🦊 Chapter Twenty three 🐺

capítulo sem betagem
se encontrar erros pode avisar, tá?
deixa o votinho e comenta bastante,
vou interagir com vcs 💘

Você me espera e eu dou logo um jeito
Meu bem não sofra e te quero baby
Então me socorra, mata o meu desejo
Que eu faço chover (faz chover, faz chover), faço chover, chover, chover.

N A R R A D O R A

(Dias antes do casamento)

Com passos calmos e um perfume encantador, Afrodite caminhava tranquilamente pela terra apreciando o vento, a paisagem, as flores e os animais que corriam livres em meio a floresta. A deusa vestia tecidos leves, quase transparentes, e em seu colo estavam jóias de ouro, o que lhe dava um ar mais poderoso e pleno. Ela estava buscando algo que nem sabia o que era, afinal, estava decepcionada com Eros, seu coração estava em pedaços pelo seu filho mais uma vez escolher lhe esnobar.

No entanto, ela não iria se desculpar por exigir juízo do filho. Eros sempre foi um Deus emocionado, apaixonado e intenso. A Deusa não entendia que isso se tratava da personalidade da divindade.

Ninguém em sã consciência iria abandonar um lugar sagrado para viver na terra onde todos que a habitam são seres inferiores, medíocres, chorões e medrosos. Parecia uma piada de péssimo gosto. Eros estava completamente maluco se achava que a mãe permitiria tal coisa, ela estava se sentindo envergonhada, todos os Deuses só falavam disso, Afrodite se tornou motivo de piada e ela não iria permitir que lhe fizessem de palhaça.

— Eu só queria que alguém me ouvisse — ao longe existia uma ômega que chorava baixinho embaixo de um pé de cerejeira. A deusa ouviu de longe o seu pedido, e decidiu escutar a sua prece. — Estou cansada de viver sozinha, cansada de me sentir incapaz. Todos estão felizes ao meu redor, todos possuem suas casas, suas famílias, seus filhotes e eu apenas estou existindo? O quão injusto isso é? Eu me entreguei ao líder da matilha, chorei várias noites por estar sendo usada e apenas isso. E aí, agora, ele simplesmente decide se casar com outro? Ora! O querido nem chegou e já está tomando o meu posto, meus sonhos, minha história, tudo o que eu construí em anos de tempestades? Não, isso não é justo! — a ômega soluçou.

Afrodite deu um grande sorriso quando ouviu "líder da aldeia"

Não podia ser coincidência, afinal, Jungkook atualmente era líder de todas as alcatéias que ela ouviu falar, tinha que ser ele, e se ela estivesse certa..

— Eu só queria que alguém me ajudasse — a ômega voltou a suplicar. — Por favor, eu só quero ele. Não quero jóias, nem riqueza, nem a morte de ninguém. Não deveria ser tão complicado..

— Não mesmo — a deusa respondeu e a jovem deu um pulo quando observou a divindade se aproximar. — Não temas, Eu Bin. Eu estou aqui para ajudá-la.

— Tu? — a ômega sentiu um arrepio percorrer suas veias. — Mas, quem és tu?

— Não importa — a deusa sorriu e cruzou os braços. — Sou apenas alguém que te ajudará a conquistar o líder de sua matilha. Ele se chama Jungkook, não é?

— Como sabes disso? — a ômega voltou a questionar.

— Quer a minha ajuda ou não? — Afrodite sorriu levemente.

— Sim, mas.. — a ômega olhou no fundo dos olhos da Deusa em sua frente e suspirou quando notou que ela era sua única opção. — Sim, seu nome é Jeon Jungkook.

— Ótimo — a soberana bateu palminhas animadas e se aproximou até conseguir tocar no ombro da ômega. — Hoje tu serás agraciada com um filhote, Rubin, e esse filhote será filhote do líder de sua matilha.

— Como sabes o meu nome? E como uma gestação poderia acontecer sem que ele.. — ela foi interrompida.

— Ele já chegou a te dar o nó, correto?

— Sim — a ômega confirmou cheias de dúvidas. — Mas já faz um tempo e não tem como acontecer novamente.

— Não precisa — Afrodite deu os ombros. — Estás grávida, e o filhote é dele.

— Mas como isso-

— Eubin! — a Deusa revirou os olhos. — Estás grávida de Jungkook, ômega! Nesse momento, o filhote está em teu ventre, espero que aproveite essa oportunidade porque não haverá outra!

— Oh céus! — a omega levou ambas as mãos até a barriga. — Um filhote?

— Isso — Afrodite sentia vontade de vomitar porque não entendia a felicidade que era carregar um filhote, afinal, seu filho não gostava de si. —  Agora vá e conte para ele, se por acaso ele negar assumir esse bebê, ele enfrentará as consequências do destino.

— Mas ele assumirá, eu sei disso — a ômega murchou. — Eu quero que ele assuma a mim, e não um filhote.

— Como tu és tola, criança — a Deusa se afastou repentinamente em passos lentos para trás. — Primeiro tu informa que está grávida, se ele não quiser te assumir como mãe de seu primogênito, é questão de tempo para que o universo lhe dê a sua punição.

— Punição? — a ômega sentiu um calafrio pelo seu corpo. — Mas ele não morrerá, certo?

— Não — Afrodite sorriu. — Mas perderá parte de si.

Tempos atuais

Jungkook sentiu os dedos de Jimin descendo pela as suas costas conforme estavam sentados de frente para o outro em sua cama. O ômega pousou o queixo no ombro do marido, e começou a fazer carinho em sua pele enquanto suspirava cansado dos acontecimentos recentes, como o casamento por exemplo, ele estava destruído após a ligação.

