A estatística do amor verdadeiro

Mia.

Mia é um nome tão bonito.

Uma consoante, e duas vogais.
Um nome simétricamente perfeito.
Mia significa estrela do mar.
Eu amo estrelas, e mais ainda do mar.

Será que ela curtia mar e estrelas?
Em italiano, Mia, significa minha.
E eu quero que Mia seja minha para toda a eternidade.

Mia parece ser o nome perfeito para uma criança, e para uma mulher adulta, ou uma idosa.

E rapidamente meu cérebro viajou.

Como seria Mia na infância? Ou até mesmo na sua velhice?

Mia era perfeita.

Arrumei a lente da câmera dentro da bolsa.
Andei dois passos e então ela surgiu na minha frente.

- Oi.

Ela me saudou com um sorriso.

Amo os sorrisos dela, principalmente o que eles me causam.

- Oi.

Devolvi arrumando a alça da mochila no meu ombro. Eu havia combinado com ela naquela tarde.

Já havia mais de um mês sobre nosso encontro no café, e eu descobri que Mia era uma pessoa muito simpática e amigável. Pena que ela só me via como um amigo.

- isso é uma câmera?

Ela ergueu a sombracelha.

Ela estava vestida casualmente, mas isso mexeu com todo o meu interior.
Sua calça jeans surrada casava muito bem com sua blusa e jaqueta, e suas botas velhas de borracha. Ela era linda.

- Sim.

Falei tirando a câmera velha da bolsa.

- uau.

Ela suspirou passando os dedos pela superfície da minha câmera.

- é uma poloroid anos 80?

É. E eu tenho um maior ciúme dessa câmera, mas eu queria impressionar Mia.

- Sim. Ela é uma relíquia e tanto. Me custou um rim.

Ela sorriu da minha piada e focou a lente da câmera em alguma coisa.

- o que vamos fazer hoje?

Ela questionou ainda jogando o ponto da minha lente em vários cantos do parque.

Seus cabelos eram tão espessos. Como eu queria tocar um de seus fios.

- Fotografar.

Falei tomando a câmera dela.

- Vem.

Puxei ela sobre o gramado e coloquei todo o meu aparato na grama.
Comecei a dar algumas instruções a Mia, eu queria fazer fotos bonitas hoje , eu queria mostrar a minha paixão pra ela.

Eu queira mostrar o meu interior.

Comecei fotografando qualquer coisa, dei uma câmera um pouco menos cara e valiosa à Mia, já que ela é uma completa leiga no assunto.

Enquanto ela dava vários cliques andando de lá e para cá com uma das minhas câmeras, eu fazia fotos dela.

Ela era tão espontânea, e seu sorriso era tão absurdamente perfurante ao meu coração me causando uma dor.

Ela brincava como criança com a minha câmera e quando terminou se deitou na grama.

- será que ficaram Boas?

Sorri e puxei a câmera dela.

- talvez. Não sei você é boa nesse ofício.

Ela riu.

- Você algum dia deveria desenhar.

Sugeriu ela.

- temos algo em comum.

Falei observando o céu azul.

- o que?

Questionou ela.

- Nós trabalhamos com imagem. Nós criamos imagens.

Quando voltei meus olhos para Mia, eu vi que seus olhos estavam diferentes. Tão profundos, e límpidos, como uma lagoa funda, e eu quis mergulhar fundo, tão fundo e me submeter aos confins daquela lagoa que era seu interior.

- fazemos imagens.

Ela disse. E seus olhos voltaram para o céu. E o silêncio que se propagou,.foi bom,mas dentro do meu peito não restava dúvidas, não requiria mais nada, porque já havia exatidão.

Ela era meu amor,
E eu quero ser o amor dela,
Eu amo o sorriso dela,
E a forma de como eles mexem comigo.
Eu quero me entregar a ela,
Mesmo já estando ao chão,
Meu coração,
Perde a cadência,
Perde a ciência,
Eu perco todo o meu eixo,
Toda a minha estrutura,
Quando seus olhos se encontram com os meus, e com o meu coração.

Você Mia, é a minha estática de amor verdadeiro, e toda a sua compreensão e imensidão me trás a realidade, de que você é a minha verdadeira paixão, e não há dúvidas, que eu estou completamente e totalmente embevecido pela forma de como em segundos você conquistou todo o meu ser, todo o meu eu, tudo que um dia eu imaginei ser.

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