✗CAPÍTULO OO2 C A N Y O U H O L D M E ?

Como o prometido estou aqui 

Cambridge, Inglaterra

A casa está vazia, todos foram ao casamento de Nina e eu aproveitei para ficar sozinho comigo mesmo e meus pensamentos conturbados.

A televisão passando um filme que sequer prestei atenção no título, muito pior ainda no enredo. O primeiro bip do telefone me assustou um pouco, não sou acostumado com telefones.

Pessoas hoje em dia mandam áudio e não ligam para telefones fixos.

Matt, é a Nina — Jura? — Falta um pouco para o casamento, já estou saindo de casa, você vai?

Ignorei a mensagem por exatos vinte minutos até que o próximo bip tocou.

Estou na frente da igreja, você realmente não vai vir?

Ignorei por um BOM TEMPO. Não sou obrigado a assistir minha melhor amiga arruinar a vida casamento com um cara interesseiro que está com ela por dinheiro e não por amor ou qualquer coisa parecida.

Uma vontade enorme de ligar para Lilian me invadiu, mas resisti bravamente porque não vou me rebaixar a continuar correndo atrás dela.

Troquei várias vezes de canal e não achei nada que me fizesse esquecer nem o casamento e nem Lilian.

Um terceiro bip e dessa vez não é Nina.

Atende a droga o telefone Matthew — era Grace com um tom de voz preocupado.

Retornei a ligação.

Diz Grace.

A Nina te ligou?

Quando chegou na igreja.

Depois disso nenhuma notícia?

Não, por quê?

Você tem ideia de onde ela poderia estar?

Grace o que tá acontecendo?

Uma grande confusão.

Que tipo de confusão?

Acha a Nina primeiro e depois a gente conversa. Todo mundo tá procurando ela.

Cadê o babaca do Ben?

Eu não sei.

É o Matthew? — a voz doce de Sophie soou — Matthew, é a Sophie, você tem ideia de onde a desmiolada da minha irmã pode ter ido?

Não, mas vou colocar essa cidade de cabeça para baixo até achá-la.

Seremos eternamente gratos, se a achar primeiro, por favor, liga para a gente.

Claro, ligo sim.

Desliguei o telefone e tateei a mesa de centro em busca da chave do carro de minha irmã, já que eles haviam ido no carro de Thomas.

Saí por várias ruas, perguntei para um monte de gente e nada, depois de duas horas senti meu celular vibrando dentro do bolso a calça.

A foto da ruiva piscando na tela.

Onde você tá? — perguntei ao atender.

Matt — Nina falou com uma voz embargada — Eu estou tão ferrada.

Nina onde você tá?

Eu não sei — ela gargalhou — Tudo aqui é colorido e bonito.

Você tá bêbada?

Talvez um pouquinho, você vai 'bigar' comigo?

Nina só me diz onde você está, por favor.

Tem música triste, muita gente bebendo e uns caras olhando para mim, todo mundo tá olhando para mim porque eu sou a noiva da balada — riu — Não sei onde tô, só tô aqui.

Tem alguém aí?

Claro, tem um monte de gente, eu tô num bar, eu acho.

Tem alguém sóbrio?

O barman gatinho — deu outra risadinha.

Passa o celular para ele.

Meu melhor amigo gatão quer falar com você barman gatinho— falou com uma voz dengosa.

Alô? — a voz grave soou do outro lado.

Onde ela tá?

É um barzinho no centro, 505, tem uma placa de neon enorme é bem fácil achar.

Não a deixe sair — pedi.

Não deixarei, pode deixar, agora bem rápido que ela tá tirando a roupa.

Tô indo.

**

Passei pela porta do bar e encontrei Nina sem o vestido de noiva, em pé em cima do balcão e cantando bem alto.

So you don't have to call anymore, i won't pick up the phone, this is the last straw, don't want to hurt anymore — cantava chorando e todo mundo dlhando para ela — But I don't believe you baby like i did before, you're not sorry.

— Acabou o show — passei os braços pelas pernas dela a tirando de cima do balcão — Hora de ir para casa.

No more sad songs — ela cantarolou rindo entre as lágrimas.

Coloquei-a no chão e vesti minha blusa de moletom cobrindo a lingerie branca extremamente sexy.

— Você tava certo — ela choramingou parando de cantar e começando a chorar — Ele não presta.

Coloquei uma boa gorjeta para o barman por ter ficar de olho nela, não que seja muito difícil.

— Em casa a gente conversa — peguei-a no colo de novo.

**

Levei Nina direto para o apartamento dela – que seria dela e do noivo –, abri a porta e a levei para o quarto, ela desatou a chorar ainda mais quando olhou para o quarto que seria seu e de seu marido.