Ambos estavam pelados aproveitando apenas o toque um do outro, já haviam se alimentado bem desde que chegaram e atualmente aguardavam a comemoração começar na aldeia para enfim irem encontrar com os outros.

Jungkook respirou fundo e soltou o ar quente rente ao pescoço de Jimin, esse que se arrepiou inteiro. As mãos grandes do líder nortenho encontraram a cintura desnuda do ômega que parecia apreciar a calmaria em que estavam. Ultimamente tudo havia sido rápido e intenso demais, estar ali com seu marido dentro de sua tenda parecia um sonho distante, e lá estavam eles, esperando para começarem finalmente os preparativos para a invasão e acabar com aquela paz momentânea.

— Eu te amo — Jungkook sussurrou e deixou um beijo no ombro de Jimin.

— Eu também te amo — o ômega apertou-lhe dentro do seu abraço. — Muito mesmo, estou feliz pelo casamento.

— Eu sei — ele deu uma risadinha. — Posso sentir seu lobo eufórico a horas.

— Felizmente é recíproco — Jimin deu os ombros. — Sei que daqui para a frente as coisas serão bem complicadas, então eu gostaria de aproveitar bastante esse tempo que nos sobrou.

— Eu também — o alfa beijou-lhe o ombro novamente. — Queria saber se tu já pensou em como será a invasão e o que faremos. Sabe, espero que seja sem sacrifícios e mortes..

— Não penso em mortes e nem em sacrifícios, pode ficar tranquilo — o ômega sorriu. — Quero apenas a vitória, a libertação de todos os ômegas será a minha prioridade, apenas.

— Que bom — ele continuou apertando a cintura de Jimin. — Temos um plano então?

— Sim — Apollo mordeu devagar o ombro do marido e deixou um beijo em cima da pele avermelhada. — Porém não quero falar disso nesse momento, quero apenas pensar em algo que estou sentindo encostando na minha coxa.

— Eu sei — Jungkook sorriu. — Queira me desculpar, eu estou excitado com o seu cheiro e o seu corpo assim tão perto.

— Então será agora que tu me dará a marca? — ele se afastou para olhar no fundo dos olhos do alfa. — Sabe, eu nunca pensei nessa vida que um alfa me marcaria, é tão surreal querer tanto.

— Eu pensei sobre isso uma vez — Jeon sussurrou. — Tu como alfa lúpus deveria ser um pitéu.

— Eu como alfa te morderia inteiro e te colocaria de quatro para mim — o ômega franziu o cenho. — Tu ainda me amaria se eu fosse um alfa?

— Te amaria de qualquer maneira, Jeon Jimin — ele deixou um beijo na testa do seu marido. — Sempre, todos os dias da minha vida.

— Ótimo — o ômega pareceu aliviado. — Tenho medo da Agnes reverter a maldição dela, sabe? Porque se uma bruxa consegue fazer isso, o que impede de reverter a maldição?

— Queria muito conversar sobre isso — o alfa olhou nos olhos de seu ômega — No entanto, eu tenho outros planos para agora — Jeon empurrou o corpo de Apollo até que estivesse completamente deitado no colchão e o ômega sorriu pelo desespero do alfa que já havia aguardado por um bom tempo.

— Não me faça tremer a terra, Jungkook.

— Vou te fazer parti-la ao meio.

O líder do Norte beijou o marido com fúria e soltou um gemido rente aos lábios de Jimin que o tocava com as mãos livres. Seus lábios dançavam em um beijo ritmado e molhado, e o barulho de suas respirações era a única coisa ouvida naquela tenda bem iluminada pelas luzes das velas espalhadas pelo cômodo.

O ômega se esfregou lentamente em Jungkook que sentiu um arrepio percorrer pelo seu corpo, nunca havia sentido algo parecido, ele desejava tanto Jimin que quase podia jurar sentir seu corpo em chamas.

— O que foi isso? — o alfa perguntou olhando nos olhos do marido que agora estavam dourados.

— Isso foi eu sendo um Deus do sexo também, Jungkook — o ômega lambeu os lábios. — Vou te fazer delirar por mim, me desejar tanto ao ponto de me preencher com a sua semente várias e várias vezes, até que eu esteja transbordando cheio de porra. Teu corpo vai queimar desejando o meu toque, e eu como um bom marido te darei tudo o que sempre sonhastes, que é para o teu lobo entender que por mais que o alfa seja tu, quem te mandas sou eu.

O alfa lúpus abriu a boca em surpresa e sentiu seu corpo ser jogado com facilidade em cima da cama pelo ômega que assumia o controle naquele instante. Jimin agora estava por cima, suas coxas prendiam o corpo do líder nortenho na cama, suas mãos prenderam seus braços em cima da cabeça e o peso que tinha fazia seu marido ficar imóvel, do jeito que ele queria.

— Jimin… — a voz do alfa era profunda, quase um aviso.

— Não achas que vai me marcar tão fácil, não é? Meu antigo alfa interior se sentiria ofendido, Jeon — Apolo sorriu. — Vai me foder sim, mas vai me foder comigo cavalgando em ti, controlando sua força, me movendo lentamente até que eu te escute implorar por isso.

— Não faz assim.. — o alfa rosnou baixinho. — Eu preciso tanto..

— Precisa? — o ômega olhou para o peitoral definido do alfa. — E eu preciso de marcar inteiro, começando pelo seu pescoço, e descendo até tu sabes onde. E aí? Vai ficar quietinho?

— Isso é um pedido? — o alfa entrou no jogo.

— É uma ordem, Jeon — o Deus arqueou a sobrancelha. — Já deveria ter aprendido que eu não peço nada.

