — Caroline me cutucou.
— Não estou encarando — cruzei os braços.
— Está sim — Dom Parkinson, o irmão de Diana e meu parceiro de química, ralhou ao meu lado rindo — Vocês já se pegaram, né?
— Cala a boca Dom! — gritei.
— Senhorita West algum problema? — Srª Dumpsey, a professora de música, chamou minha atenção.
— Não senhora — neguei e vi o olhar provocativo de Dean do outro lado da sala.
— Tudo bem, então darei continuidade a aula — ela sorriu docemente para mim — Faremos duplas para o recital de boas vindas, sortearei o nome de três meninos e eles escolherão suas damas.
Ela se virou para o piano e enfiou a mão dentro de uma caixinha.
— O primeiro nome sorteado é Julian Stone — a professora anunciou e ele revirou os olhos.
— Queria que o Stone me escolhesse — Caroline suspirou ao meu lado.
Julian Stone é o bad boy da escola, o típico bad boy dos anos 80, sempre de preto, jaqueta de couro e cabeça comprido jogado de qualquer jeito.
Julian veio de Cambridge para morar um tempo com sua tia moribunda, é o tipo de bom garoto fantasiado de bad boy.
Todas as garotas suspiram por ele, todas menos uma: Lauren Collins, a esquisita dos cardigans de bichinhos. Ela anda por aí com Caitlin Brookes, sua melhor amiga, e a rainha dos nerds da escola.
— Qual é a sua escolha Julian? — a professora questionou.
Os atentos passearam pela sala, analisando cada garota na sala até pararem na garota de cardigan de bichinhos e ela o mais rápido que pôde saiu da sala.
— Pode ser a Brookes — ele pareceu um pouco desapontado.
Havia uma lenda na escola que dizia que o Stone tinha uma quedinha pela Collins, mas ele nunca havia ficado com garota nenhuma da escola.
— O segundo garoto é Leon Lopez.
— Fala sério! — ele fechou os olhos por alguns segundos — Posso dizer que não quero?
— Se quiser perder nota e não participar do campeonato de lacrosse, pode sim.
— Eu quero ir com a Caroline — os olhos dele encontraram os da minha amiga.
— É como se eu estivesse apaixonada pelo Robin Hood e tivesse que dançar a noite inteira com o Ali Baba — Caroline reclamou baixinho.
— Pega leve com o garoto — eu belisquei minha amiga — Ele não tem culpa de você ser linda e de ter se apaixonado por você.
— Eu não o culpo também — Dom piscou para Caroline que escondeu o rosto nas mãos enquanto grunhia baixinho.
— O terceiro nome é Dean Porter — meu corpo tremeu e eu tentei correr para fora da sala.
— Pode ir parando aí Gigi — odeio quando ele me chama assim — Você vai ser a minha parceira quer queira ou não.
— Te odeio — mostrei a língua.
— Já te disseram que quando alguém mostra a língua é pedindo beijo? — Dean mordeu o lábio inferior.
— Peixe morre pela boca Porter — mostrei o dedo do meio.
— Modos — a professora reclamou.
O sinal tocou e eu saí puxando Caroline para longe dessa sala e Dean Idiota Porter.
A primeira música que ouvi quando me joguei na cama vinha do quarto de Louise: Don't Stop Believin.
LOVE HURTS
Dean Porter não apareceu na escola no dia seguinte e foi um dia escolar maravilhoso e pacífico.
O almoço em casa não foi tão pacifico porque eu e Paul discutimos novamente e a culpa novamente foi de Lissa. A vaca envenenou meu irmão contra mim dizendo que eu a estava perseguindo na escola por ciúmes dele.
Paul passou a tarde inteira ouvindo Love Hurts trancado no quarto, ele também discutiu com ela quando Marco disse que ela estava mentindo e que um dia antes ele havia a visto conversando com Dean atrás do ginásio.
A última parte me incomodou bastante, o que eles estavam fazendo sozinhos atrás do ginásio? Longe de mim sentir ciúmes, mas ela é a namorada do meu irmão.
— Querida visita pra você — mamãe gritou lá embaixo — Você não Louise, para a Gina — ouvi ela dizendo e levantei da cama.
— Seu namorado está lá embaixo — Giulia abriu a porta do meu quarto e eu joguei o travesseiro da cara dela.
— Eu não tenho namorado — desci as escadas ouvindo minha irmã cantarolando que meu namorado estava lá embaixo.