— Ele disse não — soluçou — Na frente de todo mundo — se encolheu perto cabeceira da cama — Ben disse que iria casar comigo por dinheiro, mas amando outra garota, ele disse que precisava ser honesto com ele mesmo e comigo — soluçou de novo — Ele disse a ama e foi embora.

tudo bem Nina — tentei tranquilizá-la.

— Eu fiz a Blair e saí correndo no meio da rua vestindo um vestido de noiva enorme — riu sem humor — Estou tão humilhada.

— Não não — levantei e estendi a mão — Vou te colocar no banho, vem.

— Não consigo ficar em pé — confessou com a maquiagem toda borrada e cabelo bagunçado.

A peguei colo novamente, a levei para o banheiro, tirei minha blusa a deixando só com a roupa de baixo, liguei o chuveiro, a coloquei no box e saí.

Do lado de fora do banheiro ouvi seu choro, alguns lamentos e então o chuveiro desligou.

Liguei para seus pais e eles disseram que era melhor ninguém falar com ela para evitar os olhares de pena, porque Nina é muito orgulhosa.

Nina apareceu na porta, ainda muito tonta e de toalha, saí do quarto para ela vestir um pijama de unicórnios e então voltei.

— Eu sou uma pessoa ruim? — ela perguntou sentada na cama.

— Por quê perguntando isso?

— Por que eu não mereço amor?

— Hey — sentei ao seu lado — Você é pessoa que mais merece amor no mundo.

— Eu sou uma pessoa horrível, sou Darth Vader de vestindo florido — voltou a chorar.

— Nina...

— Até o Anakin teve quem o amasse e eu não — soluçou baixinho.

— Aquele cara que não te merece e não o contrário — segurei sua mão —  E não comparada a Padmé com aquele Ben —  pronunciei seu nome com se fosse um palavrão.

Levantei, procurei o secador e sequei os fios ruivos que demoraram a secar.

— Eu sou uma pessoa ruim — insistiu.

— Não, não é — tentei prender o cabelo dela em um coque, não ficou bonito, mas segurou — Você é boa, é generosa e tem um coração de ouro enorme — sentei novamente ao seu lado.

— Por que diz isso? — ela deitou a cabeça no meu colo.

— Se lembra daquele dia que saímos da lanchonete e você estava com um lanche bem caro e tinha um mendigo na porta? — ela assentiu — Você não só deu o lanche para ele, você tirou a mesada que seu pai te deu do banco e deu para aquele homem, não satisfeita você arrumou um emprego para ele na lanchonete.

— O seu Johnny casou, sabia? — contou — Eu conheço a filhinha dele, eu matriculei ela no balé semana passada— contou ainda mais.

— Existe alguém que mereça mais amor do que você?

— Você — ela respondeu.

Ficamos em silêncio por um tempo até que ela pegasse no sono, ajeitei a ruiva em sua cama, a embrulhei e acariciei seu rosto delicado.

Eu te avisei, Nina, avisei tanto.

Mas nunca vou dizer em voz alta.

— Matthew — ela segurou minha mão quando eu fui me afastando — Fica.

Sem resistir ao seu pedido triste, cedi.

Deitei ao lado dela, e Nina encostou a cabeça no meu peito.

— Obrigada por ter cumprido sua promessa e ter ido lá por mim e por estar aqui — passou o braço me abraçando.

Beijei o topo da cabeleira ruiva e fechei os olhos.

**

— Matthew — acordei sendo balançando violentamente.

— Bom dia para você também Nina — sentei na cama meio atordoado.

— O que a gente fez? — perguntou com os olhos arregalados.

Entendi o que ela entendeu.

— Amor — brinquei — Muito, muitas vezes.

— Eu não acredito — passou a mão no rosto — Não é possível, não pode ser.

— Te encontrei no bar, a gente bebeu e você me trouxe para cá.

— Você me deixou fazer isso? — perguntou brava.

— Eu tava bêbado e você também.

— Sua burra — Nina deu dois tapas no próprio rosto.

— Hey, calma, brincando — abracei-a —Você tava bêbada e... — contei toda a história para ela assistindo um semblante de alívio tomar seu rosto.

— Eu só não quero estragar as coisas entre a gente — explicou o motivo do surto — Você é único amigo que eu tenho e não quero te perder.

— Nunca vai — abracei-a novamente — Se a sua amada Katy Perry te visse cantando Taylor Swift em um bar, o que ela acharia?

— Não brinca.

You're Not Sorry — cantarolei.

— Minha cabeça explodindo, para — pediu.

— A propósito, o Ben perdeu de ver você com aquela cinta liga branca — assisti suas bochechas ficarem da cor de seu cabelo.

— Vamos fazer alguma para comer, preciso tomar um remédio e de estomago vazio não vai rolar.

E assim fomos nos aventurar na cozinha, onde ouvi várias histórias sobre ela e Ben escolheu cada colher daquele lugar.