— Então pare de falar e me mostre logo — Jungkook tentou se soltar, mas não obteve sucesso. — Tens força, não é? — ele rosnou.

— Tenho? — o ômega se esfregou lentamente no pau duro do marido, o fazendo sentir seu buraco quente. — Engraçado, estou te segurando como uma pluma, amor, sem força alguma.

Jungkook rosnou pelo desafio, mas Jimin adorou o tirar do sério, foi rápido em capturar sua boca iniciando um beijo violento, cheio de sede e desejo por aquele que tanto amava há tantos e tantos anos. Pôde sentir seu coração disparar e sua lubrificação escorrer quando libertou apenas uma das mãos de Jungkook para que ele pudesse esfolar uma tapa em sua bunda, a apertando logo depois, mostrando o quando o queria.

Sua boca trabalhava incansavelmente, assim como os movimentos de sua cintura que buscavam o atrito gostoso do seu membro duro no de Jungkook que parecia desesperado.

A boca de Jimin desceu pelo pescoço do alfa e ele chupou cada pedacinho de pele que pôde. O sabor do suor do alfa o deixava louco, o cheiro da excitação, do vinho que beberam, o sabor agridoce da saliva de Jungkook, tudo o atraia de forma arrebatadora, ele se sentia sensível sem ao menos ter se tocado.

Contudo, Apollo soltou o alfa e rosnou em aviso para que ele não se movesse, continuou descendo e descendo até que lambeu cada gominho do abdômen definido de Jungkook, esse que gemeu baixinho pelo hálito quente em contato com a sua derme.

As unhas curtas de Jimin provocavam a pele do alfa, esse que se arrepiava com o contato e se arqueava desejando que ele sugasse logo no lugar que ele mais queria.

— O seu sabor é o meu preferido — Jimin sussurrou ainda rente a pele. — Eu adoro te chupar, lamber, morder, tu és tão gostoso.

Jungkook deixou escapar um sorrisinho, esse que morreu quando o alfa fechou os olhos e suspirou forte sentindo a língua quente do ômega rodear a sua glande já molhada com seu pré gozo. Seu membro estava duro feito pedra, e o ômega adorava ser o motivo de toda aquela excitação.

Fazendo seu trabalho direitinho e com cuidado, Apollo sugou gentilmente a cabecinha do pau de Jungkook, e quando deixou tudo bem molhado, passou para o comprimento engolindo tudo, sentindo um leve desconforto inicial na garganta, mas adorando ouvir os gemidos sofridos de seu alfa desesperado.

As pernas de Jeon balançaram impaciente, ele queria afundar seu membro na garganta de Jimin até que ele se engasgasse, mas aparentemente o Deus tinha outros planos. Ele que iria ditar as regras, e estranhamente o lobo de Jungkook estava adorando a brincadeira.

— Que delícia — Jimin disse baixinho, voltando a chupar com volúpia aquele membro grosso que o fazia salivar.

O alfa revirou os olhos e apertou os lençóis, seu rosnado saiu grave e Jimin sorriu com o pau na boca, faria o marido lhe clamar, não aceitaria menos naquele momento.

— Park.. — a voz profunda do alfa fez o corpo do ômega arrepiar inteiro.

— Hum? — ele não tirou da boca para responder, continuou subindo e descendo rápido, amando a respiração descompensada do marido. 

— Senta nesse caralho ou eu te faço sentar.

— Tão impaciente esse meu marido — a língua do ômega deslizou pelo comprimento. — Sua sorte é que eu quero te engolir também, só que por trás dessa vez.

O ômega subiu pelo alfa até que ambas as pernas estivessem posicionadas em sua cintura, e com toda delicadeza do mundo, o Deus segurou o pau do alfa pela base, apenas para sentar lentamente até que todo o comprimento estivesse dentro de si.
Jeon mordeu os lábios para conter o gemido e apertou os punhos sentindo o aperto forte lhe encher de prazer, já Apollo, esse arqueou as costas enquanto quicava lentamente gemendo baixinho, se deleitando da sensação que era ser invadido daquela forma crua.

Aos poucos o ômega foi aumentando o ritmo se arrepiando com o contato das mãos fortes de Jeon na sua cintura. Querendo ou não o alfa controlava o sobe e desce que seu quadril fazia, ele permitiu, precisava tê-lo, o desejo já o consumia naquele exato instante.

Apollo rebolava vez ou outra, conseguia sentir todo membro dentro de si até tocar as bolas de Jungkook. Era rápido o seu movimento, suas mãos apertava forte o peitoral do alfa, esse que rosnava de prazer a cada minuto que passava.

— Vem cá — o alfa lupino virou o ômega até que ele estivesse por baixo — Vou meter até que transborde, serei obediente.

Jimin não iria contestar, havia perdido totalmente sua pose de dominador. Naquele momento ele queria gozar e nada mais, se Jungkook fizesse tudo direitinho suas presas estariam em seu pescoço em breve, e era tudo o que importava.

Os corpos suados se encontravam e à medida que as estocadas continuavam, a mente do ômega nublava. Cada pedacinho do seu corpo se arrepiava pelo atrito gostoso que sentia, sabia que estava próximo do orgasmo, e Jungkook também sabia, por isso começou a distribuir beijos pelo seu pescoço e maxilar preparando o terreno para marca.

— Jungkook.. — o Deus gemeu alto conforme buscava apoio em seus braços fortes.

— Está vindo, meu bem.

O corpo inteiro do ômega tremeu quando o clímax o atingiu, sua respiração ficou forte e seus olhos se fecharam pela prolongação do prazer que o alfa lhe dava continuando as estocadas.