— Boa noite Gigi — tomei um susto quando vi Dean Porter na minha sala.
Paul vai matá-lo.
— Tá maluco de vir aqui logo hoje? — ele me olhou confuso e eu puxei-o pela manga da jaqueta jeans escada acima.
— Quarto bonito — ele disse quando eu fechei a porta atrás de nós dois.
— Paul quer te matar — virei de costas para ele e comecei a procurar um pompom para prender o cabelo.
— E o que foi que eu fiz? — ele sentou na minha cama sem pedir permissão.
— Você está com a namorada dele — virei brava — Babaca.
— Cuidado Princesa ou eu vou achar que você está com ciúmes — ele piscou para mim.
— Só no seu sonho Porter — fechei os olhos para tentar controlar minha raiva — Agora me diga o que merda está fazendo aqui.
— Vim te ver minha doce Sandy.
— O quê?
— A professora me encontrou no supermercado com a minha mãe e me disse que iremos fazer uma homenagem a Grease — ele pegou meu ursinho rosa e cheirou, garoto esquisito — Vamos cantar Summer Nights, a Scott e o Lopez vão cantar You're The One That I Want e o Julian e menina que eu esqueci o nome vão cantar um medley de Sandy e outra música que eu não lembro.
— Já deu o recado pode ir embora — abri a porta, mas vi Paul vindo no corredor e bati a porta.
— Tá escondendo o que Gina? — Paul bateu na minha porta.
Dean ameaçou responder e eu tapei a boca dele com a minha mão.
— Nada, estou trocando de roupa — fechei os olhos esperando uma resposta, mas só ouvi os passos dele se afastando — Você vai sair pela janela.
— Se quiser posso ficar — ele beijou minha mão e eu afastei minha mão dele.
— Babaca.
— Tenho a impressão que você já me disse isso.
— Eu te odeio.
— Isso também — ele se levantou — Ás vezes eu começo a acreditar que você repete tantos eu te odeio's para tentar acreditar nisso — beijou minha bochecha e caminhou até janela — Até amanhã Gigi.
Não consegui falar nada, fiquei congelada no meio do quarto sentindo a sensação de seus lábios na minha pele.
Ele sumiu pela janela e eu sentei na cama.
Eu odeio Dean Porter.
Repeti várias vezes como um mantra.
SUMMER NIGHTS
SETEMBRO DE 1982
Marco terminou com Diana um dia antes de minha apresentação.
Elizabeth me fez cair da pirâmide de líderes de torcida e agora estou com o pulso machucado.
Caitlin Brookes vomitou nos bastidores antes de cantar, mas para a sorte de Julian Stone, Lauren Collins decidiu cantar no lugar da amiga.
Tive uma certeza assistindo sua apresentação: Eles formam um lindo casal.
Dean me contou que seu amigo, Julian, realmente é apaixonado secretamente por Lauren, mas que acha que ela não sente o mesmo por ele.
Caroline ficou com Leon e isso partiu o coração de Dom, que está sem falar com ela.
Lissa traiu Paul, mas ele a perdoou.
Caroline e Leon terminaram a apresentação e ela sorriu para mim me encorajando.
— Vamos lá Princesa — Dean segurou minha mão e fomos até o palco.
Cantamos Summer Nights e eu podia jurar que senti meu coração acelerar um pouco, mas deve ser de nervosismo por cantar na frente de um monte de gente.
Mais tarde fomos para uma comemoração na lanchonete.
Eu não queria acreditar na cara de pau da garota, mas Lissa deu em cima de Marco na minha frente, mas ele não reparou porque estava encantado com uma garota nova que chegou na escola, ainda não aprendi o nome dela.
Dean falava algo que eu não entendi porque estava ocupada demais tentando achar Caroline no meio das pessoas.
— Você está me ouvindo Gigi?
— Não, desculpa — virei para ele e quando percebi estávamos somente separados por alguns centímetros.
Congelei.
— Julian beijou a Lauren — seu olhar passeava da minha boca para o meus olhos — Depois da apresentação, ela gosta dele.
— Que bom — minha respiração pesou.
Dean puxou minha cadeira para nos aproximar mais, senti o calor de sua respiração e o cheiro da bala de menta que eu ele acabara de chupar, senti o perfume amadeirado entrar nas minhas narinas, o toque de sua mão na minha bochecha e então...
Ele ficou a sua cunhada, traiu seu irmão.
