Capítulo 13
Boa leitura, espero que gostem <3
* * * *
O sítio onde fomos morar seria incrível na visão de Cecília, cheio de flores, árvores e alguns animais, mas para mim era totalmente sem graça.
Enquanto mamãe escolhia uma escola para mim, tentei ocupar meu tempo com uma montanha de livros.
Mas as palavras impressas já não me prendiam como antes. Minha mente anda a 100 Km/h, colocar mais informações nela estava me stressando ainda mais. Pelo jeito não irei alcançar minha meta de vinte livros lidos nessa metade do ano. Então comecei a botar as coisas para fora, reescrevendo a história do garotinho do orfanato, mas dessa vez com reis e rainhas, orcs e bruxas, eu precisava descarregar meus pensamentos de forma criativa.
Meu avô, o dono do sítio, sempre me atrapalha nesses meus momentos a sós, me pedindo para chamar meu pai toda vez que a vendedora de frutas chega. Papai sempre carrega os sacos de frutas que vovô compra de dona Ana, uma mulher com um mau humor contínuo, mas seu filho Felipe é gentil conosco, toda vez que passa por aqui me pergunta qual livro estou lendo.
Não sei dizer se nossas conversas podem se considerar um flerte por parte dele, graças a minha baixa quantidade de experiências. Mas prefiro acreditar que ele apenas seja gentil com todos, e que isso seja apenas mais um coisa da minha mente confusa.
Vovô é um velhote divertido, uma verdadeira criança, consegue deixar os cabelos de mamãe brancos de maneira que papai e eu juntos nunca conseguimos. Uma pessoa admirável sem sombra de dúvidas. Seu único defeito é a língua extremamente solta quando se trata de piadinhas homofóbicas. Piadas das quais minha mãe ri, fazendo com que papai a olhe com uma expressão de reprovação, enquanto eu me encolho em meu canto tentando fingir que não escutei.
Mamãe me matriculou em uma escola aqui mesmo na zona rural, já que não conheço a cidade onde estamos e pode ser perigoso que eu saia sozinha.
Era bem perto, pouco depois de um mercadinho onde eu deveria comprar meu lanche da manhã.
Felipe é do terceiro ano, o qual está quase concluindo. No meu primeiro dia ele se ofereceu para me trazer de volta para a casa, recebendo muitos elogios por parte de minha mãe e de meu avô. Papai por algum motivo dizia que ele não aparentava ser um bom garoto, e claramente, ele não soube explicar porque Felipe é indecente para ele.
Eu o dei uma bronca por julgar o garoto sem conhecê-lo, uma bronca que em sua visão era ofensiva demais aos seus instintos paternais.
Foi uma cena engraçada a dele com os braços cruzados se virando de costas para mim, pelo jeito todos os homens de minha família tem tendência a agirem como criancinhas.
Mas não os julgo. Adoraria, por um dia que seja, voltar a ser criança. Sentir toda aquela despreocupação novamente, e ver magia não só em páginas de livros mas por todo lugar.
Em pensar que na infância todos nós, pelo menos por um segundo, desejou ser adulto logo.
É definitivamente o desejo mais idiota de todos.
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