Jeon mostrou as presas e a afundou no pescoço do ômega sentindo seu corpo tremer pelo prazer do seu orgasmo, o nó se formou no interior do Deus, e ambos se conectaram da forma mais bonita que a natureza permitia.

A íris de Jimin rolou e ele enxergou o lobo de Jungkook mais uma vez, e dessa vez, lambendo sua pelagem branca como forma de carinho. Ambos os lobos trocavam carícias, se reconhecendo como um só desde o momento do imprinting, até a ligação permanente naquele exato momento.

Jungkook permaneceu de olhos fechados por mais um tempo adorando aquele contato mais uma vez, ele o amava, amava tanto que as batidas do seu coração se igualava ao do ômega provando que eram uma só carne, uma só vida.

— Uau — Jimin abraçou o corpo do alfa que permanecia em cima do seu. — Só, uau.

Sentindo o gosto do sangue, Jungkook soltou o pescoço do ômega e lambeu os lábios fazendo seu corpo tremer pelo frenesi imediato. Ele saiu de dentro do marido, e também o abraçou aproveitando o calor de seus braços e a calmaria do momento.

— Eu sei — o alfa soltou um sorrisinho. — Não poderia ter sido melhor.

— Não mesmo — o Deus concordou. — Lutei muito para não partir a terra no meio.

— Engraçadinho — Jungkook sorriu.

[...]

Em meio a aldeia, a festa havia começado a alguns minutos e todos estavam reunidos celebrando a união dos líderes da alcatéia. Aquele era o início que precisavam, o início da liberdade que tanto procuravam, o início de uma nova nação, onde não existiriam guerras, escravidão, mortes, apenas quatro cidade livres de tanta crueldade.

Ansiedade tomava conta de todos naquela ocasião, sabiam que agora de fato tudo se iniciaria, se sentiam mais fortes por conta da ligação, mais ativos, mais cheios de coragem, nada abalaria a matilha de Jungkook, eles estavam prontos.

Os bruxos recém chegados estavam presentes na comemoração, afinal, eles precisavam da matilha. Precisavam que Jimin fizesse o seu trabalho como Deus, e salvasse não apenas os ômegas que eram sua criação, mas também crianças inocentes, bruxos anciãos que eram feitos de capacho de lobo, e todos aqueles que mereciam ser salvos.

Eles observavam a animação de todos, apreciaram estar presente naquele ambiente, existiam muitas famílias presentes, filhotes correndo, ômegas, alfas, betas acasalados, fartura de alimentos e bastante animação. Eles estavam vivos, afinal, aquilo de fato precisava ser comemorado.

As mesas estavam carregadas de carneiro, veado, porco e alguns peixes que Yoongi fez questão de pescar. Frutas por toda parte, pétalas de rosas vermelhas pelo chão, e é claro, a luz da lua iluminava o ambiente juntamente com a tochas de fogo que foram acesas.

— Espero que estejam se divertindo — Jaebeom comprimentou uma bruxa anciã, e ela balançou a cabeça em concordância, carregava um grande sorriso. — Como se chama? Adoro bruxos.

— Morgana — ela fez uma reverência. — E eu já sei quem tu és.

— Já? — o beta levou a mão à boca como se fingisse surpresa. — Eu tenho fama de ser o mais lindo da matilha, é o peso que eu carrego.

— Não apenas isso — a bruxa o olhou no fundo dos olhos. — Eu sei verdadeiramente quem tu és.

— Oh — Jaebeom engoliu a seco.

— E quem ele é? — Youngjae o surpreendeu, fazendo-o pular pelo susto.

— Para de chegar em mim assim, porrinha! — o beta revirou os olhos. — Ora quem sou eu, eu sou seu né, alfa burro.

A bruxa sorriu pequeno e continuou olhando para o beta, ela parecia encantada, quase como se estivesse enfeitiçada.

— Morgana! — Magnus gritou e a olhou com preocupação. — Venha para perto de mim, já disse que não é boa ideia se tornar amiga dele, não dessa maneira.

— Mas o que- — Youngjae iria questionar, mas Jaebeom foi mais rápido e o puxou com toda força para sair daquele ambiente.

O alfa franziu o cenho e continuou observando a bruxa que ficará atrás de si os observando de longe, ele achou no mínimo estranho, porquê Jaebeom estava agindo daquela maneira?

— Ei, ei! — o alfa puxou o braço, mas o beta apertou mais forte. — Onde está me levando?

— Ora, para longe daquela bruxa maluca — Jaebeom respondeu ainda o puxando desesperado.

— Como assim ela sabe quem tu és? — o alfa continuou tagarelando. — Eu quero saber também, Jaebeom! Não achei que eu esquecerei esse assunto, tu só ficará em paz quando me explicar direitinho o que aquela bruxa quis dizer. Ela te olhava de maneira estranha, parecia estar de fato impressionada e eu quero saber o motivo e-

— Já chega! — o beta parou de supetão, batendo com tudo no alfa. — Pare de falar, eu não sei o que ela quis dizer com isso.

— Estás mentindo pra mim? — Youngjae abriu a boca surpreso, e puxou o braço para que o beta não o tocasse. — Porquê? Eu sei que estás mentindo, sabe bem que eu sinto isso. Qual é a razão? O que está acontecendo, Jaebeom!?

— Gostar de alfas só pode ser castigo! — o beta dramatizou.

— Eu não estou brincando — o alfa avisou. — Se não confias em mim como seu alfa, eu deixarei de ser para que encontres alguém em quem confie.

— O quê? — Jaebeom soltou uma risada incrédula. — Isso só pode ser piada.

— Tudo bem — Youngjae sorriu. — Já que é piada, continue aí sorrindo, e não venha mais atrás de mim.