Empurrei-o.
— Fique longe de mim Porter — me levantei e saí pisando duro.
Achei Caroline encostada no carro dela conversando com um garoto que não conheço.
— Vamos embora Care — pedi.
— Entra — ela beijou a bochecha do garoto se despedindo.
Fui impedida de entrar no carro porque Dean me puxou com delicadeza.
— O que eu fiz de errado?
— O que você fez de errado? — coloquei o dedo no peito dele — Você é um babaca Porter.
— E eu quero saber o porquê — ele respondeu firme.
"I'm all out of Love, I'm lost without you"
— Desliga esse rádio Caroline — eu pedi e ela fingiu não ouvir.
— Não fuja do assunto Gina — Dean nunca me pareceu tão sério — Você estragou nosso momento e eu quero saber o motivo.
— Não existe nosso momento, Porter!
— Você sabe que existe sim — insistiu.
— Você ficou a namorada do meu irmão — vociferei.
— Eu? Tá maluca garota? Eu nunca tive nada com a Lissa, bem que ela queria, mas acontece que eu perco meu tempo inteiro correndo atrás de você.
Perdi as palavras.
"I can't be too late to know I as so wrong"
— Desliga essa merda Caroline — olhei para minha amiga dentro do carro, ela desligou, mas quando voltei a olhar para o Dean ele já estava entrando no carro dele e acelerando para longe.
Para longe de mim.
Chorei no colo de Caroline a noite quase toda, enquanto na rádio de seu quarto Freddie Mercury cantava Somebody To Love.
ENDLESS LOVE
31 de Outubro de 1982
Setembro havia levado de mim meu arqui-inimigo que não estava mais olhando na minha cara e também Grace Kelly.
Dean não falava comigo mais e já havia se passado um mês.
Por muita insistência de Caroline resolvi ir com ela a festa de Halloween na casa de Dom.
Ela estava fantasiada de bruxinha e eu de Princesa Leia.
— Você não é baixinho demais para um Stormtrooper, Dom? — perguntei quando vi meu amigo.
— Oh caramba! — Dom pareceu ter visto um fantasma ao me ver — Princesa Leia você não vai acreditar em quem está de...
— Princesa — me virei para encontrar Dean Porter vestido de Han Solo — Acho que estamos combinando.
— Eu não acredito nisso — fechei os olhos tentando me controlar.
— Me dê a honra de uma dança? Han Solo e Princesa Leia merecem uma dança, Gigi.
Revirei os olhos e fui com ele até a pista de dança, vi quando Care e Dom foram até a mesa de som e de repente começou a tocar Endless Love.
— Acho que seus amigos estão achando que são cupidos — senti Dean circundar minha cintura.
Para minha sorte Dean não abriu a boca para falar nada por um bom tempo, mas isso só fez meu coração ficar todo confuso e ansioso.
Por que ele tem que ser tão cheiroso?
Em algum momento da música os olhos dele encontraram os meus eu pude ver a imensa confusão de emoções que se formavam em seus olhos castanhos.
Havia um misto de coisas ali, insegurança, medo e... Amor? Não, deve ser coisa da minha cabeça.
Dean lentamente se moveu se curvando até seus lábios encontrarem os meus, os olhos dele fecharam antes dos meus e seus lábios ternos se moveram nos meus, meu primeiro beijo, seus lábios se separaram, senti um calafrio quando sua língua encontrou a minha, algo meigo como uma carícia, ele me puxou para mais perto e aprofundou o beijo.
Só dei por mim que estávamos cercados por várias pessoas quando ouvi vários assovios, nos separamos e vi de longe Caroline e Dom sorrindo e então vi Dean olhando para mim, procurando meus olhos.
Como um passe de mágica acordei para a realidade enquanto tocava Jessies Girl, enfiei um tapa no rosto dele.
— Eu odeio você Porter — vociferei e ele indo contra todas as maneiras que achei que reagiria, sorriu.
— Eu te amo Princesa — ouvi-o gritar quando dei as costas e saiu quase correndo para fora da casa.
Isso não podia ser verdade.
Eu não podia querer aquele beijo.
Não podia.
Eu não posso acreditar que ele tenha sentimentos por mim.
Dean Porter não te ama de verdade.
Ele não está apaixonado por você, aceite isso, não crie ilusões, ele está brincando com seus sentimentos Gina, não seja boba.
