Casa Branca, Washington DC, EUA.
11 de fevereiro de 1997. Terça-feira, 10 AM.
− Os empresários já estão todos aqui, senhor presidente − avisou um dos seus assistentes.
− OK. Mande-os entrar, por favor.
Aquela seria a reunião mais importante de Reed desde a posse de seu segundo mandato, ocorrido no final do mês de janeiro.
Havia cerca de 20 empresários no local, os mais ricos homens e mulheres dos EUA. Eles se sentaram em círculo na grande mesa de reuniões da Casa Branca, com o mandatário em posição de destaque.
− Agradeço muito sua presença − cumprimentou o presidente, que vestia um terno preto com um corte que se ajustava perfeitamente a seu corpo, além de uma bela gravata vermelha. − Como sabem, um dos principais problemas internos de nosso país é o desemprego que, apesar de ainda apresentar uma taxa abaixo dos dois dígitos, vem crescendo mensalmente. E vocês são peças primordiais para que o nosso povo tenha um salário, um meio de subsistência. Para isso, a manutenção dos atuais empregos e geração de outros milhares no primeiro semestre se faz necessário e...
− Senhor presidente? − interrompeu um dos empresários.
Reed olhou diretamente para o homem que lhe cortara o raciocínio. Um homem com idade próxima à sua, com mais cabelos brancos que ele e um sobrepeso que se destacava em seu abdome.
− Alguma dúvida, senhor Moore? − questionou o presidente.
Richard Moore era um dos homens mais ricos do país, dono da maior companhia de tecnologia dos EUA.
− Tenho sim, senhor presidente − afirmou o empresário enquanto se levantava de sua cadeira. − Na verdade, tenho uma dúvida já há algum tempo.
O mandatário estranhou o comportamento do homem, que caminhava calmamente em sua direção.
− Pois, então, pergunte, senhor Moore.
− Sabe, o senhor disse na noite após o ataque terrorista que gostaria de ser um homem comum. Que um homem comum não precisaria tomar a decisão que o senhor tomou, matando milhares de pessoas que estavam naquele navio...
O presidente conhecia bem a história de Moore. Dentro do navio se encontrava sua ex-esposa e sua filha de 10 anos, ambas vítimas do ataque.
− Senhor Moore, eu respeito muito a sua dor − disse o presidente, enquanto via o homem se aproximando ainda mais. Os outros empresários permaneciam paralizados diante da cena. − Sua filha será lembrada por todos nós como a heroína que foi. Sinto muito ter tomado a decisão que tomei, mas não havia outra escolha.
O empresário já se encontrava bem próximo do presidente.
− Sempre há uma escolha, senhor presidente. Sempre!
Os olhos do homem externavam uma mistura de raiva e tristeza que amedrontou Reed.
− Temos muito orgulho de sua filha, senhor Moore. Entretanto, isso foi o que salvou outras milhares de vidas inocentes.
− Mas não salvou a da minha filha! − protestou o empresário.
− Não havia outra alternativa para um presidente. Como o senhor mesmo disse, eu não sou um homem comum...
O empresário sacou uma faca da manga de seu paletó.
− Então eu vou transformá-lo em um, senhor presidente!
Nos instantes que se seguiram, Reed sentiu a lâmina do objeto perfurando seu ombro, seguido de socos em seu rosto desferido por seu algoz. Os outros empresários gritaram de horror. O barulho dos gritos alertaram a equipe de segurança presidencial, que, rapidamente, imobilizou o agressor. O presidente sangrava. Seus olhos foram ficando cada vez mais embaçados, até perder completamente a consciência.
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