O alfa virou as costas para sair daquele ambiente próximo às árvores, nas o beta foi rápido em parar em sua frente.

— Pare com isso — ele pediu. — Porque precisa ser tão intenso assim!?

— Se não podes ser meu por completo, Jaebeom, eu não quero metade. Não quero mentiras, ou omissões, ou qualquer coisa que me deixe desconfiado, paranóico, ou nada do tipo. A bruxa claramente sabe algo sobre ti, e eu não irei atrás dela para perguntar qualquer coisa que seja. Estás mentindo olhando no meu olho, dizendo que não entendeu, que não era nada, está insultando a minha inteligência e pior, insultando meus sentimentos também.

O beta sentiu verdade na sua fala, e isso o deixou confuso.

— Tem algo que eu não posso te contar — o beta confessou. — E não é porque não confio em ti, é apenas porque não sei como será a tua reação, não sei como irá ser após isso, não sei o que esperar e isso é assustador porque normalmente eu tenho controle sobre tudo!

— O que quer dizer com "controle de tudo"? — ele observou a respiração ofegante do beta. — Me diga o que está acontecendo. — ele se aproximou para que pudesse segurar-lhes as mãos. — Confie em mim, eu te amo, Beom.

— Youngjae — o beta fechou os olhos com força sentindo a garganta queimar. — Eu não posso te contar, não posso te pedir para segurar esse segredo. Tu não entendes, se eu te contar, tudo mudará. Não poderá contar a ninguém, ou tudo que fiz até agora, irá de ladeira abaixo!

— Conte-me — ele aumentou sua presença, fazendo Jaebeom olhá-lo de imediato. — Eu sou o seu alfa, irei te proteger, conte-me. Guardarei qualquer segredo teu, ficarei ao seu lado, meu amor jamais mudará.

O beta o encarou por longos segundos e notou que só existia verdade nas palavras do alfa, sabia que podia confiar, que podia o amar e caminhar lado a lado com aquele que ganhou seu coração, mas era arriscar demais, não era uma decisão qualquer.

— Youngjae, eu — ele pausou, mordiscando o lábio inferior. — Olha, eu..

— Desculpa interromper a conversa — Yoongi chegou parecendo acanhado pela interrupção. Carregava consigo sua espada, e um grande sorriso por pegar ambos no flagra, apesar do clima tenso que presenciava naquele momento — Mas Jungkook e Jimin estão chamando, e o assunto é urgente, não pode esperar. Me acompanhem.

— Estamos ocupados, iremos em poucos minutos — Youngjae respondeu sem tirar os olhos do beta.

— Precisamos de ambos agora, Youngjae — Yoongi voltou a afirmar. — Conversem depois.

O alfa rosnou ainda olhando para Jaebeom e Yoongi franziu o cenho em resposta.

— Vamos, conversamos depois — Jaebeom suspirou e segurou o rosto do alfa com ambas as mãos. — Eu prometo, assim que chegarmos em nossa tenda iniciamos esse assunto novamente — Youngjae balançou a cabeça em concordância, e confiou que de fato iriam conversar depois.

— Vamos — o alfa disse por fim, e ambos seguiram o braço direito de Apolo que parecia tenso.

Ao longo do caminho o silêncio de Yoongi era desconfortável, o alfa não costumava ficar calado por muito tempo, e a forma como agiu para chamar o casal não era do seu feitio, a não ser que algo estivesse errado. Jaebeom não quis perguntar, estava tão preocupado com a conversa que iria ter com Youngjae que deixou aquilo passar, já o alfa, esse notou que a presença deles era esperada em meio da aldeia, pois no momento em que pisaram em meio a alcatéia, escutaram burburinhos de lobos que os aguardavam ansiosamente.

Jimin e Jungkook estavam no meio da roda que criaram ao redor deles, Namjoon e Seokjin estavam ao lado dos líderes, e Taehyung, sentava no colo de Hoseok parecendo tranquilo com a movimentação.

— O que foi, ein? — Jaebeom passou no meio de todos e revirou os olhos por ser o centro das atenções. — Não se pode mais brigar em meio a floresta em paz, é isso mesmo? — a maioria presente sorriu com a fala.

— Estávamos esperando a briga acabar, mas os dois brigam como se fossem morrer hoje — Jimin gargalhou. — Não sabia se a discussão iria ter fim.

— Estamos aqui — Youngjae se junto à roda e se sentou esperando começarem. — Dê início, Jungkook.

— Certo — o líder concordou. — Agora que estão todos aqui em nossa comemoração, iremos começar — Jungkook olhou para Jimin, esse que balançou a cabeça em concordância. — Jimin carrega a minha marca, estamos unidos pelo ritual da lua, consequentemente estamos mais fortes, rápidos, intuitivos, e com uma sede enorme de sangue. Unimos forças para salvar os ômegas, estamos prontos, agora só resta colocar o plano em prática para que nada dê errado.

— São quatro cidades — Jimin começou. — E não existem diferenças entre elas, todas escravizam os ômegas, machucam os bruxos, matam inocentes de fome, de sede, de pancadas, dentro daquele ambiente não existe compaixão, não esperem empatia, piedade, amor ao próximo porque ali está longe de ser exemplo de alguma coisa boa. Estou dizendo isso porque existem famílias ali apesar de tudo, óbvio que não é uma família de verdade, alfas engravidam ômegas para que tenham mais alfas em um ciclo sem fim, porém não deixa de existir crianças inocentes naquele ambiente hostil. Elas e os ômegas são a nossa prioridade, apenas. Qualquer um que se opôr na hora da batalha, será morto, sem exceção.

