✗e p i l o g u e ✗


De repente uma realização tomou conta do meu ser.

Eu nunca pensei muito sobre o amor, essa é a verdade.

E é por isso que estou com essa questão martelando em minha cabeça, tentando entender essa coisinha estranha que todos chamam de amor.

— E o que você quer saber sobre o amor? — papai me perguntou.

— Como? — balancei a cabeça.

— Você se parece muito com a sua mãe — apertou minha bochecha.

— Pensei alto de novo?

— De novo — papai assentiu e eu rolei os olhos — Mas então, o que quer saber sobre o amor?

— Basicamente tudo — parei de mexer a comida de um lado para o outro no prato.

— Para cada pessoa o amor significa uma coisa, o amor é singular. Para mim, por exemplo, o amor é a minha família — papai me olhou com seus olhos atentos.

— Eu estou falando daquele tipo de amor — posso jurar que minhas bochechas ficaram vermelhas.

— Oh! Esse tipo de amor — papai balançou a cabeça sorriso — Eu me apaixonei pela sua mãe quando eu tinha seis anos, tudo o que eu conheço sobre amor é resumido a Lilian.

— Como você sabe que está apaixonado? — questionei.

— Por que tantas perguntas sobre o amor? — me olhou todo sugestivo e eu fiz cara de desgosto.

— Não é nada disso que o senhor está pensando, eu só tenho quinze anos. Estou perguntando isso porque eu preciso fazer uma redação e escolher uma música sobre amor e eu preciso dessa nota.

— Sua professora de música é durona.

— Mamãe não pega leve comigo porque é minha mãe.

—A mãe dela era bem engraçada e deixava a gente guerrear por meio de músicas.

— Boa ideia papai! — enchi meu pai de beijinhos — Preciso falar com o vovô.

— Espera Max, papai te leva — levantou e eu fiz sinal para ele ficar quieto.

— Pai eu não sou mais criança — cruzei os braços — Eu te amo, mas o senhor não precisa ir comigo para todos os lugares e a casa do vovô é no final da rua.

— Desculpa — sentou de novo — É que o papai...

— Te ama, eu sei, também te amo — dei um beijo estalado em sua bochecha e fui saindo.

— MAX! — ouvi meu irmão gritando por mim.

— O que foi? — virei para a escada e o vi no topo da escada.

— Me leva na casa do tio James? — pediu.

— Nem pensar Jon, já chega de casa de tio James por hoje — papai apareceu na porta da cozinha.

— Mas pai...

— Sem "mas" — falou sério.

— Eu preciso conversar com a Megan sobre o trabalho da escola — pirralho mentiroso.

— Mentira pai — entreguei.

— Maxine! — meu irmão me olhou feio.

— Para o seu quarto Jon — papai disse todo sério.

Meu irmão mostrou a língua para mim e voltou para o quarto.

— Não vai dar certo essa amizade toda, o senhor sabe — eu avisei.

— Ele a Megan são muito apegados, só isso, deixe de besteira — papai me censurou.

— Deixa só eles brigarem — vesti o casaco — Eles nunca mais vão se falar, amizade demais só dá merda.

— Vai logo antes que eu desista de deixar você sair também.

Aproveitei a deixa e saí rapidinho.

Toquei a campainha da casa do meu avô e o ouvi falar do outro lado da porta que logo se abriu revelando uma confusão.

Tia Dominique dando de mamar para um dos gêmeos, tio Andrew tentando acalmar a outra bebê e minha avó mandando todo mundo se acalmar.

— Preciso conversar com o senhor vovô Dean — entrei.

— Eu sabia que você viria me salvar desse bagunça, por isso que eu amo minha netinha — me abraçou — Vamos para o antigo quarto de sua mãe.

O quarto que era da minha mãe, agora era o quarto de visitas da casa. Sentei na cama e meu avô puxou um pufe ficando em frente a mim.

— O que é amor? — perguntei de supetão.

— Mas já? — meu avô deu uma crise de riso inexplicável — Eu achava que você iria demorar mais um pouco para se apaixonar Maxine.

— Eu tenho quinze anos, não posso e não quero me apaixonar.

Fui firme, mas em meu coração sabendo da minha grande mentira.

— Por que quer saber sobre amor?

— Trabalho de escola.

— Vou tentar resumir, prometo — vovô é a melhor pessoa que conheço e é o melhor conselheiro do mundo — Amor é algo que não se explica, meu bem, nós sentimos.

Suspirei, por que eu tive que nascer em uma família romântica?

— Nós somos uma família cheia de amor, você sabe — vovô se ajeitou — Seus pais, por exemplo, se conheceram crianças, seu pai passou a vida inteira apaixonado por ela e ela não sabia. No ensino médio, por meio de um trabalho de música, eles se aproximaram e sua mãe se apaixonou por ele. Eles eram muito bons juntos, mas quando brigavam eram terríveis um para o outro.

— Ainda acontece — interrompi.

— Terminavam e voltavam, era como um ciclo vicioso, mas as coisas só pioraram quando eles passaram para universidades diferentes, seu pai na Inglaterra e sua mãe no Canadá, as coisas ficaram bem feias, a última briga deixou sua mãe devastada e seu pai parecia ter desistido de vez.

