Feliz aniversário Anastasia
Fiquei olhando o embrulho.
Grande. Muito grande.
Todos que passavam pela minha mesa encarava o embrulho.
Curiosos.
Eu estava curioso pra saber qual seria a reação de Mia. Hoje é o aniversário dela, e eu trouxe um presente, fora o meu coração, é claro.
Pedi dois cafés. Um para ela é claro.
Fiquei esperando, nervoso, será que ela ia gostar?
- Alex.
Levantei os olhos.
- Oi...Mia.
Levantei. Ela divagava o olhar perdido entre o embrulho e eu.
- Feliz aniversário!
Ela não sorriu. Apenas se sentou na minha frente.
Ela pegou o copo de café na sua frente e bebeu um enorme gole.
- o que é isso aí?
Perguntou limpando os lábios.
- É o seu presente.
Falei sem entender. Ela não gostava de aniversários?
- Você pode me dar em qualquer outro dia. Porque hoje?
Questionou.
- porque hoje é o seu aniversário, Mia.
Ela negou.
- esse é o erro. Pessoas são lembram de mim nessa data. Às vezes nem isso.
Ela estava brava, triste ou talvez magoada.
- Mia...
Comecei.
- É verdade!
Ela estremeceu estalando a língua.
- Mia não é isso.
Tentei me explica mas ela Acenou para eu me calar.
- Me dê o presente amanhã. Não quero receber hoje, só porque é o meu aniversário, que bobagem.
Ela reclamou bebendo mais ainda do seu café. Eu queria dizer à ela que ela merece presentes todos os dias, e que eu os daria se fosse possível.
- Desculpa. Eu sei que sua intenção foi boa. Só estou um pouco com raiva e magoada.
- o que houve?
Eu quis saber. Eu queria saber o porque da minha garota está tão aflita.
- Nada demais, apenas o meu pai sendo um babaca.
O pai dela.
Mia nunca me falará sobre sua família, nem eu havia falado sobre a minha. Na verdade, eu sabia pouca coisa sobre ela.
- Ele sempre foi um babaca.
Ela disse mordendo os lábios.
- e porque acha isso?
Ela suspirou.
- Deixar a única filha por qualquer rabo de saia é um dos motivos. E fora que ele foi extremamente babaca com a minha mãe.
Eu não sabia de todos os motivos que fazia Mia odiar o pai dela, mas eu queria que ela esquecesse todos esses motivos, eu queria que aquele dia fosse especial.
- Mia, você quer sair daqui?
Falei do nada. Seu olhos estavam aturdidos. Ela parecia está mais magoada do que com raiva.
- Me leve pra qualquer lugar.
Concordei e estendi a mão pra ela.
A palma dela coube perfeitamente na minha, e eu adorei isso. Na verdade, eu amei isso.
***
Eu não sabia como expressar o meu amor. Isso é fato, o ser humano tem essa dificuldade, esse pequeno detalhe de ser criativo sobre em coisas que são relacionados à emoções e sentimentos, principalmente, os que envolvem amor.
Eu mal sabia agir na frente de Mia, nem o que falar. Se eu pudesse eu rasgaria o meu coração, numa forma de dizer o quanto eu amava. Porque pra mim, não basta só o velho e longe eu te amo. Eu amo Mia muito mais do que isso, vai além de tudo que eu conheço ou que um dia eu irei conhecer.
- como era a sua mãe?
Perguntei enquanto dirigia.
Mia olhou pra janela e disse:
- um máximo. A mulher que eu sempre quis ser.
Ela suspirou e depois retomou.
- Ela não terminou a faculdade porque justamente engravidou de mim. Mas isso não fez dela menor do que as que terminaram. Meu pai foi um babaca, ele não sacrificou nada por mim e nem pela minha mãe. Eles moraram juntos até eu completar um ano de idade.
Ela deu uma pausa, e ainda sem me olhar prosseguiu.
- Ele batia nela. Quando ficava muito bêbado. Ficamos na rua, minha mãe não tinha dinheiro, então ela me levou para casa do meu avô. Ele nos acolheu. Ele me criou como se fosse sua filha. Minha mãe trabalhava 12 horas por dia, só pra poder me dá uma boa vida, meu avô era aposentando, não tinha muito em que nos ajudar,nós que tínhamos que ajuda-lo.
Ela não disse mas nada. Eu não disse nada.
Com certeza a mãe de Mia foi uma mãe exemplo e incrível.
- Minha mãe nunca me deixou faltar nada, nem o seu amor ela me negou. Por isso que eu digo que meu pai é um babaca com a minha mãe, ele nunca nos ajudou, nunca me ajudou, ele nunca amou ela. E quando ela morreu, eu tinha treze anos, e ele não moveu um dedo por mim, muito pelo contrário.