— Precisam saber que será uma grande luta — Namjoon se colocou à frente. — Mataremos todos os alfas, todos. Não irá sobrar um para contar história, pois todos que estão lá são culpados perante a alcatéia. Os betas que lá vivem também serão mortos, afinal, estão naquele ambiente por escolha própria. Agora os ômegas, bruxos e filhotes serão resgatados e os traremos para cá durante o resgate. Deixaremos vários barcos a postos para que seja de fácil acesso para nós. A regra mais importante é essa: está com algum ômega? Coloque-o no barco, e tragam-o são e salvo, depois, voltem para a batalha. Sejam corajosos, eles precisam de nós.

— Eu sei que existirá vidas ceifadas em nossa alcatéia — Jimin suspirou com o pensamento. — Mas Eros está aqui, e ele ajudará com isso. Então, se estiverem em meio a luta, e encontrarem o corpo de algum dos nossos, coloquem no barco e voltem para cá, Agnes estará conosco também, não aceito perder ninguém de nossa gente.

— E os ômegas? — um ômega no meio da matilha questionou. — Iremos apenas esperar rezando para que nossos alfas não sejam mortos?

— Eu pensei muito sobre isso, queria que todos lutassem — Apollo confidenciou. — Mas conversei com os alfas de nossa terra, e a resposta que recebi foi que eles não iriam conseguir lutar sabendo que poderiam perder seus amores, seus casamentos, seus companheiros. Então, os ômegas de nossa matilha não irão pisar naquelas terras, mas não deixarão de ter um papel de extrema importância nessa conquista. Seokjin ficará aqui esperando os ômegas chegarem, preciso que todos os ômegas fiquem ao lado dele esperando para acolher aqueles que estão extremamente machucados. Eles não irão confiar em alfas naquele momento, estão esgotados, com a mente cheia, assustados, precisam de nós. E eu confio inteiramente em cada ômega que está aqui para fazer esse trabalho. Existem crianças também, filhotes que precisam de um abraço, comida, um lugar quentinho para dormir, então eu estou pedindo para que não lutem lá, mas sim aqui, lutem para salvar quantos puderem.

— Existem bruxos também, bruxos anciãos, crianças, pessoas essas que estão sem esperança — Jin sentiu um aperto no coração. — Preciso da ajuda de todos para dar amor a quem está há muito tempo sem saber o que é isso. Sozinho não irei conseguir, mas somos família. Não duvidamos da força dos ômegas, sei que conseguiríamos ajudar bastante em meio ao caos que será, mas temos Apollo, os alfas terão ajuda, não iremos perder mais ninguém, apenas salvar.

A aldeia ficou em silêncio por breves segundos, afinal, iria começar finalmente o resgate daquele povo que tanto sofreu. Mas não apenas isso, seria um grande recomeço, uma grande nação iria surgir, da mesma maneira que isso os deixava eufóricos, também os assustavam bastante.

— Quando será a invasão? — Youngjae perguntou aquilo que todos queriam saber.

— Em três dias — Jimin decidiu. — Esse será o tempo que teremos para acumular comida, arrumar alojamento para todos, preparar os barcos, e fazer todo o planejamento de como iremos invadir quatro cidades ao mesmo tempo.

— Ao mesmo tempo? — um dos alfas gritou.

— Precisa ser — Namjoon afirmou. — Alfas irão tentar fugir de todas as maneiras possíveis, e se fizéssemos uma cidade de cada vez, correríamos o risco de algum deles ir até a cidade vizinha avisar sobre o que estava acontecendo. Perderíamos o elemento surpresa. Precisamos nos dividir entre quatro cidades, assim, poderemos obter sucesso em salvar todos que precisam de salvação.

— Então Apollo estará em apenas um lugar por vez — Jaebeom engoliu a seco. — Taehyung ficará aqui?

— Sim — Taehyung afirmou. — Existirá muitos alfas, betas, e ômegas machucados. Ficando aqui, eu consigo salvar suas vidas. Mas em meio a batalha, pensarei apenas nos ômegas, e nos meus alfas, não serei tão útil assim.

— Está errado — Magnus se envolveu no assunto. — Nós iremos juntos, participaremos do resgate, mas deixar um Deus aqui é burrice, precisamos de Eros!

— Foi uma decisão difícil — Jimin respondeu. — Não ache que foi fácil, entretanto, se ele não estiver aqui muitos morrerão.

— Não tem como pedir ajuda a outros deuses? — Magnus refutou. — Só iremos contar com ambos? E Ares, onde está? Hefesto? Hades? São criação deles também!

— Nós pedimos ajuda — Eros ficou de pé. — Mas não podemos obrigar ninguém a estar em guerra, Magnus. Nós temos motivos para lutar, mas eles não vêem as coisas dessa forma, eu mesmo só desci aqui para chamar Jimin de tolo por tentar fazer algo sem ajuda de ninguém, até que eu entendi o propósito. É o nosso povo, precisamos agir — o ômega olhou para Hoseok e Yoongi, e depois voltou a atenção para o bruxo. — E tem mais, se eu sentir por algum segundo que preciso estar na luta para que ela seja ganha, eu irei lutar. Mas de início, ajudarei para que ninguém morra.

— Isso é impossível — o bruxo resmungou. — Tolice! Mortes em batalhas é normal, comum!

— Então que morra os bruxos — Jaebeom revirou os olhos e levou um beliscão de Youngjae. — Ai, porrinha! Eu estou mentindo?

— Não queira bancar o engraçadinho, Jaebeom — Magnus sorriu pequeno. — Tu poderias ajudar, espero que faça o mínimo!

— Já chega! — Jungkook rosnou pedindo silêncio, e Jaebeom continuou olhando para Magnus de forma assustadora. — Jaebeom, se acalme e por favor vamos continuar o plano.