E o cara de coração partido partiu no resgate da garota de coração partido e juntos afogaram as mágoas ás onze da manhã com pão dormido regado a café com leite.

Segurei com ambas as mãos a gradezinha da pequena sacada do apartamento, Leah já estava dormindo, Ed estudando e eu fiquei presa aos meus pensamentos.

Por mais clichê que possa parecer quando meus olhos encontraram aquela imensidão de estrelas minha mente me guiou exatamente para a pessoa que está do outro lado do oceano.

Coube a mim dar um fim, mas parte de mim se arrepende disso, não a parte sonhadora, mas a parte romântica.

Não foi uma escolha fácil, mas quando uma escolha é fácil? Nunca.

— Perdida em pensamentos? — virei para trás e assisti Dan se aproximar — Boa noite Ann.

— Boa noite — sorri para ele.

— Pensando na vida?

— E nas escolhas — completei e ele pareceu pensar um pouco antes de dizer.

— Vem comigo — estendeu a mão.

Hesitei um pouco, mas peguei sua mão e o deixei me guiar para fora do apartamento, subindo uma escadinha estreita e chegamos ao terraço.

— É aqui que eu penso na minha vida e nas minhas escolhas.

De longe é o lugar mais bonito do mundo, é um terraço de um prédio residencial de pessoas que não são exatamente ricas, mas mesmo assim o tapete de estrelas acima de nós dá um ar de paz.

— Poderia me contar sobre uma escolha que costuma pensar? — perguntei.

— Eu nasci em Alberta, tive uma vida normal, poucos amigos, uma namorada de infância, sempre fui o cara quieto que teve a sorte de namorar uma garota popular — começou — Um dia chegou o momento de fazer escolhas — suspirou — Donah e eu fizemos planos de casamento, de vir para cá e estudar juntos e tudo mais, o problema é que nesse meio tempo eu me perdi em problemas e meus sonhos se quebraram e o ciúme excessivo dela foi matando o amor dentro de mim.

O jeito pesaroso com que falava partiu meu coração.

— Meu pai ficou doente e minha mãe não conseguia trabalhar sozinha para sustentar a casa, Leah estava aqui trabalhando e estudando, mas nem assim cobria as despesas — sorriu triste — Eu tinha que fazer uma escolha e eu fiz.

— Qual?

— Desisti de alguns dos meus planos com Donah, de qualquer maneira eu sou um menino para casar, Donah não entendeu muito bem, mas aceitou e continuamos namorando, mas não sei até quando.

— Você não a ama mais?

— Amo, mas não sou mais apaixonado por ela.

— Leah comentou que você é barman — mudei de assunto ao vê-lo triste.

— Eu sou barman de segunda á sábado durante a noite, estudante de literatura durante a manhã, garçom à tarde e ás vezes aos domingos levo os cachorros das madames para passear.

— Nossa! Como consegue ter tanta disposição?

— Não é disposição, é necessidade — olhou para mim — Papai precisa de remédios caros e eu trabalho com a Leah para ajudar a ele e a minha mãe.

— Você é uma pessoa incrível Dan — elogiei.

— Nem tanto — deu de ombros — Agora sua vez, qual escolha te assombra?

— Dei um pé na bunda do meu ex para vir para cá — resumi.

  — Mas só para vir para cá ou houve outro motivo?

— Eu e ele somos diferentes, a vida dele é diferente —  abaixei a cabeça —   A avó dele tem um jatinho, Inglaterra para ele é passeio de feriado, a irmã dele não me suporta, imagine ter que conviver com a cunhada que te detesta e com a família podre e rica dele? Eu me sinto pequeno perto da grandeza dos Stone, chega a ser humilhante e eu me senti sufocada e amedrontada, essa é a verdade.

— Se arrepende de tê-lo deixado?

— Eu o amo, então sim, parte de mim se arrepende — suspirei.

— Que ótimo Ann — sorriu para mim — Você precisar voltar para o seu ex e eu preciso terminar com a minha atual.

— Que bela dupla de patetas somos — brinquei.

— Verdade e eu prometo que quando você voltar para seu ex, eu termino com a Donah.

brincando?

— Não — disse sério.

— Ok.

— Ok.

— Isso foi bem...

— Hazel e Augustus — completou — Agora vamos entrar que frio e já é madrugada.

Dan me guiou de volta ao apartamento e nessa noite não consegui dormir pensando no quão pequenos são meus sacrifícios e problemas perto dos dele.

Tadinha da Nina levou um pé na bunda no melhor estilo novela mexicana

Veremos o Ben durante a história, ele vai voltar com tudo e é só o que posso dizer.

Tadinho do Dan e da Leah, alguém imaginou que a vida dos dois era tão difícil?

Capítulo novo talvez no sábado 

Conheceremos Donah e Alyssa atacará.

Amo vocês babies 

XOXO, Lady Allen. 

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