— E o que aconteceu?

— Você — vovô Dean segurou minha mão — Sua mãe estava grávida, mas ela não contou de imediato e foi você que a aproximou de outra pessoa, o Daniel.

— O Dan da tia Nina? — perguntei assustada.

— É, sua mãe e ele quase se casaram.

— Tô chocada, quando foi isso?

— Quando você tinha um ano, mas o Dan largou sua mãe no altar e sua mãe se casou com seu pai, porque era o plano do Dan e da Nina. Ele foi trabalhar com a Nina em Paris, e como ele era muito bom crianças, ajudou Nina quando Marie era pequenininha e agora finalmente estão juntos.

— Isso tudo é loucura vovô — comecei a gesticular, como sempre faço quando fico entusiasmada — Eu sabia que papai tinha namorado tia Nina, mas que a mamãe tinha namorado o Dan... Nossa! É loucura.

— É amor, meu bem, o amor é louco.

— As coisas se acertaram, mamãe com papai e tia Nina com o Dan, mas eles não ficaram estranhos uns com os outros?

— Não, eles são adultos.

Dei de ombros e meu avô continuou.

— Outro grande exemplo de amor é James e Rose. Seu tio Paul não queria nem ver o James, mas o James lutou pela Rose e vice-versa e hoje estão aí casados, construíram um café incrível no centro, Violet e você são melhores amigas, tudo se ajeita na hora certa.

— E como o tio Andrew soube que gostava da tia Dominique?

— Eu sempre soube — nem vi que o tio Andrew estava na porta — Desde criança eu olhava para ela como se ela fosse a coisa mais linda do mundo, a gente foi crescendo e começamos a brigar, na verdade ela brigava, eu só provocava, mas chegou uma hora que eu deixei para lá todos os meus medos e todo o preconceito das pessoas por sermos primos e começamos a namorar e aqui estou eu sendo um homem de família, um marido apaixonado e pai de gêmeos.

Peguei minha agenda e comecei a anotar tudo o que já tinha ouvido e fiquei pronta para ouvir mais.

— Falem mais, por favor — pedi.
— Você conhece o Harry Scott, não conhece? — titio perguntou.
— O filho da Senhora Scott?

— Sim, esse mesmo — tio Andrew sentou ao meu lado com Sirius no colo — Ele foi apaixonado pela sua mãe, teve um rolo de mentira com a Rose, se apaixonou por uma garota que chamava Izzy...

— A professora de história? — perguntei.

— Sim — respondeu e continuou — Eles namoraram por anos, mas ele queria ser alguém importante e Izzy queria alguém para ela, daí eles terminaram, Izzy se casou com um cara que conheceu na faculdade e por coincidência Harry também casou e que eu saiba eles nunca mais se viram, pelo que ela contou para a Dominique, o coração partido ficou marcado nela demais para ela querer vê-lo de novo.

— Temos também a Cassie e o Alec — vovô continuou — Eles tinham um relacionamento complicado durante o ensino médio, mas conforme foram ficando mais velhos, ficaram maduros e isso só os fez se amarem mais e estão felizes.
— Camille também teve vários namorados e ainda continua tendo vários namorados — tio Andrew riu — Essa não tem jeito, não pode ver um cara com cara de misterioso e jaqueta de couro que já se apaixona.

— Em resumo é isso, meu bem, amor é singular, cada um tem um jeito de amar, um momento certo para amar, o amor aparece para cada um de um jeito de diferente — vovô resumiu.

— Obrigada vovô — dei um beijo na bochecha dele — Obrigada titio — beijei a bochecha de tio Andrew — Preciso voltar para casa e preparar minha redação.

**

Entrei em casa toda animada para escrever minha redação e escolher minha música, mas antes corri para o quarto de mamãe, certamente ela está lá preparando as aulas de amanhã.

— Cheguei mamãe — abri a porta e a vi sentada no meio da cama rodeada de papéis.

— Seus avós estão bem? — perguntou escrevendo algo.

— Estão sim, conversei com o vovô sobre o trabalho que a senhora passou e ele...

— Que bom minha querida — ela parecia nem estar me ouvindo.

— A senhora me ouviu?

— Você pode ajudar o Jon com a lição de casa? — apertou os olhos lendo algo e voltou a anotar.

— Por que eu?

— Porque eu estou ocupada — continuou sem me olhar.

— A senhora podia, ao menos me olhar? — e ela o fez com a expressão de "O que foi agora?".

— Mamãe precisa terminar essa aula para amanhã.

— Você podia ser a minha mãe por um pouco de tempo, sabia?

— Eu sou sua mãe Maxine, mas eu sou professora também.

— Sabe mãe, eu desisto — e saí sem me importar em virar quando ela me chamou.

Todos amam e respeitam a professora Lilian Stone, mas eu só queria que ela fosse a minha mãe, só a minha mãe, um pouquinho.