— Agnes não deveria estar aqui? — o beta ainda irritado perguntou.

— Ela já sabe de todos os passos, não se preocupe com ela — Eros sorriu.

Após a resposta, a conversa continuou durante horas para que o plano fosse repassado. Finalmente em três dias iriam invadir as quatro cidades e todos os ômegas seriam libertos para iniciarem enfim suas vidas. Não era algo pequeno, a vida de vários ômegas dependiam daquele resgate.

E eles só tinham uma chance, era invadir para conquistar.

[...]

Jaebeom saiu de fininho quando a reunião acabou, se meteu no meio de vários alfas para que Youngjae não saísse correndo atrás de si, ele estava a ponto de surtar. Sabia que não deveria ter se envolvido com ninguém, aquilo foi um grande erro, não era como se conseguisse mentir para alguém, mas descobrir que aquele alfa teimoso era sua alma gêmea fez com que algo dentro de si mudasse.

Bom, ele por ser quem é já deveria saber disso.

Só que tudo sobre Youngjae era complicado, o alfa era alguém intenso demais, não aceitava respostas vagas ou cinquenta por cento que Jaebeom poderia entregá-lo, ele queria bem mais, sempre mais, queria o beta por completo, mas como? Jaebeom, pensou, como irei simplesmente me abrir para ele sendo que escondo segredos desde que nasci.

Não era algo fácil.

Caminhando em passos rápidos, o beta suspirou ao chegar na beira do riacho. O dia estava clareando, o céu estava uma cor bonita alaranjada, e os passamos já cantavam ao despertar, era um dia bonito.

O som da água, do vento, das folhas, tudo aquilo o acalmava de maneira absurda, ele não queria mentir, mas também não poderia arriscar em falar a verdade antes do fim da batalha.

— Pensando na vida? — atrás de Jaebeom, surgiu Agnes, essa que passeava em meio a floresta até sentir o cheiro característico do beta.

— Pensando em me jogar nesse riacho — ele dramatizou e a bruxa soltou uma risadinha.

— Ora, tu és tão jovem — ela brincou. — Pelo menos nessa vida, não é, Moros?

— Céus, será que eu não tenho paz? — o beta resmungou e se virou para a bruxa. — Desde quando sabes disso?

— Desde quando eu sei que tu és o Deus do destino? — Agnes fingiu pensar demoradamente. — Bom, acho que desde o dia que tu nasceste nessa terra.

— Hum — ele cruzou os braços. — E uma bruxa fofoqueira dessa não contou a ninguém? — ele sorriu. — Estás querendo o quê com isso, ein?

— Nada — ela deu os ombros. — Não é da minha conta quem tu és ou deixa de ser, só estou curiosa para saber o motivo da tua vinda. Foi por conta de sua alma gêmea?

— Não é da tua conta — o beta virou de costas. — Me deixe pensar, tu estás me atrapalhando.

— Tenho um recado de Afrodite — a bruxa confessou.

— Pois mande ela socar no cu as palavras dela — Jaebeom deu os ombros. — Não tenho interesse, então guarde pra ti.

— Ela ameaçou matar Youngjae — Agnes cantarolou.

— O quê? — o beta se virou de supetão e a bruxa deu dois passos para trás.

— Ela sabe quem tu és, e sabe que estás aqui — parecendo odiar aquele assunto, a bruxa fechou as mãos em punho — Eu não vou te deixar estragar tudo, Moros, por favor, precisas ir embora e voltar para o seu lugar.

— Eu quero detalhes do que ela falou, Agnes. Agora.

— Tu és o Deus do destino, se quiseres que ganhemos a batalha, nós ganharemos. Tu decide absolutamente tudo, achas que ela está feliz em te ver aqui? Ela quer apenas que Eros volte para casa, e resolveu te chantagear para isso. Disse que se tu não a ajudar a mandar Taehyung de volta, ela matará Youngjae, e tu nunca mais o verá.

— Mas era só o que me faltava — o beta gargalhou alto. — Aí, é cada uma.

— Eu não estou brincando, estou realmente repassando o recado.

— Está é? — o Deus do destino levou ambas as mãos à própria cintura. — Pois irei chamar ela aqui agora, e eu espero que ela tenha coragem de bater de frente comigo.

— Fique à vontade — a bruxa deu os ombros e saiu caminhando em passos lentos, ela não parecia estar mentindo, mas claramente Afrodite não conhecia Moros.

O beta suspirou e se agachou na beira do rio para molhar as pontas dos dedos da mão, ele fechou os olhos e chamou por Afrodite, quando abriu, ela estava do outro lado do rio, de braços cruzados e sustentando uma coroa de ouro em sua cabeça.

A Deusa não apresentou nenhuma reação, apenas o encarou fixamente e tentou ler suas afeições retraídas.

O problema é que Jaebeom ou Moros, nunca foi uma pessoa com grande paciência, grande senso de humor sempre, mas calmaria era algo que não habitava dentro de si.

— Sabe, eu escutei uma coisa engraçada agora pouco — Jaebeom ficou de pé e olhou para o céu vendo que o sol já dava o ar da graça. — Uma bruxa me disse que uma vaca veio aqui e ameaçou o meu alfa, aí eu perguntei: e as vacas falam?

— Há, sempre tão engraçado, Beom — ela sorriu.

— Não me chame assim, só uma pessoa pode me chamar assim e ele tem um pau enorme. Tu no mínimo tem essa coroa falsa de mil anos antes de Cristo. Naquela época já existia ouro?

— Vai ficar de gracinha? — a deusa revirou os olhos. — Vamos ao que interessa.

— E o que interessa? — ele franziu o cenho.