Parei o carro.
Ela olhou enfim pra mim.
- uma praia?
Concordei.
Me inclinei e cruzei os braços.
Eu queria que ela ficasse calma, eu queria que ela ficasse bem, e um lugar como uma praia afastada, é o melhor lugar para desabafar, pra poder relaxar.
- e você? Como ficou depois da morte da sua mãe?
Ela respirou fundo.
- Meu avô estava muito debilitado, a guarda foi passada para o meu pai, e ele quis se livrar de mim, me jogando num colégio interno. E agora, ele acha que tem o direito de me chamar de filha. Ele construiu outra família, e como presente de aniversário ele me chamou pra morar com ele! Depois de todos esses anos, Alex!
O pai dela havia realmente vacilado com ela, em todos os aspectos, e eu queria tanto abraçar ela.
- Ah Mia, eu sinto tanto.
Ela balançou a cabeça de um lado para o outro. Como eu queria confortar ela.
- vem cá.
Tirei o cinto dela e a puxei para o meu colo, e meus braços arrodearam o corpo dela, eu queria tanto tirar todo aquele sofrimento dela.
A abracei com força, muita força.
Ela chorou,
Eu chorei,
Meu coração sentia a dor dela,
Eu queria tirar a dor dela,
Ela não merece,
Eu quero tanto o bem dela,
É só o que eu peço.
Depois de muito tempo ela continuou com o rosto enfiando no meu peito, eu gosto disso. Eu gosto de saber que ela se sente bem no meu colo, eu quero que o meu colo seja o porto seguro dela.
- ela amava monarcas.
Ela disse com a voz abafada.
- Quem?
Perguntei.
- minha mãe.
Respondeu baixo.
- Ela era obcecada por famílias monarcas e suas histórias.
Ela riu. Um riso bem melancólico.
Ah, Mia se você soubesse do meu amor por você, como eu queria que ele fosse suficiente para você nunca mais sentir dor alguma.
- É por isso que ela fez questão que o meu nome fosse de uma filha de um monarca.
Relancei um olhar pra ela.
- Você tem nome de princesa?
Fiz graça.
Toquei o nariz dela.
Ela sorriu,
Meu coração se alegrou.
- Tecnicamente de uma Grã duquesa. Nascia no mesmo dia que a Princesa da Rússia nasceu.
- então o seu nome é?
Ela limpou a garganta e fez uma encenação barata de uma monarca.
- Mia Anastasia Mary Sussex.
- uau. Você tem nome de princesa mesmo.
Ela riu e se acomodou no meu peito novamente, e como eu queria que ela nunca saísse.
Ficamos um tempo parado, eu ouvia atenciosamente o som da respiração dela, enquanto ela ouvia o som do meu coração compassado.
O vento forte de praia invadia o carro junto com o cheiro de maresia.
Eu amava aquele cheiro, mas amava mas ainda está com Mia nos braços, era tão realizador, saber que o coração dela estava tão perto do meu.
Mia,
Eu quero te proteger,
Eu quero te amar,
Te tocar,
E te entregar o todo,
O tudo,
Que eu sou.
Ela levantou o queixo.
- obrigada,Alex.
Eu sorri e beijei a testa dela.
Ela fechou os olhos,e meus dedos foram parar na lateral do rosto dela.
Ela se inclinou sobre mim e eu colei os nossos lábios.
Sentir os lábios de Mia nos meus era melhor sensação da vida, eu nunca podia acreditar que isso poderia ficar melhor, ou três vezes melhor.
Ela entreabriu os lábios me dando passagem. E nossas línguas começaram numa batalha frenética,mas ao mesmo tempo numa dança suave e calma.
Tudo com ela era muito mais intenso e verdadeiro. Minhas mãos estavam na base da coluna dela, enquanto as mãos dela se prediam nos meus cabelos, me levando para mais e mais perto dela.
Eu sentia o fogo,
Eu sentia o amor,
Eu desejo Mia,
Eu amo o seu toque,
Eu amo sua vida.
Paramos sem fôlego, nos afastamos e respiramos fundo, o nariz dela estava vermelho junto com suas bochechas levemente coradas. Recuperando o fôlego, com os lábios comprimidos e os olhos nos meus. Eu amo saber, que estou flutuando graças à você, e saber que todo o meu ser se queima, se entrega, e te ama, do jeito mais louco, ou do jeito mais simples. Eu apenas te amo.
- Feliz aniversário, Anastasia.
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