Capítulo 5
Boa leitura! Espero que gostem <3
* * *
Mamãe me levou e me buscou na escola todos os dias desde de aquele incidente em meu quarto. Ela não queria me ver perto de Cecília, nem como amiga.
Mas assim que o sinal tocava, eu me encontrava com a garota que adorava vermelho, sempre caímos na mesma sala, era impressionante.
Um dia, mamãe disse que iria viajar para ver as irmãs, dizendo que ela precisava de um "descanso". Papai começou a ir me buscar, por uma semana inteira eu, ele e Cecília íamos ao parque depois da escola. Nós nos divertíamos, e papai não se importava quando nós duas nos beijávamos de repente. Na verdade, sempre que nos desgrudamos, nós o pegávamos nos encarando com um sorriso mínimo que dizia claramente "tenho orgulho de você".
Papai era o único que me apoiava, não sei ele achava aquilo certo, já que ele sempre me apoiou estando certa ou não. Uma vez o perguntei se ele me apoiaria caso eu quisesse fumar maconha, quando ia receber uma resposta mamãe começou a nos matar com o olhar.
No último dia da semana, ao invés de irmos ao parque, fomos à casa dela. Era pequena, mas nitidamente feliz, com pequenas flores em vários vazos espalhados por todos os cantos. Era lindo.
A mãe dela era simpática, sorria o tempo todo, sempre com um brilho especial nos olhos, um brilho que Cecília também tinha sempre que sorria para mim. Mas uma coisa totalmente diferente entre ela e Cecília era o cabelo, enquanto a filha continha os fios sempre em chamas, os da mãe eram negros como a noite.
Ela foi para o quarto, onde trocou a camiseta branca e a calça moletom cinza do uniforme dado pela escola por uma camiseta rosa bebê e uma jardineira. Enquanto papai conversava com a dona Rosa, mãe de Cecília, ela me puxou para os fundos da casa, onde encontramos ainda mais flores, mas desta vez plantadas diretamente no chão, e uma pequena horta.
Cecília foi até uma prateleira improvisada na varanda que dava para o jardim, e pegou uma pazinha e outros utensílios de jardinagem. Mais uma pequena coisa sobre ela que me deixou ainda mais apaixonada: ela amava flores.
Eu a segui quando ela se direcionou a um canto do jardim, onde a terra estava mais solta e sem grama. Quando ela começou a cavar a terra com as próprias mãozinhas, foi quando finalmente percebi suas unhas, sempre pintadas com alguma cor escura e bolinhas brancas, desta vez elas estavam verdes.
Como não tinha ideia do que fazer, apenas a observei enquanto ela pegava um vazo pequeno, o único por ali, tirou o pequeno broto de lá e o ajeitou no chão. Uma pequena gotículas de suor escorria por sua testa pálida, e ela logo tratou de enchugá-la com a mão, acabando por sujar o rosto com terra. Assim que viu o que tinha feito, olhou para mim e começou a rir. Um riso dócil, gostoso de se ouvir. Está aí mais uma coisa que me fez apaixonar-me por ela. Ela tinha a melhor das risadas.
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