— Eros — ela revirou os olhos mais uma vez.

— Ah, sim — o beta sorriu. — E o que eu tenho a ver com ele?

— Quero que ele volte ao olimpo e deixe esse casamento horroroso com dois alfas — a cara de nojo da Deusa lhe mostrava o quanto ela odiava aquela criação de lobos.

— Então vá falar com ele né, porra — Jaebeom bocejou falsamente. — Eu não tenho nada a ver com isso.

— Claro que tem! — a Deusa quis matar aquele ser idiota. — Tu és o Deus do destino, se tu quiser ele pode vir comigo agora mesmo sem contestar. Então, queira!

— Eu não — ele deu os ombros. — Ameaçou meu alfa porque quis, se tivesse vindo até mim e tivesse pedido com carinho.. eu ainda diria que não, mas ao menos eu seria educado.

— Então matarei Youngjae — Afrodite sorriu.

— E eu te matarei — ele sorriu.

— Tu não podes- — a fala dela morreu quando notou que Jaebeom ergueu atrás de si uma rocha enorme mesmo sem sequer olhar para ela. — O que estás fazendo?

— Eu decido quem morre ou não, eu sou o destino.

— Eu sei — ela abrandou a voz. — Quer iniciar uma guerra aqui e agora?

— Ele é meu — o beta rosnou. — E se tu tentar ameaçá-lo ou chegar perto dele uma vez sequer eu não só te mato, como mato Eros primeiro!

— Não, tu não ousaria — ela sorriu. — És amigo dele.

— Youngjae é o meu amor, sua burra — a rocha tremeu conforme o beta falava. — Ele é a minha alma gêmea, achas mesmo que matando ele eu ficaria com o juízo perfeito? Eu faria qualquer coisa para te atingir. Qualquer coisa.

A Deusa engoliu a seco e desviou o olhar para tentar se acalmar.

Moros nunca foi um Deus como os outros, ele não aceitava ordens. Seu trabalho já era difícil demais, imagine ter deuses o tempo inteiro no seu ouvido querendo isso e aquilo da forma como eles quiserem. Nunca, ele jamais permitiria.

— Eu acho que tu estás mexendo com o Deus errado — Jaebeom afirmou. — Se matar Youngjae eu dou um jeito e fica tudo certo, agora tu, quer mesmo perder um filho?

Afrodite deu um passo à frente e apertou as mãos em punho conforme olhava para Jaebeom, ela não via mentiras em seus olhos, apenas uma fúria crua, como jamais havia visto antes.

— Deixa Eros em paz — o beta arremessou a rocha e ela caiu ao lado de Afrodite graciosamente sem quebrar. — Para de ser uma vadia louca, assim, pode ser que ele volte para casa um dia.

O Deus do destino virou de costas e começou a caminhar para dentro da floresta em direção a aldeia. Já Afrodite, observava a sua única chance indo embora, a fazendo jurar vingança, ele com certeza iria se arrepender.

— Que a luta comece.

[...]

Jaebeom começou a correr assim que saiu da vista de Afrodite, o beta pulou os galhos na floresta, saltou sobre as pedras, atravessou o rio que cortava a mata, machucou os braços em alguns troncos, e quando finalmente chegou na entrada da vila, encontrou Youngjae observando as árvores sentado em uma tábua de madeira.

Ele respirou fundo quando encontrou o alfa bem e vivo, não sabia do que Afrodite seria capaz, mas com certeza não queria arriscar a vida Jae pois não saberia reagir caso o perdesse.

O alfa se virou quando sentiu o cheiro do beta, ele fixou os olhos nos braços machucados do amado e logo ficou de pé indo até ele com um semblante preocupado.

— O que é isso? Sinto cheiro de sangue em ti, o que aconteceu? — suas mãos foram rápidas em tocar-lhe a pele assim que ficaram um de frente para o outro. — Diga-me, onde estavas? Quem fez isso?

— Eu vim correndo e acabei me machucando — ele resolveu falar a verdade.

— E estava correndo por qual motivo? — a íris do alfa estava completamente dourada, Jaebeom achou a coisa mais encantadora do mundo. — Não minta pra mim.

— Não mentirei — o Deus afirmou. — Corri pois tive medo de te perder.

— Me perder? — o alfa o encarou parecendo curioso. — Explique-me.

— Encontrei com Afrodite — ele revelou. — E ela ameaçou te matar.

— O quê? — o alfa deixou os braços cair ao lado de seu corpo, e Jaebeom foi rápido em segurar o seu rosto.

— Eu jamais deixarei que ela te faça algum mal, porrinha. Acredita em mim?

— Sim — a íris dourada de Jaebeom assustou o alfa assim que ele viu, claro que ele sabia que Jaebeom o amava, mas aquilo significava que o beta também morreria por ele. — Eu acredito em ti.

— Ótimo — o beta o soltou e deu dois passos para trás. — Eu preciso te contar uma coisa, mas preciso que fique calmo.

— Diga-me — Youngjae engoliu a seco. — Eu posso lidar com qualquer coisa, apenas me conte.

Jaebeom respirou fundo e soltou o ar.

O beta engraçadinho ficou totalmente sério pela primeira vez e aquilo fez o lobo do alfa ficar totalmente inquieto.

— Fale! — o alfa suplicou.

— Eu sou um Deus, Youngjae — o beta confessou. — Me chamo Moros, o Deus do destino.

Com isso, o alfa abriu a boca completamente em choque e praguejou baixinho.

— Meu Deus! — ele exclamou assustado.

🔮

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VOLTEI

gente a invasão vem aí meu deus sempre fui feliz

E aí como vcs estão? bts no exército: choro

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