Chorei muito quando cheguei em casa, Louise me abraçou e me confortou.
— Está tudo bem se apaixonar Ginny — ela sussurrou.
Chorei ouvindo Diana Ross e Lionel Richie tocando dentro da minha cabeça a canção que parecia estar definitivamente marcada na minha vida.
YOUR SONG
Eu não queria ir a escola de jeito nenhum, mamãe já havia tentado me convencer, mas nada vai me tirar dessa cama hoje.
— Hei — Paul, que havia voltado para casa de madrugada, estava parado na minha porta — Posso entrar?
— Claro.
— Então — pigarreou — O que tá acontecendo?
— Nada, por que acha que tem alguma coisa acontecendo?
Sentei na cama enxugando as lágrimas com a manga da blusa de frio azul que ganhei da minha vovó Anne.
— Você tá chorando Gina, alguma coisa aconteceu — disse como se fosse algo óbvio, e é.
— Eu não sei — tremi o queixo.
— Quer falar sobre isso? — sentou na minha cama.
— Por que tá aqui Paul? Você me odeia — comecei a chorar de novo.
— Vem cá — me puxou para o seu abraço — Eu não te odeio, ás vezes eu fico com muita raiva, mas isso não quer dizer que eu te odeie Pequena, eu amo você Gina — deu ênfase — Você é minha irmãzinha favorita, a gente pode brigar o quanto a gente brigar, mas eu nunca vou parar de te amar.
— Promete? — me afastei para olhá-lo e ele revirou os olhos sorrindo.
— Eu posso te dar meus pulmões para você conseguir respirar — beijou minha testa — Eu prometo que eu sempre vou te amar Gina.
— Eu também te amo Paul — e aos poucos meu choro estancou.
— Agora se levante, se arrume e eu vou te levar para a escola — levantou e saiu.
Paul parou o carro na frente do colégio, na rádio estava tocando Mad World, abracei meu irmão e ele sorriu para mim.
— Eu vou sentir falta de brigarmos quando eu for de vez para Nova York — ele disse e eu senti uma tristeza no meu coração.
— Eu não vou sentir sua falta — menti e ele riu.
De repente uma música alta atrapalhou o momento amor fraterno.
Dean Porter parou o carro ao lado do de Paul, tocava House Of Rising Sun. Antes que eu pudesse perceber Paul saiu do carro e praticamente arrancou Dean de dentro do seu.
— Paul! — gritei e saí do carro.
Meu irmão desferiu dois ou três socos em Dean e eles começaram a rolar no chão na maior pancadaria, uma pequena multidão se formou ao nosso redor. Puxei Paul pela manga da jaqueta o fazendo sair de cima de Dean e fiquei no meio dos dois.
— Ele te fez chorar Gina, como pode defender esse idiota? — meu irmão estava vermelho.
— Vamos querido, eu vou te levar para casa — Lissa trombou em mim de propósito e correu para o meu irmão — Isso é tudo sua culpa — vociferou na minha direção enquanto empurrava meus irmão para dentro do carro.
Paul se afastou no carro com Lissa e eu me abaixei perto de Dean, tentei encostar minha mão em seu rosto machucado, mas ele desviou delicadamente.
— Você estava chorando? — ele me perguntou.
— Importa?
— Para mim sim.
A rádio dentro de seu carro começou a tocar Your Song e eu me senti na droga de um filme clichê adolescente.
— Eu te fiz chorar Gina? — ele me perguntou todo preocupado.
— Vamos até a enfermaria — eu desviei o assunto.
A enfermeira fez alguns curativos em Dean, enquanto eu fiquei paradinha na porta da enfermaria, ele se sentou na maca e encarou a enfermeira.
— Aconselho que pare de se meter em encrencas Dean, seu pai não merece isso — ela ralhou.
— Eu sei tia — ele abaixou a cabeça.
— A culpa foi minha — o defendi.
— Menina Gina, aconselhe seu namorado para que ele pare de fazer besteiras — ela disse enquanto retirava e jogava fora as luvas.
— Ele não é meu namorado — eu respondi sentindo minhas bochechas queimarem.
— Avise isso a ele então — sorriu para mim e saiu da pequena sala.
— Desculpe pelo meu irmão — passei do batente e me encostei na pia de alumínio.
— Eu te fiz chorar? — ele perguntou novamente.
— Não é isso. É só que eu...
— Eu não quero fazer você chorar — ele se esticou e me puxou pela cintura.