Entrei no quarto de meu irmão para ajudá-lo com a lição, ficamos fazendo contas de matemática por mais ou menos meia até que de repente ouvimos a voz exaltada de minha mãe e meu dizendo algo que não entendi.
— Já estou cansada de tanta cobrança — ouvi mamãe dizer — Quando não é você, é a sua filha! — vociferou.

— O que está acontecendo Maxi? — meu irmão de doze anos me perguntou.

— Nada Jon, nada — tentei ficar calma, mas meu irmão encheu os olhos de lágrimas — tudo bem Jonathan, não chora — o abracei.

De repente ouvimos uma porta batendo com força e passos apressados descendo as escadas, ouvimos mamãe chamando meu pai e abrimos a porta devagar para tentar ver o que estava acontecendo, meu irmão ainda chorava quando vimos mamãe segurar meu pai pela lapela da camisa e beijá-lo depois de pedir desculpa e dizer que o ama.

— Viu? Tudo bem — abracei meu irmão de novo.

— Não gosto quando eles brigam — Jon secou as lágrimas.

— Nem eu —mordi o lábio.

Eu queria chorar toda vez que eles brigavam, e eu o fazia até os três anos, mas depois disso meu irmãozinho nasceu e eu aprendi que tenho que ser forte por ele.

— Não vou me apaixonar nunca Maxi — suspirou.

— Só o tempo dirá Jon, só o tempo dirá — beijei o topo de sua cabeça.

— Crianças venham jantar — ouvimos nosso pai chamar.

E quando os olhos de meu irmão se encontraram com os meus eu tive uma certeza concreta do que o amor é.

— Eu amo você Johnny — abracei-o com força.

— Você está doente Maxi? — perguntou preocupado.

— Nunca estive mais sadia, só que acho que não digo isso com frequência, mas eu quero que saiba que eu amo você maninho — beijei sua bochecha.

Quando olhamos para a porta lá estavam papai e mamãe abraçados.

Minha mãe pode ser um pouco ausente e ocupada, mas sei que me ama.

Já papai sempre está muito presente e é assim que ele demonstra que me ama.

Jon sempre precisa de mim e quando preciso, ele sempre está lá por mim e assim que sei que ele me ama.

Meus avós paternos e maternos são muito grudados a mim e se intrometem na minha vida o tempo inteiro e é assim que sei que me amam.

Violet, minha prima, sempre me zoa, mas nunca me abandona e é assim que sei que me ama.

Tio Andrew sempre está com a tia Dominique e é assim que eu sei que se amam.

Tio James vive fazendo declarações de amor para tia Rose e é assim que sei que se amam.

Leah e Edward sempre vivem brigando, mas é assim que se amam também.

Dan e tia Nina fazem bem um para o outro e é assim que descobri que eles se amam.

Vovô Dean vive enchendo a paciência de vovó Gina e é assim que demonstram que se amam.

Papai e mamãe são a minha personalização pessoal de amor e por quê?

Porque eu sei e sinto que se amam.

E eu?

Ah, eu os amo.

Mamãe chorou e me abraçou quando terminou de ler minha redação, naquela mesma noite.

E então ela e papai cantaram para mim e para o meu irmão, cantaram a canção que fizeram um dueto no ensino médio "We Don't Talk Anymore" e foi assim que meu irmão adormeceu e foi assim que percebi uma coisinha a mais.

Talvez eu saiba muito mais sobre o amor do que achei que soubesse.

E tenho certeza que os verei em breve com a minha própria playlist. 

Agora sim é real e oficial o fim de APdLW/APdMS <3
Quero agradecer a cada leitor que leu, a cada um que comentou e votou, eu amo vocês.

Espero que tenha curtido estar aqui comigo conhecendo a história de Lilian e Matthew, porque eu amei conhecer vocês e escrever sobre eles.


DEIXE (NOS COMENTÁRIOS DESSE TRECHO) SUA DESPEDIDA AQUI PARA O SEU PERSONAGEM FAVORITO


Mas eu não sou boa em despedidas e os WEST são irresistíveis demais para eu deixar de escrever sobre eles.

Em breve teremos um trailer de APdLW novinho e maravilhoso feito pela Rainha das Edições, aguardem. 

Sumi por quase um mês ajeitando as coisas porque tenho uma notícia para vocês:

A PLAYIST DE MAXINE WEST SERÁ O LIVRO DOIS DA TRILOGIA WESTONE. 

"Como assim trilogia Lady?"

Teremos dois livros vindo por aí. 

O primeiro:

Se passa quando Maxine já tem vinte anos e só terá cerca de dez capítulos.

Já A Playlist de Jon Stone será a nossa volta ao High School e teremos VÁRIOS WEST por vir haha

TEREMOS DEAN EM TODOS OS LIVROOOOOOOOOOOOOOOOOOS!

Imaginem Tio Dean como vovô haha


Espero que não me abandonem porque eu estou amando continuar com os West, espero que vocês também. 


AVISO: A PLAYLIST DE MAXINE WEST JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NO MEU PERFIL.

AVISO: A PLAYLIST DE MAXINE WEST JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NO MEU PERFIL.

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AMO MUITO VOCÊS, ESPERO VÊ-LOS EM BREVE. 

XOXO, Lady Organa Solo (Eternamente Lady Allen). 

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