— O que você tá fazendo?
— Posso te amar Gina?
Sua pergunta me pegou de surpresa e eu pareci perder não só as palavras, mas o ar também.
Por que tá me perguntando isso?
— Quando minha mãe morreu de cirrose eu só tinha três anos, eu nem lembro do rosto dela, mas assisti meu pai passar a vida inteira sofrendo pela perda dela. Ela não deixou que meu a amasse o quanto ele queria tê-la amado. A minha pergunta é: Você um dia vai me deixar te amar? Porque eu já estou cansado de ser machucado pela vida e eu só quero saber se vale a pena esperar seu orgulho acabar e você admitir que gosta de mim.
Sem pensar demais pressionei meus lábios nos dele, Dean me apertou contra seu corpo e percebi que hoje seu beijo tinha gosto de bala de hortelã com um sabor leve de sangue do soco que Paul deu em sua boca.
— Eu sinto muito por complicar as coisas tanto — mordi o lábio inferior — Eu só entro em pânico quando se trata de você.
— Isso quer dizer que eu posso te amar?
— Se você quer tanto assim — deu de ombros e ele sorriu antes de me abraçar.
LOVE OF MY LIFE
Dean e eu namoramos todo o último ano do ensino médio e hoje ele finalmente vai cumprir me maior sonho secreto. Dean Porter irá me levar ao baile de formatura.
Entramos no ginásio da escola e de longe vi a dupla infernal Elizabeth e Diana com seus pares jogares de lacrosse. Do outro lado Caitlin Brookes bebia seu ponche, enquanto Lauren escrevia em seu caderno, certamente sua última publicação no jornal da escola.
Dean me contou que ela e Julian não estavam juntos, ele havia voltado um dia antes do baile para Cambridge e ela no próximo ano partirá para a Califórnia onde estudará biologia marinha.
Minha melhor amiga Caroline havia dispensado Dom Parkinson de vez, e partido de vez o coração do pobre Leon Lopez.
Paul já havia ido de vez para Nova York, voltamos ao estado sem grandes demonstrações de carinho quando anunciei meu namoro com Dean.
Lissa estava toda soltinha no baile, mas seus olhos caçavam meu outro irmão que dançava com sua nova namorada, Carrie. A única namorada dele que eu já gostei de cara e com essa posso apostar que ele se casará.
Tocava Love Of My Life quando Dean me puxou para fora do ginásio e nos sentamos na arquibancada, ouvindo a música tocar.
— Animada por Nova York? — ele me perguntou meio triste, mas tentando esconder com um sorriso.
— Caroline está tentando me animar — respondi segurando sua mão — Eu prometo que vai dar tudo certo Dean.
— Eu quero muito acreditar nisso — encostou a testa na minha — Estou muito orgulho de você e quero que acredite nisso — selou meus lábios.
— Eu acredito — abracei-o.
— Tenho um presente para você — ele tirou do bolso do paletó uma pulseira prateada com um dois corações entrelaçados.
— Você e eu? — perguntei a ele passando o dedo nos corações.
— Você e eu — afirmou.
Ficamos em silêncio por um tempo até ele voltar a falar.
— Quando você voltar para Greenville nós vamos nos casar e teremos cinco filhos — arregalei os olhos com sua afirmação.
— Casar tudo bem, mas ter cinco filhos de jeito nenhum.
— Quatro?
— Dois e não se fala mais nisso.
— Sim senhora.
— Eu quero duas meninas — deixei claro.
— Uma pode se chamar Lilian, não é? Era o nome da minha mãe.
— E a outra Anne, o nome da minha vovó.
— Mas e se forem dois meninos?
— James Dean, igual ao ator — suspirei e ele revirou os olhos.
— O outro pode ser Han Solo.
— De jeito nenhum.
— Harrison?
— Sério Dean? — revirei os olhos — Ás vezes acho que Star Wars é o amor da sua vida.
— É o segundo amor da minha vida porque o primeiro é você — me puxou para um beijo.
— Idiota — encostei minha cabeça em seu peito — Eu te amo Dean.
— Eu sei.
Olhei para ele com minha maior cara de "Sério?", ele tinha que citar Star Wars até no momento em que eu disse o primeiro "eu te amo" para ele.
— É hábito — levantou as mãos em rendimento — Eu te amo também.
E nesse exatamente eu soube que Dean Porter é o amor da minha vida e nada irá nos separar.
EPILOGUE
Se ficou curioso para descobrir o que aconteceu depois do ensino médio, eu posso tentar resumir.
Caitlin Brookes se tornou uma excelente engenheira química, se casou e teve um único filho Lionel Brookes, que mais tarde teve uma paixonite pela minha filha Lilian.
Diana Parkinson se tornou diretora financeira da empresa que abriu com sua melhor amiga Elizabeth Taylor. Anos se passaram e a filha de Diana, Noora, namorou meu filhinho Andrew, e como uma herança genética a filha de Elizabeth, se tornou arqui-inimiga de minha filha, Eliza e Lilian se detestavam, assim como eu e Elizabeth.
Lissa e Paul tiveram um casamento terrível, ela transformou meu irmão em um monstro e só o tempo conseguiu mudar algumas coisas. Ela deixou a filha para trás e Rose cresceu sem uma mãe, depois teve problemas com seu pai, mas no final tudo se ajeitou e Paul teve que aceitar o amor de Rose e James.
Eu e Paul conseguimos consertar nossa relação com o passar dos tempos, até porque Megan West nunca iria permitir que seus avós ficassem brigamos, ela ama o avô Paul e me ama também e isso acabou nos unindo novamente.
Caroline Scott se casou com um colega de faculdade e teve um filho, Harry Scott, que se tornou o melhor amigo de minha filha Lilian. Depois de ter se recuperado de uma doença terminal, Caroline teve que lidar com o divórcio que seu marido pediu antes de ir embora com outra mulher, mas isso não a derrubou e Caroline reconstruiu a vida com seu filho em Nova York, ela reencontrou Dom Parkinson depois de muitos anos e eles finalmente tiveram a chance de viverem seu amor.
O engraçado é que assim como Caroline partiu o coração de Leon Lopez, anos depois Izzy Lopez partiu o coração de Harry quando terminou com ele.
E como a vida é engraçada e prega peças ela fez com minha filha se apaixonasse e casasse com o filho de Lauren Collins e Julian Stone.
E hoje aqui sentada em minha cadeira ao lado de meu amado esposo Dean, vejo a terceira geração se metendo em suas próprias encrencas.
Os filhos dos meus filhos repetindo nossos erros e aprendendo com eles assim como nós aprendemos com os nossos porque é assim que a vida é, erramos e esses mesmos erros nos fazem crescer.
F I M
sqn
Meu querido neto sentou ao meu lado e suspirou.
— O que aconteceu? — perguntei.
— Nada vovó — ele deitou a cabeça no meu colo.
— Jonathan Stone o que aconteceu? — perguntei novamente.
— Meg brigou comigo porque eu quebrei a boneca dela sem querer — encheu os olhos de lágrimas — Tio James me defendeu, mas ela não quis nem saber e me chutou.
— Meg tem o temperamento forte da mãe dela — ri lembrando-se de todas as vezes que James chorou no meu colo por causa de Rose — Mas ela vai te perdoar.
— Eu não me importo com ela mesmo — deu de ombros e Dean riu.
— Sei bem como não se importa — meu esposo acariciou o cabelo do neto — James também não se importava com Rose.
— Eca vovô, não me compare ao titio James, jamais iria me apaixonar pela minha prima.
— E por quê?
— Porque é estranho.
— O amor é estranho, meu querido, e é isso que dá beleza a ele.
O garoto me olhou com os olhos esbugalhamos e então Dean estendeu algo para ele.
— Quando finalmente encontrar alguém que ame, dê isso a ela — disse e o neto abriu a mão vendo a pulseira com dois corações entrelaçados.
— Eu nunca vou me apaixonar — e saiu correndo para brincar com os primos.
— Eu conto ou você conta? — Dean me perguntou.
— Deixemos que ele descubra sozinho.
— Aposto que vai ser no ensino médio.
— Não vou contender, acho que isso já é tradição de família.
Nos olhamos e entrelaçamos os dedos um no outro.
E agora sim.
F I M
E AÍ GOSTARAM? DIGAM QUE SIM E NÃO ME ABANDONEM, POR FAVOR.
Eu tenho uma notícia pra vocês, embora eu tenha desistido de A Playlist de Maxine West, aqui temos o livro que estou escrevendo agora e que em breve estará disponível aqui:
Alguém vai ler?
Espero vê-los em breve, obrigada pelos 200 k.
XOXO, Lady Allen.
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